Olá, preciosas? Vocês concordam com Justine? Ele já é desconfiado e, mesmo sem querer, a Justine deixou-o com uma pulga atrás da orelha após pedir para ele largar tudo.
Deixando o marido para trás, ela saiu do escritório. Vagou pelos corredores para se libertar do incômodo do dia até que entrou em seu ateliê com a esperança de se perder em seu trabalho. Ela olhou para as paredes brancas que eram pontuadas por prateleiras de madeira repletas de tecidos e fios. Seus olhos se desviaram para a mesa cercada por ferramentas e esboços. Logo, reparou no vestido delicado que tomava forma em um manequim de moulage. Aquela era uma criação especial, feita com organza azul-clara que parecia flutuar, como se capturasse a essência de uma manhã tranquila. Justine ajustou a barra do vestido com esmero, concentrando-se nas dobras e na leveza do tecido. Absorvida, Justine quase não ouviu as batidas insistentes na porta. Quando os toques repetiram um pouco mais forte, ela parou por um instante. — Entre! — Suspirou depois de falar. A porta abriu devagar, e Caroline apareceu com um sorriso sutil. — Olá! — cumprimentou, dando uma rápida olhada ao redor. — Uau, es
— Está abafado aqui. — Ele mencionou e então, os seus dedos começaram a desfazer o nó da gravata. Por alguns segundos, ela reteve o fôlego e então, distanciou-se. Kevin largou a gravata sobre a mesa, onde Justine arrumava as pastas com os croquis e suas ferramentas de trabalho.Ela o observava de soslaio, tentando manter-se focada, mas logo viu Kevin começar a abrir os primeiros botões da camisa, deixando a pele à mostra.— Não vai falar nada? — indagou, sem tirar os olhos dela.Justine ergueu a cabeça a tempo de vê-lo abrir o restante dos botões, exibindo o peitoral musculoso e bem definido. Os traços do rosto de Justine endureceram, embora não conseguisse disfarçar a reação ao ver o corpo exposto de Kevin.— Gosto da temperatura do meu ateliê — replicou, tentando soar firme.— Acho que está quente demais — comentou ele, deixando a camisa cair com um sorriso sugestivo. — Estou com muito calor.— Já sei onde quer chegar… — Justine ergueu as sobrancelhas, desafiando-o. — Mas aqui é m
No escritório da companhia Harrison Giordano, o CEO comprimiu o olhar quando verificou a hora no relógio Le Roy Paris outra vez. Ele sabia que a esposa não foi para casa após sair do ateliê Maison Delacroix, onde trabalhava como designer de moda. Cansado dos passeios misteriosos da esposa, ele pegou o telefone e ligou para o assistente de confiança. — Alessandro, siga a Justine e não perca ela de vista. — A voz profunda deu a ordem de maneira hostil. Aos 23 anos, Kevin possuía a postura ameaçadora de um homem que nasceu para comandar. Ele herdou a fortuna da família Harrison Giordano depois que os pais faleceram em um acidente suspeito em Miami. Um ano após assumir os negócios na Itália, ele triplicou a fortuna e casou-se com uma designer de moda por quem se apaixonou perdidamente. A primeira vez que viu Justine Delacroix foi num evento promovido por um famoso estilista. Os olhos do CEO acompanharam a linda mulher, que usava um vestido prateado, enquanto desfilava pelo saguã
Na noite anterior, Justine mal conseguiu pregar os olhos após satisfazer o marido vigoroso. As coisas estavam tomando um rumo inesperado e ela não podia continuar naquela situação. Quando o celular vibrou na cabeceira ao lado da cama, Justine apanhou o iPhone e foi direto ao banheiro para falar com Andrew e acabar com o acordo.Ao voltar para a cama, sentiu o toque de Kevin, mas a cabeça latejava. Mal sabia como conseguiria sair daquela situação. Na manhã seguinte, Justine acordou cedo, mas, como sempre, Kevin tinha saído mais cedo para alguma reunião.Durante o dia, ela cumpriu o expediente em seu ateliê de Designer de Moda e, mais tarde, foi até a clínica médica, onde confirmou a gravidez. Ela voltou ao carro e seguiu para a joalheria e devolveu o colar de diamantes e os brincos que o marido tinha lhe dado na noite anterior. Na cafeteria, ela encontrou uma amiga que lhe apresentou um joalheiro. Na primeira oferta pelo restante das joias, Justine aceitou. Antes de chegar à casa d
— Mamãe, deixe-me ficar aqui essa noite! — Justine pediu.Após tragar o cigarro, Sophia soltou a fumaça. Ela andou pela sala de estar decorada com móveis provençais enquanto o robe branco de cetim resvalava por entre suas canelas.— Ah, ma chérie, sinto muito, mas não posso. — Deixou o restante do cigarro no cinzeiro.— É só por essa noite. Amanhã, falarei com o Kevin na reunião com o advogado. Tenho certeza de que ele mudará de ideia.— Sério? — Havia um certo desdém na pergunta quando Sophia ergueu uma sobrancelha bem feita. — Olha a foto que a minha amiga enviou. — Virou a tela do celular para Justine ver a imagem de seu marido numa festa ao lado de sua jovem acompanhante.Justine não queria acreditar no que viu. Aquela mulher fingiu ser sua amiga por meses e não perdeu tempo antes de dar o bote. Na foto, Beatrice Drummond estava de mãos dadas com Kevin num evento da empresa.— Incompetente! — Andrew gritou no momento em que entrou na sala. — Todos estão dizendo que o seu casamento
Cada dia era um recomeço inevitável. Por dois meses, Justine procurou vagas em outros ateliês na cidade da moda, mas não conseguiu outros trabalhos nessa área.A barriga mal aparecia no quinto mês de gestação. Justine estava muito magra devido à má alimentação. Logo o bebê chegaria e, na situação em que vivia, qualquer trabalho era bem-vindo. Por vezes, ela procurou pelo ex para falar sobre a gravidez, mas Kevin foi para Califórnia com a sua amiga Beatrice e não tinha previsão de retorno. Por mais que a Justine pedisse o contato do ex para falar sobre o bebê, não conseguia.Ela ficou sabendo que o assistente do CEO já tinha dado a ordem para não permitirem a entrada de Justine na empresa e na mansão. Inclusive, proibiu os funcionários de divulgar qualquer informação sobre o chefe.Para garantir o próprio sustento, Justine lavava louças e limpava a cozinha do restaurante durante a noite.No oitavo mês da gestação, ela estava limpando o chão quando a bolsa estourou e as suas contrações
No Grande Hospital Metropolitano Niguarda, em Milão, a mãe desesperada fazia uma prece silenciosa. O coração batia com força, e o nó na garganta parecia sufocá-la enquanto as lágrimas banhavam seu rosto. A culpa a corroía por dentro. Ela ficou tão dispersa enquanto pensava no ex que não se deu conta do que acontecia ao seu redor no ponto de ônibus.— Senhorita Delacroix! — A doutora Spina chamou.— Como está o meu filho? — Justine ergueu o rosto abatido antes de perguntar.— Está em estado grave… Bryan teve múltiplas fraturas e uma hemorragia.— Por favor, salve o meu filho, doutora! — Justine pediu em meio ao desespero.— O seu filho precisa de uma transfusão, e não temos bolsas de sangue de RH nulo. Averiguei para ver se conseguia em outros hospitais ou pontos de coleta, mas é um tipo sanguíneo raro.— Tem certeza, doutora?— Já me certifiquei, senhora Delacroix.— Ele não pode receber outro tipo sanguíneo?— Senhora Delacroix, o sangue dourado possui hemácias que não contam com nenh
O salão do Palazzo Parigi Hotel em Milão estava iluminado como um conto de fadas. As luzes douradas refletiam em cada detalhe do ambiente requintado, desde as cortinas de veludo até os lustres de cristal que pendiam do teto, espalhando um brilho suave sobre os convidados. As mesas estavam elegantemente dispostas com toalhas brancas e arranjos florais exuberantes, criando uma atmosfera de celebração.Kevin estava parado em um canto, observando a cena com um olhar distante. Ele parecia estar ali, mas sua mente estava longe, vagando por um labirinto de pensamentos inquietos. A visão de sua noiva animada não parecia atingir seu coração com a mesma intensidade que deveria.Beatrice aproximou-se dele, radiante em um vestido de noiva deslumbrante, o sorriso em seu rosto era sincero e cheio de expectativa. No entanto, o brilho nos olhos de Kevin estava em falta, como se uma nuvem escura pairasse sobre ele.— Você está bem, querido? — Beatrice perguntou, colocando a palma da mão sobre a de Kev