Inesperadamente, ele abandonou os seus lábios.— Quer dizer alguma coisa? — Murmurou a pergunta ao virá-la para si e então, o seu sorriso desvaneceu.— Cala a boca e me beija. — Ela mandou e recuou por um momento para contemplá-lo.O olhar percorreu o rosto com a mandíbula trincada até os largos e musculosos ombros e passeou por seu abdômen reto e trincado, parando sobre o pênis rijo que medrava na calça de linho. Dando um passo à frente, plantou a mão no peito dele e o empurrou direto para o sofá vermelho em forma de “L” que ficava do outro lado.Kevin fechou os olhos e os manteve assim por um segundo. Para falar a verdade, ele estava certo de que a esposa o desprezaria. As pálpebras se abriram quando sentiu os dedos esguios que abriam a fivela do cinto e, em seguida, fitou a mulher que puxou o lábio inferior ao lhe dar um olhar travesso enquanto puxava o membro teso da cueca. Mantendo os olhos fixos nele, ela empunhou a extensão dura para cima e para baixo, repetindo o movimento len
No escritório da companhia Harrison Giordano, o CEO comprimiu o olhar quando verificou a hora no relógio Le Roy Paris outra vez. Ele sabia que a esposa não foi para casa após sair do ateliê Maison Delacroix, onde trabalhava como designer de moda. Cansado dos passeios misteriosos da esposa, ele pegou o telefone e ligou para o assistente de confiança. — Alessandro, siga a Justine e não perca ela de vista. — A voz profunda deu a ordem de maneira hostil. Aos 23 anos, Kevin possuía a postura ameaçadora de um homem que nasceu para comandar. Ele herdou a fortuna da família Harrison Giordano depois que os pais faleceram em um acidente suspeito em Miami. Um ano após assumir os negócios na Itália, ele triplicou a fortuna e casou-se com uma designer de moda por quem se apaixonou perdidamente. A primeira vez que viu Justine Delacroix foi num evento promovido por um famoso estilista. Os olhos do CEO acompanharam a linda mulher, que usava um vestido prateado, enquanto desfilava pelo saguã
Na noite anterior, Justine mal conseguiu pregar os olhos após satisfazer o marido vigoroso. As coisas estavam tomando um rumo inesperado e ela não podia continuar naquela situação. Quando o celular vibrou na cabeceira ao lado da cama, Justine apanhou o iPhone e foi direto ao banheiro para falar com Andrew e acabar com o acordo.Ao voltar para a cama, sentiu o toque de Kevin, mas a cabeça latejava. Mal sabia como conseguiria sair daquela situação. Na manhã seguinte, Justine acordou cedo, mas, como sempre, Kevin tinha saído mais cedo para alguma reunião.Durante o dia, ela cumpriu o expediente em seu ateliê de Designer de Moda e, mais tarde, foi até a clínica médica, onde confirmou a gravidez. Ela voltou ao carro e seguiu para a joalheria e devolveu o colar de diamantes e os brincos que o marido tinha lhe dado na noite anterior. Na cafeteria, ela encontrou uma amiga que lhe apresentou um joalheiro. Na primeira oferta pelo restante das joias, Justine aceitou. Antes de chegar à casa d
— Mamãe, deixe-me ficar aqui essa noite! — Justine pediu.Após tragar o cigarro, Sophia soltou a fumaça. Ela andou pela sala de estar decorada com móveis provençais enquanto o robe branco de cetim resvalava por entre suas canelas.— Ah, ma chérie, sinto muito, mas não posso. — Deixou o restante do cigarro no cinzeiro.— É só por essa noite. Amanhã, falarei com o Kevin na reunião com o advogado. Tenho certeza de que ele mudará de ideia.— Sério? — Havia um certo desdém na pergunta quando Sophia ergueu uma sobrancelha bem feita. — Olha a foto que a minha amiga enviou. — Virou a tela do celular para Justine ver a imagem de seu marido numa festa ao lado de sua jovem acompanhante.Justine não queria acreditar no que viu. Aquela mulher fingiu ser sua amiga por meses e não perdeu tempo antes de dar o bote. Na foto, Beatrice Drummond estava de mãos dadas com Kevin num evento da empresa.— Incompetente! — Andrew gritou no momento em que entrou na sala. — Todos estão dizendo que o seu casamento
Cada dia era um recomeço inevitável. Por dois meses, Justine procurou vagas em outros ateliês na cidade da moda, mas não conseguiu outros trabalhos nessa área.A barriga mal aparecia no quinto mês de gestação. Justine estava muito magra devido à má alimentação. Logo o bebê chegaria e, na situação em que vivia, qualquer trabalho era bem-vindo. Por vezes, ela procurou pelo ex para falar sobre a gravidez, mas Kevin foi para Califórnia com a sua amiga Beatrice e não tinha previsão de retorno. Por mais que a Justine pedisse o contato do ex para falar sobre o bebê, não conseguia.Ela ficou sabendo que o assistente do CEO já tinha dado a ordem para não permitirem a entrada de Justine na empresa e na mansão. Inclusive, proibiu os funcionários de divulgar qualquer informação sobre o chefe.Para garantir o próprio sustento, Justine lavava louças e limpava a cozinha do restaurante durante a noite.No oitavo mês da gestação, ela estava limpando o chão quando a bolsa estourou e as suas contrações
No Grande Hospital Metropolitano Niguarda, em Milão, a mãe desesperada fazia uma prece silenciosa. O coração batia com força, e o nó na garganta parecia sufocá-la enquanto as lágrimas banhavam seu rosto. A culpa a corroía por dentro. Ela ficou tão dispersa enquanto pensava no ex que não se deu conta do que acontecia ao seu redor no ponto de ônibus.— Senhorita Delacroix! — A doutora Spina chamou.— Como está o meu filho? — Justine ergueu o rosto abatido antes de perguntar.— Está em estado grave… Bryan teve múltiplas fraturas e uma hemorragia.— Por favor, salve o meu filho, doutora! — Justine pediu em meio ao desespero.— O seu filho precisa de uma transfusão, e não temos bolsas de sangue de RH nulo. Averiguei para ver se conseguia em outros hospitais ou pontos de coleta, mas é um tipo sanguíneo raro.— Tem certeza, doutora?— Já me certifiquei, senhora Delacroix.— Ele não pode receber outro tipo sanguíneo?— Senhora Delacroix, o sangue dourado possui hemácias que não contam com nenh
O salão do Palazzo Parigi Hotel em Milão estava iluminado como um conto de fadas. As luzes douradas refletiam em cada detalhe do ambiente requintado, desde as cortinas de veludo até os lustres de cristal que pendiam do teto, espalhando um brilho suave sobre os convidados. As mesas estavam elegantemente dispostas com toalhas brancas e arranjos florais exuberantes, criando uma atmosfera de celebração.Kevin estava parado em um canto, observando a cena com um olhar distante. Ele parecia estar ali, mas sua mente estava longe, vagando por um labirinto de pensamentos inquietos. A visão de sua noiva animada não parecia atingir seu coração com a mesma intensidade que deveria.Beatrice aproximou-se dele, radiante em um vestido de noiva deslumbrante, o sorriso em seu rosto era sincero e cheio de expectativa. No entanto, o brilho nos olhos de Kevin estava em falta, como se uma nuvem escura pairasse sobre ele.— Você está bem, querido? — Beatrice perguntou, colocando a palma da mão sobre a de Kev
A tranquilidade daquele homem não combinava com a aflição de Justine. Ela estava com um olhar melancólico, mas úmidos pelas lágrimas teimosas, enquanto Kevin permanecia calmo, totalmente frio por dentro.Os olhos do senhor Harrison percorreram o quarto, examinando tudo com maestria. Parecia um detetive investigando uma cena terrível sem derramar uma lágrima. Por mais que mantivesse sua frieza habitual, Kevin sentiu um nó na garganta. Não era assim que ele gostaria de conhecer o filho. — Por favor, doutora, comece os procedimentos. — A voz rouca proferiu secamente. — Não tenho o dia todo.— Sim, senhor Harrison. Com licença! — Disse a médica antes de se retirar.A sola dos mocassins batia contra o piso, o som dos passos se misturando à sinfonia dos aparelhos que mantinham o garoto vivo. Kevin estagnou bem ao lado da cama, respirando pesadamente.— Muito obrigada! — A voz de Justine mal constituiu um murmúrio.— Não faço isso por você, — vociferou Kevin ao olhá-la sobre o ombro direito