— Escola nova? – Luna questionou diante da mesa de jantar. Encarou sua mãe, completamente chocada com toda a informação. — Quer dizer que voltaremos a estudar?
— Vocês acham que vão ficar a toa dentro de casa e sem estudo? – Luna assentiu. — E como vocês terão uma profissão? Só pode trabalhar quem estuda para ter uma profissão. Meu pai falou isso – Mael se prontificou a falar tomando a atenção da mesa para si — Inclusive, vocês já sabem o que querem ser? — Eu quero ser uma blogueira famosa. – Luna rapidamente anunciou. Uma modelo internacional. Mel acabou sorrindo, sabia exatamente do sonho de todas as suas filhas. — Você descobriu que queria ser blogueira agora? Eu não sabia que isso era uma profissão. Pai isso é uma profissão? – Mael questionou ao pai e todos da mesa voltaram ao centro que mesmo calado acabou se envolvendo ali. — Sim. E se sua irmã quer ser uma blogueira, ela vai ser. Assim como você que quer me substituir na empresa. — Claro, eu sou o filho homem. — Mas nós somos mais velhas e se uma de nós quiser estudar para substituir o papai? Mael arregalou os olhos para cima da menina e Mel entendeu que aquele olhar era de pura repreensão? Rolaria uma briga? Ah não, suas filhas jamais brigariam por herança, elas não precisavam disso e Mael era o filho homem de Levi, herdaria qualquer coisa que fosse do pai e da mãe, suas meninas não precisavam disso. — São se preocupe, Mael, nenhuma delas querem ser o CEO ou herdar uma empresa tão grande, você será o grande homem após Levi se ausentar. Cada uma delas tem um sonho, sabia? – Mael desviou o olhar para o prato, não queria rir, mas o fez. — É sério? Elas já sabem o que querem ser? – Levi perguntou as meninas que confirmaram cada uma. — Eu gostaria muito de ouvir. Se quiserem me falar eu posso ajudar em tudo que for preciso. As meninas começaram a contar todos os seus planos, os mesmos que tinham desde que eram menores e fingiam já ser na presença de sua mãe. Depois do jantar, juntaram-se ao Levi na sala e tornaram a falar tudo que queriam, e passaram a mostrar inúmeras fotos de quando mais novas, ou momentos importantes pra elas. Porém, ao longe, Mael assistia tudo com uma sentindo diferente no peito. Antes naquela casa, tudo era calmo, e silencioso arrumado e talvez até sem cor, agora tinha tintas espalhadas e mantas cor de rosa, vasos com plantas amarelas e até estrelas penduradas, aquilo não era de sua casa, porém... Era tão confortável. — Oi... Está tudo bem? – Mael confirmou para Mel que me entregou uma xícara de chocolate quente, e agachou ao lado do garoto que encarava a xícara sem parar. — Não está tão quente, me assegurei disso. — Você fez só pra mim? – Ela confirmou sem entender — Minha mãe nunca fez isso. Eu acho que ela não sabe que essa é a minha bebida favorita, até quando está quente ou frio. Eu adoro chocolates. — Me admira muito você gostar de doce, seu pai não gosta de doces. E claro que eu fiz apenas para você, as meninas não gostam. Mas alguém me contou que é sua bebida preferida. Quis te agradar. — Não precisa fazer ficar querendo em agradar eu gosto de você. – Subiu finalmente o olhar para a mulher que sorriu emocionada. — Você faz meu pai feliz e trouxe minhas irmãs. Eu só estou pensativo... Antes era só eu e o meu pai e a Oli. — Você gosta muito da Oli, não é? – Mael assentiu — Você já não está grandinho para ter uma babá? — Ela faz o que minha mãe nunca quis fazer. – Sussurrou sob os olhares de Mel que agarrou o rosto fofo do menino lhe trazendo para perto. — Não precisa mais se preocupar com isso, porque agora estou aqui. Eu vou ser a mãe que você não teve. Estou disposta a isso. – Beijou o rosto dele e levantou estendendo a mão para o menino — Vamos nos juntar a eles? Eu gostaria de saber um pouco mais sobre seus sonhos. Mael não ignorou o convite, seguiu a mulher prontamente... Sorrindo. °°°° Na manhã seguinte Mel se empenhou em acordar mais cedo, tomar um banho incrível para começar o dia e desceu para a cozinha. O apartamento estava em silêncio e o sol já estava aparecendo. Como de costume na casa de sua avó, fez um café da manhã especial, fora do comum para toda sua família, com delicadeza e amor, ela gostava daquilo, de ser a esposa e mãe. Principalmente a parte de ser mãe. Nunca deixou que outras pessoas tomassem seu lugar em momento que não poderia mais viver ao lado das garotas. Com o café da manhã pronto, Mel subiu outra vez para acordar suas crianças e principalmente Mael já que a segunda-feira daquela semana voltaria as aulas. Abriu a porta devagar já vendo o menino de pé, pronto, todo arrumado admirando suas irmãs. Se aproximou de cada uma para dar um beijo no rosto nas três como se fosse a coisa mais normal do mundo, Mel gostou daquilo, isso queria dizer que embora o garoto não tivesse gostado da ideia de ser o mais novo, havia adorado a ideia de ter irmãs. — Mael – O menino olhou em direção a porta e cabaram sorrindo um para o outro — Eu vim te acordar, mas cheguei tarde. — Ah, sobre isso – O garoto tirou de sua bolsa o celular e sorriu virando para Mel — A Oli me liga todos os dias no mesmo horário para me acordar e sempre chega atrasada para me arrumar e saímos antes do meu pai sair porque ele não precisa saber que ela é uma idiota. Saiu do quarto e Mel o seguiu achar graça. — Em outro tempos, seu pai demitiria uma pessoa que chega no horário errado ou qualquer coisa parecida. — Temos um acordo. Ele não pode demitir minha babá, porque ela vai casar comigo. Não importa se ela é incompetente. – Chegou ao pé de escada e virou pra Mel que parou em sua frente — Em troca eu não arrumava nenhuma namorada pra ele. Ele sempre foi apaixonado por você. — Sua babá precisa chegar no horário, assim não teremos problemas. — Mas nunca tivemos problemas e agora com você aqui tudo pode só melhorar, ela pode cuidar das minhas irmãs também. — Eu cuido muito bem das suas irmãs e posso cuidar de você também, inclusive, fiz um café delicioso. Podemos tomar só eu e você hoje, que tal? Mael concordou segurando a mão de Mel e chegou até a mesa, sorriu encantado com tudo e até sentou em seu lugar. Mel lhe serviu de café, e embora não gostasse muito, experimentou sem reclamar assistindo os movimentos delicados de Mel e até seu sorriso em sua direção. Tudo era direcionado para ele como se fosse o único na terra. Será que era assim que as meninas se se sentiam? As torradas foram servidas com cuidado em seu prato, a manteiga derretida. Fechou os olhos ao experimentar cada pedaço. Aquilo era perfeito. — Quem está pronto para voltar as aulas...? Ah meu Deus, a empregada chegou cedo e fez tudo isso? – Oli apareceu trajando outro de seus vestidos curtos e um casaco longo, parou diante da mesa beliscando uma coisa ou outra e foi pegar umas torradas amanteigada, mas foi impedida por uma tapa de Mael. Uma tapa em sua mão, dada por Mael. Oli encarou o mesmo puxando sua mão rapidamente. — Foi a Mel que fez essas torradas para mim. E só vou sair daqui quando tomar meu café. — Chegaremos atrasados se não fomos agora. – Murmurou subindo o olhar para Mel. — Ele disse que entra às 8h da manhã, ainda são 7h. – Mel levantou para encarar a babá enquanto o menino comia com pressa, e comer com tanta pressa poderia o fazer mal. — Coma devag- — Se a gente não sair agora podemos chegar atrasados, eu dirijo devagar. Por isso sempre saímos esse horário. — Dirige devagar porque não sabe dirigir de verdade. – Mael alfinetou — Preciso comer primeiro e isso está muito bom. — Coma devagar, assim voc- — Nós tomamos café na minha cafeteria preferida antes de chegar ao colégio. – A babá cruzou os braços diante de Mel que estreitou os olhos, será que aquilo era um desafio? — Achei que ele sempre tomava café com o pai. Como uma família. — Você chegou agora nessa casa, não sabe como funcionam as coisas. Mas eu sei e sou a babá do Mael a quase dois anos. O conheço muito bem. Agora vamos, se não chegaremos atrasados. Oli saiu andando sem olhar para trás, e Mael terminou as pressas para correr atrás da mulher sem dizer nada. Mel respirou fundo, tudo bem isso acontecer? Mas claro que não, nenhuma mulher iria lhe dar ordens ou falar mais alto que si dentro de sua casa.Depois de tudo que escutou, Mel retornou as escadas para o quarto do seu marido amável, precisava conversar sobre algumas coisas sérias para continuarem ali. Não queria mudar nada por ali, mas também não aceitaria ser desrespeitada, então alguém tinha que escutar alguma coisa. Sem contar que já tinha passado por isso e ganhou. E só lembrar isso, sentiu os pêlos arrepiar ao ver Becca diante de seus olhos como se estivesse bem ali, na sua frente, mas isso era um sonho distante. Abriu a porta do quarto se deparando Levi terminando de se vestir enquanto falava ao telefone, Mel por alguns segundos se deliciou com a imagem maravilhosa, mas não podia dormir para sempre, precisava urgentemente ter uma conversa sem ser na cama.— Isso Mirella, elas não podem mais perder um dia sequer, pague o quanto for necessário. – Virou para Mel entrando no quarto, não saberia explicar, mas o amor e o desejo que sentia por ela, era grandioso demais para continuar apenas olhando... Não, calma, relaxa! — Obr
— Eu não estou com fome – Mael repetiu pela terceira vez só naquele minuto enquanto olhava para Oli escolher algo para comer — Eu tomei café antes de sair, você viu, e eu adorei o que a Mel fez.— A você gostou, foi? Não vai me trocar por aquela mulher, não é? – Oli pagou rapidamente e saíram do café.— Não é questão de trocar você pela esposa do meu pai. Ela é a minha mãe agora entendeu? – Oli abriu a porta para o garoto entrar — Meu pai disse que não posso ir no banco da frente, não tenho altura e nem idade.— Entra logo, vamos conversar – Bateu a porta e rodeou o carro antes de entrar — Eu sei que ela é a esposa do seu pai, mas eu sou sua babá. Estive com você a mais tempo, ela não pode chegar e já começar a te acordar e fazer café, essa não é sua rotina. Por causa dela nem tomamos café direito juntos.— Mas quem devia fazer esse trabalho é você mesmo. Mas eu acordo sozinho e tomamos café aqui, e nem é bom.— Mael... Você nunca reclamou disso. Até me falou que era saboroso.— É, an
— Não está se sentindo bem? Me mande o endereço, eu vou até ele agora mesmo.— Quem está falando? É a senhorita Oli? Eu liguei certo? Se for a senhorita pode avisar ao Sr. Santiago?— É a Mel, sou a esposa do Levi e mãe do Mael, por favor, me manda o endereço agora.A mulher não questionou, passou o endereço sem discutir e desligou o telefone. Mel correu até a livraria onde achava que encontraria Levi, mas correndo pelos corredores não achou nem suas filhas. Mael não podia esperar mais, iria até a escola e o ajudaria, logo voltaria para o shopping e tudo seria explicado.Pediu um carro ao chegar na portaria e dando o endereço, não demorou para chegar ao colégio, contudo, se apresentar como esposa de um homem rico sem quase nenhum documento em mãos poderia ser um grande problema, mas não para Mel, desde o primeiro casamento do homem mais bonito de Seant, todos seguiam quaisquer fofocas a respeito dele, quando Mel chegou, foi reconhecida por todos e levada até a enfermaria.— Mael... –
— Do que está falando? Ela é a única que Mael aceita. E ele precisa de alguém que cuide dele sempre. — Realmente, ele precisa de alguém que cuide dele sempre e direito e ao que tudo indica, não é a babá. – Levi encarou sua esposa, agora mais sério. Entendia o quanto Mel queria se tornar a mãe de Mael, e dentro do seu coração, aceitava assim, mas ela também tinha que entender que Oli sempre esteve presente, ao menos desde que se lembrava. Mael nunca quis uma babá, dizia que se virava sozinho, mas ligava para Levi pelo menos umas 30 vezes por dia. E ele ia, abandonava tudo para estar com seu filho, porém, a ajuda que Oli ofereceu tomando um pouco dos trabalhos para si, foi grandiosa. Ele era grato, e mais grato ainda por seu filho exigente de contentar com ela. — Do que você está falando? – Cautelosamente se aproximou de esposa que desviou o olhar. — Oli cuida bem dele, Mael reclamaria se algo estivesse errado. — Ele não reclamaria, pois gosta dela. A babá não tem uma rotina, a não
Já estava escuro quando Mael abriu os olhos procurando por seu pai. Sentou na cama e avistou o homem sentado sorriu massageando sua cabeça. Chamou pelo pai que levantou o buscando, riu ao sentar na cama depois de um longo abraço. — Acordou faz muito tempo? Eu dormi aqui. Estava te esperando acordar. — Tudo isso só porque vomitei? Foi só um mau estar. Já quero voltar pra casa – Levi assentiu concordando. Queria ir embora mesmo. Tinha cochilado ali, mas o descontentamento de não adormecer nos braços de Mel o fez mal de alguma forma. — Já vamos sair. Tudo que você quiser, mas precisamos conversar. O que estava fazendo e porque passou mal?— Não sei o que deu errado. Acordei todas as manhãs, tomei um café delicioso que a Mel preparou e fui pra escola. Resolvi fazer educação física...— Você resolveu fazer educação física? Tem um problema bem aí.— Pai, eu sou o irmão mais novo das meninas. Eu sou maior. Mas o mais novo. Eu quero ser o irmão mais velho e legal. Por isso eu fui jogar com
Quando Levi voltou para casa, foi recebido por suas filhas esposa que correram para ajudar Mael, estavam preocupadas e queriam de alguma forma ajudar o irmão. Tanto que levaram o garoto para o quarto prometendo que cuidariam de tudo até da comida. Levi não pode fazer nada além de soltar a mão do filho e vê-lo correr escada acima. - Não se preocupe quanto ao cuidado das meninas, elas sabem como animar uma pessoa, mesmo não querendo. Liz ficou muito preocupada e Lara só parou de chorar quando contei que agora elas estarão juntas para estudar - Levi concordou recebendo um doce beijo de sua esposa - Como estão as coisas com a babá? - Vamos sentar agora e falar sobre isso, quero lhe contar que eu e Mael entramos em acordo. - A levou para dentro da sala com cuidado, pois não sabia qual seria a reação final de Mel depois de contar tudo. - Você e Mael entraram em acordo? E eu posso saber que acordo foi esse que foi discutido apenas entre vocês? - Cruzou os braços com um sorriso de canto
Ao amanhecer, Mel saltou da cama como se fosse uma nova época na sua vida. Se preparou para acordar seus filhos e o marido que apenas virou para o outro lado se cobrindo dos pés a cabeça. Não evitou sorrir, Levi realmente tinha mudado e aquilo lhe encheu de emoções. Valeu a pena a esposa. Graças aos céus. Saiu do quarto e antes de chegar ao das crianças, escutou suas vozes estridentes, mas não parecia conversar... Aquilo era uma briga? Abriu a porta de uma vez fazendo todos do quarto lhe encararem. Lara e Luna brigavam por alguma coisa, Mael e Liz estavam sentados na cama assistindo a briga como se fosse um filme. A mulher estreitou os olhos desfilando no quarto, parou diante das garotas que sorriram sapecas. - Que tipo de briga é essa, posso saber? - Cruzou os braços, as meninas se entreolharam e então, Mael levantou. - Eu posso falar pelas minhas irmãs? - Mel balançou a cabeça dando atenção total ao garoto que colocou as meninas para trás. Realmente, Mael era um garoto muito b
Passar um tempo com Levi era como dormir e sonhar com um momento especial, o mesmo que passou seis anos desejando e conseguiu alcançar. E a melhor parte é que não havia nada em seu caminho que pudesse estragar o que tinham, não é?- O que vai hoje? - Levi perguntou após um longo banho ao lado de sua esposa. Adorava acordar todos os dias na mesma cama e agora, depois de deixar as crianças irem sozinhas, tinha mais um tempo livre para aproveitarem o bastante antes do trabalho.- Pensei em ir dar uma olhada na mansão, eu não sei que poderíamos nos mudar para lá, não quero ter as mesmas lembranças de antigamente, sem contar que parece uma casa sem cor. Não tem luz como se um vampiro morresse ali - Levi que terminava de calçar os sapatos apenas riu no final e levantou a encarando.Aquela mulher continuava tão linda quanto antigamente, os cabelos ruivos e longos, os olhos verdes que enxergavam sua alma, e aquele corpo de tirar o seu fôlego todas as vezes que o tocava. Era a mulher da su