— Do que está falando? Ela é a única que Mael aceita. E ele precisa de alguém que cuide dele sempre.
— Realmente, ele precisa de alguém que cuide dele sempre e direito e ao que tudo indica, não é a babá. – Levi encarou sua esposa, agora mais sério. Entendia o quanto Mel queria se tornar a mãe de Mael, e dentro do seu coração, aceitava assim, mas ela também tinha que entender que Oli sempre esteve presente, ao menos desde que se lembrava. Mael nunca quis uma babá, dizia que se virava sozinho, mas ligava para Levi pelo menos umas 30 vezes por dia. E ele ia, abandonava tudo para estar com seu filho, porém, a ajuda que Oli ofereceu tomando um pouco dos trabalhos para si, foi grandiosa. Ele era grato, e mais grato ainda por seu filho exigente de contentar com ela. — Do que você está falando? – Cautelosamente se aproximou de esposa que desviou o olhar. — Oli cuida bem dele, Mael reclamaria se algo estivesse errado. — Ele não reclamaria, pois gosta dela. A babá não tem uma rotina, a não ser que você crie. E claramente você deixou isso nas mãos dela quando a contratou. O que é errado. — Está dizendo que perdir o controle? – Ela tornou a lhe encarar — Essa não vai ser a nossa primeira briga, não vamos brigar por causa disso. Meu filho é perfeito, ele tem suas regras, ele estuda muito e é tudo para mim. — Ele é sim uma criança perfeita, mas não graças a Oli. Tudo isso é graças a você, porque é um bom pai. Eu também entendo que você precisava dividir tudo, mas eu estou aqui agora. – Entrelaçou seus dedos e Levi olhou para o laço, aquelas belas mãos e o anel de casamento de compromisso, de amor de noivado, tudo ali. Aquilo era um tipo de orgulho também, né? Sua garota estava bem marcada. Não, calma, o assunto era seu filho. — Vou conversar com ela, e entender o que houve. E converso com o Mael também, ele nunca vai deixar que outra pessoa se intrometa na relação deles. — Levi, Mael é uma criança. Ele tem 5 anos. – Beijou seus lábios e saiu do quarto deixando o marido pensativo. Ajeitou os cabelos enquanto seguia para lanchonete, aqueles corredores lhe passavam a pior sensação do universo. Seus piores momentos na vida. — Eu acabei de saber, estou procurando por Mael Santiago. — Oli... – A babá virou procurando por aquela voz, engoliu a seco correndo até Mel — Você chegou apenas agora? — Eu estava em casa e quando deu a hora de ir buscá-lo me disseram que ele tinha saído com a mãe para o hospital, achei que era outra loucura da Miranda para separar o meu bebê do Levi. – Mel colocou as mãos no bolso sem dizer uma palavra. Será que ela não conseguia ver nada de errado? — E onde está ele? O que houve? — Ele se sentiu mal quando estava na educação física. — Não, não, o Mael não faz educação física, ele não gosta de exercício físico. — Sim, já fui informada disso, mas ele resolveu ajudar as crianças menores, se sentiu mal, e vomitou. — Mas ele nem tomou café está manhã, disse que estava sem fome porque já tinha... – Se calou um momento e se aproximou mais de Mel, a encarando — Isso é culpa sua. Não tomamos café em casa e hoje ele se apressou em tomar para te agradar. — Vocês estavam na hora, acontece que segundo o próprio Mael você dirige muito mal e se não fossem logo chegariam atrasados. — Eu não tenho que te dar satisfações a respeito do meu trabalho. Eu e Mael temos uma rotina e você não pode chegar aqui e começar a mudar tudo como se fosse a mãe dele, porque você não é mãe dele. Mel deu um passo para trás engolindo aquilo com muito esforço. Não sabia se atacava aquela mulher ou simplesmente deixava de lado, dava as costas e sumia junto de suas filhas. — Não fala assim com a minha mãe. Ela é a mãe do Mael também. Sua magrela fora de moda – Luna correu para ficar em frente a sua mãe e Liz agarrou suas pernas. — Não pode brigar com a minha mãe, eu vou te demitir. – Lara cruzou os braços em frente a Oli que se agachou para fizer do seu tamanho. — Você não pode me demitir. É só uma criança mimada. E eu sou a sua babá. — Não fala assim com as minhas filhas. – Mel puxou as meninas para trás de si — Você pode gritar para o mundo todo que não sou a mãe do Mael, mas não vai dizer nada sobre essas aqui. E sim, você é só a droga de uma babá irresponsável porque se fizesse seu trabalho direito, não estaríamos no hospital. Oli empinou o nariz diante daquela mulher, o desafio de superar e tomar lugar dela cresceu diante de seus olhos. Isso era impossível. Baixou os olhos para as meninas e deu as costas procurando a sala de espera para se sentar. Mel agarrou suas filhas e saiu dali. Bateria fácil na babá ousada, mas essa não era mais o seu jeito. Nada de violência ou brigas, apenas conversas e classe. Muita classe e paciência.Já estava escuro quando Mael abriu os olhos procurando por seu pai. Sentou na cama e avistou o homem sentado sorriu massageando sua cabeça. Chamou pelo pai que levantou o buscando, riu ao sentar na cama depois de um longo abraço. — Acordou faz muito tempo? Eu dormi aqui. Estava te esperando acordar. — Tudo isso só porque vomitei? Foi só um mau estar. Já quero voltar pra casa – Levi assentiu concordando. Queria ir embora mesmo. Tinha cochilado ali, mas o descontentamento de não adormecer nos braços de Mel o fez mal de alguma forma. — Já vamos sair. Tudo que você quiser, mas precisamos conversar. O que estava fazendo e porque passou mal?— Não sei o que deu errado. Acordei todas as manhãs, tomei um café delicioso que a Mel preparou e fui pra escola. Resolvi fazer educação física...— Você resolveu fazer educação física? Tem um problema bem aí.— Pai, eu sou o irmão mais novo das meninas. Eu sou maior. Mas o mais novo. Eu quero ser o irmão mais velho e legal. Por isso eu fui jogar com
Quando Levi voltou para casa, foi recebido por suas filhas esposa que correram para ajudar Mael, estavam preocupadas e queriam de alguma forma ajudar o irmão. Tanto que levaram o garoto para o quarto prometendo que cuidariam de tudo até da comida. Levi não pode fazer nada além de soltar a mão do filho e vê-lo correr escada acima. - Não se preocupe quanto ao cuidado das meninas, elas sabem como animar uma pessoa, mesmo não querendo. Liz ficou muito preocupada e Lara só parou de chorar quando contei que agora elas estarão juntas para estudar - Levi concordou recebendo um doce beijo de sua esposa - Como estão as coisas com a babá? - Vamos sentar agora e falar sobre isso, quero lhe contar que eu e Mael entramos em acordo. - A levou para dentro da sala com cuidado, pois não sabia qual seria a reação final de Mel depois de contar tudo. - Você e Mael entraram em acordo? E eu posso saber que acordo foi esse que foi discutido apenas entre vocês? - Cruzou os braços com um sorriso de canto
Ao amanhecer, Mel saltou da cama como se fosse uma nova época na sua vida. Se preparou para acordar seus filhos e o marido que apenas virou para o outro lado se cobrindo dos pés a cabeça. Não evitou sorrir, Levi realmente tinha mudado e aquilo lhe encheu de emoções. Valeu a pena a esposa. Graças aos céus. Saiu do quarto e antes de chegar ao das crianças, escutou suas vozes estridentes, mas não parecia conversar... Aquilo era uma briga? Abriu a porta de uma vez fazendo todos do quarto lhe encararem. Lara e Luna brigavam por alguma coisa, Mael e Liz estavam sentados na cama assistindo a briga como se fosse um filme. A mulher estreitou os olhos desfilando no quarto, parou diante das garotas que sorriram sapecas. - Que tipo de briga é essa, posso saber? - Cruzou os braços, as meninas se entreolharam e então, Mael levantou. - Eu posso falar pelas minhas irmãs? - Mel balançou a cabeça dando atenção total ao garoto que colocou as meninas para trás. Realmente, Mael era um garoto muito b
Passar um tempo com Levi era como dormir e sonhar com um momento especial, o mesmo que passou seis anos desejando e conseguiu alcançar. E a melhor parte é que não havia nada em seu caminho que pudesse estragar o que tinham, não é?- O que vai hoje? - Levi perguntou após um longo banho ao lado de sua esposa. Adorava acordar todos os dias na mesma cama e agora, depois de deixar as crianças irem sozinhas, tinha mais um tempo livre para aproveitarem o bastante antes do trabalho.- Pensei em ir dar uma olhada na mansão, eu não sei que poderíamos nos mudar para lá, não quero ter as mesmas lembranças de antigamente, sem contar que parece uma casa sem cor. Não tem luz como se um vampiro morresse ali - Levi que terminava de calçar os sapatos apenas riu no final e levantou a encarando.Aquela mulher continuava tão linda quanto antigamente, os cabelos ruivos e longos, os olhos verdes que enxergavam sua alma, e aquele corpo de tirar o seu fôlego todas as vezes que o tocava. Era a mulher da su
A antiga casa de Levi Santiago, poderia dizer que ali naquele lugar aconteceram muitas coisas que mudaram a sua vida para melhor. Ou poderia apenas lembrar que foi atravessando aquele lance de escadas que conheceu a pessoa mais louca da sua vida e no final, se casou com ela. A sala continuava igual, cores escuras nos quadros da família de Levi. Pegou um deles analisar mais de perto, naquela época Levi tinha um sorriso majestoso, havia um brilho no olhar ao lado da mãe e do irmão mais novo. Será que Teo ainda lembrava que tinha irmão? E Victoria, não sentia a falta do filho que aparentemente amava tanto?Deixou o quadro no lugar para subir as escadas que lhe traziam muitas lembras ruins, tal como na primeira vez que ficou deslumbrada com toda a casa, mas desceu alguns minutos depois correndo e fugindo do que parecia ser o pior homem de todos, e mais uma vez, no final se casou com ele. Quem iria julgá-la? A parte boa da casa é que haviam muitos quartos para cada um dos filhos e ainda
- Ah, é você que vai nos levar para as aulas extras? - Lara perguntou ao ver Oli parar na calçada com um sorriso enorme nos lábios, maiores que o vestido que usava - a mamãe sabe disso?- Mesmo se não soubesse acho que isso não é da conta dela - O sorriso nos lábios não saía por nada, e as três garotas se entreolharam e pararam em Mael que encarava sua querida Oli e depois mirou para as irmãs. - Vamos indo?- Espere! - Mael virou para suas irmãs, cada uma com uma expressão difícil. - Aconteceu alguma coisa com vocês? Ou o dia de escola não foi bom? Alguém disse algo que as machucou? Me digam quem foi.- Não gostamos da sua babá, e te ouvimos dizer que ela não sabe dirigir - Luna declarou de trás e Lara concordou - Sem contar que ela brigou com a mamãe ontem eu não vou aceitar ser amiga de alguém que briga com a minha mãe, entendeu? E ela é a sua mãe também, devia ficar do lado dela.- A Mel não é a mãe do Mael - Oli se agachou ao lado do garoto encarando as três meninas que cruza
- Entrem com cuidado. Mael pode ajudar suas irmãs com o cinto, elas sempre se confundem e fazem uma confusão - A doce voz de Mel fez o menino sorrir e entrar no carro dando as devidas instruções para as irmãs. Ali, todas já tinham notado que embora fosse o mais novo, ele queria tratá-la como se fosse o mais velho. Então que todas o vissem assim. - Obrigada meu amor, já levo vocês.Mel fechou a porta do carro e voltou para Oli parada na calçada em frente a Maurício que tinha os braços cruzados e os olhos cerrados em direção a mulher. Ele não era vidente, mas sabia que aquela ali não valia nada.- Não queria chamar de criança birrenta, ele não é assim - Murmurou quando Mel parou diante dela. - Não sei como pedir desculpas, nunca fiz isso, acho que deve ser…- Eu não sei o que está acontecendo com você, mas quando cheguei me disseram que era a melhor amiga do Mael e a babá dos sonhos dele, mas te vendo assim, o ofendendo dessa forma, não passa credibilidade. - Ela assentiu - Eu não c
- Mãe! - A primeira a gritar por Mel naquela casa quando entrou foi Lara que pulou em seus braços sendo seguida pelas outras que rodearam a mulher sem ao menos a deixar falar. Queriam contar suas experiências durante o dia desde a escola até a galeria e ela tinha que ouvir tudo antes que esquecessem. Não tiveram tempo de conversar na hora do almoço, mas pareciam confortáveis o suficiente para gritarem no seu ouvido. Mael passou pela porta com um sorriso mínimo no rosto, viu suas irmãs pularem e falarem ao mesmo tempo e sorriu esperando ser notado por Mel que não demorou muito. Colocou Lara no chão pedindo para que todas fossem para o banho, o jantar estaria pronto em quarenta minutos e realmente, subiram as escadas correndo, a única que olhou para trás procurando pelo irmão foi Liz, mas deixou de lado quando viu Mel dar-lhe um abraço. Na pequena cabeça de Liz, Mael era um garoto solitário, e ver Mel cuidando dele lhe aquecia o coração. - Não tem nada para me contar também? - Tiro