A Esposa Infiel do Mafioso - O Amor Está A Caminho
A Esposa Infiel do Mafioso - O Amor Está A Caminho
Por: Valentina Cruz
Capítulo 1: O Novo Motorista

A manhã estava quente e ensolarada quando Isabela se levantou da cama, os raios de sol entrando pela janela de seu quarto espaçoso. Ela suspirou ao lembrar das discussões da noite anterior com Eduardo. O casamento, que um dia foi repleto de promessas e sonhos, havia se transformado em um campo minado de ressentimentos e controle. Eduardo, o bilionário controlador, não era mais o homem carismático por quem ela se apaixonara. Virou-se na cama, tentando encontrar uma posição mais confortável, mas sabia que não era o colchão de luxo que a incomodava. Era o vazio ao seu lado, onde Eduardo deveria estar.

Ela olhou a foto dos dois na cabeceira da cama, lembrando-se dos primeiros dias de seu casamento. Cinco anos atrás, quando conheceu Eduardo, tudo parecia perfeito. Ela era jovem e cheia de sonhos, mas a realidade era dura. Sua mãe estava gravemente doente, e as despesas médicas eram exorbitantes. Foi então que Eduardo entrou em sua vida, um homem rico, mais velho, porém bonito e, no início, bastante gentil.

Isabela recordou-se de como Eduardo a cortejara. Ele a levara aos melhores restaurantes, presenteava-a com joias e roupas caras. Ela sentia-se encantada por ele e pelos luxos que ele podia proporcionar. Eduardo era direto e objetivo, e após um breve namoro de apenas alguns meses, a pediu em casamento. Disse que queria uma esposa e uma família. Deslumbrada e pressionada pela necessidade, Isabela aceitou. Sua mãe teve os melhores médicos e tratamentos, vivendo seus últimos anos com conforto e dignidade.

Após a morte de sua mãe, Isabela ficou sozinha. O casamento, que inicialmente parecia um conto de fadas, começou a mostrar suas fissuras. Eduardo tornara-se cada vez mais controlador e irritadiço. Ele conversava pouco com ela, e quando o fazia, era sempre com um tom de superioridade ou indiferença. Isabela suspeitava que a falta de filhos era uma das razões para a mudança de comportamento de Eduardo. Ela sempre quisera crianças, mas agora, considerando a transformação de Eduardo, começava a achar que talvez fosse melhor não terem filhos. Ter uma criança em meio àquela tensão constante tornaria tudo ainda mais complicado.

Perdida em seus pensamentos, Isabela se deu conta de que estava há muito tempo na cama. Decidiu levantar-se e enfrentar o dia, embora sem muito ânimo. Caminhou pelo quarto, passando a mão pelo tecido macio do edredom, e se dirigiu ao closet. Escolheu um vestido simples, mas elegante, e desceu as escadas em direção à cozinha.

Ao entrar na cozinha, foi recebida pelo aroma familiar do café fresco e do pão recém-assado. Dona Marta, a governanta, estava de pé ao lado do fogão, cuidando do café da manhã.

— Bom dia, Dona Isabela — disse Marta, com um sorriso caloroso. — O senhor Eduardo já saiu para o escritório.

Isabela assentiu, sentindo uma ponta de alívio por não ter que enfrentar o marido logo de manhã. Sentou-se à mesa e pegou uma xícara de café, tentando saborear o momento de tranquilidade.

— Marta, sabe se tem alguma novidade na casa hoje? — perguntou Isabela, tentando afastar os pensamentos sombrios.

— Sim, senhora. O novo motorista chegou esta manhã. O senhor Eduardo me pediu para avisá-la.

Isabela ergueu uma sobrancelha. Havia se esquecido completamente de que o antigo motorista fora dispensado. Eduardo raramente a envolvia nas decisões da casa, e a chegada de um novo empregado não era algo que ele normalmente comunicava.

— Novo motorista? Como ele é? — perguntou, com uma curiosidade repentina.

— Parece ser um homem sério e educado, senhora. Está na garagem esperando por instruções — respondeu Marta, enquanto colocava uma fatia de pão na torradeira.

Isabela sentiu uma pontada de curiosidade. Decidiu que, ao menos, conhecer o novo motorista seria uma distração de seus pensamentos melancólicos. Terminou seu café e se levantou.

— Vou conhecê-lo. Obrigada, Marta.

Ela caminhou pelos longos corredores da mansão, passando pelas inúmeras obras de arte e móveis luxuosos que Eduardo tanto gostava de exibir. A mansão era impressionante, mas para Isabela, era apenas uma prisão dourada. Eduardo não permitia que ela tivesse uma vida social que não fosse ao lado dele, com os enfadonhos casais mais velhos e festas de alta sociedade, que para ela eram chatíssimas competições entre as famílias, sobre quem seria o melhor anfitrião. Isabela não tinha o menor interesse nos assuntos que corriam nas rodas de conversa em tais eventos.

Ao chegar à garagem, encontrou Leonardo ao lado de um dos carros de luxo. Ele estava de pé, com uma postura profissional, usando um uniforme impecavelmente limpo.

Leonardo parecia ser um homem de trinta e poucos anos, com traços fortes e um olhar intenso. Quando viu Isabela se aproximando, ele fez uma leve inclinação com a cabeça, em um gesto de respeito.

— Bom dia, senhora. Meu nome é Leonardo. Estou aqui para servi-la — disse ele, com uma voz firme e educada.

Isabela sentiu uma curiosidade imediata sobre o novo motorista. Havia algo em sua postura e no modo como ele a olhava que a intrigava. Ela não sabia identificar o que, mas achou aquele homem muito misterioso.

— Bom dia, Leonardo. Seja bem-vindo. Espero que se sinta confortável trabalhando aqui — respondeu ela, tentando disfarçar a curiosidade.

Leonardo sorriu educadamente, mas seus olhos mantinham a mesma intensidade.

— Obrigado, senhora. Estou à disposição para qualquer necessidade que tenha.

Isabela sentiu que havia algo diferente em Leonardo, mesmo que ela não conseguisse compreender exatamente o que. Decidiu que observaria mais de perto aquele homem que agora faria parte de sua rotina diária.

Enquanto voltava para dentro da mansão, Isabela não pôde deixar de pensar na ironia de sua situação. Em meio a todo o luxo e opulência, sua vida era solitária e cheia de incertezas. A grande emoção do seu dia tinha sido inspecionar um novo funcionário.

Ela subiu as escadas lentamente, perdida em pensamentos. Ao entrar em seu quarto, olhou-se no espelho e viu a imagem de uma mulher que, apesar de tudo, ainda tinha uma chama de esperança nos olhos. Decidida a enfrentar o que viesse, Isabela sentiu que, de alguma forma, talvez a chegada de Leonardo trouxesse alguma emoção pra sua rotina sem graça.

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