Capítulo 3: O Café

Na manhã seguinte, Isabela desceu para o café da manhã e foi surpreendida ao encontrar Eduardo presente na mesa. Geralmente, ele já havia saído para o escritório a essa hora. Sentou-se à mesa com ele.

— Bom dia, Eduardo — disse ela, tentando esconder a surpresa.

— Bom dia, Isabela — respondeu ele, sem levantar os olhos do jornal. — Estarei ocupado o dia todo, mas preciso que você vá à festa beneficente esta noite. Será importante que você nos represente.

— Claro, Eduardo. Vou precisar de um vestido novo para o evento — respondeu Isabela, aproveitando a oportunidade.

— Vá comprar um vestido então. Mas lembre-se, precisa ser algo adequado para a ocasião — disse ele, ainda sem desviar o olhar do jornal.

— Obrigada, Eduardo. Farei isso — disse Isabela, sentindo uma rara alegria.

Eduardo reagiu com impaciência, dobrando o jornal com força.

— Só vá e compre o que precisa. Tenho muito o que fazer — disse ele, levantando-se abruptamente e saindo da mansão sem mais explicações.

Isabela terminou seu café rapidamente e se dirigiu à garagem, onde encontrou Leonardo pronto para mais um dia de trabalho.

— Bom dia, senhora. Para onde vamos hoje? — perguntou Leonardo, com seu habitual tom educado.

— Bom dia, Leonardo. Precisamos ir ao centro da cidade. Tenho que comprar um vestido para um evento esta noite — respondeu Isabela, entrando no carro.

Durante o trajeto, Leonardo notou que Isabela estava mais animada hoje. Ele havia pensado muito nela na noite anterior, refletindo sobre como a bela e melancólica esposa de Eduardo Bianchini era diferente do que ele imaginara. Ele esperava uma patricinha mimada, não uma jovem tão linda e ao mesmo tempo tão triste. 

Chegaram ao centro da cidade, e Isabela começou a visitar as lojas de vestidos de alta costura. Leonardo a acompanhava de perto, prestativo e sempre atento. Isabela experimentou vários vestidos, e Leonardo ficava fascinado com cada versão dela que aparecia vestindo algo diferente. Mas ele mantinha a postura profissional, tentando disfarçar seu encantamento.

Enquanto Isabela experimentava um vestido vermelho elegante, Leonardo não pôde deixar de elogiar.

— O que acha desse vestido? — Isabela perguntou saindo do provador e dando um pequeno rodopio.

— Linda. Er, quer dizer, lindo, o vestido é lindo, ficou muito bem em você. — disse ele, se engasgando com a visão de Isabela deslumbrante em um vestido nude que revelava todas as curvas do seu corpo.

Isabela corou levemente, apreciando o elogio.

— Obrigada, Leonardo. Acho que este será o escolhido — respondeu ela, sorrindo.

Leonardo se perguntou se Eduardo ia gostar desse vestido, pois ele era bastante revelador, mas ele teve a impressão que Isabela fez essa escolha de propósito. Bem, do Eduardo ele não sabia, mas ele gostava muito de mulheres ousadas e estava começando a gostar bastante da Sra Melancólica. Após finalizar a compra, retornaram à mansão. Isabela se preparou para a festa, sentindo-se confiante e bela no vestido novo. Quando estava pronta, desceu as escadas, onde Leonardo a esperava para levá-la ao evento.

A festa beneficente estava lotada de pessoas importantes e da alta sociedade. Isabela representou Eduardo, fazendo o discurso de abertura, e foi elogiada por sua beleza e oratória. No entanto, ela decidiu se retirar da festa logo após o discurso, ansiando por um momento a mais com Leonardo.

Enquanto caminhava em direção ao carro, foi abordada por um homem desconhecido.

— Senhora Bianchini, posso fazer-lhe algumas perguntas sobre seu marido? — perguntou ele, com um tom insinuante.

Antes que Isabela pudesse responder, Leonardo se aproximou rapidamente.

— Senhora, o carro já está disponível. Precisa de alguma coisa? — disse ele, olhando fixamente para o homem.

Isabela agradeceu a intervenção de Leonardo e os dois saíram rapidamente, deixando o homem visivelmente irritado.

No carro, Leonardo olhou pelo retrovisor, atento ao que poderia estar acontecendo.

— A senhora sabe quem era aquele homem? O que ele estava falando com você? — perguntou Leonardo, preocupado.

— Não sei quem ele é. Mas ele fez perguntou sobre Eduardo — respondeu Isabela, ainda nervosa.

— Aquele homem é conhecido como um dos chefões do crime local. É muito estranho ele abordá-la assim. A senhora deve tomar cuidado — disse Leonardo, com um tom sério.

Isabela ficou assustada e um pouco desconfiada. Como Leonardo sabia tanto sobre criminosos locais?

Percebendo a reação de Isabela, Leonardo se apressou em explicar.

— Ele é famoso, senhora. Sua cara está sempre estampada nos jornais. Não foi difícil reconhecê-lo — disse ele, tentando tranquilizá-la.

Isabela refletiu sobre a situação enquanto o carro se dirigia de volta à mansão. A noite havia sido cheia de surpresas, e agora ela tinha mais perguntas do que respostas. 

Quando chegaram à mansão, Leonardo abriu a porta do carro para Isabela, e ela saiu ainda pensativa. Leonardo a observou andando de volta à mansão e sentiu seu coração apertado. Tinha tanto que ele gostaria de poder falar pra ela. Ele observou a silhueta da bela moça se afastando quando ela parou, virou para trás e perguntou

— Leonardo, você realmente acha que aquele homem poderia ser perigoso para mim? 

— Acho que é sempre melhor ser cauteloso, senhora. Pessoas como ele não costumam se aproximar sem um motivo — respondeu Leonardo, cuidadosamente.

Isabela assentiu, mas sua mente estava cheia de dúvidas e preocupações. Se lamentou por ser caasada com um homem extremamente ciumento e não poder simplesmente ficar conversando com Leonardo antes de entrar em casa. Se bem que nesse caso específico o ciumes não seria nada infundado. 

—Boa noite Leonardo

Se despediu preocupada que Eduardo chegasse em casa e encontrsse os dois ali, e visse a roupa que ela estava usando.

Subiu para seu quarto para se preparar para a chegada de Eduardo.

Quando Eduardo finalmente chegou, ele estava cansado e distante, como de costume. 

Após o jantar, Eduardo se trancou em seu escritório dizendo que Isabela não o esperasse para dormir, que ele ainda se demoraria em mais uma reunião online com clientes estrangeiros.

— Os chineses de novo. Subirei mais tarde.

Isabela procurou na internet, o nome do mafioso que Leonardo mencionara. Ao contrário do que Leonardo afirmara, não tinha muita coisa online sobre ele, e definitivamente nada relacionado ao crime organizado. Ele era um rico empresário do ramo de transportes. Ela continuou pesquisando e encontrou uma foto dele ao lado de seu marido.

—Bem, eu ja desconfiava que eles se conheciam, já que ele me abordou perguntando sobre Eduardo... Mas que estranho, será que devo acreditar em Leonardo? Devo me preocupar?

Isabela dormiu uma noite agitada. Quando acordou pela manhã, já estava sozinha na cama novamente. Eduardo ia dormir muito tarde e se levantava muito cedo, antes do sol nascer. Era um hábito que ele sempre teve, mas ela nunca conseguiu, ou quis, acompanhar. Isabela desceu pra tomar café da manhã

— Bom dia, Dona Isabela. Como passou a noite? — perguntou Marta.

— Bom dia, Marta. Passei bem, obrigada — respondeu Isabela, pegando uma xícara de café. — Por acaso, você conhece aquele homem? — perguntou mostrando uma foto do suposto mafioso pra Marta

— Não, senhora. Não o reconheço — disse Marta, um pouco surpresa com a pergunta.

Isabela assentiu, ainda pensando no que Leonardo havia dito. Ela sabia que precisava ser cuidadosa, mas a curiosidade era uma força poderosa. Isabela recebeu uma mensagem em seu celular. Era Eduardo. Ele teve que fazer uma viagem urgente e precisaria passar alguns dias fora. Que ela não saísse da casa até ele voltar.

Depois do café da manhã, Isabela foi procurar Leonardo.

— Leonardo, você poderia me levar ao café perto da praça central? — perguntou Isabela, tentando soar casual.

— Claro, senhora. Estarei pronto em um momento — respondeu Leonardo, com a mesma eficiência de sempre.

Durante o trajeto, Isabela tentou iniciar uma conversa sobre o homem que a abordara na festa.

— Leonardo, você disse que aquele homem é famoso nos jornais. Pode me contar mais sobre ele? — perguntou ela, olhando-o pelo retrovisor.

Leonardo hesitou por um momento antes de responder.

— Senhora, ele é conhecido como um dos chefões do crime local. É perigoso e tem muitos contatos poderosos. — respondeu

Isabela ficou em silêncio por um momento, absorvendo as informações. 

Resolveu não pensar mais nisso no momento e aproveitar sua manhã na companhia de Eduardo.

— Vem, venha tomar café junto comigo? — falou pra ele sorrindo. — E não me chame de senhora, eu fico me sentindo velha. Quando estivermos sozinhos, me chame de Isabela.

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