Capítulo 2

Levou tempo para que averiguassem, se era possível que a Esquecida realmente, teria chances de ser sua irmã. 

Após a noite em que colocou fogo na baia, ela e Fayne apenas coexistiram um em volta da outra. Sem fazer mais nenhum tipo de aproximação, Fayne havia dito que não queria nada a sério. Os dias passaram lentos e angustiantes para Ambhar e eram permeados de esperança e cansaço. Todos os dias elas faziam uma caminhada até o centro comunitário para saber se alguém apareceu nas florestas. Então Sayra as chamou para uma conversa.

Elas foram até a primeira parte da aldeia, próximas à ponte e já havia um outro ser as esperando, Caleb era seu nome. Uma cavalo alado com as duas patas dianteiras iguais às de um leão. Era magnífico! Ele as cumprimentou. 

- Olá Fayne e senhorita Ambhar. Fui enviado pelos reis Zoltark e Kaeidh para avisar que Saphyre ou a Esquecida, se encontram à caminho das ilhas flutuantes. Aparentemente a Esquecida é mesmo sua irmã. Eles estão indo para as ilhas. Podemos partir neste momento. Você e Fayne me acompanham? - Perguntou ele. 

- Claro! Já estávamos pensado em ir para lá. Obrigada Caleb. Vou só me transformar e já vamos. - disse Fayne. Ela foi atrás de uma construção, tirou as roupas colocando elas em uma bolsa em seu pescoço e se transformou. Levantaram vôo e foram viajando velozmente.

- A viagem dura dois dias. Não temos portais para isto. Infelizmente. - Explicou Fayne. - teremos que fazer uma parada ao fim do dia em alguma vila. Mas se você necessitar descer, me avise. Vou fazer o trajeto o mais velozmente possível. 

Voaram tranquilamente. Caleb ao lado delas. Ele foi contando as coisas que aconteceram, enquanto Fayne estava fora em patrulha. A noite chegou rápido e pararam em uma vila. Pediram quartos e foram comer algo no salão de refeições. Caleb visitou a responsável pelo vilarejo e informou para que dobrasse os cuidados, pelo ataque dos tentri. Iriam enviar guardas para todas as vilas e cidades. Ele informou a Fayne que ao voltar para casa ela teria muito o que trabalhar. E Fayne respondeu a ele que sim. Que Ambhar também precisaria de treino para controlar o seus poderes de fogo. Estavam sentados próximo ao seus quartos e Fayne se retirou. Ambhar e Caleb também resolveram descansar.

O dia seguinte foi mais árduo para Ambhar do que o anterior devido a posição que tinha que ficar nas costas de Fayne. Quando chegaram Ambhar se encantou com aquilo. Várias ilhas flutuando. Era impressionante. Se isso tudo fosse um sonho, Ambhar resolveu que aproveitaria cada pequena coisa dele. Todos os detalhes desse novo mundo, eram fascinantes. A única coisa que a deixava preocupada era a falta de seus pais e irmãs. Se Saphyre foi a sua Saphyre, seria maravilhoso, pois estariam as duas juntas, uniriam as forças para encontrar o restante de sua família. 

Ambhar estava encantada com tudo. Fayne pousou, Caleb também. Ela desceu rígida e Fayne avisou que já voltava. Ela ficou apenas alguns minutos e veio andando na sua direção. Ambhar não cansava de olhá-la. Era incrivelmente bela. 

- Fayne é uma guerreira extremamente efetiva. Além de leal, honesta e inteligente. Não temos muito contato mas sempre que unimos nossas forças, sempre sentava pra conversarmos ao fim de um dia exaustivo. - Disse Caleb. 

- Sim, ela me salvou do têntri que me perseguiu. Sou muito grata a ela. Eu não iria conseguir chegar a ponte, estava faminta, com sede e cansada. 

- Sorte sua que ela estivesse patrulhando aquele local. 

- Sim, muita sorte. 

- Vamos. Estão já nos esperando. - Falou Fayne - Rei Kaeidh e Saphyre, a Esquecida, chegaram já há algum tempo. Vamos sentar para comer e depois mostro onde você pode ficar. 

 

DIAS ATUAIS. 

Um portal foi aberto nos fundos da montanha, um corpo foi puxado para dentro dele e um rosto conhecido de Borag, sorriu cruelmente ao ver o filho que havia fugido. Levantou a cabeça e sentiu o cheiro do poder do lugar de onde Borag saiu. Ele se agradou do cheiro, ele queria este poder. 

Rei Haemon Gritthyre olhou ao corpo de seu filho mais novo. Abaixou-se e sentiu sua pulsação. Fraca mas firme. Faria com que ficasse bem e depois o obrigaria a abrir o portal novamente  aquele mundo de onde ele veio, onde se escondeu. 

- Levem-no para a prisão e envie o curandeiro Brahat para vê-lo imediatamente. - ordenou aos seu serviçais. 

Caminhou em volta do local com o portal que estava se fechando. O cheiro se dissipando aos poucos. Borag havia aberto o portal bem em frente ao seu trono. Com que propósito? Fugia de algo? Algo mais perigoso que ele? Seu filho era uma cobra, havia matado seu primogênito. Invejoso, nunca admitiu que o irmão herdaria o trono. Achava que Haemon o escolheria. Haemon sempre o achara fraco e incapaz de comandar. Se perdia em prazeres com quem quisesse, não tinha compromisso algum com ninguém que não fosse si mesmo. Se Haemon houvesse escolhido Borag, com certeza ele teria matado cada um dos servos e do povoado até não existirem mais a quem comandar, a não ser um trono vazio. E agora, após matar seu filho preferido, voltava semi morto de um lugar repleto de magia. O faria falar pegaria o lugar para ele. Como rei. 

Kaeidh pousou na ilha flutuante e a bagunça era geral. Saphyre correu para o meio das pessoas, tentando ver se achava alguém de sua família. 

Ambhar, que saía do galpão em que estivera armazenando o resto das coisas para a viagem, olhou confusa o tanto de gente que falava e agradeciam aos dragões que  haviam pousado ali com cestas enormes em seus torsos, Fayne inclusive estava junto. O local estava mais bagunçado do que no dia do festival. Tantos dragões, e vários seres, alguns sem braços ou pernas era levados para serem medicados. Ambhar viu Saphyre correndo pela multidão de gente machucada e suja. Foi para junto da com muito esforço.

- Saphyre, o que houve? 

- Resgataram todos. Demoliram a montanha em cima de Borag. Estou procurando nossos pais e irmã. Me ajude! 

- Meu Deus, demoliram tudo? Como? 

- Não importa agora, me ajude a encontrar eles! - Falou ela correndo ainda. Olhando em todos os rostos. 

Após passar ao menos vinte minutos, os viu. 

- Ali! MÃE, PAI! - Gritou Ambhar correndo até eles. 

A mãe estava deitada no colo de seu pais ainda no cesto. Seu pai, Satio a segurava com amor nos olhos mas percebi-se claramente o quanto eles haviam emagrecido e estavam magros. 

Os abraçaram, as duas beijando seu rostos e chorando ao mesmo tempo. 

- Deuses, eu nunca achei que fosse ver vocês duas novamente. - disse Satio. - onde vocês estavam, o que houve?. 

- Fomos salvas de têntris. Ambhar por uma dragão e eu por Ciana, uma creatur. Ambas estamos bem papai. Que houve com mamãe? Porque não acorda? 

- Ela está esgotada filha. Precisa descansar e se recuperar apenas. Borag tomava o sangue dela dos os dias e também o usava para experimentos com raças, transformando os seres em têntri. Eu estava enfeitiçado. Ele me prendeu congelado por meses. Perdemos sua irmã, mas ela foi salva por alguém, nos garantiram. Ele pretendia se casar com ela. Fazê-la sua rainha.

Então ela está aqui? 

- Sim, em algum lugar. Achem ela por favor? - falou o pai. 

- Kaeidh, por favor, preciso de ajuda para meus pais. - Falou Saphyre. - Ambhar, procure nossa irmã na multidão. Eu e Kae vamos levar papai e mamãe para um local seguro. 

- Sim, meu amor. - Disse Kae já pedindo maçãs para carregar os dois. 

- Claro, já estou indo, encontro vocês lá dentro. - Falou Ambhar saindo rápido olhando para todos os lados. Avistou Fayne novamente, que veio em sua direção. 

- Oi, você está bem? Precisa de algo? 

- Oi, encontrei meus pais, estou procurando minha irmã. Não sei onde ela pode estar. 

- Eu ajudo. 

- Não precisa, se não quiser. Eu posso procurar sozinha se você tiver coisas para resolver. 

- Não. Ela tem cabelos platinados não é? - falou Fayne 

- Sim. 

- Eu passei por uma moça de cabelos platinados, ela estava com o Rei Sírius e Zoltark. Seria ela? - perguntou Fayne

- Pele morena? - questionou Ambhar

- Sim. - afirmou Fayne

- Só pode ser ela. Onde foi isso?  - falou Ambhar. 

- Por aqui. - chamou Fayne. 

Ambher foi andando atrás dela, ela estava em sua meia formação e era maior que Ambhar, então com certeza ela veria mais do que Ambhar conseguia em meio a esse monte de povos. 

Caminharam por um tempo até quase o meio do pátio gigante e ainda não haviam visto Emeraldy. 

Depois de um tempo Fayne segurou sua mão e a puxou, andando mais rápido, cortando a multidão. 

Ambhar foi sendo levada e quando viu estava de frente com Emeraldy. 

- Irmã! - ela gritou. 

As duas correram se abraçar, chorando, os corações a mil. Sua irmãzinha estava ali! Deuses

- Não acredito que você está viva! 

- Papai, mamãe e Saphyre? 

- Estão bem. - Ambhar olhou nos olhos lindos de sua irmã. - Deus, como é bom ver você, bem e viva! Venha, vamos até nossa família. 

Emeraldy olhou o rapaz semi nu ao lado dela. Só então Ambhar reparou nele. 

Era bem alto, magro mas muito musculoso, seus cabelos eram loiros, cheios e longos, com pequenas tranças com contas aqui e ali, olhos muito azuis mas que ficavam um pouco acinzentados conforme se movia e a luz penetrava dentro de suas íris. 

- Este é o rei Sirius. Ele que praticamente me tirou de lá, junto com Tamany e Zoltark. 

Ambhar estendeu a mão e enlaçou a dele. 

- Obrigada por isto. Eu não tenho como agradecer, mas nós, eu, nossos pais e irmã, vamos encontrar um jeito. 

- Não há porquê. Eu apenas fiz o que deveria. Não foi nada demais. Não se preocupem. - disse ele com sua voz de barítono - Eu acompanho vocês, também tenho muito o que falar com rei Àsgar, Kaeidh e Tarwin. Vamos? 

Caminharam pelo aglomerado de seres que também iam na direção do salão de refeições, precisavam todos comer, tratar seus ferimentos e descansar. Alguns estavam tão exaustos e famintos que caíam ao caminhar. 

Ambhar segurou fortemente a mão de sua irmã, agradecendo por ela não estar nas condições precárias que outros seres estavam. Ela ouviu e prestou atenção aos burburinhos ao redor. 

- Você estava sozinha lá?- perguntou um jovem elfo. 

- Não, eu e meu pai morávamos próximo a floresta, fomos capturados e forçados a trabalhar sem descanso. Meu pai era já muito velho e foi definhando. Ele simplesmente o jogou pra ser alimento de têntri. Eu... - a elfa chorou. 

- Desculpe fazê-la lembrar disso. Eu nunca a vi lá. Junto com os servos. 

- Isso porque eu e mais algumas ficávamos em um quarto para o uso dele. Estávamos com um feitiço de sangue. - Falou uma outra moça, ela tinha pequenas asas, era uma fada. 

O jovem elfo a abraçou e se desculpou. 

- Sinto muito por te fazer pensar nisso. 

Ambhar não entendeu muito bem o que isto quis dizer. Mas ouviu logo ao lado alguém dizer. 

- O desgraçado fazia feitiços de amor nas mais bonitas para que o servissem na cama. 

- Sim. E eu só gostaria que houvesse algo que eu pudesse tomar para me esquecer disso tudo.

- O meu irmão foi trazido, ele perdeu as duas pernas sendo torturado para falar coisas que ele não sabia. 

- Sim, muitos perderam seus membros. Ele os cortava e simplesmente jogava a um têntri. - disse alguém. 

- E quando ele simplesmente enviava o servo que o desgostava a algum cômodo e um têntri o comia vivo. - outro falou

- Ou levava para sua sala de experiências e injetava um líquido dourado junto com sua essência e os transformava. - mais um complementou. 

Ambhar segurou as lágrimas e aguentou, não queria que a vissem chorar. Muito menos Fayne. Sua irmã também olhava abalada à frente. O rei Sírius estava com a face dura e os olhos frios. Sua mão formava um punho. Soltou um rugido baixo que estremeceu as pessoas ao redor. 

Voltou os olhos para Emeraldy, que o olhava fascinada. 

- Me desculpem. Eu não consigo controlar meu ódio. Ainda mais ouvindo esses relatos escabrosos. - Disse ele. 

- Não se preocupe, todos sentimos o mesmo. - Falou Emeraldy e o tocou no ombro. 

Ele a olhou por mais tempo do que era o normal. Ela também. 

Ambhar teve uma visão de Fayne nesse instante. Ela a observava. Ambhar suspirou e olhou para o outro lado. Estavam entrando no salão de refeições do castelo que estava abarrotado de gente. Tanta gente. Tanta. Deuses! 

A comida corria livremente pelas mesas e muitos comiam vorazmente. Famintos. Ambhar achou que sabia o sentido dessa palavra mas ela realmente nunca soubera. Era uma vergonha que qualquer ser ficasse sem as coisas básicas para sua sobrevivência. Ela via tão claramente agora. As injustiças da sociedade que crescera era tão grande. Este mundo era o que ela queria. Mas a queria este mundo sem barreiras, sem Borags e sem monstros. Este era o mundo mais lindo que havia visto. Se antes ela quereria apenas voltar a sua simples normalidade e terminar sua faculdade, viver na cidade, trabalhar e ter sua vida, hoje ela queria continuar neste planeta. Ela pertencia aqui. Olhou a Fayne novamente. Estava convencida já, de que sua vida seria solitária, mas seria útil, de todas as formas que importam. Se não houvessem destruído Borag, daria o possível para que conseguissem. Ela queria guerrear, agora mais que nunca. E usaria todos os seus poderes. Agora que a mãe estava ali, ela e o pai, poderiam explicar tudo. Viu os três junto a Kaeidh ao mesmo tempo que Emeraldy e foram logo para perto deles. Seu pai estava muito debilitado, os músculos de antes, estavam flácidos e fracos e estava tão magro que nem se parecia ao seu pai. Sua barba está cheia e seus cabelos negros grudado na cabeça, pela sujeira e sua pele escura, estava amareladas e desbotada. Sua mãe acordara mas estava fraca, Saphyre alimentava os dois com a sopa de caldo energizante. Sidarta, a médica dos dragões já estava atendendo a todos, atenta, e Alanda havia cabado de chegar com um contingente enorme de Fadas herbaristas que já faziam emplastro e aplicavam ao comando de outra médica do grupo delas. 

Emeraldy abaixou emocionada ao lado dos dois, houveram abraços e risos, misturados ao choro de Saphyre e seus pais., então quando se aquietaram as emoções, ela passou a dividir a tarefa de alimentá-los com Saphyre. Sírius parou olhando a cena emocionado. Kaeidh logo que o viu, o abraçou. Seus olhos brilhando emocionado por tudo. Falaram baixinho e ele se afastou, se abaixou um pouco perto de Emeraldy e lhe falou ao ouvido. Ela fez que sim com a cabeça e ele se foi. Ela o acompanhou com os olhos. Os pais, como sempre, prestando a atenção em tudo. Ambos se entreolharam e sorriram. 

- Pai, mãe, e Em, Kaeidh é o rei de Kaliz. Eu e ele somos um casal. Ele é meu âme sœur. - Falou Saphyre. Seu pai sorriu largamente. 

- Você a ama rei Kaeidh? 

- Sim senhor. Com tudo que eu sou. 

- Então, sou muito feliz por isto. Não há nada melhor que ver suas filhas felizes e bem. E vejo que apesar de tudo elas estão bem cuidadas. 

Emeraldy ficou calada. Engoliu em seco e teve os olhos marejados. 

- Vamos agora levá-los aos quartos reservados a vocês. Alguém mais quer comer algo? Se quiserem também podemos levar os alimentos ali acima. É o que muitos que estão muito debilitados farão. - ofereceu Kaeidh - Eu gostaria que todos descansassem pois devemos ainda fazer uma viagem. Em algum momento. 

- Viagem para onde? 

- Para um continente do qual nos isolamos por não ser perto e porque nós nunca nem soubemos sobre ele. Realmente, depois do muro de proteção só permanecemos atrás deles, visitando às vezes os reinos Filordico, Sesanico e Balnico apenas. Nunca nos aventuramos além disso. 

- Nós iremos com vocês. - Disse Mona entre suspiros, falando pela primeira vez. - Se pudermos. Tenho que continuar os ensinamentos para minhas filhas. - seus olhos enxergam de lágrimas, que escorreram pela sua face. - De.. desculpem! - disse ela em um soluço. As três emocionadas a abraçaram, o pai abraçou as quatro. 

- Não tem porquê se desculpar mamãe. Não fez nenhum mal. 

- Fiz! Eu poderia ter parado de contar à floresta. Eu que levei Borag até nós. Sou a culpada disso tudo. Devia ter ouvido seu pai, se eu tivesse feito isso, vocês teriam uma vida plena, causariam e teriam seu próprios bebês e quando chegasse a hora eu também os protegeria para que nunca soubessem quem eram ou o poder que tinham. - lamentou a mãe. 

- E eu não teria meu âme sœur. Eu nunca saberia o que era sentir o que sinto por ele, o que compartilhamos é inestimável mãe. Não estou dizendo que o sofrimento de vocês valeu, por eu ter achado Kaeidh. Não me entendam mal. Mas acho que de um jeito ou de outro mãe um dia iríamos vir para cá, é nosso lugar. E tenho certeza de nossas irmãs pensam o mesmo, mesmo eu tendo sofrido menos do que elas e menos que vocês. 

- Sim, este é o meu lugar. O que vivi antes não é nem sombra do que eu vivo, apesar de tudo. Apesar de ter ficado todo esse tempo sem saber de vocês e pela angústia que passei pensando que estavam mortos. 

- Eu não tive tempo ainda de conhecer nada do que vocês conheceram, mas na verdade eu não fui maltratada, ele me cortejava. Então fui tratada como uma princesa. 

- Nos falaram que você se chamava Yamine. 

- Sim, após a explosão eu apaguei e quando acordei estava na cabana, e fiquei momentaneamente confusa sobre os acontecimentos. Então, quando ele me deu o nome de Yamine eu acreditei. Depois com o tempo eu me lembrei de tudo mas continuei a farsa por segurança. Sabia que papai é mamãe estavam presos em algum lugar da montanha. Estava enganando ele até ele me levar para a montanha e eu iria matá-lo e salvar meus pais.

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