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Capítulo 1

Foi decretado luto na cidade de Kalgoorlie, povos de várias províncias vieram ao velório.

A notícia havia se espalhado por todo o mundo, inclusive aos ouvidos de Andrews Carther filho do duque de Murchison, que como o pai, era um galanteador barato, interessado em tomar o nosso reino.

Muito abalada estava sentada ao lado dos caixões amparada pela Angeline, meus parentes ainda não tinham chegado moravam muito distante e eram poucos.

- Senhorita Anne, olhe para a entrada, aquele não parece ser o Andrews Carther?

Disse Angeline.

- Não parece Ange é ele.

Cheia de fúria me levantei seguindo em direção á entrada principal onde o avistara.

Empurrei com as minhas duas mãos o seu peito.

- O que está fazendo aqui? Será que não vê o tamanho da minha dor?

Disse com os olhos cheios de lágrimas.

Ele segurou minhas mãos na tentativa de me manter calma.

- Anne querida, eu vim em paz, estou tão inconformado quanto você.

- Saía daqui. Disse soltando minhas mãos das dele.

- Tenho uma proposta para te fazer.

- Isso não é hora. Por favor vá embora.

- Me escute, o meu pai quer tomar o seu Reino, sei que isso não é nenhuma novidade, mas tenho uma solução para isso não acontecer.

[...]

Há um tempo atrás estávamos noivos, a ideia foi do senhor Louis Carther Duque de Murchison, meu pai cedeu e me ofereceu como noiva ao Andrews. Quando soube da notícia que foi dada pela minha mãe, me senti traída pelos meus pais. Eu era a mercadoria mais fácil para a reconstrução do Reino.

- Filha sinto em lhe dizer mas, você está noiva. Disse minha mãe

- Noiva? Como assim?

- Seu pai vai dar a sua mão ao Andrews Carther filho do Duque de Murchison. Sinto muito. Eu tentei evitar mas, o reino precisa de nós.

- Não pode ser. Porque vocês estão fazendo isso comigo? Disse em tom de voz embargado.

- Nosso reino está em uma fase muito difícil, não temos condições para reergue- lô sozinhos, precisamos fazer alianças com outros países, um casamento com alguém importante, pode adiantar esse processo, e o senhor Carther será um ótimo rei, ele tem se mostrado muito atencioso com o nosso povo, filha eu te peço que ao menos tente, eu prometo que se não der certo, você poderá voltar atrás.

- Farei isso pela senhora.

Logo após a nossa conversa, minha mãe chamou uma das criadas para me preparar para o encontro.

Tomei um banho com pétalas de rosas, passei um dos meus melhores perfumes, a Angeline me trouxe um vestido longo vermelho.

- A senhorita está linda.

(Angeline)

- Ange, ore por mim. Seja o que Deus quiser.

- Vou orar minha senhora.

(Angeline)

Nos prepararam um dos salões do Palácio, fizeram um lindo banquete, a decoração estava toda em dourado.

Ao descer as escadas percebi o olhar de um rapaz, ele usava um terno preto, seus cabelos castanhos penteados para trás. Ao passo que eu descia ele se aproximava. No último degral ele me deu uma das mãos, fez uma breve reverência.

- Boa noite princesa. (Andrews)

- Boa noite.

Nos sentamos à mesa do jantar.

- Princesa, me chamo Andrews, é uma honra para mim estar aqui, sei que não é fácil pra você, ser dada em casamento à um estranho, mas quero deixá- la a vontade, e se não quiser ir em frente eu vou entender. (Andrews)

- Agradeço, mas aceitei por amor à minha mãe, e por amor ao Reino.

Não nos falamos muito durante o jantar. Era estranho para mim, a convivência com o filho de um dos principais inimigos do reino, porém até o momento ele havia se mostrado uma boa pessoa. Por que não tentar?

- Bom princesa, foi um prazer conhecê- la, mas agora eu preciso ir, espero poder vê- la com mais frequência. (Andrews)

- O prazer é meu, tenha uma boa noite.

Ele se despediu me dando um beijo no rosto.

Com o passar do tempo, a convivência com o Andrews estava se tornando melhor.

Ele nos visitava todo final de semana. Quando não podia me ver, escrevia cartas. Um sentimento nascia em mim.

- Senhorita Anne ele já chegou posso deixá- lo entrar? (Angeline)

- Sim, por favor ange.

Angeline abriu a porta, confesso que toda sexta-feira me batia uma ansiedade para vê- lo.

Soltei meus cachos como ele dizia gostar, passei uma maquiagem leve, e botei um vestido floral.

- Anne você está linda. (Andrews)

Me comprimentou com um beijo na mão. Minha mãe tinha razão ele será um ótimo rei. Seu Reino estava contribuindo muito com o processo de reconstrução do nosso. O povo estava esperançoso, e eu fazia parte disso, o que me incentivou ainda mais para ir em frente com esse casamento.

- Obrigada.

- Querida tenho uma surpresa pra você. (Andrews)

- Sério? Que surpresa?

- Vem comigo. (Andrews)

Me puxou pela mão.

Durante aquele pequeno tempo que estávamos nos conhecendo, percebi que ele realmente prestava a atenção em mim, no que eu dizia.

Caminhamos até o jardim os guardas estavam com dois cavalos; eu havia dito a ele da vontade de voltar à cavalgar.

- Meu Deus!!! Eles são lindos!!!

Disse em um tom de empolgação

- Vamos dar uma volta? (Andrews)

- Claro que sim!! Faz um tempo que não faço isso, mas vou adorar.

Ele me ajudou a montar, os guardas abriram os portões do Palácio, seguimos uma trilha fechada.

Durante o percurso começou a chover. Decidimos nos abrigar debaixo de uma árvore, pois estávamos bem longe do palácio e trovejava muito.

- Anne, você pode me responder uma pergunta? (Andrews)

- Claro, o que você deseja saber?

- O que você sente por mim? Ou melhor você ainda está comigo só por amor ao Reino? (Andrews)

- É difícil responder, tudo ainda é muito novo pra mim, o terremoto, essa fase do reino, eu noiva.

- Mas você acha que pode haver, ainda que pequeno algum sentimento por mim? (Andrews)

- A três semanas atrás eu odiava você.

- Obrigado. (Andrews)

Rimos

- De nada, mas agora vejo que você é bem diferente do que eu pensava, confesso que me surpreendi, pensei que talvez você fosse igual ao mau caráter do seu pai.

- É só isso mesmo que senti por mim? (Andrews)

- O que você quer que eu diga? Você não disse nada sobre mim até agora.

- Está bem, vou ser sincero, minha única intenção era o seu reino, me apossar das suas riquezas e depois descartá- la, esse também era o plano que meu pai havia me passado e eu estava disposto à cumpri- lo. Porém quando eu te conheci, sua doçura, o amor que você tem pelo povo mexeu comigo. Você é a pessoa mais simples e encantadora que eu já conheci. Sua beleza vem de dentro.

Não nos conhecemos à muito tempo, mas nesse curto espaço me amarrou a você e de uma forma bem sutil. Me fez me apaixonar. (Andrews)

Aquelas palavras me deixaram sem reação. Nunca alguém havia me falado algo tão lindo.

- Eu... eu, é muito lindo o que você me disse.

Abaixei o rosto não conseguia encará- lo.

Não tinha palavras ou melhor não conseguia espremê- las.

Bem suavemente ele levou uma das mãos até o meu rosto, meu coração se acelerou, minhas mãos começaram a suar. Ele se aproximou aponto dos nossos narizes se tocaram. Fechei meus olhos, e nos beijamos.

Quando a chuva deu uma trégua, voltamos para o Palácio.

- Você não quer ficar? Olha só pra você está ensopado, dorme aqui em casa, você pode ficar no quarto de hóspedes.

- Está bem. (Andrews)

- Vou chamar uma das criadas para te ajudar.

De longe percebi minha mãe nos observar, ela parecia feliz com o que estava vendo.

No dia seguinte pela manhã, me lavei, vesti algo discreto, e segui até o quarto de hóspedes chamar o Andrews para tomarmos o café da manhã.

A porta estava meio aberta ele parecia estar falando ao telefone não quis incomodar. Mas ouvi o que ele dizia.

" Pai conseguimos, ela está apaixonada não vai voltar atrás, eu sabia que seria fácil. Agora é só marcar a data do casamento."

Idiota, como fui ser tão tola a ponto de acreditar nele.

Esperei ele desligar o telefone.

- Bom dia meu amor. (Andrews)

- Arrume suas coisas, e vá embora, está tudo terminado entre nós.

- Como assim? E sobre ontem? (Andrews)

- Porque você brinca assim com os sentimentos dos outros?

- Do que está falando? (Andrews)

- Não vou perder tempo com você, pegue suas coisas e suma da minha vista.

Disse segurando as lágrimas, ele não as merecia.

(...)

Voltando ao velório, solução?

Chamei os guardas para o levarem, a cicatriz que ele deixou  ainda estava aberta.

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