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Capítulo 7

Acordei pela manhã com a luz do sol invadindo o meu quarto, era a Angeline abrindo as janelas logo cedo.

- Madame acorda quero saber como foi ontem o encontro. (Angeline)

Me sentei na cama, ainda tonta pelo sono.

Abri um grande sorriso.

- Foi incrível!!

- O que aconteceu para ser tão incrível? (Angeline)

- Ele se declarou para mim ange, disse que encontrou o que procurava, foi a coisa mais linda que já ouvi.

- Será que ele não está fazendo como o Andrews? (Angeline)

- Ai, nem me fale nesse nome logo cedo - revirei os olhos. - Philip é um presente que recebi de Deus ange, nos seus olhos eu pude ver que estava sendo sincero.

- Espero que esteja mesmo, é tão bom ver a senhora feliz. Ah estava  me esquecendo de algo - fez uma pausa - Essa carta é para você.  (Angeline)

- Para mim? Não pode ser do Philip, não daria tempo de chegar tão cedo. Cogitei.

- Então só pode ser do Andrews.  Disse  Angeline com os olhos arregalados.

- Ange pode me deixar sozinha por um instante?

- Claro madame fique a vontade, com licença. Disse Angeline fazendo uma breve reverência se retirando do quarto. 

Olhei fixamente para aquela carta em minhas mãos, pasma; imaginando qual seria a intenção de Andrews. Rasguei a aba do envelope, tirei de dentro dele a carta e comecei a ler.

Escrevo está carta com meu coração apertado, pois o meu desejo mais profundo era estar junto de você. 

Sei que talvez seu coração nunca será meu. Mas isso não me incomoda nem um pouco, me conformo em simplesmente poder olhar para seus lindos olhos todos os dias da minha vida. E quando não mais poder vê- los, fecharei meus olhos trazendo em minha mente, a ternura que eles me passam.

Meu anjo, é assim que gostaria de chamá- la, porque  você é a essência que trouxe sentido a minha vida vazia.

Em minha alma faz frio, pois só você consegue aquecê- la, sinto  sua ausência, mas meu coração me consola, logo a verei.

Anne nunca deixarei você ir.

Andrews Carther.

Quando acabei de ler amassei a carta com todo o ódio que estava sentindo, e a lancei para longe de mim.

Com os olhos marejados abracei meus joelhos, desconsolada.

- Majestade? disse a senhorita Ruth abrindo a porta.

- Pois não? Disse retomando a postura.

- Alteza todos os empregados estão esperando para a escolha da decoração e do banquete de hoje a noite, será um dia muito especial, pois teremos a presença de todas as autoridades que cuidam das demais províncias. Precisamos da aprovação da senhora.  (Ruth)

- Diga que já estou descendo.

- Obrigada madame. (Ruth)

Lavei meu rosto, peguei a primeira coisa que vi pela frente para vestir e arramei os cabelos.

Estava descendo as escadas, passei pelo quarto do senhor Carther.

A porta estava aparentemente entre aberta, foi só eu passar que ele me segurou pelo braço.

Puxei o meu braço.

- O que você quer?

- Quero que você acelere os processos para o casamento. (Louis Carther)

- Não posso preparar uma festa de casamento sabendo que o povo está passando por apertos lá fora. Preciso de mais tempo.

- Você nem ouse em tentar me enrolar garota, e não se esqueça hoje você me anunciará como seu conselheiro está ouvindo?

(Louis Carther)

- Eu sei o que devo fazer, se me der licença preciso resolver algumas coisas para o jantar de hoje.

- Tenha um bom dia querida.

Disse abrindo um sorriso sarcástico.

Respirei fundo, e segui o meu caminho, a final de contas tinha que fazer com que esse traste pense que estou em suas mãos.

Entrei na cozinha, tinha um aroma tão gostoso de café,  confesso que nunca gostei desse ambiente no Palácio, mas minha mãe adorava, em todas as receitas tinha um tempero dela.

O chefe se apresentou.

- É um prazer imenso ter a visita da senhora aqui.

- Obrigada querido.

- Majestade estamos preparando um prato de Risoto a gorgonzola e noci, e para sobremesa Petit Gateau. O que acha?

- Está perfeito.

Depois da cozinha segui para o salão principal.

- Olá majestade, estamos pensando se a senhora prefere o bordô ou dourado? Disse um dos empregados responsáveis pela decoração.

- Prefiro dourado.

Os floristas traziam lindos arranjos para complementar a decoração.

- Como você vai passar o Natal?

Disse me aproximando de um dos empregados mais velhos do Palácio.

- Majestade, vamos passar em casa mesmo, temos o mais importante que é a presença de toda família, o resto Deus acrescenta, nada tem nos faltado.

- Qual foi a última vez que o senhor e sua família tiveram uma grande ceia?

- Nunca tivemos a oportunidade senhora. Disse cabisbaixo.

- Você e sua família estão convidados para passar o Natal com a gente.

- Alteza não temos nada de adequado para vestir.

- Diga a senhorita Ruth para que lhes preparem algo.

- Por que fui achado merecedor pela minha soberana?

- Porque todo esse tempo você e sua família tem sido fiéis a minha. Eu não posso fazer isso com todos mas quero poder mudar as coisas aí fora. Não acho justo eu estar desfrutando do melhor, enquanto o povo que é leal a mim passe fome.

- A senhora tem um bom coração.

Estávamos no mês de Dezembro, seria o primeiro Natal que passaria sem a presença dos meus pais, meu desejo mais profundo era ter eles comigo, mas se não o posso fazê-lo, ao menos irei cumprir um de seus desejos, estender a mão aos aflitos.

Mais tarde voltei ao quarto para me aprontar para o jantar. Meu vestido tinha o mesmo tom de dourado que o da decoração. Angeline me fez um penteado bem sofisticado com uma tiara de pedras. Minhas jóias eram discretas.

Olhei da escada de cima para o salão estava bem cheio, ao menos não precisaria me preocupar, como Andrews estava distante está noite não teria nenhum  aborrecimento.

Desci para cumprimentar os convidados.

- Vossa majestade está linda. Alguém cochichou perto de mim.

Me virei para ver quem ousaria  elogiar uma dama estando essa noiva, ainda mais sendo a Rainha.

Dou de cara com Philip, com um sorriso estampado no rosto. Não pude resistir, devolvi o sorriso de uma maneira discreta.

- Boa noite minha querida. (Philip)

- Boa noite, por favor Philip, tome mais cuidado, não podemos ficar conversando, poderemos causar uma má impressão.

- Não tenho medo. Disse me encarando.

- Eu sei que você não tem medo mas, Philip esse homem é muito perigoso, tenho medo dele tentar fazer algo com você se descobrir sobre nós.

- Vem comigo. Disse sussurrando.

Ele me levou para o jardim, olhei para trás, para ver se ninguém nos havia seguido.

- Está louco? E se alguém nos pega juntos.

Paramos perto de uma árvore, ele colocou a mão dentro do bolso e tirou uma caixinha.

- O que é isso? Disse curiosa.

- Quero que seja minha noiva. (Philip)

- Philip elas são lindas. Disse olhando para o par de alianças

- Eu sei que você não pode aceitar agora, e nem sei se vai aceitar, mas. Fez uma pausa brincando.

Abri um sorriso.

- Continua..

- Quero que se case comigo, que espere por mim, porque eu esperarei por você o tempo que for preciso.

- Eu amo você. Disse lhe dando um abraço bem apertado.

Ele sorriu

- Eu te amo.  (Philip)

Depois entregou nas minhas mãos a aliança. E eu a escondi por dentro do cinto do meu vestido.

- Precisamos voltar alguém pode desconfiar.

- Está bem. (Philip)

Quando estávamos ainda voltando ao Palácio, bem na entrada alguém me chamou.

- Anne?

A voz era bem familiar.

- Andrews? O que está fazendo aqui? Você não voltaria só na quinta-feira? Disse assustada.

- Sim, mas não pude aguentar a ansiedade de estar com você. (Andrews)

Fiz cara de tédio.

- Fez uma boa viajem?

- Fiz sim, obrigado, esse não é o Príncipe Philip Wilkinson de Norseman? Vocês se conhecem?

Disse Andrews apontando para o Príncipe.

- Olá como vai? Disse Philip estendendo a mão. 

- Philip e eu nos conhecemos a pouco tempo, esqueci de te falar ele salvou minha vida.

- Salvou sua vida? Como assim? (Andrews)

- Semana passada quando eu resolvi ir para a guerra com o meu exército e acabei me perdendo pelo meio do caminho.

- Você foi para a guerra?

(Andrews)

- Sim, mas graças a Deus Philip me ajudou a voltar para o Palácio "sã e salva".

Andrews não estava com uma cara boa.

- Licença majestade, vou cumprimentar os outros convidados. (Philip)

- Fique a vontade.

Fez uma pequena reverência e saiu.

Meu coração disparou.

- Senti muito sua falta. (Andrews)

- Falta de quê? Andrews nós nunca tivemos um relacionamento de verdade.

- Sinto falta das suas cartas, do seu sorriso, nunca mais você sorriu pra mim. (Andrews)

- Você me enganou todo esse tempo e agora quer que eu acredite em você de uma hora para outra?

- Você está certa, me desculpe por pressioná- la, prometo ser o melhor possível. (Andrews)

- Andrews se você quer me mostrar que mudou de verdade, acabe de uma vez com isso.

- Não posso. (Andrews)

- Porque não pode?

Ele virou as costas para mim e saiu andando.

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