Querido Philip, eu lamento não ter falado direito com você ontem, preciso olhar nos seus olhos e dizer toda a verdade. Sua companhia tem me feito muito bem, e sei que posso confiar em você.
Por favor me encontre hoje a noite no jardim.Anne
Entreguei a carta para Angeline.
- Ange tome cuidado.
- Claro fique tranquila. Disse Angeline colocando a carta dentro do bolso.
Passei os olhos pela minha escrivaninha e vi que a senhorita Ruth havia deixado sobre ela a minha agenda com os compromissos para essa semana.
Dentre eles algumas visitas a cidades próximas, para estabelecer relações com outros reinos, um jantar com as principais autoridades de algumas províncias com o fim de fazer novas alianças para a reconstrução de Kalgoorlie e uma reunião com os meus ministros.
Comecei minha segunda- feira com uma dor de cabeça terrível.
Tomei meu café no quarto. Como o dia seria longo, botei um vestido leve, bem soltinho, sapatilhas confortáveis e um par de brincos discretos.Saí o mais rápido possível para não me atrasar. Bati a porta do quarto e quando me virei dei de cara com o Andrews.- Ai que susto!! Está me vigiando?
Ele riu.
- Não, vim me despedir, estou voltando para Murchison, volto na quinta-feira para o jantar com as autoridades.
- Tudo bem. Faça uma boa viagem.
- Obrigado. Fez uma reverência e saiu.
Esperei ele dobrar o corredor para poder descer as escadas e ir para minha sala. Não queria ter mais assuntos para tratar com Andrews Carther.
Chegando na minha sala, logo a senhorita Ruth veio atrás de mim.
- Aí está a senhora. Temos que nos apressar o Rei de Norfolk nos aguarda. (senhorita Ruth)
- Estou pronta. Podemos ir.
[...]
A viagem foi bem longa chegamos em Norfolk por volta das 15:00 hrs.
A guarda se armou desde a saída da carruagem até a entrada do Palácio. Desde o ataque ao meus pais, todas as medidas de proteção estavam sendo redobradas. Eu parecia mais uma criança indefesa do que a Rainha.O palácio estava bem diferente desde a minha última visita ao aniversário de quinze anos da princesa Emily.
- Anne eu estava morrendo de saudade de você, me perdoa não pude ir ao seu noivado.
Disse a princesa Emilly.- Está perdoada, mas e você me conta vai se casar quando?
- Vou me casar no final do mês.
- Está feliz?
- Sim muito, Arthur e eu esperamos isso a vida toda e finalmente esse momento chegou.
Emilly era minha amiga desde a infância, dividimos muitos momentos juntas, ela foi a primeira a saber sobre o meu primeiro beijo, inclusive me encobertou, até hoje nossa amizade era mantida, embora a distância usávamos cartas para nos comunicar.
- E você e o Andrews?
- Ainda não temos data.
- Anne você sabe o que estou querendo dizer, vocês estão felizes? (Emilly)
- Bom, felicidade vem com o tempo né.
- Pare de rodear Anne, ou está feliz ou não, não existe meio termo. (Emilly)
- Não estou feliz, pronto, satisfeita?
- Sim, então porque está fazendo isso? (Emilly)
- Querida pode me deixar à sós com a Rainha? Disse o Rei se aproximando.
- Claro papai. Disse Emilly apertando os olhos me fuzilando.
Ri.
Ufa salva pelo gongo.
Fiz uma breve reverência ao Rei.
- Como você está? (Rei August)
- Estou bem Alteza.
- E como andam as coisas em Kalgoorlie?
- Está sob controle, estou pensando em alguns projetos na área da educação. E a economia anda muito bem.
- Seu pai havia me falado de um projeto para a restruturação do Reino, ele era um homem de visão, sabia do que o país precisava, além do mais era adorado pelo povo, achei bem interessante o que ele havia me dito gostaria de te passar. (Rei Algust)
- Adoraria saber o que ele pretendia fazer.
- Venha até a minha sala vou lhe passar a ideia dele.
Minha reunião com o Rei August, tomou toda a minha tarde, decidi voltar para o Palácio antes de escurecer, para evitar possíveis ataques.
- Anne você ficou me devendo uma resposta. (Emilly)
- Eu ainda estou bem confusa te conto tudo com mais calma, prometo.
- Me escreva. (Emilly)
- Vou escrever sim, já estou com saudades.
Lhe dei um abraço, depois segui para a carruagem.
Os guardas me aguardavam do lado de fora do Palácio.No caminho pensei se Angeline teria conseguido levar a carta ao príncipe e qual seria a reação de Philip ao receber uma carta minha. Estava ansiosa para chegar em casa.
[...]
Subi as escadas correndo, entrei no quarto e dei de cara com a Angeline.
- E aí você entregou a carta?
- Sim madame, e também preparei seu banho, previ que a senhora iria demorar a chegar então adiantei algumas coisas.
- Obrigada querida.
Tomei o banho o mais rápido que pude, abri o closet, separei alguns vestidos, os meus favoritos, mas nada parecia cair bem.
- Ange este está bom?
- Sim ficou lindo. (Angeline)
Enquanto Angeline arrumava meu cabelo eu mesma fazia minha maquiagem.
Parei uma última vez antes de ir me encontar com Philip, de frente para o espelho.
- A senhora está linda garanto, ele vai gostar.
- Ange acha que eu exagerei? Não quero chamar atenção, só quero estar apresentável.
- Sei. Disse Angeline erguendo uma das sobrancelhas.
- Não me olhe com essa cara, estou falando a verdade. Falei séria.
Antes de sair olhei da porta do quarto para ver se não havia ninguém no corredor.
O corredor estava praticamente vazio, no fim dele havia um soldado de plantão, quando passei por ele o mesmo fez uma reverência e começou a me seguir, parei.
- Está tudo bem, eu posso ir sozinha. Disse me virando para ele.
- Me desculpe alteza mas, o senhor Carther me ordenou a acompanhar a senhora em todos os lugares, isso é para sua segurança.
- Eu sou a Rainha aqui, não quero ninguém me seguindo dentro de minha própria casa, por hoje você está dispensado.
Ele pareceu frustrado com minha atitude mas cedeu e ficou pelo meio do caminho.
Quando finalmente consegui sair do palácio, pelas portas dos fundos obviamente, caminhei pelo jardim, a procura de Philip.O lugar estava bem escuro, mas a luz da lua contribuía com a iluminação. De repente meu olhar se encontrou com o dele, estava encostado em uma árvore, sua pele branca parecia atrair o brilho da lua, e seus cabelos negros tão lindos quanto a noite.
Abri um sorriso e segui em sua direção. Minhas mãos começaram a suar, uma sensação estranha a cada passo que eu dava as batidas do meu coração se aceleravam.
Ele se aproximou.
- Boa noite querida. Disse fazendo uma breve reverência.
- Boa noite Philip.
- Então, o que está acontecendo? (Philip)
- Philip o senhor Carther me ameaçou, ele quer que eu me case com o Andrews, e me disse que se eu contar para alguém irá matar o restante da minha família. Nunca senti tanto medo na minha vida. Foi por isso que aceitei essa proposta tão insolente e agora não sei o que fazer.
- Querida não tenha medo, você fez muito bem. (Philip)
- Ãh? Como assim fiz bem?
- É simples, o que é melhor, ter um inimigo diante das suas vistas ou longe? (Philip)
- Entendi o que está querendo dizer, mas e quanto ao casamento não quero me casar com o Andrews.
- Se os Carther querem jogar, vamos entrar no jogo deles.
- Philip, por favor seja claro.
- Querida você precisa fazer com que eles pensem que o jogo está ganho, quando menos esperarem vamos pegá- los.
- Você me garante?
- Eu prometo. Disse segurando minhas mãos.
Senti minhas bochechas queimarem.
- Agradeço por tudo que você tem feito por mim mas, tenho uma pergunta, porque se preocupa tanto comigo? Desde de que você chegou só sei tomar o seu tempo, primeiro no baile com aquele esbarrão, depois na guerra, e mais uma vez hoje lhe trazendo mais preocupações. Você não deveria estar á procura de uma noiva? Sei que posso estar atrapalhando um pouco, me desculpe.
Ele riu.
- Encontrei o que procurava. (Philip)
- Sério Philip? Como ela é?
- Ela é você. Disse Philip mergulhando dentro dos meus olhos.
- O que? Disse confusa.
- Anne, você era o que eu estava precisando, por toda minha vida sonhei em encontrar alguém que me fizesse sorrir, alguém que se importa com as coisas simples da vida, que não liga para títulos, achei isso em você. Eu me apaixono por você a cada dia.
(Philip)Meus olhos se encheram de lágrimas.
- Philip, minha vida está uma bagunça.
Ele soltou uma das mãos e delicadamente pousou sobre o meu rosto
- Eu te ajudo a colocá- la no lugar. (Philip)
Abri um sorriso tímido. Ele me devolveu, aproximando seu rosto do meu, e me beijou.
Acordei pela manhã com a luz do sol invadindo o meu quarto, era aAngeline abrindo as janelas logo cedo.- Madame acorda quero saber como foi ontem o encontro. (Angeline)Me sentei na cama, ainda tonta pelo sono.Abri um grande sorriso.- Foi incrível!!- O que aconteceu para ser tão incrível? (Angeline)- Ele se declarou para mim ange, disse que encontrou o que procurava, foi a coisa mais linda que já ouvi.- Será que ele não está fazendo como o Andrews? (Angeline)- Ai, nem me fale nesse nome logo cedo - revirei os olhos. - Philip é um presente que recebi de Deus ange, nos seus olhos eu pude ver que estava sendo sincero.- Espero que esteja mesmo, é tão bom ver a senhora feliz. Ah estava me esquecendo de algo - fez uma pausa - Essa carta é para você. (Angeline)- Para mim? Não pode ser do Philip,
Nasci em um berço Real, com doze anos soube que não seria o sucessor ao trono, quem o ocuparia era o meu irmão Edgard Wilkinson, sendo assim o meu futuro dependeria de uma boa escolha, meu dever era encontrar uma esposa do mesmo nível de poder aquisitivo.Cresci com meu pai Joseph Wilkinson um nobre ganancioso me dando ordens com respeito a qual mulher eu deveria me casar.- Filho está noite encontre uma bela princesa, faça ela se apaixonar por você e a peça em casamento.- Sim senhor.Não queria que ninguém fizesse escolhas por mim.Odiava ir em bailes as garotas eram muito atiradas, ao todo tive seis noivados e todos terminaram pelo mesmo motivo, não via nelas interesse pela minha pessoa e sim pelo que eu possuía.No auge dos meus vinte anos, decidi tomar minhas próprias decisões.Via minha mãe infeliz pelos cantos, lembrando de um antigo amor, assim como eu ela teve a chance de escolher mas, preferiu ir pelo
Philip foi considerado o melhor cavaleiro dos últimos tempos pela saudosa Rainha Rose Madssey, em tempos de glória do Reino Kalgoorlie.Meu pai o senhor Louis Carther, odiava estar longe dos holofotes, ganância e poder era o que lhe movia. Murchison passava um de seus piores momentos, a economia ia de mal a pior e ninguém queria dar o braço a torcer pelo reino, estávamos caminhando a passos largos para a sarjeta.O único que poderia salvar sua reputação era eu, desde que me tornasse um nobre.Porém havia um empecilho no meu caminho, Philip, que sempre foi o mais querido, tinha a sua disposição as melhores damas, os melhores soldados, tinha tudo o que meu pai desejava, um lugar garantido no trono.Odiava ser comparado com Philip o tempo todo, para ele eu deveria ser o melhor.Como não poderíamos fazer nada contra ele, afinal de contas seu exército era muito poderoso.Meu pai apelou pelo lado mais fraco, Kalgoorlie.
- Alteza está na hora do seu pronunciamento. Disse a senhorita Ruth.- Obrigada Ruth.Caminhei para uma espécie de palco montado no centro do salão principal, antes de começar a falar corri os olhos pelo salão, um silêncio assustador tomou conta do lugar, me aproximei do microfone e iniciei o discurso.- Boa noite à todos, primeiramente agradeço a cada um de vocês por estarem aqui presentes, está noite gostaria de lhes apresentar o meu mais novo conselheiro o senhor Louis Carther.Disse estendendo a mão em sua direção, ele logo subiu ao palco se posicionando ao meu lado, encheu o peito, se mostrando superior. Me cumprimentou com uma reverência e se direcionou ao público.- Boa noite é com grande alegria e satisfação que atendo esse pedido da nossa soberana. - olhou para mim. - abri um sorriso forçado e ele prosseguiu. - Como todos já sabem o reino não está em uma de suas melhores fases, porém o
Ainda chovia muito pela manhã. Planejava cavalgar, mas talvez teria de ficar trancada no Palácio o domingo inteiro. Me levantei da cama, entrei no banheiro para tomar um banho quente para espantar o sono e o cansaço da noite anterior.Antes de descer para tomar meu café da manhã, parei de frente com o espelho da minha penteadeira, observando um foto antiga que eu tinha pego do álbum de fotos da nossa família, era o dia da coroação dos meus pais, minha mãe bem jovem, devia ter uns vinte anos na época, seu semblante mostrava o quanto estava feliz ao lado do meu pai, o fotógrafo pegou um momento em que ele sorria para ela, um amor verdadeiro, eles se completavam. Não sei se terei a mesma sorte.Olhei para a imagem que refletia no espelho, não me via como a Rainha, dentro daquela capa ainda havia apenas uma garota sonhando com um final feliz. No canto do espelho vi Angeline entrar.- Alteza? vim me despedir.
Querida ontem a noite quando cheguei em casa, fiquei sabendo que teria que ir para guerra, não quis te escrever mais cedo porque sei o quanto você é teimosa, e acabaria dando um jeito para ir também. Anne não quero correr o risco de perder a coisa que eu mais amo nessa vida. Nunca perdi nenhuma batalha, não é agora que vai ser diferente, pelo menos é o que eu espero, e tenho o maior dos motivos para voltar, você.Vai dar tudo certo, por favor confie em mim. Lembre-se da promessa que eu lhe fiz nunca te deixarei sozinha. Philip Me levantei um pouco mais cedo do que normalmente estava acostumada. Desci até a cozinha, para tomar o café da manhã, me lembrei de olhar atrás do mural, para ver se Angeline havia deixado alguma informação para mim. A carta estava escondida no lugar em que eu havia combinado.Não havia ninguém na cozinha, além do cozinheiro chefe, mas ele estava muito ocupad
Já não conseguia esconder minha preocupação, pensei em escrever uma carta para Norseman. Mas desisti ao ver meus soldados se aproximarem do palácio pela janela do meu quarto.Um fio de esperança brotava em meu peito. Desci as escadas depressa, finalmente teria alguma notícia de Philip.Passei pelo salão principal, com um sorriso no rosto. De longe os avistei atravessando os portões. Aparentemente estavam bem, corri na direção do general.- Alteza. Disse o general fazendo uma reverência.- Senhor Peter todos os nossos soldados estão bem? Perguntei até chegar no ponto onde queria. - Estamos exaustos mas, graças à Deus estamos bem, todos vivos.- Que bom general, isso é ótimo. - disse aliviada. - Fiquei sabendo que os soldados de Norseman também foram, tem notícias deles?- A única coisa que sei é que eles foram vítimas de uma emboscada, nós íamos fazer o mesmo traj
Acordei com um cheirinho de café que tomava conta do quarto, Amélia era muito atenciosa, havia deixado meu café em cima criado-mudo ao lado da minha cama.- Bom dia majestade.- Bom dia Amélia, obrigada pelo café.Minha boca se encheu de água ao ver aquela bandeja farta cheia de variedade de pães e bolos.- Pra quê tudo isso Amélia, não vou conseguir comer tudo isso sozinha. Falei sorrindo.- Desculpe madame.- Tudo bem, e você já tomou café?- Eu estou indo tomar agora. (Amélia)- Toma junto comigo.Ela assentiu.Depois do café da manhã, desci até a sala da senhorita Ruth, precisava de alguma forma ocupar a minha cabeça.A ausência de Philip agora teria dos sentidos, ou algo lhe teria acontecido na guerra, ou talvez tivesse desistido de mim, para ficar com Khristine.Recuei ao ver qu