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Capítulo 5

Ainda na sala de reunião.

- E tem mais, me reserve um quarto aqui no Palácio, quero te observar de perto, e que ninguém desconfie de nosso trato. Disse o Duque de Murchison.

- Como quiser. Falei seca.

Ele abriu a porta como se nada tivesse acontecido.

- Boa noite Majestade. Fazendo uma pequena reverência.

- Boa noite.

Estava prestes a desabar, aguentei firme até chegar ao meu quarto.

Subi as escadas segurando as lágrimas. Entrei no quarto, fechei a porta e me joguei na cama, agarrando o travesseiro para abafar o som, chorava muito, entre um soluço e outro Angeline apareceu para verificar se eu precisava de alguma coisa, ela fazia isso todas as noites antes de dormir.

- Majestade? O que houve? Disse Angeline com os olhos arregalados.

- É o fim ange, estou perdida.

- Porque está dizendo isso? (Angeline)

- O que vou lhe dizer ninguém mais pode saber.

- Claro, a senhora pode confiar em mim. Disse Angeline se sentando ao meu lado na cama.

- O senhor Carther me ameaçou, ele quer ser meu conselheiro e quer me forçar a me casar com seu filho Andrews Carther.

- Meu Deus!!

Disse Angeline com as mãos sobre a boca.

- E agora o que eu vou fazer? É uma bomba atrás da outra. Quando penso que vou conseguir colocar as coisas no lugar, vem alguém e destrói tudo de novo.

- Tenha calma madame, tenho certeza que a senhora encontrará uma solução para isso. Disse me dando as mãos.

- Obrigada querida, agora me faça um favor prepare o meu banho e arranje um quarto para aquele traste.

- Está bem, licença.

Logo após tomar o banho, fiz uma última refeição, e caminhei até a minha escrivaninha, peguei algumas folhas de papel em branco que estavam dentro de uma gaveta, depois de tocar piano escrever era o meu porto seguro, antes de saber que seria a futura Rainha de Kalgoorlie, sonhava em tocar as pessoas com meus poemas de amor, embora nunca tivesse a sensação de um amor verdadeiro, eu amava observar como meu pai tratava minha mãe, ele adorava escrever para ela. Li alguns de seus poemas, no começo os meus eram bem parecidos com os dele. Até Andrews Carther aparecer me levando para novos horizontes, me fazendo ter minha própria visão sobre o amor. Só que acabou.

Já não tinha motivos para escrever coisas bonitas, então rascunhei os sentimentos mais profundos que haviam dentro de mim.

Quando fecho os olhos, te vejo em minha mente.

Quando abro os olhos, procuro o inexistente.

Quando fecho os olhos, os momentos.

Quando abro os olhos, meu lamento.

Quando fecho os olhos, me lembro de você.

Quando abro os olhos, só me resta o querer.

[...]

Pela manhã levantei um pouco mais cedo, aquela papelada toda ainda estava em cima da minha cama, coloquei meus rascunhos embaixo do meu travesseiro. E desci para tomar meu café da manhã.

Todos os criados estavam jogando conversa fora, ao me verem, todos retomaram a postura. Achei aquilo engraçado.

- Bom dia. Disse com um sorriso no rosto.

- Bom dia Majestade. Disseram em uníssono.

Logo apareceu a senhorita Ruth.

- Madame parabéns pelo noivado.

- Obrigada, mas como está sabendo? Disse erguendo uma das sobrancelhas.

- O senhor Carther me pediu para cuidar dos preparativos para a festa de hoje.

- Festa?

- Sim para o pronunciamento do seu noivado.

- E quanto a minha agenda?

- Todos os outros compromissos foram cancelados.

- Quem foi convidado?

- Todos os nobres senhora, e se me permite preciso me retirar ainda falta muita coisa para acertar ainda. Licença. Disse saindo apressada.

Depois do café da manhã. Resolvi andar pelo Palácio, havia muita movimentação, os criados iam de um lado para o outro, decorando o Palácio, preparando os pratos que irão ser servidos, ninguém parecia me notar.

Do lado de fora do Palácio estava um dia lindo, o sol brilhava intensamente, estávamos na Primavera, vários tipos de flores decoravam o nosso jardim, para mim, o melhor lugar do palácio.

- Parabéns Majestade. Disse o jardineiro.

- Obrigada. Sorri amarelo.

Parece que a notícia havia se espalhado por todo o Reino.

- Alteza o que está fazendo aqui fora? A senhora precisa se aprontar para a festa.

(Angeline)

- Preciso mesmo ir?

- Sim, estão montando uma linda festa, seu vestido está maravilhoso. (Angeline)

- Obrigada ange, eu já vou, deixa- me só aproveitar um pouco mais o pequeno tempo que ainda tenho de liberdade.

- Claro, como desejar. Angeline fez uma breve reverência e saiu.

Passei um tempo no jardim, deitada na grama olhando para o céu me lembrando de como minha vida era perfeita, dos momentos em que eu e minha família parava para observar os desenhos que as nuvens formavam, dos piqueniques, de como éramos felizes juntos.

Voltei rapidamente antes que alguém viesse atrás de mim.

Passei pelo salão principal, estava ficando lindo, os criados estavam se empenhando muito, não se via ninguém parado.

Subi ao meu quarto com o coração apertado, passei os olhos sobre a cama, onde estavam o vestido, um par de brincos e um colar.

Fui para o banho que foi preparado de uma maneira muito especial com a essência da Mirra, a essência da força segundo Angeline. E força era o que eu mais precisava naquele momento.

Depois do banho minhas criadas me ajudaram com o vestido, um modelo rosa bem ajustado na cintura, e com leves babados, uma costura fina. No meu cabelo fizeram um coque com fios desconectados, mas bem sofisticado e a franza prenderam com um grampo atrás da orelha, porém ela caía delicadamente sobre o meu rosto.

Ostentava um belo colar de diamantes, e um par de brincos.

Enquanto Ruth fazia os últimos detalhes da minha maquiagem alguém bateu na porta.

A voz era bem familiar.

- Madame o senhor Andrews quer falar com a senhora. (Angeline)

Respirei fundo.

- Peça para ele entrar.

- Obrigado, você poderia nos deixar a sós por favor? Disse Andrews se virando para Angeline.

- Sim me desculpe, licença.

Disse Angeline fazendo um breve reverência.

Andrews se aproximou.

- Você está linda. (Andrews)

- Diga logo o que você deseja?

- Quero que as coisas entre nós possam ser diferentes.

Ri

- Diferentes? Tão simples pra você não? Disse sarcástica

- Eu sei que você está machucada, mas podemos recomeçar, eu errei mas...

O interrompi.

- Andrews bem que eu gostaria de acreditar nesse seu lindo discurso, você me tinha na palma de suas mãos, meus sentimentos, meus planos, mas me deixou cair.

- Estou arrependido, eu quero te reconquistar, me dê uma chance, vou te mostrar.

Disse olhando dentro dos meus olhos.

- Agora é tarde, e eu ainda estou juntando os pedaços da bagunça que você deixou em mim.

- Já que é assim, tudo bem, mas meu pai não irá facilitar as coisas você sabe disso, eu tentei evitar das coisas serem mais difíceis, mas você não quer, então vamos descer para a festa.

- Vamos.

Quando começamos a descer as escadas, fomos recebidos com uma salvá de palmas. O salão estava cheio, a decoração estava deslumbrante.

No meio da multidão percebi que alguém me observava, rapidamente olhei, aquilo estava me incomodando. Era o Príncipe Philip ele parecia confuso. Desviei o olhar.

- Anne sorria, fale alguma coisa, o que as pessoas vão pensar com você com essa cara amarrada.

Fiz cara de tédio.

Ao pisar no salão a família Carther veio me parabenizar.

- Madame a senhora está linda, é um prazer conhecê- la, vocês formam um belo casal, fico feliz pelo meu filho ter escolhido tão bem. Disse a senhora Karoline Carther.

- Obrigada.

- Anne parabéns pelo noivado, não sabe como estou feliz por você. Disse a Rainha Katherine

- Obrigada por estar aqui.

- Anne?

Me virei para ver quem havia me chamado, tinha muita gente naquele lugar.

- Aqui.

Era o Príncipe Philip, abriu um grande sorriso ao me ver.

Ele fez uma reverência. E se aproximou.

- Você está linda. (Philip)

- Obrigada. Disse sem graça.

- Não entendi? É isso mesmo você está noiva?

- Sim. Disse cabisbaixa.

- Está feliz? (Philip)

- Porque está me perguntando se estou feliz?

- É porque não há brilho nos seus olhos, não há vi sorrindo em nenhum momento, Tá tudo bem? (Philip)

Assenti com a cabeça.

- Olha eu preciso cumprimentar os outros convidados, licença. Disse tentando fugir do assunto.

- Claro, parabéns.

Percebi que ele ficou chateado, por não ter sido sincera com ele.

Meus olhos se encheram de lágrimas ao me retirar.

" Senhoras e senhores vamos nos preparar para o baile real"

Nos encaminhamos até o centro do salão para a valsa.

Andrews me estendeu a mão, me conduzindo em cada passo. A primeira valsa dançamos sozinhos, depois os outros se juntaram à nós.

Cuidadosamente passava os olhos sobre o salão, a fim de encontrar Philip. Não o vi mais depois da nossa conversa.

- Algo lhe preocupa? (Andrews)

- Porque quer saber? Não é do seu interesse, me deixe em paz.

Quando tudo aquilo acabou, voltei para o meu quarto. Como de costume Angeline passou pelo meu quarto, e estava curiosa quanto a festa.

- Madame como foi? (Angeline)

- A festa estava linda fiquei feliz em ter esse lugar cheio, mas algo está me incomodando.

- O que lhe incomoda? (Angeline)

- Acho que não fui sincera com um amigo.

- Por acaso é o Príncipe Philip? (Angeline)

- Angeline!!!

Rimos

- Sim é ele.

- Porque a senhora não escreve para ele?

- Mas e se o senhor Carther desconfiar.

- Pode contar comigo, eu entrego a carta. (Angeline)

- Ange ninguém pode saber da procedência dessa carta está bem? Seja o mais discreta possível.

- Sim senhora.

Assentiu com a cabeça.

- É um prazer ajudar a senhora. (Angeline)

Fez uma reverência e saiu.

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