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Capítulo 4

A tropa já estava pronta, todos os soldados me aguardavam do lado de fora do Palácio. 

Minhas criadas ficaram espantadas com a decisão que havia tomado, nenhuma delas estava de acordo. 

Porém foi a única solução que encontrei para mostrar ao nosso povo que não seria mais uma Rainha.

- Majestade a guerra não é lugar para mulheres, a senhora corre risco de vida, sabemos que muitos soldados vão e não voltam. Alteza ainda dá tempo de voltar atrás. A senhora não precisa fazer isso. Por favor fique.

Disse Angeline com um olhar aflito. 

- Ange eu fiz sei meses de treinamento militar no exército feminino, sei o que estou fazendo e além do mais já pedi à Deus para que fosse comigo. Tudo dará certo.

Disse segurando uma de suas mãos para lhe passar um pouco de segurança. 

- Minha senhora, o treinamento é bem diferente da realidade, a madame entendi o tamanho do perigo? existem muitas armadilhas, se algo lhe acontecer? 

- Já tomei minha decisão. Como já disse não vou voltar atrás. 

"....se perecer, pereci." Ester 4.16

Montei ao cavalo, meu Deus como aquela armadura era pesada. 

A tropa se preparou para partirmos, aproximadamente dois mil homens. Antes de partir olhei para trás acenando para os que ficaram. 

Meu coração estava apertado, por dentro sentia muito medo. Mas deixei tudo para trás. Saímos assim que o comandante deu as ordens. 

Seguimos uma trilha fechada, em um ritmo acelerado, pelo caminho haviam troncos de árvores e muitos galhos. 

O general percebeu um foco de incêndio vindo da região Sul era um sinal de que haviam inimigos naquela região.

- Soldados seguiremos para o Sul. Gritou.

No meio do caminho fomos surpreendidos com um exército inimigo que estava na redondeza.

- Ataquem!!! Disse o general

Partimos para o ataque, desembainhei a minha espada.

E me protegi com o escudo. 

Na minha mente passou um filme, a morte dos meus pais, as palavras daqueles que não acreditavam em mim, a traição de Andrews. O que despertou em mim uma grande indignação.

Um dos homens veio para cima de mim com sua espada, me desviei e sem piedade o feri. 

Outro apareceu e tentou me atingir com sua espada, consegui desviar porém ele atingiu meu braço. Por sorte um dos nossos soldados o atacou. 

- A senhora se feriu? Disse o soldado que me defendeu.

- Sim mas nada grave. Obrigada.

- Alteza precisamos voltar a trilha. A senhora pode ir na frente vou verificar se há mais alguém ferido. 

- Tudo bem. 

Já estava com fome, com sede, cansada. 

- Nós já vamos viu meu amor, deixa só eu descobrir o caminho de volta. Disse para o cavalo 

Só faltava essa, ficar perdida no meio da floresta.

Ouvi um barulho, minha única reação foi apressar o cavalo, saí em disparada. De repente alguém lançou uma tocha na minha direção, fazendo com que o cavalo se assustasse, acabei caindo. 

Aqueles homens vieram até a mim, com armas nas mãos, prontos para atacar. 

- Não!!! Disse o Príncipe Philip Wilkinson. 

Os seus soldados se imobilizaram. 

- É uma mulher. (Philip)

Ele ainda não tinha visto que se tratava da Rainha de Kalgoorlie. 

Se aproximou. 

- Anne? O que está fazendo aqui? 

Disse me estendo a mão. (Philip)

- Estou lutando pelo meu povo. 

Ele riu.

- Sozinha? (Philip)

- Não, eu me perdi dos meus soldados. 

- Junte- se a nós vamos levá- la para o palácio em segurança. (Philip)

- Não!!! Me ajude a achar os meus soldados, não terminei minha missão.

- De forma alguma, você vai voltar para o palácio, guerra não é lugar para mulheres, e pelo que vejo você já está ferida. (Philip)

- Isso aqui não é nada. Disse apontando para o ferimento do meu braço. 

- Anne você não pode ficar aqui, sua vida está em perigo. Ele disse olhando dentro dos meus olhos, segurando firme meus braços. 

- Por favor Philip é importante para mim, não vejo outra forma de mostrar ao povo que sou capaz de cuidar do Reino. Assim como meus pais o fizeram. 

- Anne se algo lhe acontecer me sentirei culpado. Ao menos me permita ir com você. 

- Está bem. 

Consenti.

Ele abriu um sorriso reconfortante.

Depois me ajudou a montar ao cavalo e voltamos à procura dos meus soldados.

Cavalgamos muito, por horas. Cheguei a pensar que meus soldados haviam me deixado para trás. 

- Anne você está pálida, está se sentindo bem? Por acaso você se alimentou direito? 

- Eu.

Apaguei....

[...]

- Ela acordou!! 

Disse a senhorita Ruth.

- Onde estou? 

- Majestade a senhora está em casa. 

- Quem me trouxe?

- Foi o Príncipe Philip Wilkinson de Norseman. 

- Ele está aqui?

- Sim, está no salão principal. 

- Fale para ele vir até aqui.

- A senhora deve se alimentar primeiro. 

Me esforcei para me sentar. Senti um pouco meu braço. As criadas haviam feito um curativo enquanto estava desacordada.

- Alteza aqui está sua refeição. 

Disse Angeline trazendo um prato com sopa, como estava muito tempo sem me alimentar, não poderia ingerir alimento sólido. E um suco natural.

- Obrigada. Disse estendendo as mãos.

- Ela já acordou?

O Príncipe perguntou na porta do meu quarto para a senhorita Ruth.

- Sim, está se alimentando. (Ruth)

- Posso vê- la?

Ela veio até a mim.

- Alteza o Príncipe quer saber se pode lhe ver?

- Claro, peça para ele entrar.

Ele entrou e ficou em pé de frente para minha cama. 

- Como está se sentindo? (Philip)

- Estou bem, muito obrigada por ter me trazido. 

- Você me deu um susto, nunca mais faça isso. (Philip)

Ri.

- Me perdoe. 

- Está perdoada. Mas não faça de novo uma coisa dessas.

- Se for preciso morrer pelo Reino então eu o farei, já não tenho nenhum motivo para viver, se pudesse trocar tudo isso que eu tenho ( me levantei indo em direção a sacada do meu quarto, estendo a mão para o lado de fora do Reino) - Para morar como o povo mas tendo a minha família de volta eu trocaria. 

Philip se colocou do meu lado.

- Sinto muito pela sua família. (Philip)

Me virei para ele.

- Você já se sentiu como uma peça de um jogo? No qual mandam no que você deve ou não fazer, no que você deve ou não sentir. É assim que eu me sinto. Apenas uma peça. 

- Você não é a única a se sentir assim, meus pais fazem isso comigo o tempo todo. 

(Philip)

- Pelo menos você tem eles, eu me sinto muito sozinha. 

- Por que não procura um amor? Sugeriu Philip.

- O que você sabe sobre o amor? 

Disse erguendo uma das sobrancelhas.

- Bom, não sei muita coisa. Acho que nunca tive um amor verdadeiro. E você? Disse dando voltas ao meu redor andava de uma maneira graciosa, elegante.

- Amor é uma palavra desconhecida do meu dicionário.

- Mas pode encontrá- la. Disse me encarando. (Philip)

Senti meu coração acelerar. 

- Como posso amar se tenho medo de me apaixonar? Disse desviando o olhar.

- Não tem medo de ir para a guerra, mas teme um sentimento tão sublime? (Philip)

Abri um sorriso tímido.

- A guerra feri do lado de fora onde é mais fácil de curar, o amor feri dentro.

- Alteza? Licença o senhor Carther chegou e deseja falar com a senhora. Disse a senhorita Ruth. 

Olhei para Philip.

- Preciso ir também. (Philip)

- Ruth diga que eu já desço.

Ela fez uma reverência e se retirou.

- Obrigada pelo dia de hoje. Disse abrindo um sorriso. 

Ele me devolveu.

- Eu que agradeço, admiro sua garra, de todas as belas princesas que conheci em nenhuma encontrei a essência que há em você, torço para que encontre alguém que lhe faça feliz.

Disse segurando minhas mãos.

- Desejo o mesmo.

Nossos olhos se encontraram.

- Vou levá- lo até a porta.

Descemos as escadas meus olhos se cruzaram com os do senhor Carther, ao ver o Príncipe caiu o seu semblante, um ar de raiva.

- Boa noite senhor Carther. Disse o Príncipe ao se retirar.

O levei até a porta, ele fez uma breve reverência e saiu.

Me voltei ao Duque.

- O que o senhor deseja?

- Alteza podemos ir até a sala de reunião?

- Claro.

Ele abriu a porta. Em seguida a fechou, e ficamos a sós.

- Recebeu os meus presentes?

- Se está falando da carta e do vestido sim. Mas gostaria de saber o porquê deles.

- Bom, é simples.

Disse ele se aproximando.

- Apartir de hoje serei seu conselheiro, e o vestido é para o seu noivado com meu filho.

- Está louco, nunca alguém como você será meu conselheiro.

Ele me pegou pelo braço.

- Escute aqui sua garota mimada, você vai fazer o que eu estou mandando, se não irei te matar, e ninguém poderá saber desse nosso trato, se chegar aos ouvidos de alguém o resto da sua família será aniquilada. 

- Você é imundo.

- Sabia que iria concordar. (Duque)

Continua....

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