Alexander
Olho para Emma e Olivia, não consigo evitar o pensamento de que a morte de Layla é culpa nossa. Nós três somos responsáveis pelo amor da minha vida não está mais respirando. Por que elas tinham que ser tão parecidas com a mãe delas? Vai me lembrar todos os dias que eu tive amor e perdi. Logo escuto as vozes lá fora, minha mãe, meu pai, minha sogra, meu sogro, minha irmã e meu cunhado, todos estão do lado de fora do quarto. Meia hora atrás eu estava lá fora falando com a médica. Estava indignado com o fato deles não terem explorado mais opções para salvar a minha esposa. E agora estou aqui com a família lá fora prestes a entrar e me perguntar o que aconteceu. — Alexander? — minha sogra veio até mim e começou a socar meu tórax — Onde está a Layla? Cadê a minha filha? — Você está ficando louca? — minha mãe empurra Louise e fica entre nós dois — Não b**e no meu filho, ele não tem culpa de nada. Minha mãe, me defendendo? Isso para mim é novidade. Ela não faz isso, nunca fez. Ela olha para as gêmeas e pega Emma no colo, minha irmã, Isadora, pega Olivia. — Eu sinto muito, meu irmão. Já escolheu os nomes delas? — Emma, no colo da nossa mãe, Olivia, no seu colo… Layla escolheu os nomes! — Onde está a minha filha? — Louise grita e Jonas, seu marido, a abraça. — Se continuar gritando perto das minhas netas vou mandar os seguranças te expulsar daqui. — Minha mãe fala olhando para Louise. Eles estavam todos olhando para mim com expectativa e tristeza, menos minha mãe que estava com seus olhos analisando as gêmeas. — Eu sei que vocês estão todos curiosos sobre o que aconteceu com Layla. — falo tentando encontrar as palavras certas. — E eu estou aqui para contar a vocês. Louise se aproximou de mim atenta a cada palavra minha, eu sei que ela só queria a filha, viva. — Alexander, nós estamos aqui e queremos saber o que aconteceu com a nossa querida Layla. Eu respirei fundo e comecei a contar. — Layla teve complicações durante o parto… as bebês estavam crescendo de forma anormal e estavam colocando a vida dela em risco. Jonas começou a caminhar pela sala sabendo que ouviria o que não queria ouvir. — E o que os médicos fizeram? — Louise perguntou. — Eles fizeram tudo o que podiam para salvar a vida dela… — tentei controlar a vontade de chorar — Mas infelizmente, não foi possível. Minha sogra começou a chorar, eu me encostei na parede me sentindo derrotado — Eu sinto muito, sei que isso é difícil para vocês, mas também não está sendo fácil pra mim. Meu sogro se aproximou de mim e me deu um abraço. — Nós estamos aqui para você, Alexander. — Jonas fala sem saber que teve a minha mão na morte da sua filha — E para as nossas netas. Eu sorri, mas não queria, queria acordar desse pesadelo. — Obrigado. Eu preciso de vocês agora mais do que nunca. Nós passamos o resto do dia juntos, chorando e lembrando da Layla, o peso do que eu fiz martelando na minha mente. O momento da despedida chegou, preferi cremar minha esposa para levá-la para casa comigo. Farei um santuário para ela no jardim, ela amava ficar lá por horas olhando as flores. Depois do velório e de assistir a única mulher que amei ser enfiada dentro de um forno para depois me entregarem uma pequena urna com o que sobrou dela dentro fui para casa. Dei a ordem para construírem o mausoléu para Layla e voltei para o hospital. As gêmeas precisam ficar no hospital por mais dois dias. Ao voltar para casa com as minhas filhas, Isadora se ofereceu para me ajudar com elas. Meu cunhado, Emílio, não foi contra e se mudou para a minha mansão com a minha irmã. — Alexander, já faz uma semana. Precisa parar de beber e visitar suas filhas no quarto delas. Ficar aí bebendo e olhando para a urna da Layla não vai trazê-la de volta. — Isa tira a garrafa e o copo das minhas mãos. — Me devolve, Isa… — eu tento me levantar, mas estou bêbado demais — Devolve, droga. — Não! — ela j**a a garrafa no lixo — Você não está indo trabalhar deixando tudo nas mãos do seu vice, bebe feito um alcoólatra e não foi ver suas filhas desde que chegamos. Layla deve estar decepcionada com você. — Não fala dela… — tento ficar de pé — Não fala dela! É tudo culpa minha. Caio de joelhos e começo a chorar. Lembro do documento que assinei assumindo a responsabilidade do que iria acontecer com ela… eu fui seu assassino. — Não controlamos quem vai ou quem fica nessa vida, Alex. Você tem duas filhas lindas que precisam do pai delas… sóbrio. Isa me deixa sozinho, eu deito no chão e fico olhando para o teto. Me arrasto até chegar no meu quarto e quando chego lá vejo o notebook que Layla usava para salvar os vídeos que começou a fazer no início da gestação. Coloco o primeiro para rodar e deito na cama, acabo rindo, nesse primeiro vídeo nós estávamos pintando o quarto juntos e tudo estava desastroso. As risadas dela e o som da sua voz me fizeram dormir, foi a primeira noite que eu dormi por mais de uma hora depois que ela se foi. Os meses foram passando e minha irmã descobriu que estava grávida. Quando as gêmeas completaram seis meses, minha irmã veio falar comigo. — Eu sei que estava contando comigo para cuidar das gêmeas até uma certa idade, mas descobri que a minha gestação exige repouso absoluto e não vou mais poder te ajudar. — Isa, o que eu vou fazer agora? Não sei cuidar nem de mim. — Calma, meu irmão, eu já cuidei disso para você. Liguei para uma conceituada agência de Babás e amanhã de manhã eles vão enviar uma para cá. — Quer que eu confie numa estranha para cuidar das minhas filhas? — Você precisa de ajuda! Nesses seis meses, se você se aproximou delas por pouco mais de dez minutos foi muito. Agora vou subir e deitar um pouco, amanhã no final do dia depois de passar tudo para a nova babá vou voltar para a minha casa. Minha irmã sai do meu escritório e me deixa sozinhos… eu não quero uma estranha dentro da minha casa.SofiaAs coisas em casa não vão ser as mesmas, sei disso. Eu não imaginava como era perder alguém que se ama, tenho toda a minha família viva e saudável.Tobias entrou em casa e ficou um tempo parado olhando para a porta do quarto do nosso filho. Pensei que ele não iria sair dali até que ele se vira para mim e confessa:— Não dá, vou ficar uns dias na casa da minha mãe… se precisar de alguma coisa pode ligar.— Tobias, não faça isso comigo. Eu também estou sofrendo, mas sei que temos que…— Continuar? Seguir em frente? — ele passa as mãos no rosto — Ouvir isso agora não ajuda, Sofia.Tobias entra no nosso quarto e eu o sigo. Vejo ele arrumar uma mochila com poucas roupas e a esperança de que seja apenas poucos dias cresce em mim.Dói ver que vou passar por isso sozinha. Eu não sei o que dizer para o meu marido pra fazê-lo entender que isso não é justo, que ele está sendo egoísta… mas como dizer a alguém que está de luto que sua atitude está errada?Tobias vai para a casa da mãe dele s
AlexanderNão acredito que a Isa me convenceu a colocar uma estranha dentro da minha casa para cuidar das minhas filhas. E o pior de tudo: eu terei que entrevistá-la porque minha irmã acabou de me avisar que não está se sentindo bem.Termino minha reunião e vou para a sala receber a tal Sofia Rodriguez. Quando piso na sala e a vejo de costas meu coração acelera. Ela está usando um vestido preto de alças finas, seu cabelo preto cai em ondas até o meio das costas.— Sofia Rodriguez? — Ela se vira para mim e meu coração para de vez, parece que eu esqueci como se respira e meu corpo reage ao dela de um jeito que não deveria.Os olhos dela, seus lábios tentadores, seus seios visivelmente macios. Por que ela tinha que usar um decote? Minha boca começa a salivar. Droga, Alexander, tinha que se sentir atraído pela babá?— S-sim? — A voz dela me deixa ainda mais excitado, que merda, carência sexual agora não.— Me siga até o meu escritório, por favor!Caminhamos em silêncio, eu tento controlar
SofiaEstou feliz por conseguir o emprego, mas o que foi aquilo com o senhor Thompson? Sofia, é só carência, seu marido não te toca há meses. Você só precisa seduzir seu marido que tudo vai ficar bem.Quando chego em casa pego uma cena que dói na minha alma, Tobias está completamente embriagado caído no chão da sala. Olho para o senhor Willes e falo:— Diga para o senhor Thompson que irei assim que amanhecer, ainda preciso devolver os dinheiro da passagem que depositaram para mim já que vou passar a maior parte do tempo na mansão.— Senhora Martinez, o senhor Thompson gosta que suas ordens sejam cumpridas. Mas a julgar pelo estado do seu marido, vou passar para ele.— Obrigada.Assim que o motorista sai tento colocar Tobias de pé, arrasto ele até o banheiro do nosso quarto, fico de calcinha e sutiã e tiro toda a roupa dele. Coloco o chuveiro no frio e ligo.Com muita força de vontade consigo colocar ele embaixo do chuveiro que geme. Levanto a cabeça dele para que a água bata em seu ro
Alexander Estou sentado na minha sala com uma certa ansiedade, não sei de onde saiu isso. Vou para a quarta dose do meu uísque favorito quando meu motorista entra… sozinho.— Onde está a senhora Rodriguez? — Pergunto ao me inclinar para frente.— Senhor Thompson, o marido dela estava desmaiado na sala quando chegamos lá, ela disse que virá cedo amanhã!— Essa mulher precisa saber que gosto que cumpram minhas ordens. Pode ir, não vou precisar de você por hoje.Continuo na sala, bebendo, não quero ir para o quarto agora. Na minha mente passa uma novela da minha vida perfeita que não tenho mais. Quando a garrafa não tinha mais nada para me oferecer, a porta da frente se abre e Sofia entra.A princípio a vi assustada, até que me aproximei e a vi de um jeito que não estava quando saiu daqui mais cedo. Ao descobrir a razão para ela estar com marcas roxas e o lábio cortado me deixou furioso.Ela é tão pequena, frágil, como o homem que deveria amá-la e respeitá-la faz essa atrocidade com ela
SofiaAs gêmeas são lindas, acordam sorridentes. Fico curiosa quando vejo que na roupinha de cada uma tem bordado seu nome e uma linda pulseira de ouro com seus nomes nelas. Olho para Isadora que está sentada e pergunto:— Como sabem quem é quem? Sei que tem pulseiras e as roupas com os nomes bordados, mas no momento do nascimento quem nasceu primeiro?— Emma foi a primeira a nascer, diferença de cinco minutos para Olivia. Layla planejou tudo desde o início para que ninguém as confundisse.— Você manteve alguma rotina com elas? Quer que eu as siga?— Faça do seu jeito, a única coisa que não conseguiremos mudar são as horas das mamadeiras, elas são dois reloginhos.— Ok… Olívia está mais agitada, vou cuidar dela primeiro. Pode ficar de olho na Emma?— Claro que sim, daqui a pouco alguém vai subir com as mamadeiras.Pego Olivia e vou para o banheiro com ela, o banheiro é todo equipado para cuidar das bebês. Coloco Olívia deitada em cima da mesa que está forrada com um colchonete fino e
AlexanderEu me sento em minha cadeira, olhando pela janela do meu escritório em Nova York, e sinto um orgulho imenso ao pensar na empresa que eu fundei há 15 anos. A Thompson Hospitality Group, ou THG, é uma líder no setor de hospitalidade, com uma presença global em mais de 20 países.Eu me lembro dos dias em que tudo começou, quando eu tinha uma visão de criar uma empresa que oferecesse experiências únicas e personalizadas para os hóspedes. Hoje, a THG opera uma variedade de hotéis de luxo, resorts e propriedades de vacância, incluindo as nossas marcas: Grand Thompson Hotels, Thompson Resorts, Thompson Villas e Thompson Boutique Hotels.Nossa equipe de mais de 8.000 funcionários em todo o mundo trabalha arduamente para garantir que cada hóspede tenha uma experiência inesquecível. Além disso, estamos comprometidos com a sustentabilidade e a inovação, sempre buscando maneiras de melhorar nossos serviços e reduzir nosso impacto ambiental.Eu sinto que a THG é mais do que apenas uma em
SofiaDois dias… fazem dois dias que estou aqui na mansão. Isadora já foi embora com o seu marido e agora estou sozinha com as gêmeas. Pensei que não daria conta por serem duas crianças, mas elas são tão boazinhas.Não choram, são sorridentes e sempre reagem às histórias que conto para elas como se pudessem entender cada palavra minha.Uma coisa que achei estranho, a última vez que vi o senhor Thompson foi na madrugada que cheguei aqui. Parece até que ele não existe ou não mora aqui. Observei também que ele não vem ver as filhas.Mas Isadora me contou que ele vive com o tablet que está conectado a babá eletrônica nas mãos olhando elas. Isso quer dizer que ele também vê como cuido delas e acho que isso é bom. Sinto meu celular vibrar e quando leio a mensagem meus olhos se arregalam.— “Sofia, vem pra casa hoje mesmo! Por sua causa fiquei desacordado na porra de um hospital por dois dias. Fui espancado por algum desgraçado a mando seu só porque peguei um pouco mais pesado na cama com vo
Alexander Depois de chegar em casa me esgueirando pelos corredores para que ninguém me visse do jeito que eu estava, bêbado e desarrumado, entrei no meu quarto. Depois que sai da delegacia eu só pensava em voltar e me entregar, mas ao invés disso fui para o bar.Briguei com o Larry porque não me deixou beber mais. Em casa, me joguei na cama do jeito que estava e fiquei naquela posição por meia hora até que levantei e tomei um banho.Apenas enrolei a toalha na minha cintura e peguei o tablet, precisava ver minhas filhas. Mas a cena que eu vi me fez chorar, vi Sofia praticamente sendo uma mãe para as gêmeas e minha mente alcoolizada trocou Sofia por Layla.Me sentei na cama, com uma das mãos na boca tentando cobrir um soluço de choro enquanto a imagem transmitida no tablet não era real, aquela não era a Layla, mas eu queria que fosse.Deitei, apoiei o tablet no travesseiro e fiquei olhando até adormecer. Quando despertei a noite já estava atenta lá fora, olhei para o tablet e vi Sofia