Capítulo 7

Alexander

Olho para Emma e Olivia, não consigo evitar o pensamento de que a morte de Layla é culpa nossa. Nós três somos responsáveis pelo amor da minha vida não está mais respirando.

Por que elas tinham que ser tão parecidas com a mãe delas? Vai me lembrar todos os dias que eu tive amor e perdi. Logo escuto as vozes lá fora, minha mãe, meu pai, minha sogra, meu sogro, minha irmã e meu cunhado, todos estão do lado de fora do quarto.

Meia hora atrás eu estava lá fora falando com a médica. Estava indignado com o fato deles não terem explorado mais opções para salvar a minha esposa. E agora estou aqui com a família lá fora prestes a entrar e me perguntar o que aconteceu.

— Alexander? — minha sogra veio até mim e começou a socar meu tórax — Onde está a Layla? Cadê a minha filha?

— Você está ficando louca? — minha mãe empurra Louise e fica entre nós dois — Não b**e no meu filho, ele não tem culpa de nada.

Minha mãe, me defendendo? Isso para mim é novidade. Ela não faz isso, nunca fez. Ela olha para as gêmeas e pega Emma no colo, minha irmã, Isadora, pega Olivia.

— Eu sinto muito, meu irmão. Já escolheu os nomes delas?

— Emma, no colo da nossa mãe, Olivia, no seu colo… Layla escolheu os nomes!

— Onde está a minha filha? — Louise grita e Jonas, seu marido, a abraça.

— Se continuar gritando perto das minhas netas vou mandar os seguranças te expulsar daqui. — Minha mãe fala olhando para Louise.

Eles estavam todos olhando para mim com expectativa e tristeza, menos minha mãe que estava com seus olhos analisando as gêmeas.

— Eu sei que vocês estão todos curiosos sobre o que aconteceu com Layla. — falo tentando encontrar as palavras certas. — E eu estou aqui para contar a vocês.

Louise se aproximou de mim atenta a cada palavra minha, eu sei que ela só queria a filha, viva.

— Alexander, nós estamos aqui e queremos saber o que aconteceu com a nossa querida Layla.

Eu respirei fundo e comecei a contar.

— Layla teve complicações durante o parto… as bebês estavam crescendo de forma anormal e estavam colocando a vida dela em risco.

Jonas começou a caminhar pela sala sabendo que ouviria o que não queria ouvir.

— E o que os médicos fizeram? — Louise perguntou.

— Eles fizeram tudo o que podiam para salvar a vida dela… — tentei controlar a vontade de chorar — Mas infelizmente, não foi possível.

Minha sogra começou a chorar, eu me encostei na parede me sentindo derrotado

— Eu sinto muito, sei que isso é difícil para vocês, mas também não está sendo fácil pra mim.

Meu sogro se aproximou de mim e me deu um abraço.

— Nós estamos aqui para você, Alexander. — Jonas fala sem saber que teve a minha mão na morte da sua filha — E para as nossas netas.

Eu sorri, mas não queria, queria acordar desse pesadelo.

— Obrigado. Eu preciso de vocês agora mais do que nunca.

Nós passamos o resto do dia juntos, chorando e lembrando da Layla, o peso do que eu fiz martelando na minha mente.

O momento da despedida chegou, preferi cremar minha esposa para levá-la para casa comigo. Farei um santuário para ela no jardim, ela amava ficar lá por horas olhando as flores.

Depois do velório e de assistir a única mulher que amei ser enfiada dentro de um forno para depois me entregarem uma pequena urna com o que sobrou dela dentro fui para casa.

Dei a ordem para construírem o mausoléu para Layla e voltei para o hospital. As gêmeas precisam ficar no hospital por mais dois dias.

Ao voltar para casa com as minhas filhas, Isadora se ofereceu para me ajudar com elas. Meu cunhado, Emílio, não foi contra e se mudou para a minha mansão com a minha irmã.

— Alexander, já faz uma semana. Precisa parar de beber e visitar suas filhas no quarto delas. Ficar aí bebendo e olhando para a urna da Layla não vai trazê-la de volta. — Isa tira a garrafa e o copo das minhas mãos.

— Me devolve, Isa… — eu tento me levantar, mas estou bêbado demais — Devolve, droga.

— Não! — ela j**a a garrafa no lixo — Você não está indo trabalhar deixando tudo nas mãos do seu vice, bebe feito um alcoólatra e não foi ver suas filhas desde que chegamos. Layla deve estar decepcionada com você.

— Não fala dela… — tento ficar de pé — Não fala dela! É tudo culpa minha.

Caio de joelhos e começo a chorar. Lembro do documento que assinei assumindo a responsabilidade do que iria acontecer com ela… eu fui seu assassino.

— Não controlamos quem vai ou quem fica nessa vida, Alex. Você tem duas filhas lindas que precisam do pai delas… sóbrio.

Isa me deixa sozinho, eu deito no chão e fico olhando para o teto. Me arrasto até chegar no meu quarto e quando chego lá vejo o notebook que Layla usava para salvar os vídeos que começou a fazer no início da gestação.

Coloco o primeiro para rodar e deito na cama, acabo rindo, nesse primeiro vídeo nós estávamos pintando o quarto juntos e tudo estava desastroso. As risadas dela e o som da sua voz me fizeram dormir, foi a primeira noite que eu dormi por mais de uma hora depois que ela se foi.

Os meses foram passando e minha irmã descobriu que estava grávida. Quando as gêmeas completaram seis meses, minha irmã veio falar comigo.

— Eu sei que estava contando comigo para cuidar das gêmeas até uma certa idade, mas descobri que a minha gestação exige repouso absoluto e não vou mais poder te ajudar.

— Isa, o que eu vou fazer agora? Não sei cuidar nem de mim.

— Calma, meu irmão, eu já cuidei disso para você. Liguei para uma conceituada agência de Babás e amanhã de manhã eles vão enviar uma para cá.

— Quer que eu confie numa estranha para cuidar das minhas filhas?

— Você precisa de ajuda! Nesses seis meses, se você se aproximou delas por pouco mais de dez minutos foi muito. Agora vou subir e deitar um pouco, amanhã no final do dia depois de passar tudo para a nova babá vou voltar para a minha casa.

Minha irmã sai do meu escritório e me deixa sozinhos… eu não quero uma estranha dentro da minha casa.

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