Capítulo 6

Sofia

Essa dor eu não desejo a ninguém, depois que encontramos nosso pequeno milagre no berço Tobias não falou mais nenhuma palavra. Ele apenas segura firme a manta azul, seu primeiro presente para Caleb, firmemente entre as mãos e olha para o chão.

Eu estava sentada na sala de espera do hospital com Tobias em silêncio ao meu lado, esperando pelo médico que iria nos dar a notícia sobre a causa da morte do meu bebê. Meu coração estava pesado, e eu sentia uma dor profunda no meu peito. Tobias parecia estar num estado de choque, catatônico.

O médico entrou na sala de espera e se aproximou de nós. Ele tinha um olhar sério e compreensivo.

— Sofia, sinto muito pelo que aconteceu com o seu bebê. — o médico fala e eu sinto uma pancada me atingir me lembrando do vazio em meus braços — Nós fizemos todos os exames necessários para determinar a causa da morte, e infelizmente, descobrimos que ele tinha uma doença cardíaca.

— Uma doença cardíaca? — repeti um pouco atordoada. — Como isso foi possível? Eu fiz todos os exames durante a gravidez...

— Eu sei, Sofia — respondeu o médico. — E é por isso que isso é tão difícil de entender. A doença cardíaca do seu bebê era uma condição rara e não foi identificada nos exames durante a gravidez.

— E não havia nada que eu pudesse ter feito para prevenir isso? — Estou me sentindo culpada.

— Não, Sofia! — disse o médico. — Você fez tudo o que podia durante a gravidez. Isso foi apenas uma tragédia.

Eu senti uma lágrima rolar pelo meu rosto. Eu estava arrasada. Meu bebê, meu pequeno e inocente Caleb, havia sido tirado de mim por uma doença cardíaca que não havia sido identificada durante a gravidez.

Olho para Tobias procurando força e apoio, mas ele continua calado olhando para a manta azul enquanto lágrimas molham seu rosto.

— O que eu faço agora? — Perguntei ao médico, me sentindo perdida.

— Você precisa cuidar de si mesma, Sofia. Seu marido também. — o médico responde. — Vocês precisam dar tempo aos seus corpos e às suas mentes para se recuperarem. E se vocês precisarem de ajuda, não hesitem em me procurar.

Eu sabia que tinha um longo caminho pela frente, mas como vou superar essa tragédia e encontrar um sentido para a minha vida novamente? Tobias está arrasado, não consegue nem ouvir o que acontece à sua volta.

Eu estava sentada ao lado do meu marido, tentando conversar com ele, mas ele estava completamente catatônico. Estava sentado na cadeira, com os olhos fixos na manta que segurava e torcia com seus dedos, sem expressão alguma além das lágrimas caindo.

— Amor, eu sei que isso é difícil, mas eu preciso da sua ajuda. — Falei tentando tocar seu braço.

— O que... o que você quer que eu faça? — Tobias me perguntou, com uma voz quase inaudível.

— Eu preciso que você me ajude com o velório e o enterro de Caleb! — Respondi, sentindo uma dor profunda no meu coração.

— Caleb... — ele falou com uma voz trêmula. — Meu filho... meu pequeno Caleb...

Tobias começou a chorar com mais desespero, e eu senti uma onda de dor e tristeza me jogar contra a parede. Eu sabia que ele estava sofrendo muito, e não sabia como ajudá-lo, já que também estou lidando com algo que não consigo suportar.

— Amor, eu sei que isso é difícil para nós dois, mas eu preciso que você esteja aqui para mim. — Eu tentei abraçá-lo.

— Eu não posso... eu não posso fazer isso. — Tobias fala afastando-se de mim. — Eu não posso enterrar meu filho, Sofia...

Senti uma dor profunda no meu coração. Eu sabia que ele estava mergulhado demais na dor do luto, e não sabia como ajudá-lo a superar isso porque estou lidando com o mesmo.

— Tobias, por favor... — implorei, tentando convencê-lo. — Eu preciso da sua ajuda. Eu não posso fazer isso sozinha...

Mas ele apenas balançou a cabeça negando e continuou a chorar. Eu sabia que precisava dar tempo a ele, mas eu também sabia que precisava fazer algo para ajudá-lo a superar essa dor… mas quem vai me ajudar a curar a minha?

Eu me levanto e deixo ele ali sentado, preciso ir até o financeiro do hospital pagar a conta. Arrasto meus pés pelo piso, não tenho força ou ânimo para levantá-los.

Passo por um homem alto de terno que está falando com alguém, olho rápido, o homem é alto e forte bloqueando a minha visão de quem está na sua frente, escuto apenas parte da conversa.

— Eu ainda acredito que vocês poderiam ter salvo a vida da minha esposa. Como vou criar duas recém nascidas sozinho? — O homem está com a voz embargada.

Acho que não fui a única a perder um amor hoje. Continuo arrastando meus pés até chegar no financeiro do hospital. A conta do hospital, mais o velório e o enterro saiu muito caro… seis mil dólares.

Tive que pedir emprestado a senhora Norman, eu não tinha de onde tirar esse dinheiro, mas precisava dar um enterro digno para o meu filho.

Eu estava sentada na igreja, cercada por familiares e amigos, mas me sentia completamente sozinha. O velório do meu pequeno Caleb estava acontecendo, e eu não sabia como lidar com a dor que estava sentindo.

Minha mãe se aproximou de mim e me abraçou.

— Sofia, sinto muito. Eu não sei o que dizer.

— Não há nada para dizer, mãe. — respondi, sentindo uma lágrima rolar pelo meu rosto. — Ele era meu filho... meu pequeno Caleb...

Minha sogra, a mãe de Tobias, também se aproximou de mim.

— Sofia, eu sinto muito. Tobias está muito abalado... ele não está lidando bem com isso.

— Eu sei… — olhei para ela com lágrimas lavando meu rosto — Ele está muito triste... mas eu também estou.

Tobias se aproximou de mim, com os olhos vermelhos de chorar.

— Sofia, me perdoa. Eu não sei como lidar com isso... eu não sei como viver sem ele.

— Eu também não sei, Tobias. Mas nós temos que encontrar um jeito... nós temos que continuar seguindo em frente. A dor não vai passar, nunca. — Voltei meu olhar para o pequeno caixão branco onde meu bebê está.

O funeral foi bem difícil para mim. Eu me lembro de ver o caixão do meu filho sendo carregado para fora da igreja, e me senti como se estivesse sendo arrancada do meu próprio corpo.

Quando chegamos ao cemitério, me vi em um pesadelo. O caixão do meu filho foi baixado para a terra, e me senti como se estivesse sendo enterrada junto com ele.

— Não, não, não… — falei em desespero, sentindo uma dor profunda no meu coração. — Isso não pode estar acontecendo... isso não pode ser real.

Tobias me abraçou, a sua dor e sua tristeza estavam nesse abraço. Nós estávamos juntos nessa dor, nós teríamos que encontrar um jeito de lidar com isso juntos, mas como?

O funeral terminou, e eu senti como se tivesse um vazio dentro de mim. Não sabia como continuar seguindo em frente, mas eu sabia que tinha que encontrar um jeito. Pelo meu filho arrancado de mim precocemente, pelo meu marido e por mim mesma.

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