Capítulo 5

Alexander

Os dias seguintes foram como viver no inferno. Layla começou a piorar, sentia dores inexplicáveis e a médica só sabia passar mais exames para ela.

Sua barriga aumentou de tamanho de uma hora para outra, eu não sabia o que fazer e ficava assistindo o amor da minha vida sofrer demais. Minha mente traiçoeira começou a me culpar.

Eu já não viajo mais, estou em casa para cuidar de Layla. Enquanto eu estava em uma ligação de trabalho, uma funcionária me avisa que Layla perdeu os sentidos após se queixar de uma dor intensa próximo a lombar. Levei ela para o hospital o mais rápido que eu pude.

Eu estava sentado ao lado da cama de Layla, segurando sua mão e olhando para ela com preocupação enquanto a mesma estava num sono induzido. A médica entrou no quarto e se aproximou de nós.

— Alexander, precisamos falar sobre a saúde de Layla. A gravidez está afetando sua saúde de forma grave. Seus rins estão funcionando mal e seu coração está trabalhando demais.

— O que isso significa? — Perguntei, sentindo um nó no estômago.

— Isso significa que Layla está correndo risco de vida. Mas as bebês também estão em risco. Elas estão crescendo de forma anormal e precisam de cuidados especiais.

— O que eu preciso fazer? — Pergunto, me sentindo desesperado.

— Alexander, você precisa escolher. Nós podemos salvar a vida de Layla, mas isso pode significar que as bebês não sobrevivam. Ou nós podemos salvar as bebês, mas isso pode significar que Layla não sobreviva.

Eu me senti como se tivesse levado um golpe no estômago. Como eu poderia escolher entre a vida da mulher que eu amava e a vida das nossas bebês?

— Não há outra opção?

— Infelizmente não. Você precisa tomar uma decisão, Alexander. E você precisa tomar agora.

Eu olho para Layla, o pedido dela tortura a minha mente. Se eu escolhê-la me garantiu que não continuaria viva por muito tempo. Droga, Layla, por que me colocou contra a parede desse jeito?

— A gestação está com quase oito meses, quais são as chances das bebês sobreviverem? — Pergunto com dificuldade.

— Ao julgar pelo tamanho e idade gestacional as chances são altas!

— Doutora, salve… — o nó na garganta e o choro querendo sair me fazem calar a boca por alguns segundos — Salve minhas filhas.

— Vou trazer o documento de risco cirúrgico e autorizações para que assine. Logo alguém vem buscar sua esposa.

Eu estava sentado na sala de espera do hospital, segurando a caneta que iria assinar o risco cirúrgico e autorizações do hospital. Eu sabia que essa era a decisão certa, pois era o que Layla queria. Ela me pediu para salvar as nossas filhas, e eu não podia negar isso a ela.

Mas, ao mesmo tempo, sentia uma dor imensa no meu coração. Eu sabia que estava perdendo a mulher que eu amava, a minha melhor amiga, a minha parceira. Eu sabia que nunca mais iria ver seu sorriso, nunca mais iria ouvir sua risada, nunca mais iria sentir seu abraço.

Eu assinei o papel, sentindo como se estivesse assinando a minha própria sentença de morte. Eu sabia que estava perdendo uma parte de mim mesmo, uma parte que nunca mais iria ser a mesma.

A sala de espera estava vazia e silenciosa, exceto pelo som do meu coração batendo forte no meu peito. Eu sentia como se estivesse sozinho no mundo, como se ninguém mais entendesse a minha dor.

Depois de alguns minutos, a médica saiu da sala de cirurgia e se aproximou de mim.

— Alexander, as suas filhas nasceram. — disse ela, com um sorriso — Elas estão saudáveis e fortes.

Eu senti um misto de emoções: alegria pela chegada das minhas filhas, mas também tristeza e dor pela perda da minha esposa. Eu sabia que tinha que ser forte pelas minhas filhas, mas era difícil para mim.

Eu me levantei e segui a médica até a sala de neonatologia. Lá, eu vi as minhas filhas pela primeira vez. Elas eram pequenas e delicadas, com olhos grandes e escuros. Eu senti um amor imenso por elas, mas também uma dor profunda pela perda da minha esposa.

— Não é justo vocês estarem aqui e ela não. Vocês eram o sonho dela também. — Sussurrei para mim mesmo enquanto olhava para Emma e Olivia.

Eu sabia que eu tinha que lidar com o luto enquanto cuidava das minhas filhas, que não seria fácil, mas eu estava determinado a fazer o melhor para elas como Layla queria. Eu estava determinado a ser um bom pai e a dar às minhas filhas a vida que elas mereciam.

Mas e essa dor aqui dentro? O que eu faço com ela? E todo esse remorso, essa maldita culpa que enfia uma faca no meu cérebro e no meu coração?

— Alexander? — olho para o lado e uma enfermeira se afasta da médica — Acabaram de me avisar que…

— Não! — eu soco a janela de vidro que trinca na mesma hora — Eu pensei que havia uma esperança de vocês salvá-la e me dizer que tudo não passou da porra de um pesadelo. — eu grito, a médica apenas me encara — Salva ela… ainda dá tempo.

Meu choro dói, dói demais. A médica apenas me olha e coloca a mão no meu ombro ao dizer:

— Eu sinto muito, mas eu nunca te dei esperança de salvá-la. Te avisei que não dava para salvar as três. O corpo dela vai ser levado para o necrotério.

Eu me encostei na janela de vidro e deixei meu corpo escorregar até eu me sentar no chão. Escondi meu rosto nas minhas pernas e chorei como se tivesse perdido um braço ou qualquer parte do meu corpo muito importante pra mim.

A culpa é minha, ela se foi e eu permiti isso. Tenho que me levantar, não contei para ninguém da família o que aconteceu com Layla e agora tenho que dizer que ela partiu.

Eu não consigo levantar do chão, não consigo segurar meu celular… eu só quero chorar. Ligo para a minha sogra e ela atende animada, mas ao ouvir meu choro se cala.

— Eu sinto… eu sinto muito. — ela começa a hiperventilar do outro lado da linha — Eu sinto muito, Louise, eu sinto…

Escuto minha sogra gritar e o telefone cai da minha mão. O nó na garganta me sufoca.

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