— Cara, eu estou morrendo de fome.
— Isso não é nenhuma novidade. – Noah provocou o cunhado.
— Vou te ignorar.
— Ignore mesmo, temos que terminar isso. – Liam diz, apontando para os livros em cima da mesa. – Eu estou exausto e não estou reclamando.
— Reclamou agora.
Liam mostrou o dedo do meio rapidamente.
— Lindo. – Shay debochou. – Quando vocês vão amadurecer?
— Só porque é um ano mais velho que agente, e está namorando a irmã do Connor, não quer dizer que possa nos dar sermão.
Os outros apoiaram o Kavanagh.
— Mas não vamos falar sobre esse namoro, por favor, porque ainda não me acostumei.
— Eu te entendo muito bem. – Noah diz após o ruivo, olhando para o amigo loiro. – Você não está dando suas escapadas, não, né?
— Você sabe muito bem que eu nunca machucaria a Aurie. – Retrucou.
— Não diga nunca, porque você já ficou com a Ruby uma vez, durante o namoro.
— Eu estava bêbado! – Praticamente gritou. – Sacanagem, eu já expliquei isso, Noah. E eu nem tive culpa, aquela doida me agarrou. Eu mal me lembro do que aconteceu.
— Vamos nos focar aqui, por favor? – Shay pediu, mas o outro não o ouviu.
— E isso é desculpa para trair ela?
— Noah, o meu melhor amigo aqui é o mais certinho de nós em questão de relacionamento, acha mesmo que ele faria algo que pudesse destruir o namoro dele com a sua irmãzinha?
— Obrigado, irmão.
— Realmente, nunca o vi tão apaixonado na vida. – Connor concordou com o outro.
— Se Ruby não tivesse colocado algo na bebida dele, aquele beijo nunca teria acontecido. Eu posso afirmar isso. – Sasuke completou.
— Podemos esquecer esse erro do passado do nosso amigo loiro e nos focar no nosso trabalho? – Shay pede, praticamente gritando, fazendo-se ouvir. – Cara, temos que entregar essa merda na sexta.
— Beleza. – Dizem juntos.
— O meu cunhado está certo.
— Você o chamou de cunhado?
— Você bebeu, Connor? – Ryan diz após o melhor amigo, rindo junto dele e dos outros dois, vendo o amigo ruivo revirar os olhos.
— Foi um momento.
E novamente as risadas, e dessa vez até o Fitzgerald os acompanhou.
— Beleza, vamos lá.
Mudaram a postura ao ouvir a voz do Devlin, mas então a campainha tocou, interrompendo a voltarem para o “trabalho”.
— Puta que... – Shay se interrompeu, apoiando a cabeça em cima da mesa de centro.
— Está esperando alguém?
— Não. – Connor respondeu a Liam.
— Eu vou ver quem é. – Ryan diz, se levantando e seguindo para a porta.
Liam chamou o amigo MacCarthy para voltar os olhos para o trabalho mesmo que tivesse um a menos na sala com eles, e começou a explicar o que cada um deveria falar, além de deixar claro que ele e Connor ficariam com metade do trabalho escrito, enquanto os outros dois ficariam com a outra parte. Não muito tempo depois, ouviram passos, e imaginaram que o amigo loiro estivesse acompanhado já que havia mais passos do que deveria.
— Ei, Liam.
Olhou para trás, encontrando o amigo ao lado de Lillie Collins.
— Ela veio falar contigo.
Imediatamente o moreno franziu o cenho, surpreso por ver aquela garota depois de tantos meses, e muito mais por saber que ela gostaria de lhe falar.
— O que faz aqui?
— Precisamos conversar, e é sério.
— Okay. – Diz devagar, nenhum pouco preocupado, enquanto se levantava.
— É melhor estarmos sozinhos.
— Eu nunca escondi nada dos meus amigos, então diz de uma vez. – Deu de ombros.
Os outros quatro trocaram um olhar, voltando a observar o amigo com a antiga colega de classe. Eles não diriam, mas estavam curiosos. Minto, Ryan diria.
— Você quem pediu. – Diz, se aproximando. – Se lembra do nosso último encontro?
— Ah, ele se lembra, sim.
— Cala a boca, Ryan. – Os amigos dizem juntos, com exceção de Liam.
— O que tem?
— Bom, eu estou atrasada.
Ele franziu o cenho, dessa vez confuso, não compreendendo suas palavras.
— Como é?
— Estou atrasada, Liam, muito atrasada, e eu nunca na minha vida, me atrasei antes.
— Puta que pariu! – Ouviu cada um dos amigos dizerem; eles tinham os olhos arregalados para cima do Kavanagh.
— Isso...
Ele mal conseguia dizer uma palavra, de tão surpreso que se encontrava; e assustado, muito assustado.
— Eu fiz um teste de farmácia e então, depois de surtar um pouco, eu fiz um exame de sangue. – Retirou um papel de dentro da bolsa, e Liam o pegou rapidamente quando ela o levou em sua direção.
Suas mãos tremiam.
Realmente não esperava ser pai, muito menos naquele momento. Ainda tinha dezessete anos, não havia terminado a faculdade, e com toda a certeza levaria o maior sermão de seu pai; e ainda tinha o fato de que ele poderia expulsá-lo de casa.
— Droga!
O enorme positivo no centro do papel não deixava dúvidas. E mesmo que pudesse pensar que aquele filho pudesse não ser seu, principalmente porque aquela garota já havia passado na mão de outros garotos antes, ele não seria canalha o bastante de perguntar se era ele mesmo o pai, principalmente na frente dos amigos. Poderia ser muita coisa, mas nunca humilharia alguém dessa forma.
— E só para deixar claro que esse filho é realmente seu... – Seus olhos se encontraram. – Eu aceito fazer um exame de DNA.
E então seu mundo virou de cabeça para baixo. Sua mãe surtou e quase teve um ataque do coração ao descobrir sobre a gravidez, seu pai ficou possesso por sua irresponsabilidade e o obrigou a noivar com a moça, que incrível e surpreendentemente, era filha do contador da empresa da família, e o fez prometer que seria responsável pela criança que estava dentro da barriga de Lillie. E ele prometeu. Mesmo morrendo de medo de ser pai, esteve presente em cada consulta, em cada enjoo, em cada desejo, e mesmo que estivesse um caco por estar estudando e cuidando de uma grávida, não a deixou sozinha nem por um segundo, principalmente porque sabia que ele era parte responsável por ela estar passando por uma gravidez aos dezesseis anos; sim, ela era um ano mais nova que o Kavanagh. Eles se casaram nas férias, quando ela já se encontrava com uma barriguinha a mostra, e que por esse motivo, haviam se decidido apenas no civil. E Liam agradeceu por isso, pois não estava com cabeça para planejar um
Liam, eu tentei ser a mãe que os pivetes precisavam, juro que tentei, mas isso não é para mim. Nunca quis me casar e ser dona de casa. Meu sonho era ser modelo, e por culpa da maldita gravidez, eu perdi a oportunidade. Preciso refazer minha vida longe dos culpados da destruição do meu sonho, e por isso eu os deixo com você. Estarão muito melhores sem mim. Adeus. Lillie Kavanagh. E Liam não conteve a fúria e muito menos a vontade de jogar o porta-retrato da família que se encontrava em cima da mesinha ao lado do sofá, na parede, antes de se lembrar de que havia alguém mais importante na vida dele, duas pessoinhas, que precisavam dele inteiro, e só por esse motivo não se deixou levar pela vontade de encontrar a egoísta de sua mulher e lhe jogar algumas verdades em sua cara. Era o que ela merecia. A jovem, que se chamava Freya, explicou que tentou fazer a amiga mudar de ideia, mas que não conseguiu, e que por isso decidiu cuidar dos gêmeos até que ele chegasse. E ele não pode deixa
Natalie e Thomas Kavanagh tinham cinco aninhos, mas diferente do que toda babá que os conhecia, pensavam, eles não eram crianças normais; eram extremamente inteligentes e com uma mente incrivelmente diabólica. Não que não fossem crianças boas, adoráveis e obedientes, mas eles não admitiam, concordavam ou confiavam nas mulheres que o amado pai contratava para lhes cuidar. E o único motivo de não aceitarem uma babá é por temerem que elas tirassem o pai deles; e isso eles nunca aceitariam. Liam Kavanagh não tinha dona e eles queriam que continuasse assim eternamente. Naquele momento, ambos esperavam pela refeição da nova babá. A mulher tinha longos cabelos castanho-claros com algumas mexas loiras e os olhos eram em um tom azul-escuro. Enquanto preparava o almoço uma música tocava em seu celular, e por mais que soubesse que os gêmeos estivessem a alguns passos de si, ela não lhes dava atenção; estava totalmente focada em sua cantoria enquanto picava uma cebola. As crianças cochichavam en
Quando descobriu por seu irmão mais velho que ambos seus filhos haviam desaparecido e que a babá estava possessa por conta de um chiclete mascado que seu filho havia pregado em seus cabelos, ele realmente se preocupou; primeiro, porque eles estavam sozinhos pelas ruas de Dublin e segundo, porque com certeza seria processado. Bom, não seria a primeira vez. E naquele momento, o que mais importava para ele era a segurança de seus pequenos. E por esse motivo não se demorou em correr para fora de sua grande sala e pedir para que sua secretária cancelasse tudo que tivesse em sua agenda para aquele dia e o dia seguinte, enquanto seguia para o elevador, completamente nervoso. Imaginava que seus filhos pudessem estar assustados, afinal, nunca estiveram sozinhos pelas ruas da cidade antes. Era perigoso, sempre os avisou disso, em especial das pessoas que podiam lhes fazer mal, e mesmo assim, mesmo depois de tantas e tantas vezes que havia avisado a ambos, eles saíram, e para piorar, ninguém
Aquele seria um daqueles dias no qual ele não ia a empresa por conta da falta de uma babá, infelizmente perderia alguns dias de trabalho para que as crianças não ficassem sozinhas, e por mais que soubesse que ambos não lhes dariam trabalho se os levasse para a KC, não achou que seria confortável para eles ficarem tantas horas por lá. Liam não culparia os filhos pela forma como expulsaram a babá, não dessa vez, não quando sabia que eles tinham certa razão em mandá-la embora. Claro que não concordava com o modo no qual fizeram, mas compreendeu prontamente, ao saber toda a história da boca de Naty, sua princesinha, que realmente havia ficado chateada com a forma que a mulher lhe tratou. Ambos eram muito carentes e extremamente manhosos, mas tinha de confessar de que Naty era muito mais; talvez por ser uma garotinha. Estava extremamente cansado. Ser pai solteiro não era fácil, mas ele não reclamava, mesmo quando estava exausto e precisava dar banho em ambos e colocá-los para dormir, ind
Mia Lafferty é uma jovem que sonha em terminar a faculdade de medicina, mas a única forma de isso se concretizar é ela ter um trabalho fixo que dure o bastante para poder pagar os anos que ainda faltavam para se formar. E isso estava ameio difícil ultimamente; mais especificamente desde que foi despedida a pouco mais de três meses. O único motivo de ainda não ter sido expulsa do campus, era pelo simples fato de que sua melhor amiga pagava sua mensalidade, mesmo que tivesse dito várias vezes de que não precisava – apesar de que sim, precisava –; se não fosse por ela, estaria sem sua casa e sem seu curso amado, e por isso precisava de um bom emprego para poder tirar esse peso das costas da loira de olhos azuis. A rosada conheceu a melhor amiga no jardim de infância, e desde então, ela esteve sempre consigo, principalmente no dia em que perdeu sua mãe; para ela, havia sido um dia catastrófico, pois também havia descoberto que a mãe de sua prima, Aurora Devlin havia sofrido um acidente e
Realmente aquela estava sendo a notícia mais bombástica do dia. Isso com certeza era mais bombástica do que ela conhecendo aqueles dois e os filhos de um deles. Quando ouviu os nomes dos empresários mais conhecidos de Dublin, além de seu amigo ruivo, ficou completamente surpresa; tanto, que mal conseguiu dizer uma palavra, e só o fez depois de alguns minutos. Tudo bem, sabia que as empresas eram vinculadas, mas não imaginou que os donos delas eram amigos. Pelos próximos minutos, o Fitzgerald contou sobre como conheceu ambos; eles eram ainda crianças e desde então, se tornaram melhores amigos, junto de seu cunhado e Noah Devlin. Já sabia que ele conhecia seus primos, mas nunca imaginou que ele seria melhor amigo dos outros dois. Estudaram juntos até o fim da faculdade, e mesmo que tivessem menos tempo para se divertirem ou pelo menos se reunirem para fazerem uma refeição juntos, ainda assim, continuavam muito amigos. Soube também, que o Maher era o marido de sua prima Aurora. Era
Liam ainda não conseguia acreditar no quanto o mundo era pequeno. Tão pequeno ao ponto de ele ter conhecido alguém que também era da família Devlin, mas que só não conviveu com eles por conta do pai que tinha problemas com eles. E quando o melhor amigo contou que a esposa, na qual era sua amiga desde pequena e que também haviam estudados juntas desde o jardim, era prima da mulher na qual não só cuidou da segurança de seus filhos, como os entregou a ele sãos e salvos, custou a acreditar. Era muito surreal, principalmente porque a mulher e o marido da prima dela nunca haviam se conhecido, e em um único só dia ela conhece não só o ele, como também os afilhados dele. Compreendeu no instante em que ouviu a história junto a sua família, o porquê de o amigo confiar tanto que a rosada seria a mulher perfeita para cuidar de seus filhos; era alguém da família da esposa dele, alguém confiável e que gostava intensamente de crianças. Liam só não sabia se ela conseguiria durar mais que as outras