As palavras que o atingiram foram: eu estou grávida.
E então seu mundo virou de cabeça para baixo.
Sua mãe surtou e quase teve um ataque do coração ao descobrir sobre a gravidez, seu pai ficou possesso por sua irresponsabilidade e o obrigou a noivar com a moça, que incrível e surpreendentemente, era filha do contador da empresa da família, e o fez prometer que seria responsável pela criança que estava dentro da barriga de Lillie.
E ele prometeu.
Mesmo morrendo de medo de ser pai, esteve presente em cada consulta, em cada enjoo, em cada desejo, e mesmo que estivesse um caco por estar estudando e cuidando de uma grávida, não a deixou sozinha nem por um segundo, principalmente porque sabia que ele era parte responsável por ela estar passando por uma gravidez aos dezesseis anos; sim, ela era um ano mais nova que o Kavanagh.
Eles se casaram nas férias, quando ela já se encontrava com uma barriguinha a mostra, e que por esse motivo, haviam se decidido apenas no civil. E Liam agradeceu por isso, pois não estava com cabeça para planejar um enorme casamento e uma festa, mesmo sabendo que esse era o desejo de sua adorável mãe.
Seus amigos, cada um deles, o ajudavam como podiam, e o apoiavam sempre. Não se surpreendeu quando mesmo depois da confirmação de que ele seria pai, nenhum deles se afastou, como aconteceria se ainda tivesse contato com o time de basquete, porque não confiava em nenhum deles verdadeiramente.
No quinto mês de gestação, Lillie e Liam descobriram que seriam gêmeos, e isso mudou completamente a mulher, que já não estava muito bem com aquela gravidez. O Kavanagh não conseguia compreender como ela podia estar tão infeliz, mesmo depois de ver os filhos na tela preto e branco. Ele sentia um medo grandioso, mas diferente dela, sentiu-se orgulhoso ao ver a imagem deles, e andava sempre com uma cópia da fotografia em sua carteira.
Aos sete meses e meio, os gêmeos vieram a nascer.
O tempo estava chuvoso e mal haviam conseguido chegar com Lillie ao hospital, por conta do engarrafamento, mas no fim do dia, cada um da família, de ambos os lados, puderam conhecer as crianças que eles tanto esperaram; até mesmo Andrew, que havia ficado possesso ao descobrir que seu filho mais novo seria pai, havia ficado ansioso para conhecer os netos. Lillie não quis escolher os nomes, então Liam os fez: Natalie e Thomas Kavanagh.
Cada dia que se passava, mais ele se encantava pelos filhos, mas diferente dele, Lillie se revoltava cada vez mais, principalmente por conta de seu corpo, que ela vivia reclamando por ter mudado e não voltado a ser como antes. Liam tentava entendê-la, mas não conseguia. Pensou que ela não amamentaria os filhos, mas ela o fez, o que o deixou aliviado, afinal, seria complicado procurar por uma ama de leite.
Um ano se passou, e Liam percebeu uma nova mudança em Lillie.
Ela brincava com os bebês, cuidava deles durante o dia, já que o marido estudava naquele período, e durante a tarde, o deixava com ambos para que pudesse começar o curso de modelo que tanto sonhou em fazer e o marido a apoiou completamente; seus bebês já não dependiam tanto dela, então ela achou que era a hora.
E então quase seis meses depois ela começou a se revoltar por nunca dar certo, e começou a culpar os próprios filhos por sua incapacidade de poder modelar, e culpou ainda mais ao marido, por ela ter ficado grávida e consequentemente, com um corpo horroroso; o que não era verdade, mas ela não acreditava nas palavras do Kavanagh; não mais, não quando não conseguia ser aceita para ser modelo ou mesmo fotografar.
Liam se lembrava do dia exato no qual Lillie o havia deixado sozinho com dois bebês de pouco mais de dois anos para criar. Havia saído mais cedo para a faculdade por conta de uma prova importante, não sem antes visar a esposa sobre tal, pedindo para que ela não saísse com os filhos naquele dia por conta do mal tempo. Quando voltou para casa, havia uma mulher que ele mal conhecia – só sabia que era uma antiga amiga de Lillie, do tempo do colegial –, e descobriu, por uma carta, que ela havia entregado a ele, que sua esposa havia o deixado por querer uma vida melhor.
Natalie e Thomas Kavanagh tinham cinco aninhos, mas diferente do que toda babá que os conhecia, pensavam, eles não eram crianças normais; eram extremamente inteligentes e com uma mente incrivelmente diabólica. Não que não fossem crianças boas, adoráveis e obedientes, mas eles não admitiam, concordavam ou confiavam nas mulheres que o amado pai contratava para lhes cuidar. E o único motivo de não aceitarem uma babá é por temerem que elas tirassem o pai deles; e isso eles nunca aceitariam. Liam Kavanagh não tinha dona e eles queriam que continuasse assim eternamente. Naquele momento, ambos esperavam pela refeição da nova babá. A mulher tinha longos cabelos castanho-claros com algumas mexas loiras e os olhos eram em um tom azul-escuro. Enquanto preparava o almoço uma música tocava em seu celular, e por mais que soubesse que os gêmeos estivessem a alguns passos de si, ela não lhes dava atenção; estava totalmente focada em sua cantoria enquanto picava uma cebola. As crianças cochichavam ent
Naquele momento, Liam só tinha uma coisa em seus pensamentos, apesar de estar trabalhando, algo que o preocupava, ou melhor, alguém: a babá de seus filhos. Aquele era o primeiro dia dela, e estaria com eles pelas próximas horas, sozinha, sem mesmo a governanta, que havia pedido uma folga por conta de seu filho mais novo que havia adoecido e não tinha ninguém para ficar com ele no hospital. E esse era mais um motivo para ele se preocupar com os três. Na verdade, se preocupava com o que ambos seus filhos pudessem aprontar para colocar a nova babá para fora de suas vidas. Não duvidava que isso poderia acontecer naquele mesmo dia. Realmente, conhecendo como os conhecia, temia pela mulher. Já fazia praticamente um ano que os gêmeos não mais eram cuidados pela amada avó, Ivy Kavanagh, simplesmente porque ela e seu pai estavam sempre viajando agora que ele estava no comando da empresa junto de seus amigos, e ele tinha de concordar que ambos mereciam se divertir, e por isso no instante em q
Ah, aquele prédio. Ela conhecia bem ele. Já esteve ali antes. Há dias atrás. A empresa mais importante daquele país estava contratando pessoas, mas infelizmente ela nem mesmo conseguiu passar pela entrevista. Outra pessoa já tinha sido contratada. Se ela tivesse sido mais rápida não estaria agora tentando sobreviver com o pouco que a restava. Bem, isso é mentira, os amigos estavam ajudando-a com boa parte da grana deles. O aluguel da casa, o restante da faculdade, que infelizmente ela não pode continuar, até mesmo algumas coisas necessárias para sua casa. Se sentia envergonhada. E chateada por ainda estar naquela situação. E agora ela tinha acabado com o restante que ainda tinha. Não que estivesse de alguma forma arrependida, foi por uma boa causa. Há meses não estava com sorte. Desde que seu pai havia se casado novamente, com uma golpista que ela odiava desde os dez anos – que foi o dia em que a conheceu verdadeiramente –, tudo desmoronou, principalmente por perceber que seu pai est
Quando descobriu por seu irmão mais velho que ambos seus filhos realmente haviam desaparecido e que a babá estava possessa por conta de um chiclete mascado que seu filho havia pregado em seus cabelos, ele realmente se preocupou; primeiro, porque eles estavam sozinhos pelas ruas de Dublin e segundo, porque com certeza seria processado. Bom, não seria a primeira vez. E naquele momento, o que mais importava para ele era a segurança de seus pequenos. E por esse motivo não se demorou em correr para fora de sua grande sala e pedir para que sua secretária cancelasse tudo que tivesse em sua agenda para aquele dia e o dia seguinte, enquanto seguia para o elevador, completamente nervoso. Imaginava que seus filhos pudessem estar assustados, afinal, nunca estiveram sozinhos pelas ruas da cidade antes. Era perigoso, sempre os avisou disso, em especial das pessoas que podiam lhes fazer mal, e mesmo assim, mesmo depois de tantas e tantas vezes que havia avisado a ambos, eles saíram, e para piorar
Aquele seria um daqueles dias no qual ele não ia a empresa por conta da falta de uma babá, infelizmente perderia alguns dias de trabalho para que as crianças não ficassem sozinhas, e por mais que soubesse que ambos não lhes dariam trabalho se os levasse para a KC, não achou que seria confortável para eles ficarem tantas horas por lá. Liam não culparia os filhos pela forma como expulsaram a babá, não dessa vez, não quando sabia que eles tinham certa razão em mandá-la embora. Claro que não concordava com o modo no qual fizeram, mas compreendeu prontamente, ao saber toda a história da boca de Naty, sua princesinha, que realmente havia ficado chateada com a forma que a mulher lhe tratou. Ambos eram muito carentes e extremamente manhosos, mas tinha de confessar de que Naty era muito mais; talvez por ser uma garotinha. Estava extremamente cansado. Ser pai solteiro não era fácil, mas ele não reclamava, mesmo quando estava exausto e precisava dar banho em ambos e colocá-los para dormir, ind
Mia Lafferty é uma jovem que sonha em terminar a faculdade de medicina, mas a única forma de isso se concretizar é ela ter um trabalho fixo que dure o bastante para poder pagar os anos que ainda faltavam para se formar. E isso estava ameio difícil ultimamente; mais especificamente desde que foi despedida a pouco mais de três meses. O único motivo de ainda não ter sido expulsa do campus, era pelo simples fato de que sua melhor amiga pagava sua mensalidade, mesmo que tivesse dito várias vezes de que não precisava – apesar de que sim, precisava –; se não fosse por ela, estaria sem sua casa e sem seu curso amado, e por isso precisava de um bom emprego para poder tirar esse peso das costas da loira de olhos azuis. A rosada conheceu a melhor amiga no jardim de infância, e desde então, ela esteve sempre consigo, principalmente no dia em que perdeu sua mãe; para ela, havia sido um dia catastrófico, pois também havia descoberto que a mãe de sua prima, Aurora Devlin havia sofrido um acidente e
Realmente aquela estava sendo a notícia mais bombástica do dia. Isso com certeza era mais bombástica do que ela conhecendo aqueles dois e os filhos de um deles. Quando ouviu os nomes dos empresários mais conhecidos de Dublin, além de seu amigo ruivo, ficou completamente surpresa; tanto, que mal conseguiu dizer uma palavra, e só o fez depois de alguns minutos. Tudo bem, sabia que as empresas eram vinculadas, mas não imaginou que os donos delas eram amigos. Pelos próximos minutos, o Fitzgerald contou sobre como conheceu ambos; eles eram ainda crianças e desde então, se tornaram melhores amigos, junto de seu cunhado e Noah Devlin. Já sabia que ele conhecia seus primos, mas nunca imaginou que ele seria melhor amigo dos outros dois. Estudaram juntos até o fim da faculdade, e mesmo que tivessem menos tempo para se divertirem ou pelo menos se reunirem para fazerem uma refeição juntos, ainda assim, continuavam muito amigos. Soube também, que o Maher era o marido de sua prima Aurora. Era
Liam ainda não conseguia acreditar no quanto o mundo era pequeno. Tão pequeno ao ponto de ele ter conhecido alguém que também era da família Devlin, mas que só não conviveu com eles por conta do pai que tinha problemas com eles. E quando o melhor amigo contou que a esposa, na qual era sua amiga desde pequena e que também haviam estudados juntas desde o jardim, era prima da mulher na qual não só cuidou da segurança de seus filhos, como os entregou a ele sãos e salvos, custou a acreditar. Era muito surreal, principalmente porque a mulher e o marido da prima dela nunca haviam se conhecido, e em um único só dia ela conhece não só o ele, como também os afilhados dele. Compreendeu no instante em que ouviu a história junto a sua família, o porquê de o amigo confiar tanto que a rosada seria a mulher perfeita para cuidar de seus filhos; era alguém da família da esposa dele, alguém confiável e que gostava intensamente de crianças. Liam só não sabia se ela conseguiria durar mais que as outras