— Continue, filho. – Ivy pediu. — Bem... – Pigarreou. – Nós vamos adotar uma criança. A surpresa foi geral. — Eu sei que é chocante, nós saímos em lua de mel em menos de um mês atrás e voltamos com essa notícia, que parece ter sido de uma hora para a outra. — E na verdade foi. – Mia confessou. – Do dia para a noite. — Como... que chegaram a essa decisão? Em uma viagem ainda por cima? — Não que estejamos criticando. – Anelise diz rapidamente após as palavras de Luna. — Sim, sim, não estamos criticando, só estamos surpresos demais. – Luna concordou, se explicando. — Eu meio que quase atropelei a criança. — Ai, meu Deus, Mia no volante é um perigo constante. — Cala a boca, Elliot. — Pior que é verdade. – Liam sussurrou para ambos os cunhados, que seguraram uma risada. — Não sei como nós sobrevivemos, não é, Naty? A rosada abriu a boca, indignada enquanto a pequenininha de sua filha ria. — Isso quer dizer que vamos ter um novo irmãozinho? – A pequena estava entusiasm
QUATRO ANOS DEPOIS Mia abriu a porta do quarto devagarzinho, encontrando o garotinho de cabelos castanho-claros e olhos azuis-esverdeados. Ele tinha oito anos, mas parecia ter mais. Era tão esperto quanto seus irmãos mais velhos, de quase quinze. Era também uma criança mais fechada. Como o pai. Talvez até mais. Ele era tão novinho quando o adotou. Era uma criança muito machucada. Não tinha um sorriso nos lábios. Os olhos eram tristes. Talvez por saber que foi abandonado por ambos seus pais quando era apenas um bebê. Havia sido tão difícil conquistá-lo, que por quase um ano, ele não se aproximava de ninguém além dela e Liam. Nem mesmo dos irmãos ele conseguia se aproximar. Levou mais ou menos um mesmo tempo para que chamasse ela de mamãe e Liam de papai. Não que isso fosse algo que a deixasse decepcionada, sabia que teria de ter paciência com o filho. Mas se preocupava. Não era normal uma criança ser tão fechada daquele jeito. Ele falava palavras curtas. E agora, com oito aninhos, fala
Mia havia conseguido despistar o marido. Mesmo que contando uma novidade que ela tinha decidido fazer após completar os três meses. Infelizmente não havia conseguido. Mas era por um bem maior. Havia feito uma promessa. Não contar sobre o “namoro”. Não que ela fosse esconder para sempre, mas aquele não era o jeito de ser feito e por isso revelou estar grávida. Ainda se lembrava do choque quando viu aqueles dois tracinhos. Em cada um dos testes que fez. Começou a sentir seus seios muito sensíveis e então o sono estranho, e aí finalmente se deu conta de que estava atrasada. Muito atrasada. Eram dias exaustivos com três crianças de cinco anos, um de oito e dois de quase quinze, e por isso não tinha se dado conta antes. Mas naquela manhã, ela resolveu que faria os testes enquanto o marido ia buscar o presente de Bryan. E então o resultado. — Liam, o que está fazendo? – Perguntou quando o viu procurar alguma coisa dentro do closet. – Eu sei, você ficou chocado, eu também estou, mas não ac
Liam se sentia o homem mais feliz do mundo. Ele era pai e seria de novo em oito meses. Sim, sua esposa havia acabado de completar um mês. Era cedo ainda. Mais um motivo para ele estar atento a ela. Cuidar dela. E do bebê que chegaria em alguns meses Ele nem acreditava que realmente estava acontecendo. Depois de ela ter confirmado que não estava grávida há dois anos, achou que não fosse mesmo acontecer. E estava conformado com isso. Tinha seis filhos. Estava feliz com seus seis filhos. Os trigêmeos estavam ainda na pré-escola, Bryan ainda era uma criança e ele tinha já dois adolescentes em casa. Estava ótimo. Mas ele se sentia muito feliz por saber que seria pai novamente. Alguns podiam dizer que era loucura, mas para ele não. Não gostava de pensar, mas logo seus filhos maiores estariam na faculdade e provavelmente morando sozinhos. Thomas vivia dizendo que quando começasse a faculdade ele iria querer morar em um apartamento para ele começar a viver a vida dele. Era difícil, mas o co
SEIS MESES DEPOIS — Como está a minha garota? Sua aparência evidenciava seus sete meses de gestação. Estava com um barrigão. E mesmo assim, era a visão mais linda para Liam. Naquele momento ela estava de frente para o espelho alisando a barriga por cima do macacão azul-bebê. Seus olhos brilhavam mais do que qualquer outro dia. Ela sempre ficava sempre muito iluminada na gravidez. Antes achava que isso era besteira. Allison parecia um fantasma na gravidez dos seus sobrinhos. Não que ela não estivesse linda, porque seria uma grande mentira, mas não era como com Mia. — Quero dizer, minhas garotas. – Beijou sua barriga e então seus lábios. — Estamos famintas. — Não creio. Isso sim é uma novidade. A mulher de cabelos loiros bateu no marido, e ele riu. Apenas riu. — Eu quero pizza. — Por que eu acho que não é alguma que eu consigo olhar sem que meu estômago revire? Ou o estômago dos nossos filhos. Ela fez um biquinho. — Peça o que quiser, querida. – A beijou. – Seu desejo é u
Liam Kavanagh se encontrava no escritório da empresa de sua família, na qual comandava, mas diferente do que deveria estar fazendo, seus olhos se encontravam no porta-retrato a sua frente em cima de sua mesa; nela, uma fotografia de ambos seus filhos, juntos e abraçados. Com apenas vinte e três anos, o moreno de olhos ônix era pai de um casal de gêmeos. Apesar de ser muito cansativo, adorava passar as horas com eles ou mesmo apenas colocá-los para dormir, como fazia sempre. Ambos eram muito parecidos consigo, com a única exceção dos olhos, que eram verdes-oliva; a mesma cor dos olhos de sua mãe; se é que podia chamá-la dessa forma, já que a mulher por quem havia se afeiçoado durante a gravidez, havia os abandonado. Se lembrava como se fosse ontem do dia em que tudo começou. Havia terminado o colegial, e todos iriam comemorar na casa de um dos colegas de classe. Apesar de seus pais, em especial sua mãe, pedir para que ele não fosse, não os escutou. Sabendo que beberia, pediu para que
As palavras que o atingiram foram: eu estou grávida. E então seu mundo virou de cabeça para baixo. Sua mãe surtou e quase teve um ataque do coração ao descobrir sobre a gravidez, seu pai ficou possesso por sua irresponsabilidade e o obrigou a noivar com a moça, que incrível e surpreendentemente, era filha do contador da empresa da família, e o fez prometer que seria responsável pela criança que estava dentro da barriga de Lillie. E ele prometeu. Mesmo morrendo de medo de ser pai, esteve presente em cada consulta, em cada enjoo, em cada desejo, e mesmo que estivesse um caco por estar estudando e cuidando de uma grávida, não a deixou sozinha nem por um segundo, principalmente porque sabia que ele era parte responsável por ela estar passando por uma gravidez aos dezesseis anos; sim, ela era um ano mais nova que o Kavanagh. Eles se casaram nas férias, quando ela já se encontrava com uma barriguinha a mostra, e que por esse motivo, haviam se decidido apenas no civil. E Liam agradeceu
Natalie e Thomas Kavanagh tinham cinco aninhos, mas diferente do que toda babá que os conhecia, pensavam, eles não eram crianças normais; eram extremamente inteligentes e com uma mente incrivelmente diabólica. Não que não fossem crianças boas, adoráveis e obedientes, mas eles não admitiam, concordavam ou confiavam nas mulheres que o amado pai contratava para lhes cuidar. E o único motivo de não aceitarem uma babá é por temerem que elas tirassem o pai deles; e isso eles nunca aceitariam. Liam Kavanagh não tinha dona e eles queriam que continuasse assim eternamente. Naquele momento, ambos esperavam pela refeição da nova babá. A mulher tinha longos cabelos castanho-claros com algumas mexas loiras e os olhos eram em um tom azul-escuro. Enquanto preparava o almoço uma música tocava em seu celular, e por mais que soubesse que os gêmeos estivessem a alguns passos de si, ela não lhes dava atenção; estava totalmente focada em sua cantoria enquanto picava uma cebola. As crianças cochichavam ent