CAPÍTULO 2

— E depois o que aconteceu, minha amiga, me conta essa história?

       — Eu entrei em Pânico.

       —  Como assim eu grávida?

       — Sim senhorita, eu lhes garanto que a senhorita está grávida, os testes que foram feito  comprovam que de fato está mesmo grávida. E o seu estado físico é causado por uma gravidez. E pelo que vimos, são dois meses de gravidez aproximadamente.

      — Meu Deus, como isso é possível eu com 17 anos, e agora como vai ser? Eu não posso dizer quem é o pai. Ele viajou para os Estados Unidos e nem vai saber. E nem pode saber. Que história eu vou inventar para os meus pais?

        — E seus pais como ele agiram quando eles souberem disso?

        — Da pior forma, imagina. Meu pai passou mal, minha mãe ficou uns dias sem falar comigo, meus irmãos nem olhavam para mim. E queriam uma explicação. 

         Eu tive que criar uma história que eu fui numa festa e bebi demais, conheci um cara sei lá da onde e nem lembrava o nome. Eles queriam me obrigar a dizer o nome do pai. Imagina se soubessem quem era o pai aumentaria mais a guerra que havia entre as duas famílias.

         — E depois o que foi que aconteceu?

         — Meu pai acordou do desmaio que teve, imagina o que aconteceu.

         — O que aconteceu? 

         — O médico liberou e fomos pra casa, aí imagina a cena. Ele entrou no meu quarto e queria saber se era verdade o que o médico havia dito.

         — O que? Como assim grávida?

         — Eu não sei como isso aconteceu, papai!

         — Há, não sabe? Eu quero saber como isso foi acontecer? — Até eu mesma estava buscando uma resposta, minha mãe queria saber quem era o pai do bebê que eu estava esperando.

        — Filha, somos só nos duas, me conte tudo o que foi que aconteceu? E quando? Quem é o pai? Na sua mãe você pode confiar.

        — Mãe eu juro que não lembro. Quando eu lembrar eu conto.

       — Trate de lembrar quem é porque você sabe como é seu pai, ele não vai descansar até descobrir quem fez isso com você.

        — Eu sei, mamãe. Eu estou falando a verdade, estou tentando lembrar quando foi que aconteceu. — Eu estava desesperada porque eu sabia o que estava por vir. Meu pai ficava andando de um lado pro outro buscando uma resposta minha mais convincente. E me olhou com mais ódio ainda.

         — Sua irresponsável inconseqüente, você sabe o que está fazendo com a nossa família? Não foi isso que eu te ensinei malcriada, rebelde. Como é que você vai criar essa criança? Você tem apenas 17 anos. E quem foi o individuo que te engravidou? Fala quem foi o responsável que te engravidou? Ou eu te arrebento? — Disse ele vindo na minha direção com um cinto de couro que ele usava quando queria castigar seus filhos. No interior é assim que funciona as coisas quando um pai quer impor disciplina em seus filhos. Com cinto na mão querendo me bater. Eu estava desesperada porque não sabia o que dizer.

        — Pai, eu não me lembro quem foi. Eu bebi demais, eu acho que desmaiei.

        — É, e você acha que vou acreditar nessa história absurda, você desmaiou aí engravidou do espírito santo? Era só o que me faltava. Vai me dizer quem é irresponsável se não eu te arrebento!

           — É um rapaz que eu nunca vi, diz ele que se chama Maurício. A gente começou a dançar e a conversar e eu comecei beber demais, e depois não me lembro mais do que aconteceu.      — Foi o que veio na minha mente. Nada que eu dissesse iria convencer ele, que de fato bebia demais. Eu nunca vi meu pai com tanto ódio de mim. Eu gritava para que ele não fizesse isso. 

— Não, papai não me b**e por favor. — Mas nada adiantou, quanto mais eu gritava mais ele me batia.

          — Tudo bem, você não vai dizer quem fez isso vai continuar insistindo nessa mentira absurda de que bebeu demais e desmaiou, e não se lembra de nada, mas você não vai ter esse filho, a gente vai dar um jeito de tirar esse bebê. Vamos te mandar para o capital, e vamos te levar numa clínica particular e você vai fazer um aborto. — Eu entrei em Pânico. Entre as lágrimas que desciam do meu rosto.

        — Fazer aborto? Como assim? De jeito algum! Eu vou ter esse filho! Falei para ele. Nem que eu tenha que morrer por isso.  — Ele levantou o braço para me bater quando ele ouviu um estalo. Era mamãe com revólver apontado pra ele.

          — Se bater mais uma vez eu te mato! Meu pai ficou paralisado ele nunca viu a mamãe daquele jeito.

         — Abaixe essa arma você não teria coragem de atirar no seu marido pai dos seus filhos?    

         — Experimente mais uma vez bater na minha filha pra ver o que acontece! — Ele se afastou e foi até a janela do quarto olhar se não havia ninguém espiando. Depois voltou um pouco mais calmo tentando se justificar porque estava fazendo isso.

        — Eu não queria fazer isso, nunca fui de bater na minha filha, só que eu estou desesperado. O que as pessoas vão pensar de nós? Com uma filha que tem 17 anos grávida sem saber quem é o pai. É normal um pai estar desesperado.

       —  Eu também estou nervosa, mas bater vai resolver alguma coisa? Será que não dá para conversar com a sua filha? Conversando a gente resolve.  — Ficou um silêncio no quarto sem ninguém dizer uma palavra. Minutos depois meu pai perguntou mais calmo

       — Você tem certeza que quer ter esse esse filho? Eu balancei a cabeça ainda com lágrimas nos meus olhos.

               — Sim papai?     

               — É mesmo? E você vai ter condições de criar essa criança sozinha?

               — Como assim sozinha?

               — É isso mesmo que você ouviu.

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