— E depois o que aconteceu, minha amiga, me conta essa história?
— Eu entrei em Pânico.
— Como assim eu grávida?
— Sim senhorita, eu lhes garanto que a senhorita está grávida, os testes que foram feito comprovam que de fato está mesmo grávida. E o seu estado físico é causado por uma gravidez. E pelo que vimos, são dois meses de gravidez aproximadamente.
— Meu Deus, como isso é possível eu com 17 anos, e agora como vai ser? Eu não posso dizer quem é o pai. Ele viajou para os Estados Unidos e nem vai saber. E nem pode saber. Que história eu vou inventar para os meus pais?
— E seus pais como ele agiram quando eles souberem disso?
— Da pior forma, imagina. Meu pai passou mal, minha mãe ficou uns dias sem falar comigo, meus irmãos nem olhavam para mim. E queriam uma explicação.
Eu tive que criar uma história que eu fui numa festa e bebi demais, conheci um cara sei lá da onde e nem lembrava o nome. Eles queriam me obrigar a dizer o nome do pai. Imagina se soubessem quem era o pai aumentaria mais a guerra que havia entre as duas famílias.
— E depois o que foi que aconteceu?
— Meu pai acordou do desmaio que teve, imagina o que aconteceu.
— O que aconteceu?
— O médico liberou e fomos pra casa, aí imagina a cena. Ele entrou no meu quarto e queria saber se era verdade o que o médico havia dito.
— O que? Como assim grávida?
— Eu não sei como isso aconteceu, papai!
— Há, não sabe? Eu quero saber como isso foi acontecer? — Até eu mesma estava buscando uma resposta, minha mãe queria saber quem era o pai do bebê que eu estava esperando.
— Filha, somos só nos duas, me conte tudo o que foi que aconteceu? E quando? Quem é o pai? Na sua mãe você pode confiar.
— Mãe eu juro que não lembro. Quando eu lembrar eu conto.
— Trate de lembrar quem é porque você sabe como é seu pai, ele não vai descansar até descobrir quem fez isso com você.
— Eu sei, mamãe. Eu estou falando a verdade, estou tentando lembrar quando foi que aconteceu. — Eu estava desesperada porque eu sabia o que estava por vir. Meu pai ficava andando de um lado pro outro buscando uma resposta minha mais convincente. E me olhou com mais ódio ainda.
— Sua irresponsável inconseqüente, você sabe o que está fazendo com a nossa família? Não foi isso que eu te ensinei malcriada, rebelde. Como é que você vai criar essa criança? Você tem apenas 17 anos. E quem foi o individuo que te engravidou? Fala quem foi o responsável que te engravidou? Ou eu te arrebento? — Disse ele vindo na minha direção com um cinto de couro que ele usava quando queria castigar seus filhos. No interior é assim que funciona as coisas quando um pai quer impor disciplina em seus filhos. Com cinto na mão querendo me bater. Eu estava desesperada porque não sabia o que dizer.
— Pai, eu não me lembro quem foi. Eu bebi demais, eu acho que desmaiei.
— É, e você acha que vou acreditar nessa história absurda, você desmaiou aí engravidou do espírito santo? Era só o que me faltava. Vai me dizer quem é irresponsável se não eu te arrebento!
— É um rapaz que eu nunca vi, diz ele que se chama Maurício. A gente começou a dançar e a conversar e eu comecei beber demais, e depois não me lembro mais do que aconteceu. — Foi o que veio na minha mente. Nada que eu dissesse iria convencer ele, que de fato bebia demais. Eu nunca vi meu pai com tanto ódio de mim. Eu gritava para que ele não fizesse isso.
— Não, papai não me b**e por favor. — Mas nada adiantou, quanto mais eu gritava mais ele me batia.
— Tudo bem, você não vai dizer quem fez isso vai continuar insistindo nessa mentira absurda de que bebeu demais e desmaiou, e não se lembra de nada, mas você não vai ter esse filho, a gente vai dar um jeito de tirar esse bebê. Vamos te mandar para o capital, e vamos te levar numa clínica particular e você vai fazer um aborto. — Eu entrei em Pânico. Entre as lágrimas que desciam do meu rosto.
— Fazer aborto? Como assim? De jeito algum! Eu vou ter esse filho! Falei para ele. Nem que eu tenha que morrer por isso. — Ele levantou o braço para me bater quando ele ouviu um estalo. Era mamãe com revólver apontado pra ele.
— Se bater mais uma vez eu te mato! Meu pai ficou paralisado ele nunca viu a mamãe daquele jeito.
— Abaixe essa arma você não teria coragem de atirar no seu marido pai dos seus filhos?
— Experimente mais uma vez bater na minha filha pra ver o que acontece! — Ele se afastou e foi até a janela do quarto olhar se não havia ninguém espiando. Depois voltou um pouco mais calmo tentando se justificar porque estava fazendo isso.
— Eu não queria fazer isso, nunca fui de bater na minha filha, só que eu estou desesperado. O que as pessoas vão pensar de nós? Com uma filha que tem 17 anos grávida sem saber quem é o pai. É normal um pai estar desesperado.
— Eu também estou nervosa, mas bater vai resolver alguma coisa? Será que não dá para conversar com a sua filha? Conversando a gente resolve. — Ficou um silêncio no quarto sem ninguém dizer uma palavra. Minutos depois meu pai perguntou mais calmo
— Você tem certeza que quer ter esse esse filho? Eu balancei a cabeça ainda com lágrimas nos meus olhos.
— Sim papai?
— É mesmo? E você vai ter condições de criar essa criança sozinha?
— Como assim sozinha?
— É isso mesmo que você ouviu.
— Disse meu pai. — Tentei argumentar, mas nada que eu fizesse iria convencer ele de alguma coisa. — Porque filha minha, e mãe solteira não vive sobre o mesmo teto. Ou você tira essa criança ou sai dessa casa. — Mas pra onde eu vou? — É problema seu, vai ficar aqui até essa criança nascer depois, rua. Há e tem mais uma coisa, vai ficar presa dentro do quarto, e quando a barriga começar a crescer, até lá não quero que saia por aí mostrando a sua sem vergonhice. Fez a besteira agora assuma sua responsabilidade. Nós vamos te mandar para a capital onde mora a sua tia, se é que ela vai te aceitar. A minha mãe era a mais sensata e tentou convencer meu pai a mudar de ideia no que ele pretendia fazer. Mas ele estava revoltado não se conformando com o que aconteceu. Afinal eu era a única filha mulher que ele tinha, e sonhava que eu me casasse virgem. Era os costumes de família que passavam de geração em geração. E tinha que ser e com um bom pretendente, e eu
Mas eu não sabia quem era por ter assinado um contrato. E neste contrato havia uma cláusula que eu não podia saber quem era os pais adotivos da minha filha. E nem eles podiam me procurar caso fosse necessário. Falei com a freira responsável pela adoção implorando. — Por favor, Madre. A minha filha vai ficar bem com esse casal? — A freira me olha com uma fúria incontrolável. E balança a cabeça com expressão de incrédula. — Preste bem atenção minha jovem. Você assinou um contrato e se não cumprir vai pagar uma multa de dez mil dólares. Eu lhes garanto que ela vai estar em boas mãos. O casal ama a sua filha, e são ricos. Aliás, são poderosos e vão dar o bom e o melhor para sua filha. Como você mesma disse que não consegue emprego foi expulsa pela sua família, vai deixar sua filha morrer de fome por causa do seu orgulho? Seja sincera, é justo com a sua filha — Não! — Falei entre soluços com os olhos cheios de lágrimas. A dor imensa de ter que abrir m
Primeiro veio um segurança do prédio me analisando ligou o rádio transmitindo para que mulher descesse até portaria após eu ter apresentado minha identidade. A mulher saiu e me viu que eu estava parada em frente ao portão do prédio, atrás segurando a cadeira de roda ela ficou me olhando e analisando talvez estivesse me julgando. — Como você se chama — Eu me chamo Sabrina. — Sabrina: Como isso aconteceu ao meu pai quando você encontrou ele? — Eu estava sentada no banco de uma praça pensando na vida, são assuntos que não vem ao caso. Eu vi o senhor que estava tentando atravessar a rua que estava muito movimentada. Então eu me ofereci para ajudar a atravessar, pedi o endereço onde ele morava para que ele me informasse, e aqui eu trouxe ele, já tá entregue. Eu já vou indo. Quando eu estava saindo a mulher me chamou — Sabrina! Espere! — Parei e olhei para ela que estava querendo me dizer alguma coisa. — Pois
Uma tarde ensolarada Sabrina costumava ir passear num parque perto onde ela morava. Entrou num Bar lanchonete. E pediu um pastel pra comer, comeu, veio na sua direção o garçom. — A senhora deseja mais alguma coisa? — perguntou o garçom. — Senhora é sua mãe! Por acaso tenho cara de velha, garçom folgado. — Perdoe-me, eu não quis lhe ofender. Falei por respeito. — Está bem. Por favor, a conta? — Sim, senhorita. — Assim está melhor, mas que seja última vez, porque se não, não coloco mais os pés nessas peluncas. — Mais uma vez peço perdão. Aqui está sua conta. — Sabrina pagou a conta de um sanduíche que comeu e uma cerveja que eu bebeu, e saiu andando pela calçada. O dia estava lindo, ela estava de folga e não queria voltar tão cedo para o pequeno apartamento. Era uma tortura viver naquele canto pequeno. Era torturante viver sozinha, com as lembranças que atormentavam demais. Não tinha nada pra fazer. Pessoas
Depois do que aconteceu naquele parque da mulher batendo naquela menina, Sabrina não conseguiu dormir a noite. E se virava de um lado pro outro tentando se acalmar. Sentia que precisava fazer alguma coisa, sair um pouco e voltar para aquele bar, àquela menina não saia da sua cabeça. Precisava encontrar ela urgentemente e saber se estava tudo bem com ela. E tinha que ser uma hora antes de começar a trabalhar. Não podia perder o seu emprego, embora não sendo o emprego dos sonhos. Mas era o que tinha naquele momento. Ela levantou cedo, escovou os dentes, tomou um banho, e foi caminhar pelo parque. Precisava exorcizar seus pensamentos sobre aquela menina que não saia da sua cabeça sendo maltratada por aquela mulher maluca. Voltou naquele bar lancheria mais uma vez. O garçom ficou surpreso. — Você, aqui? — Porque a surpresa? Por acaso está proibida a minha entrada aqui? — Calma senhorita, achei que não voltaria mais aqui!
— Nenhuma delas fez o que você fez por ele. —Tipo o que? Por exemplo. — Você teve paciência, fez muita coisa por ele que nem eu como filha fiz. As outras cuidadoras que estavam aqui cuidando dele só ficavam assistindo televisão ou no celular. E deixavam meu pai abandonando. Elas não tinham nenhuma iniciativa como você tem, elas tinham nojo do meu pai. É por isso que você se tornou especial pra ele e para mim, além desse dinheiro ainda vou te dar uma boa gratificação. Você é jovem inteligente que toma iniciativa tem personalidade forte, e pessoas como você vai conseguir logo outro emprego Eu vou dar um conselho para uma amiga procura fazer um cursinho, tenta se qualificar profissionalmente. — Nossa, não sei como agradecer e não sei se vai mudar a minha vida. Vou pegar esse dinheiro e vou guardar no banco, depois eu vejo o que faço. Quanto a sua carta de recomendação, agradeço de coração. Ela não queria sair de lá, sentiu uma tristeza, um vaz
Sabrina e Ana estavam novamente conversando a respeito de tudo o que estava acontecendo. — E aí amiga, como foi seu dia? — Cansativo, mas emocionalmente. — O que aconteceu? — Fui fazer as unhas de uma cliente importante. — Me conta como foi? — Bom, quando cheguei lá custou acreditar que o lugar era uma mansão. E para ser sincera, me apaixonei por aquele lugar. Senti aquela sensação gostosa e estranha de que um dia já morei nessa mansão, ou quem sabe um dia vai ser minha. É claro que é sonhar demais, mas eu tinha que colocar os pés no chão e voltar a realidade. Toquei a campainha, nem imagina a pessoa que me atendeu! — Quem? — Perguntou minha amiga curiosa. — Era nada mais e nada menos que aquela louca que eu quase quebrei o braço dela batendo na menina. — Minha nossa! E aí o que aconteceu? — Sinceramente fiquei desanimada, eu não sabia se ela era empregada, ou se era a dona
Ana estava ansiosa e curiosa para saber o que Sabrina tinha a falar. — E o que aconteceu depois? — perguntou Ana. — Eu ajudei ela a levar as compras para dentro de casa para a fúria da babá que parecia ser a dona da casa. Alguma coisa não me cheirava bem nessa mulherzinha de quinta categoria. Como diz o ditado, quem nasce no interior é chamado de bicho do mato. Mas na verdade não é nada disso, e sim é um instinto protetor que conhece bem quem é quem. Eu senti que Isabel por ser uma boa pessoa era refém dos seus princípios éticos e medo de sofrer alguma ameaça. Senti isso quando me aproximei dela tentando ajudar com as compras de supermercado. Mas voltando àquele assunto que eu estava dizendo, eu entrei com as sacolas na mão. E fiquei observando a beleza da decoração dentro da casa, aliás, não era casa e sim uma mansão, que mais parecia um castelo de tão bonito que era! Os detalhes, os quadros na parede, os móveis de última geração.