Uma tarde ensolarada Sabrina costumava ir passear num parque perto onde ela morava.
Entrou num Bar lanchonete. E pediu um pastel pra comer, comeu, veio na sua direção o garçom.
— A senhora deseja mais alguma coisa? — perguntou o garçom.
— Senhora é sua mãe! Por acaso tenho cara de velha, garçom folgado.
— Perdoe-me, eu não quis lhe ofender. Falei por respeito.
— Está bem. Por favor, a conta?
— Sim, senhorita.
— Assim está melhor, mas que seja última vez, porque se não, não coloco mais os pés nessas peluncas.
— Mais uma vez peço perdão. Aqui está sua conta. — Sabrina pagou a conta de um sanduíche que comeu e uma cerveja que eu bebeu, e saiu andando pela calçada.
O dia estava lindo, ela estava de folga e não queria voltar tão cedo para o pequeno apartamento. Era uma tortura viver naquele canto pequeno. Era torturante viver sozinha, com as lembranças que atormentavam demais. Não tinha nada pra fazer. Pessoas estranhas caminhando apressadas.
Talvez o estresse dos dias insuportáveis do cotidiano. Para quem estava acostumada com a tranquilidade de uma cidade pequena estava lhe deixando neurótica. Seu peito ardia misteriosamente, achando que ia ter um infarto. Não sabia ao certo se foi a cerveja que não caiu bem.
Quando ela deparou com uma cena que fez estremecer as suas pernas, e vendo as pessoas assistindo e não fazendo nada para salvar uma criança de uns três anos aproximadamente que estava tentando fugir de uma mulher que ela não sabia se era mãe ou babá?
Ela puxando pelo cabelo e as pessoas invés de fazer alguma coisa ficavam olhando, e alguns filmando, com certeza para ganhar dinheiro colocando nas redes sociais.
Aquilo revoltou que não deixou Sabrina ficar de braços cruzados. Foi correndo na direção das duas e quando a tal mulher levantou a mão para bater, Sabrina segurou firme que quase quebrou o braço da mulher maluca.
— Não ousa tocar nessa menina se não! — Disse Sabrina rangendo os dentes de ódio.
— Se não o que? Sua maluca. acha que com quem está se metendo? Disse ela rangendo os dentes.
— Quem eu sou pouco importa, mas se levantar esse braço eu quebro! — Segurando firme que ela não conseguia se mexer. Não sei de onde veio tanta força que quase quebrou o braço dela. A menina estava assustada que veio pro lado dela. E Sabrina disse:
— Ela não vai te bater mais.
— Todos vieram na direção dela batendo palma como se ela fosse uma heroína.
Sabrina não entendeu porque estavam fazendo isso, quando eles deveriam ter feito alguma coisa, e ela teve que tomar iniciativa e salvar aquela criança dá aquela maluca que não sabia quem era.
A menina deveria ter uns 3 anos de idade. E aquela mulher descabelada, e louca diga se de passagem, pegou pela mão e levou para casa. Ela chamou um táxi e foi embora. Sem entender porque tomou aquela atitude tão desesperadamente vendo aquela menina apanhando de uma adulta.
Algo que fez voltar lá no passado. Algo que ela não queria lembrar, e tentava esquecer, mas o passado não para de perseguir. A cada lugar que ela ia o passado estava presente na sua vida.
E para quem mora num apartamento sozinha, assim como ela, é um tormento. Para ela aquela menina era como se tivesse conhecido em algum lugar. Só não sabia de onde?
O que deixou ela espantada foi a atitude daquelas pessoas aplaudindo quando eles deveriam ter feito a mesma coisa. Deveriam ter intervindo, e salvado a criança daquela maluca.
Uma mulher que estava presente disse que briga de marido e mulher não se mete a colher, ou briga de mãe e filho é a mesma coisa.
Deixando Sabrina furiosa.
— Para mim isso não é bobagem, na minha frente ninguém vai bater numa criança, posso ser um bicho do mato, mas eu tenho um coração, achei uma injustiça.
E todos ficaram assistindo como se tudo fosse normal. Lá na sua terra jamais isso ia acontecer, é só na cidade grande que acontecem essas coisas. Pensava ela. Que estavam deixando o estômago dela embrulhado com tanta coisa estranha acontecendo. Ela não admitia uma criança apanhar de adulto. Para ela isso era uma covardia.
Ela esperava que isso nunca mais acontecesse na frente frente dela. Porque se acontecer ela não se responsabilizava pelos seus atos. Aquela mulher ficou marcada na mente dela. Que ficou com tanto ódio, tanto ódio, e a raiva que custou passar.
Ela voltou para aquele mesmo bar para beber mais algumas cervejas para se acalmar. E tremia igual uma folha verde de tão nervosa que estava.
Aquela menina linda de cabelos loiros, e azuis lembrava alguém? Só não conseguia decifrar da onde poderia ter conhecido.
Então ela lembrou da filha dela talvez pudesse ser. Precisava esquecer isso, não podia pensar toda hora que fosse sua filha.
Depois de ter bebido mais uma cerveja, comeu mais um sanduíche. E dessa vez não brigou com o garçom, porque ele já sabia com quem estava lidando.
Ele viu que ela estava nervosa, e ele também tinha visto a cena, o fato dela ter defendido aquela criança daquela mulher maluca, pelo contrário ele agradeceu e falou.
— Parabéns você ganhou o meu respeito!
— Porque você está dizendo isso?
— Porque nunca na minha vida eu vi alguém defender uma pessoa que você não conhece, acredito que ainda existem pessoas boas. E você é uma delas, estou admirado.
Mesmo o garçom elogiando, ela ainda estava muito tensa, e muito nervosa. As mãos tremiam, e não conseguia nem segurar o copo de cerveja que ela estava bebendo, bebeu mais duas cervejas.
Aquela menina não saía da sua cabeça, ela estava angustiada, aquilo estava lhe perturbando, com a cena que acabou de acontecer diante dos seus olhos.
O xis que ela tinha pedido acabou deixando no prato, nem conseguiu comer, e nem tinha como comer, perdeu o apetite, as coisas que acontecem na
vida dela, cada dia era uma coisa diferente. Ela ficou se perguntando. "E amanhã o que vai acontecer novamente? Meu Deus.
Depois do que aconteceu naquele parque da mulher batendo naquela menina, Sabrina não conseguiu dormir a noite. E se virava de um lado pro outro tentando se acalmar. Sentia que precisava fazer alguma coisa, sair um pouco e voltar para aquele bar, àquela menina não saia da sua cabeça. Precisava encontrar ela urgentemente e saber se estava tudo bem com ela. E tinha que ser uma hora antes de começar a trabalhar. Não podia perder o seu emprego, embora não sendo o emprego dos sonhos. Mas era o que tinha naquele momento. Ela levantou cedo, escovou os dentes, tomou um banho, e foi caminhar pelo parque. Precisava exorcizar seus pensamentos sobre aquela menina que não saia da sua cabeça sendo maltratada por aquela mulher maluca. Voltou naquele bar lancheria mais uma vez. O garçom ficou surpreso. — Você, aqui? — Porque a surpresa? Por acaso está proibida a minha entrada aqui? — Calma senhorita, achei que não voltaria mais aqui!
— Nenhuma delas fez o que você fez por ele. —Tipo o que? Por exemplo. — Você teve paciência, fez muita coisa por ele que nem eu como filha fiz. As outras cuidadoras que estavam aqui cuidando dele só ficavam assistindo televisão ou no celular. E deixavam meu pai abandonando. Elas não tinham nenhuma iniciativa como você tem, elas tinham nojo do meu pai. É por isso que você se tornou especial pra ele e para mim, além desse dinheiro ainda vou te dar uma boa gratificação. Você é jovem inteligente que toma iniciativa tem personalidade forte, e pessoas como você vai conseguir logo outro emprego Eu vou dar um conselho para uma amiga procura fazer um cursinho, tenta se qualificar profissionalmente. — Nossa, não sei como agradecer e não sei se vai mudar a minha vida. Vou pegar esse dinheiro e vou guardar no banco, depois eu vejo o que faço. Quanto a sua carta de recomendação, agradeço de coração. Ela não queria sair de lá, sentiu uma tristeza, um vaz
Sabrina e Ana estavam novamente conversando a respeito de tudo o que estava acontecendo. — E aí amiga, como foi seu dia? — Cansativo, mas emocionalmente. — O que aconteceu? — Fui fazer as unhas de uma cliente importante. — Me conta como foi? — Bom, quando cheguei lá custou acreditar que o lugar era uma mansão. E para ser sincera, me apaixonei por aquele lugar. Senti aquela sensação gostosa e estranha de que um dia já morei nessa mansão, ou quem sabe um dia vai ser minha. É claro que é sonhar demais, mas eu tinha que colocar os pés no chão e voltar a realidade. Toquei a campainha, nem imagina a pessoa que me atendeu! — Quem? — Perguntou minha amiga curiosa. — Era nada mais e nada menos que aquela louca que eu quase quebrei o braço dela batendo na menina. — Minha nossa! E aí o que aconteceu? — Sinceramente fiquei desanimada, eu não sabia se ela era empregada, ou se era a dona
Ana estava ansiosa e curiosa para saber o que Sabrina tinha a falar. — E o que aconteceu depois? — perguntou Ana. — Eu ajudei ela a levar as compras para dentro de casa para a fúria da babá que parecia ser a dona da casa. Alguma coisa não me cheirava bem nessa mulherzinha de quinta categoria. Como diz o ditado, quem nasce no interior é chamado de bicho do mato. Mas na verdade não é nada disso, e sim é um instinto protetor que conhece bem quem é quem. Eu senti que Isabel por ser uma boa pessoa era refém dos seus princípios éticos e medo de sofrer alguma ameaça. Senti isso quando me aproximei dela tentando ajudar com as compras de supermercado. Mas voltando àquele assunto que eu estava dizendo, eu entrei com as sacolas na mão. E fiquei observando a beleza da decoração dentro da casa, aliás, não era casa e sim uma mansão, que mais parecia um castelo de tão bonito que era! Os detalhes, os quadros na parede, os móveis de última geração.
Eu tinha que controlar as minhas emoções. Ela apertou seu abraço em mim como nunca tivesse sido abraçada por alguém. Quando de repente Isabel apareceu na sala vendo aquela cena comovente. E eu tive que voltar à realidade, colocar os pés no chão. Afinal de contas ela não era minha filha, era apenas uma nova amiga que eu estava conquistando. — Parece que ela gostou de você! — A senhora acha? — Perguntei para Isabel. — Com certeza! Porque ela não costuma abraçar ninguém, tem medo de se aproximar das pessoas. — Talvez ela tenha algum motivo. Ou alguém tenha maltratado ela! — Por que você está dizendo isso? — Toda criança tem uma sensibilidade muito grande, e ela não costuma mentir. Deveria perguntar para ela se ela não está sendo maltratada pela babá. Me desculpe senhora, eu me meter. Eu sou assim mesma, a minha língua é muito solta, eu tenho que falar o que eu sinto, o que eu penso, e às vezes acabo indo longe dema
As duas continuavam conversando como se conhecesse a muito tempo. — Dá pra perceber. A propósito está ficando linda as minhas unhas, nossa adorei, ficou perfeito. — Nossa ouvindo a senhora dizer que gostou do meu trabalho é a melhor coisa que já ouvi na minha vida. — Eu amei mesmo de verdade, falando nisso você trabalha num salão de beleza, mas é só as unhas que você faz? — Não, eu também faço cabelo, mas como tem muitas lá que fazem o cabelo, então eu faço mais as unhas de mãos e pés, já que as clientes preferem que eu faça as unhas. — Então na próxima vez você vai cortar o meu cabelo! — Eu? — Sim, você, qual é o problema em cortar o meu cabelo? — Nenhum problema! — Então está decidido. Assim que eu tiver uma folga na minha agenda você vai vir aqui em casa pode ser? — Pode ser. —Você faz alguma coisa a mais além de ser manicure? — Essa pergun
— É claro, que eu vou voltar, se sua mãe quiser? — Ela vai voltar minha filha. Disse Isabel para Emily.Fui embora com aquela menina na minha cabeça tentando encontrar uma explicação porque daquele sentimento em meu coração? Contava os minutos para voltar e rever aquele rostinho lindo e triste. E isso me deixava intrigada porque aquela menina tinha um olhar triste? Como se ela estivesse sendo maltratada por alguém? Pela Isabel acredito que não. Suspeito que seja aquela babá que eu não fui com a cara dela.Alguma coisa me diz que eu tenho que ter cuidado com essa tal Verônica. Mas não tenho medo dela, o que temo é pela segurança de Emily, e de Isabel. Porque dessa necessidade em proteger essas pessoas? Isabel é apenas uma cliente da minha patroa? O que me intriga é essa ligação com Emily desde o primeiro dia que eu a vi. Senti falta da minha filha pela semelhança, com a mesma cor dos olhos azuis. Isabel é intrigante que me despertou curiosidade em saber mais
SABRINA Quando Isabel me chamou, que queria falar um assunto sério comigo fiquei preocupada e com medo que ela quisesse cortar a amizade por alguma coisa que eu tenha falado. Para se ter uma ideia ela tinha conversado com a minha patroa se pudesse me liberar, o assunto era de máxima urgência. . Queria entender qual era essa urgência pelo fato de eu ter falado para ela que eu trabalho numa boate de luxo como uma dançarina? Minha patroa me disse: — Sabrina, a cliente Isabel quer que você vá até a casa dela com urgência. — Sim senhora, estou indo, vou levar a minha mochila dos produtos talvez ela queira fazer a unha! — Não precisa levar nada, o assunto é outro que não tem nada haver com trabalho. — Sim, senhora. — Ordens eram ordens, eu tinha que obedecer. Fiquei um pouco desorientada sem saber o que que ela queria comigo. Chegando lá Isabel me recebeu com todo carinho e me chamou para sala dela para conversar em particular. E Emi