CAPÍTULO 6

Uma tarde ensolarada Sabrina costumava ir passear num parque perto onde ela morava.

Entrou num Bar lanchonete. E pediu um pastel pra comer, comeu, veio na sua direção o garçom.

          — A senhora deseja mais alguma coisa? — perguntou o garçom.

          — Senhora é sua mãe! Por acaso tenho cara de velha, garçom folgado. 

         — Perdoe-me, eu não quis lhe ofender. Falei por respeito.

          — Está bem. Por favor, a conta?

          — Sim, senhorita.

          — Assim está melhor, mas que seja última vez, porque se não, não coloco mais os pés nessas peluncas.

        — Mais uma vez peço perdão. Aqui está sua conta. — Sabrina pagou a conta de um sanduíche que comeu e uma cerveja que eu bebeu, e saiu andando pela calçada. 

    O dia estava lindo, ela estava de folga e não queria voltar tão cedo para o pequeno apartamento. Era uma tortura viver naquele canto pequeno. Era torturante viver sozinha, com as lembranças que atormentavam demais. Não tinha nada pra fazer. Pessoas estranhas caminhando apressadas. 

      Talvez o estresse dos dias insuportáveis do cotidiano. Para quem estava acostumada com a tranquilidade de uma cidade pequena estava lhe deixando neurótica. Seu peito ardia misteriosamente, achando que ia ter um infarto. Não sabia ao certo se foi a cerveja que não caiu bem. 

    Quando ela deparou com uma cena que fez estremecer as suas pernas, e vendo as pessoas assistindo e não fazendo nada para salvar uma criança de uns três anos aproximadamente que estava tentando fugir de uma mulher que ela não sabia se era mãe ou babá?

     Ela puxando pelo cabelo e as pessoas invés de fazer alguma coisa ficavam olhando, e alguns filmando, com certeza para ganhar dinheiro colocando nas redes sociais. 

        Aquilo revoltou que não deixou Sabrina ficar de braços cruzados. Foi correndo na direção das duas e quando a tal mulher levantou a mão para bater, Sabrina segurou firme que quase quebrou o braço da mulher maluca.

          — Não ousa tocar nessa menina se não! — Disse Sabrina rangendo os dentes de ódio.

          — Se não o que? Sua maluca. acha que com quem está se metendo? Disse ela rangendo os dentes. 

          — Quem eu sou pouco importa, mas se levantar esse braço eu quebro! — Segurando firme que ela não conseguia se mexer. Não sei de onde veio tanta força que quase quebrou o braço dela. A menina estava assustada que veio pro lado dela. E Sabrina disse: 

          — Ela não vai te bater mais.

          — Todos vieram na direção dela batendo palma como se ela fosse uma heroína.

     Sabrina não entendeu porque estavam fazendo isso, quando eles deveriam ter feito alguma coisa, e ela teve que tomar iniciativa e salvar aquela criança dá aquela maluca que não sabia quem era. 

     A menina deveria ter uns 3 anos de idade. E aquela mulher descabelada, e louca diga se de passagem, pegou pela mão e levou para casa. Ela chamou um táxi e foi embora. Sem entender porque tomou aquela atitude tão desesperadamente vendo aquela menina apanhando de uma adulta.

      Algo que fez voltar lá no passado. Algo que ela não queria lembrar, e tentava esquecer, mas o passado não para de perseguir. A cada lugar que ela ia o passado estava presente na sua vida.

     E para quem mora num apartamento sozinha, assim como ela, é um tormento. Para ela aquela menina era como se tivesse conhecido em algum lugar. Só não sabia de onde?

    O que deixou ela espantada foi a atitude daquelas pessoas aplaudindo quando eles deveriam ter feito a mesma coisa. Deveriam ter intervindo, e salvado a criança daquela maluca.

     Uma mulher que estava presente disse que briga de marido e mulher não se mete a colher, ou briga de mãe e filho é a mesma coisa. 

Deixando Sabrina furiosa.

      — Para mim isso não é bobagem, na minha frente ninguém vai bater numa criança, posso ser um bicho do mato, mas eu tenho um coração, achei uma injustiça. 

     E todos ficaram assistindo como se tudo fosse normal. Lá na sua terra jamais isso ia acontecer, é só na cidade grande que acontecem essas coisas. Pensava ela. Que estavam deixando o estômago dela embrulhado com tanta coisa estranha acontecendo. Ela não admitia uma criança apanhar de adulto. Para ela isso era uma covardia.

       Ela esperava que isso nunca mais acontecesse na frente frente dela. Porque se acontecer ela não se responsabilizava pelos seus atos. Aquela mulher ficou marcada na mente dela. Que ficou com tanto ódio, tanto ódio, e a raiva que custou passar.

    Ela voltou para aquele mesmo bar para beber mais algumas cervejas para se acalmar. E tremia igual uma folha verde de tão nervosa que estava.

    Aquela menina linda de cabelos loiros, e azuis lembrava alguém? Só não conseguia decifrar da onde poderia ter conhecido.

       Então ela lembrou da filha dela talvez pudesse ser. Precisava esquecer isso, não podia pensar toda hora que fosse sua filha.

Depois de ter bebido mais uma cerveja, comeu mais um sanduíche. E dessa vez não brigou com o garçom, porque ele já sabia com quem estava lidando.

     Ele viu que ela estava nervosa, e ele também tinha visto a cena, o fato dela ter defendido aquela criança daquela mulher maluca, pelo contrário ele agradeceu e falou.

          — Parabéns você ganhou o meu respeito!

          — Porque você está dizendo isso?

          — Porque nunca na minha vida eu vi alguém defender uma pessoa que você não conhece, acredito que ainda existem pessoas boas. E você é uma delas, estou admirado.

    Mesmo o garçom elogiando, ela ainda estava muito tensa, e muito nervosa. As mãos tremiam, e não conseguia nem segurar o copo de cerveja que ela estava bebendo, bebeu mais duas cervejas.

         Aquela menina não saía da sua cabeça, ela estava angustiada, aquilo estava lhe perturbando, com a cena que acabou de acontecer diante dos seus olhos. 

       O xis que ela tinha pedido acabou deixando no prato, nem conseguiu comer, e nem tinha como comer, perdeu o apetite, as coisas que acontecem na 

 vida dela, cada dia era uma coisa diferente. Ela ficou se perguntando. "E amanhã o que vai acontecer novamente? Meu Deus.

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