POV: JAMES
Passei pelos portões da mansão de Mia sem pressa, aproveitando o caos que já se fazia presente. O barulho estridente de sua voz histérica ecoava pela casa enquanto me aproximava do ateliê.
Ao cruzar a porta, precisei desviar rapidamente quando um manequim foi arremessado na minha direção, batendo com força contra a parede.
— EU JÁ FALEI QUE ESSE TECIDO IRRITA A MINHA PELE, SEU INÚTIL! — Mia gritava com o rosto contorcido de raiva para um assistente apavorado.
O pobre coitado segurava uma prancheta tremendo, enquanto Mia apontava para um vestido sobre um pedestal, como se aquilo fosse a maior tragédia do século.
— Vê se faz algo de útil e me traga um carmim do estilista Mondely! — Ela ordenou.
— M-Mas, senhorita, ele não está
POV: HENRYDepois de alguns dias, Lauren finalmente recebeu alta do hospital. O médico reforçou a necessidade de repouso absoluto, uma alimentação balanceada e, para seu completo constrangimento, nenhuma relação íntima.Quando ele mencionou essa última parte, Lauren se engasgou com a própria saliva, tossindo enquanto seu rosto ganhava um tom vermelho vivo.Eu me segurei para não rir, apenas observando seu desconforto.No caminho para casa, ela permaneceu em silêncio, desviando o olhar sempre que eu tentava iniciar uma conversa. Mas, ao chegar, sua postura mudou.Ela parou no pé da escada, olhando para cima como se avaliasse a distância até seu quarto.— O que pensa que está fazendo? — Eu questionei, arqueando uma sobrancelha.— Estou
POV: ETHAN— O que você acabou de dizer, James? — Eu apertei o telefone com força, sentindo o ódio latejar em minhas têmporas.— Você ouviu perfeitamente, amigão. — James riu do outro lado da linha, sua voz carregada de pura diversão. — Eu disse que sua ex-esposa, Lauren Becker, está grávida de ninguém menos que Henry Carter. Parece que ele não só te superou em riqueza, mas também em outros aspectos...Meu maxilar se contraiu, e a raiva explodiu dentro de mim como uma chama incontrolável.— Onde diabos você ouviu esse absurdo?! — Eu gritei, a fúria tomando conta.— Diretamente da fonte, meu caro. — O tom sarcástico de James só me irritava mais. — Achei que deveria te avisar antes do evento de caridade da alta socie
POV: LAURENHenry parecia determinado a manter seu papel de vigilante, passando mais tempo no quarto do que deveria. Ele trouxe uma mesinha e instalou seu notebook ali, trabalhando enquanto me mantinha sob seu olhar atento.Observei seu rosto enquanto ele se concentrava, a expressão séria, o maxilar travado. Seu olhar azul cintilava sob a luz do computador, e a forma como sua boca se contraía em um leve tique mostrava que algo o incomodava.Minha atenção deslizou para seus lábios bem desenhados, aqueles mesmos que sabiam exatamente como roubar meu fôlego e me deixar sem reação. A barba bem feita, a postura impecável... Henry Carter era o verdadeiro CEO de capa de revista, desses que fazem qualquer mulher suspirar e desejar estar em sua cama.E, bem... eu estava na cama dele.— Sinto seus olhos sobre mim, Becker. —
POV: LAUREN— Filha, é assim que você recebe sua mãe? — Minha mãe fechou o semblante, as mãos firmes na cintura, me encarando com reprovação. — Este homem bonito me ligou dizendo que minha menina precisava de mim. Está grávida, precisa de repouso, e talvez um pouco de amor materno a ajudasse a ficar bem.Meus olhos se arregalaram, e imediatamente me virei para Henry, querendo queimá-lo vivo com o olhar.— Você ligou para a minha mãe? — Eu perguntei entre dentes, sentindo meu corpo esquentar de indignação. — E contou da gravidez?!Ele manteve a postura calma, imponente como sempre.— Na verdade, sua mãe viu os noticiários sobre sua entrada dramática no hospital nos braços do CEO Henry Carter. — Kate interveio, segurando a bol
POV: LAURENEstava uma noite fria e chuvosa. Eu havia passado o dia inteiro planejando algo especial para Ethan e eu. Depois de tantos dias em que ele parecia distante e indiferente, achei que talvez um jantar feito com carinho pudesse nos reconectar. Preparei seu prato favorito e deixei a mesa impecável, com velas e flores. O cheiro do assado ainda preenchia a casa quando ouvi a porta da frente se abrir.— Ethan? — Eu chamei animada, enquanto saía da cozinha.Ele entrou sem sequer me olhar. Tirou o casaco molhado e o jogou no encosto do sofá, caminhando até a escada. Parecia exausto, mas também alheio, como se estar em casa fosse um fardo.— Você chegou mais cedo hoje. Preparei o jantar. Pensei que poderíamos comer juntos. — Meu tom era esperançoso.Ethan parou no meio da sala, finalmente me encarando com os olhos profundos e o queixo erguido, sua expressão estava carregada de desinteresse enquanto torcia o nariz.— Já comi. Tive uma reunião longa e não estou no clima para nada. Vou
POV: LAURENPeguei as chaves com determinação, pronta para confrontar Ethan. As fotos em meu celular mostravam claramente aquela mulher sentada em seu colo, rindo e bebendo com ele como se fossem um casal. Era por causa dela que ele havia mudado tanto?As palavras cruéis de Ethan não saíam da minha cabeça, cada sílaba um golpe em meu coração:— Você jamais será suficiente para qualquer homem. Seu útero infértil te torna incompleta. É incapaz de fazer alguém feliz.Minha raiva explodiu, e gritei no vazio do carro:— Eu o fiz feliz por três anos, Ethan! Isso não é justo!Desferi golpes no volante, sentindo a dor latejar em meus pulsos, mas era menor que a dor em meu peito. Meus olhos ardiam pelas lágrimas que se acumulavam, mas me recusei a deixá-las cair.Olhei novamente para as fotos no celular, sentindo os lábios tremerem e o coração esmagado pela dor. As palavras saíram em um sussurro desesperado:— Por favor, diga que isso é um mal-entendido. Diga que você não está destruindo o nos
POV: LAURENAntes que o pior acontecesse, senti braços fortes me puxarem com rapidez. Meu corpo girou, e caí sobre algo sólido. Permaneci de olhos fechados, meu corpo tremendo enquanto tentava entender o que havia acontecido.— Você está bem? — Perguntou uma voz masculina rouca e firme, perto do meu ouvido.Abri os olhos lentamente e encontrei um homem lindo à minha frente. Ele tinha cabelos escuros, olhos azuis intensos, e seu olhar sério parecia avaliar cada detalhe do meu rosto. Sua presença era tão imponente quanto a segurança que transmitia.— Leve o tempo que precisar. — disse ele, a expressão séria enquanto me observava.Só então percebi que estava deitada em seu peito firme e musculoso. Meu rosto queimou de vergonha, e me levantei abruptamente, tentando recuperar a compostura.— Me desculpe... obrigada por me salvar. — eu murmurei apressada, mas antes que pudesse dar outro passo, uma tontura intensa tomou conta de mim. Minhas pernas cederam, meu corpo ficou pesado, e a visão c
POV: LAURENAinda mergulhada nos meus pensamentos confusos, fui trazida de volta à realidade pelo som insistente de um celular tocando ao lado da maca. No visor, o nome da minha mãe, Amélia, piscava. Atendi rapidamente, ainda presa às emoções conflitantes.— Mamãe? — minha voz saiu baixa, carregada de incerteza.— Graças a Deus consegui falar com você! Estou te ligando há horas! — Ela exclamou, a urgência em seu tom era impossível de ignorar.— O que aconteceu? A senhora está bem? — perguntei, sentindo um aperto crescente no peito. — E o papai? Ele está bem?— Querida, precisamos que você fale com o seu marido. — Minha mãe foi direto ao ponto, sua voz trêmula com desespero. — A empresa do seu pai sofreu um golpe terrível. Estamos à beira da falência.Meu coração disparou.— O quê? Como assim, um golpe? — exclamei, sentando-me na cama com um movimento brusco, o celular quase escorregando da minha mão. — Mamãe, calma! Me explique exatamente o que está acontecendo!Do outro lado da linha