POV: LAUREN
Peguei as chaves com determinação, pronta para confrontar Ethan. As fotos em meu celular mostravam claramente aquela mulher sentada em seu colo, rindo e bebendo com ele como se fossem um casal. Era por causa dela que ele havia mudado tanto?
As palavras cruéis de Ethan não saíam da minha cabeça, cada sílaba um golpe em meu coração:
— Você jamais será suficiente para qualquer homem. Seu útero infértil te torna incompleta. É incapaz de fazer alguém feliz.
Minha raiva explodiu, e gritei no vazio do carro:
— Eu o fiz feliz por três anos, Ethan! Isso não é justo!
Desferi golpes no volante, sentindo a dor latejar em meus pulsos, mas era menor que a dor em meu peito. Meus olhos ardiam pelas lágrimas que se acumulavam, mas me recusei a deixá-las cair.
Olhei novamente para as fotos no celular, sentindo os lábios tremerem e o coração esmagado pela dor. As palavras saíram em um sussurro desesperado:
— Por favor, diga que isso é um mal-entendido. Diga que você não está destruindo o nosso casamento assim.
Com a raiva fervendo, estacionei diante do prédio da PharmaCare Industries, onde Ethan conduzia tudo com sua habitual arrogância como CEO. Os seguranças me reconheceram e permitiram minha entrada sem questionar. Subi direto ao andar executivo, meu coração batendo acelerado.
No corredor, a secretária dele se levantou apressada, a expressão tensa ao me ver.
— Sra. Lauren, que prazer vê-la! — disse ela, claramente desconfortável. — O Sr. Ethan está em uma reunião importante. Peço que aguarde enquanto notifico sobre sua presença...
Antes que ela terminasse, empurrei-a para o lado sem hesitar.
— Isso também é importante! — Eu declarei, minha voz firme e carregada de indignação.
Nada mais me impediria. Eu precisava de respostas.
Avancei com passos firmes até a porta, parando por um breve momento para respirar fundo antes de abri-la com força. O que vi fez meu mundo desabar. Ethan estava com a camisa aberta, os lábios marcados de batom, enquanto uma mulher loira de cabelos longos se levantava apressada de seu colo, ajeitando a saia de forma rápida e casual.
Ela me lançou um olhar frio e superior, como se eu fosse inferior por estar ali. Ethan, no entanto, não parecia surpreso. Apenas ergueu os olhos para mim, com a típica arrogância que tanto desprezava, como se minha presença fosse um incômodo.
— Lauren, o que está fazendo aqui? — disse ele, irritado, levantando-se para ajustar o cinto e arrumar a camisa com gestos rápidos e indiferentes.
Minha indignação transbordou. Dei um passo à frente, minha voz saindo carregada de mágoa e raiva.
— Então, essa é a sua "reunião importante", Ethan? É por isso que anda tão ocupado e não tem tempo para a sua esposa? Por que está se perdendo entre as pernas de outra mulher?
Ele me encarou com desprezo, sem hesitar em devolver o golpe.
— Se você tivesse me dado o que sempre sonhei, nada disso teria acontecido. — Sua voz era fria e cortante, cheia de rancor.
Atrás dele, a loira tampou a boca, abafando risadas sarcásticas, enquanto meu peito queimava com a humilhação.
— Isso é culpa sua, Lauren! — completou Ethan, como se as palavras fossem a resposta definitiva para a sua traição.
— Culpa minha? — Minha voz vacilou, carregada de indignação, enquanto minhas mãos tremiam de raiva. — Tudo o que fiz foi dedicar minha vida a este casamento, a você!
As lágrimas escorriam quentes pelo meu rosto, mas eu não as impedi. Antes que Ethan pudesse responder, a loira se aproximou, pousando as mãos nos ombros dele, inclinando-se com um ar provocador.
— Amor, ela está exagerando. Isso pode virar fofoca entre os funcionários. — disse a loira com uma voz melosa, lançando-me um olhar de superioridade. — Mande seus seguranças tirarem essa... pobre coitada daqui.
Ethan, impassível, segurou as mãos dela e depositou um beijo com tranquilidade irritante.
— Violet, querida, deixe-me resolver isso. Nos vemos mais tarde.
Ela sorriu para ele, satisfeita, e, ao passar por mim, batendo o ombro contra o meu com força levando meu corpo sutilmente para trás. Antes de sair, murmurou com um sorriso sarcástico falou sobre os ombros:
— Ah, querida, faça um favor a si mesma e vá embora com o que resta da sua dignidade.
O som dos saltos ecoou misturado com as risadas enquanto ela se afastava em uma postura impecável, como se tivesse me vencido. Virei-me para Ethan, a garganta apertada, tentando conter o desespero.
— Como você pode fazer isso com a gente? — perguntei, minha voz embargada pela dor.
— Eu quero o divórcio! — Ressoou Ethan sem piedade, sua expressão endurecida enquanto ele avançava na minha direção, me obrigando a recuar. — Vou me casar com Violet, uma mulher capaz de me dar herdeiros.
— O quê? — As palavras escaparam entre meus lábios, enquanto o choque tomava conta de mim. As lágrimas, já difíceis de conter, caíram com mais força. — Como você pode fazer isso? Alguma vez me amou de verdade? Ou só me usou para alcançar o sucesso?
Antes que eu pudesse dizer mais, a mão de Ethan acertou meu rosto com força, jogando-me ao chão. A dor explodiu, e levei a mão à face enquanto arfava, tentando respirar. Olhei para cima, incrédula, mas sua expressão permanecia impassível.
— Eu avisei para nunca mais dizer essas coisas, sua ingrata inútil! — gritou ele, agarrando-me pelos cotovelos erguendo do chão e me arrastando contra parede. Ele socou a parede ao lado da minha cabeça, me fazendo fechar os olhos, assustada. — Eu cuidei de você quando ninguém mais o faria!
Com um empurrão brusco, ele me lançou em direção à porta.
— Agora saia da minha frente! Meu advogado enviará os papéis do divórcio. E quero você fora da minha casa antes do anoitecer! — Ele trovejou com desprezo.
— Divórcio? — Limpei o canto da boca, soltando uma risada amarga que ecoou na sala. Ethan arqueou a sobrancelha, intrigado com minha reação. — Esqueceu que metade de tudo está no meu nome? Eu vou tirar tudo de você, Ethan Walker. Grave bem minhas palavras.
Antes que ele pudesse responder, saí da sala e bati a porta com força, deixando a raiva guiar meus passos em direção ao estacionamento. Meu coração batia rápido enquanto olhava para trás, ouvindo o som do elevador se fechando. Quando me virei novamente, um barulho de pneus derrapando fez meu corpo congelar.
Levantei os olhos e vi um carro enorme vindo em alta velocidade, e, ao volante, jurava ter visto aquela maldita mulher loira de batom vermelho, que eu tinha acabado de encontrar nos braços do meu marido. Meu corpo travou, e tudo ao redor pareceu parar. Fechei os olhos, esperando o impacto.
"Então é assim que acaba? Morreria pelas mãos da mulher que roubou o homem que eu amava?"
POV: LAURENAntes que o pior acontecesse, senti braços fortes me puxarem com rapidez. Meu corpo girou, e caí sobre algo sólido. Permaneci de olhos fechados, meu corpo tremendo enquanto tentava entender o que havia acontecido.— Você está bem? — Perguntou uma voz masculina rouca e firme, perto do meu ouvido.Abri os olhos lentamente e encontrei um homem lindo à minha frente. Ele tinha cabelos escuros, olhos azuis intensos, e seu olhar sério parecia avaliar cada detalhe do meu rosto. Sua presença era tão imponente quanto a segurança que transmitia.— Leve o tempo que precisar. — disse ele, a expressão séria enquanto me observava.Só então percebi que estava deitada em seu peito firme e musculoso. Meu rosto queimou de vergonha, e me levantei abruptamente, tentando recuperar a compostura.— Me desculpe... obrigada por me salvar. — eu murmurei apressada, mas antes que pudesse dar outro passo, uma tontura intensa tomou conta de mim. Minhas pernas cederam, meu corpo ficou pesado, e a visão c
POV: LAURENAinda mergulhada nos meus pensamentos confusos, fui trazida de volta à realidade pelo som insistente de um celular tocando ao lado da maca. No visor, o nome da minha mãe, Amélia, piscava. Atendi rapidamente, ainda presa às emoções conflitantes.— Mamãe? — minha voz saiu baixa, carregada de incerteza.— Graças a Deus consegui falar com você! Estou te ligando há horas! — Ela exclamou, a urgência em seu tom era impossível de ignorar.— O que aconteceu? A senhora está bem? — perguntei, sentindo um aperto crescente no peito. — E o papai? Ele está bem?— Querida, precisamos que você fale com o seu marido. — Minha mãe foi direto ao ponto, sua voz trêmula com desespero. — A empresa do seu pai sofreu um golpe terrível. Estamos à beira da falência.Meu coração disparou.— O quê? Como assim, um golpe? — exclamei, sentando-me na cama com um movimento brusco, o celular quase escorregando da minha mão. — Mamãe, calma! Me explique exatamente o que está acontecendo!Do outro lado da linha
POV: LAURENDo outro lado, ele soltou uma risada seca, carregada de desprezo.— Que tipo de pergunta é essa? — Ele exclamou, impaciente, a irritação evidente. — Dediquei três anos ao seu lado, e você nunca foi capaz de engravidar. Está na hora de encarar a verdade, Lauren. Você é vazia, incapaz de gerar filhos. Aceite isso e pare de desperdiçar o meu tempo. Diga logo se aceita ou não as minhas condições.Um soluço escapou da minha garganta, suas palavras perfuraram meu coração de forma cruel, como ele sempre soube fazer. Meus olhos desceram para minha barriga, minha mão tocando levemente o tecido da roupa hospitalar. As lágrimas escorriam silenciosas, mas minha mente estava fervendo.Ergui o queixo, pensando no futuro, em tudo que estava em jogo. Eu precisava decidir. Minha família dependia de mim.— Se você aceitar as minhas condições e assinar a papelada do divórcio, hoje mesmo salvo a empresa do seu pai. — completou Ethan com frieza, ignorando completamente meus soluços. — E então,
POV: LAURENO sol se punha no horizonte, tingindo o céu com tons de laranja e roxo enquanto eu encarava o caixão à minha frente. Minhas mãos tremiam, não apenas pela dor da perda, mas pela culpa de não ter sido rápida o suficiente. Não consegui resolver a situação da empresa a tempo. Me deixei consumir pelo conflito com Ethan e demorei demais para salvar meu pai e seu império.Sua pele estava pálida, os lábios roxos. Flores cobriam seu corpo até o pescoço. Um nó apertado se formava em meu peito, e a dor era esmagadora. Ao meu lado, minha mãe chorava descontroladamente, abraçando o caixão e implorando para que o homem que ela amava voltasse. Mas ele não voltaria. Ele não estaria mais aqui para nos fazer rir de suas piadas sem sentido, para contar suas histórias, nos guiar com sua sabedoria ou nos proteger do mundo.— Oh, papai, por que fez isso conosco? — Eu murmurei entre lágrimas, tentando engolir o nó na minha garganta. Me aproximei do caixão, inclinando-me para depositar um beijo e
POV: LAURENMinha respiração ficou pesada, meu corpo tremendo de raiva e humilhação. As lágrimas se acumularam em meus olhos, mas eu me recusei a deixá-las cair.— Saia daqui! — gritei com os dentes cerrados, tentando me levantar, minha voz transbordando de fúria. — Agora!Arthur me lançou um último olhar de desprezo antes de se virar e sair lentamente, deixando para trás o peso de suas ameaças.Fiquei ali parada por alguns segundos, encarando o chão enquanto via Arthur se afastar até desaparecer na distância. Quando finalmente me virei, meus olhos encontraram rostos conhecidos, pessoas que um dia chamava de amigos. Mas nenhuma mão se estendeu para me ajudar. Respirei fundo e me levantei sozinha, limpando a poeira das roupas, enquanto ouvia sussurros e risos contidos ao meu redor.Os mesmos que haviam prometido estar comigo em qualquer situação agora cochichavam e lançavam olhares carregados de julgamento.— Lauren, ouvi dizer que seu pai deixou você... bastante endividada. — Claire,
POV: LAUREN— Não! Não faça isso, é perigoso! — Eu gritei, correndo em sua direção enquanto ele começava a se debater na água, engolindo grandes goles e afundando. — Calma, eu vou te salvar!Sem pensar duas vezes, mergulhei no lago e nadei com todas as forças até alcançá-lo. Seus pequenos braços agarraram meu pescoço com força, seus soluços eram altos e seu corpo tremia de medo.— Ei, está tudo bem, eu te peguei. Você está seguro agora — Eu murmurei suavemente, tentando acalmá-lo enquanto o segurava com firmeza. — Eu vou te levar para a terra firme, tudo bem? Apenas confie em mim.Com cuidado, nadei de volta até a margem, mantendo o menino próximo de mim, sentindo seu desespero diminuir aos poucos. Assim que cheguei à terra, coloquei-o delicadamente no chão, certificando-me de que estava bem.— Estou com medo. — Ele choramingou, apertando-se ainda mais em meus braços, sua voz trêmula. — Eu não quero dizer adeus.— Oh, meu pequeno... — meus olhos se encheram de lágrimas, e eu o envolvi
POV: HENRYUm segundo foi o suficiente para ele desaparecer. Ao longe, ouvi seus gritos. O som de sua voz em pânico clamando por mim fez meu peito apertar e minha respiração descompassar.— Socorro, tio Henry, por favor! — Theodor gritava, a voz cheia de desespero. — Ela vai morrer!— Theodor! — Eu gritei em resposta, meu coração disparado. Um frio percorreu minha espinha, e senti o suor escorrer pela testa enquanto corria pelo cemitério, ignorando qualquer coisa ao meu redor. Segui sua voz até alcançar o lago.Lá estava ele, parado na beira da água, apontando freneticamente para algo que eu ainda não conseguia ver.— Você precisa salvá-la! — ele gritava, a voz trêmula, os olhos arregalados e cheios de lágrimas.Me aproximei rapidamente, franzindo o cenho ao ouvir suas palavras.— Do que está falando, Theodor? Quem? — perguntei, tentando entender enquanto minha respiração estava pesada pela corrida.— A fada está se afogando! — ele gritou, sua ingenuidade transparecendo no tom urgente
POV: LAURENA água ainda escorria pelo meu cabelo e pelas roupas pingando ao chão deixando um rastro molhado enquanto eu caminhava para os portões da mansão da minha família. Franzir o cenho ao perceber um caminhão de mudança estacionado na entrada principal, e vários homens carregavam móveis, quadros e caixas para dentro do veículo como se fossem meros objetos descartáveis. Meu peito apertou enquanto corria em direção a um dos homens, que carregava o antigo relógio de parede que meu pai tanto amava.— O que está acontecendo aqui? Quem autorizou isso? — Minha voz saiu mais alta do que eu esperava, carregada de desespero.— Senhora, por favor, mantenha a calma. — O homem disse, desviando o olhar e apressando o passo em direção ao caminhão.Não aceitei a resposta vaga e corri para barrar o próximo carregador, segurando o braço dele com força.— Essas coisas pertencem ao meu pai! — Eu gritei nervosa. — Vocês não podem simplesmente entrar na nossa casa e levar tudo assim!Um homem engrava