POV: HENRYEstávamos almoçando em um restaurante agradável que Lucian sugeriu, algo mais casual para conhecer a nova babá que pudesse me ajudar com Theo, segundo o meu amigo “Alguém que entenda o garoto melhor.” Lucian havia comentado. “Uma figura feminina, que talvez possa preencher o vazio que ele sente.”Eu mal conseguia me concentrar na comida, enquanto Theodor mexia no suco à sua frente, claramente desinteressado em tudo. Eu já estava ficando frustrado com a falta de progresso em nosso relacionamento.Lucian, como sempre, parecia relaxado, observando, quando ele finalmente falou, interrompendo meu silêncio.— Henry, talvez você esteja olhando para isso do jeito errado.Eu suspirei, largando os talheres no prato com mais força do que pretendia.— E qual seria o jeito certo, Lucian? Por favor, ilumine-me com sua sabedoria.Ele apenas riu.— Theodor precisa disto, você não está fracassando por precisar de um pouco de ajuda com o garoto. Será bom ter alguém que entenda ele, que saiba
POV: LAURENVi aquele homem arrogante e imponente em seu terno impecável se afastar, de mãos dadas com o adorável menino de olhos brilhantes. O garoto, no entanto, olhava para trás, com uma expressão triste que refletia o que eu sentia por dentro."Eu entendo sua dor", pensei, sentindo o aperto em meu peito. Ele era tão jovem, enfrentando algo tão difícil.De repente, o menino soltou a mão dele e correu até mim, segurando o tecido da minha roupa com determinação.— Por favor, fada, você gosta de mim, não gosta? — perguntou com uma doçura cativante, piscando os cílios com inocência. — Eu prometo que vou me comportar, fica comigo!Segurei suas pequenas mãos, surpresa e pensativa.— É claro que gosto de você, meu pequeno valente — respondi com um sorriso, vendo o alívio brilhar em seu rosto.— Então você vai aceitar cuidar de mim? — perguntou esperançoso, dando pequenos pulos de animação enquanto balançava minhas mãos.— E então, vai aceitar? — A voz firme e segura daquele homem interrom
POV: LAURENParamos em frente ao portão da mansão imponente, e eu não consegui evitar olhar em volta com admiração. Era maior e mais grandiosa do que a casa onde cresci, senti pequenas mãos quentes segurarem as minhas. Olhei para baixo e encontrei o sorriso mais inocente e doce de Theodor.Era essa a sensação de ter uma criança ao seu lado? Meu coração apertou ao imaginar que em breve estaria segurando as mãozinhas do meu próprio filho.— Vamos, fada! — Theo exclamou com a empolgação típica de uma criança. — Quero te mostrar a casa. Tem muitos lugares para brincarmos!Antes que eu pudesse dizer algo, ele já estava me puxando pela mão, guiando-me para dentro. A entrada era tão impressionante quanto o exterior. Seguimos em direção à escada quando ouvimos um som seco de alguém limpando a garganta atrás de nós.— Esqueceram de mim? — A voz firme e imponente de Henry preencheu o espaço, interrompendo o entusiasmo de Theo. Ele estava parado no corredor, com a postura casual e ao mesmo tempo
— Sou um homem bem exigente, Sra. Becker. — Sua voz firme trouxe minha atenção de volta para ele. — Se não puder lidar com isso, pode se retirar agora mesmo.O tom dele era frio, como se minha presença ali fosse uma mera formalidade.— Mas, se realmente quiser este emprego, é melhor estar ciente de que tenho regras rigorosas. Não tolero erros. Um deslize, e estará na rua. Fui claro?Assenti, mantendo o olhar fixo nele, apesar da vontade de desviar.— Hunf, agora vamos às regras. — O canto da boca de Henry se curvou em um sorriso presunçoso enquanto ele entrelaçava os dedos, tilintando as pontas na superfície da mesa. — Atrasos são inaceitáveis. Não me interessa a justificativa, você precisa ser pontual com a agenda de Theodor. Todas as programações devem ser cumpridas.— Sim, senhor. — Respondi formalmente, me perguntando que tipo de agenda uma criança de sete anos poderia ter.— É expressamente proibido oferecer besteiras a Theodor. — Ele continuou com a voz firme. — O garoto já tem
Balançando a cabeça, respirei fundo e bati levemente na porta do quarto de Theodor. Ele estava deitado de bruços na cama, os ombros tremendo com os soluços que tentava esconder. Aproximei-me devagar, sentando-se na beirada da cama e passando a mão em seus cabelos com gentileza.— Theo, olha só o que eu trouxe. — Eu falei, levantando um livro de contos. — Que tal uma história?Ele levantou o rosto rapidamente, os olhos ainda inchados de tanto chorar. Limpou o nariz com a mão e assentiu, ajustando-se na cama para ficar mais confortável. Peguei um lenço na mesinha e limpei os resquícios das lágrimas em seu rosto antes de depositar um beijo suave em sua testa.— Sabe, Theo, sua atitude com seu tio mais cedo não foi certa. — Comecei, enquanto ele me olhava com uma mistura de culpa e teimosia. — É normal se sentir bravo e frustrado às vezes, mas isso não significa que podemos machucar as pessoas, nem mesmo os sentimentos delas.— Tio Henry não tem sentimentos, fada. Ele é um robô! — Resmung
POV: LAURENEra realmente desafiador acompanhar a rotina apertada de Theodor. Sua agenda era tão lotada que, quase todas as tardes, ele terminava completamente exausto. Henry, como sempre, não abria mão da perfeição. Ele era rígido com horários, postura, aparência impecável e, especialmente, com as notas de Theo.— Theodor, você precisa se dedicar mais! — Disse Henry duro, sua voz carregada de preocupação enquanto observava as provas sobre a mesa. Ele soltou um longo suspiro, claramente cansado, suavizando. — Se está com dificuldades nas matérias, posso providenciar aulas de reforço para você ou eu mesmo te ensinar, o que acha garotão?— Mais estudos, tio Henry? — Resmungou Theo, o tom nervoso enquanto cruzava os braços e fazia um bico. — Eu não quero!— Mas você precisa! — Henry retrucou sem hesitar, bufando em seguida. — Theo, quero garantir que você tenha um bom futuro, por que não consegue ver isto? Você é um Carter, este império será seu no futuro.— Sei, até você arrumar seu pró
— O Sr. Carter está apenas cumprindo o desejo dos pais do garoto, Sra. Lauren. — Respondeu à governanta, olhando para mim com um semblante neutro.Minha curiosidade foi instantânea.— Como assim? — Perguntei, arqueando uma sobrancelha.Ela deu uma olhada rápida ao redor, como se quisesse garantir que ninguém mais estava ouvindo, e abaixou a voz.— Essa agenda foi criada pelo pai de Theodor, o Sr. Finn, pouco antes de seu falecimento. Foi uma condição para que o Sr. Henry custeasse toda a educação do garoto. — Ela suspirou, quase conspirando. — Para ser honesta, sempre achei que o Sr. Finn era um aproveitador. Ele sobrecarregava o irmão e, francamente, não dava a mínima para o filho.Fiquei surpresa com o tom direto e a sinceridade da governanta. Antes que pudesse responder, a cozinheira, que até então estava concentrada, interrompeu:— É verdade. O Sr. Henry sempre esteve mais presente na vida de Theodor do que o próprio pai.— Mas então, por que Theodor é tão hostil com o tio? — Incl
POV: LAUREN— Não foi nada, apenas um mal-estar. — Eu respondi apressada, tentando minimizar a situação. Mas ele negou com um movimento de cabeça, os olhos fixos em mim.— Sra. Becker, assim que minha reunião terminar, você e eu vamos ter uma conversa. — Henry deixou claro que aquilo não era uma sugestão. — Quero saber exatamente o que está acontecendo com você e como isso poderá impactar Theodor.Sem esperar qualquer resposta, ele se virou, passando a mão pelos cabelos em um gesto que comecei a reconhecer como frustração, e entrou novamente na sala de reuniões. Nem sequer olhou para trás, mas o ar pesado da sua presença permaneceu no corredor.Suspirei profundamente, sentindo meu coração disparar.Droga. Estava ficando cada vez mais difícil esconder a gravidez. Os sintomas estavam se tornando mais intensos, e a ideia de confrontar Henry sobre isso me deixava nervosa. Como ele reagiria?Abracei Theo, que ainda estava com os olhos marejados.— Ei, pequeno valente, está tudo bem. — Eu s