POV: LAUREN— Não foi nada, apenas um mal-estar. — Eu respondi apressada, tentando minimizar a situação. Mas ele negou com um movimento de cabeça, os olhos fixos em mim.— Sra. Becker, assim que minha reunião terminar, você e eu vamos ter uma conversa. — Henry deixou claro que aquilo não era uma sugestão. — Quero saber exatamente o que está acontecendo com você e como isso poderá impactar Theodor.Sem esperar qualquer resposta, ele se virou, passando a mão pelos cabelos em um gesto que comecei a reconhecer como frustração, e entrou novamente na sala de reuniões. Nem sequer olhou para trás, mas o ar pesado da sua presença permaneceu no corredor.Suspirei profundamente, sentindo meu coração disparar.Droga. Estava ficando cada vez mais difícil esconder a gravidez. Os sintomas estavam se tornando mais intensos, e a ideia de confrontar Henry sobre isso me deixava nervosa. Como ele reagiria?Abracei Theo, que ainda estava com os olhos marejados.— Ei, pequeno valente, está tudo bem. — Eu s
POV: HENRYInclinei-me, o suficiente para que meu nariz raspasse levemente contra o pescoço dela, inalando aquele perfume doce e inebriante. Ela ficou imóvel, mas seu corpo tremia levemente, e os pelos da sua nuca se arrepiaram sob minha proximidade.— Nunca viu um homem nu antes? — Eu provoquei, a voz baixa e rouca, carregada de sarcasmo. — Não gostou do que viu?Ela abriu a boca, mas apenas um som nervoso saiu. Seus olhos desceram até minhas mãos, depois voltaram para os meus braços. Finalmente, soltou um suspiro trêmulo e gaguejou:— Eu... foi inapropriado. Eu peço desculpas por invadir o seu quarto.Inclinei a cabeça, observando cada detalhe de sua expressão corporal.— Foi isso que fez? — perguntei, mantendo o tom propositalmente baixo e sedutor. Dei um passo adiante, diminuindo ainda mais a distância entre nós. Meu tórax quase tocava suas costas, e eu podia ouvir sua respiração se tornando mais pesada. Deslizei uma mão pelo seu braço, subindo até o ombro, afastando os cabelos qu
POV: LAURENApós contar minha ideia a Henry e ouvir sua concordância relutante em participar mais das pequenas atividades com Theodor, saí de seu quarto com o coração ainda acelerado. Aquele homem sabia exatamente como provocar uma mulher, e isso o tornava perigoso.— Como se ele fosse se interessar por uma divorciada, falida e grávida! — Resmunguei para mim mesma.No dia seguinte, decidi criar uma noite de cinema especial para Theodor. Algo simples, mas que pudesse tirar um pouco da carga de sua rotina intensa.— Mas o tio Henry não me deixa comer besteiras. — Theo comentou com um ar de receio, cruzando os braços. — Ele é tão chato e sem graça.— Theo, isso não é justo. — Eu o corrigi, sorrindo de leve. — Seu tio só está tentando cuidar de você e garantir que fique saudável.Ele suspirou, mas seus olhos brilhavam com a possibilidade de quebrar uma regra.— Então... só hoje? — Ele perguntou baixinho, como se alguém pudesse ouvir nossa conversa.— Será o nosso segredinho. — Eu pisquei
POV: HENRYCaminhei até a cozinha, incomodado com a demora de James para retornar com as bebidas. Assim que entrei, encontrei-o parado ao lado da bancada, sua mão no ar como se tivesse sido pego em flagrante. Ele passou os dedos pelos cabelos, em um gesto que parecia disfarçar algo, e deu um passo para trás.James me lançou um sorriso cínico, claramente tentando manter a compostura.— Está tudo bem, amigo. — Disse ele, com aquele tom irritante de falsa despreocupação. — Não sabia que Lauren Becker era sua mais nova funcionária. Foi uma surpresa agradável. Resolvi cumprimentá-la e acabamos conversando um pouco, colocando o papo em dia.Meus olhos se estreitaram ao ouvir suas palavras. Cruzei os braços, avaliando sua postura relaxada demais e virei o olhar para Lauren. Ela estava mexendo no pijama com as mãos trêmulas, evitando me encarar. Algo estava errado, e minha paciência estava começando a se esgotar.— Então vocês dois se conhecem? — Perguntei, arqueando uma sobrancelha enquanto
POV: LAURENCorri para o quarto o mais rápido que pude, fechando a porta atrás de mim e tentando recuperar o fôlego. Apoiei-me contra a madeira, sentindo meu coração martelar no peito. Theo estava sentado na cama com o controle na mão, um sorriso animado iluminando seu rosto.— Fada! Eu escolhi um monte de filmes. — Ele disse empolgado, apontando para TV orgulhoso. — A gente vai assistir todos, né?Forcei um sorriso, tentando esconder meu estado.— Claro, meu pequeno valente. Vamos assistir o quanto você aguentar antes de cair no sono. — Eu caminhei até a cama e me sentei ao lado dele, mas antes que eu pudesse me acomodar, os olhos atentos de Theo se estreitaram em preocupação.— Fada, o que aconteceu com o seu braço? — Ele apontou para o local onde as marcas de dedos de James ainda eram visíveis, roxas e nítidas contra a minha pele.Engoli em seco, puxando a manga do pijama para baixo.— Oh, isso? — Eu soltei uma risada nervosa, tentando parecer despreocupada. — Eu sou muito desastra
POV: HENRYHesitei diante da porta, minha mão pairando no ar, pronta para bater. Mas algo me segurou. O som abafado de seu choro atravessava a madeira, carregado de angústia. Cerrei os punhos, fechei os olhos e soltei um suspiro longo. Eu sabia que, mesmo que perguntasse, ela não me contaria o que estava acontecendo.Dei meia-volta, irritado, e caminhei para o meu escritório. O perfume de Lauren ainda impregnava minhas roupas, uma lembrança vívida que me incomodava mais do que eu queria admitir. O tremor de seu corpo em meus braços e o medo que transparecia em cada gesto dela permaneciam frescos em minha mente. Isso me deixava inquieto.Liguei o computador, minha paciência já no limite. Abri as câmeras de segurança da casa, sabendo que tinha uma instalada na cozinha. Enquanto a imagem carregava, passei a mão pelo rosto, tentando manter o controle. Quando finalmente vi o que aconteceu, cerrei os dentes e soquei a mesa com força.— Droga, Becker! — Rosnei, vendo James agarrá-la à força
POV: LAURENEu não sei quanto tempo fiquei no chão chorando. A mente me levou de volta ao que James fez na cozinha.— Aquele desgraçado nojento! — Eu murmurei com raiva, esfregando os braços como se pudesse apagar o toque asqueroso dele. — O que o Sr. Carter faria se soubesse o que seu amigo fez?Fechei os olhos e, em vez de encontrar calma, me lembrei de Henry. O calor do abraço dele, o carinho inesperado em meus cabelos, e aquele aroma amadeirado que parecia me envolver por completo. Ele me olhou como se realmente se importasse. Quando me afastei, por um breve momento desejei que ele me segurasse, que não me deixasse ir, que... Ele me beijasse.— O que eu estou pensando? — Sussurrei para mim mesma, balançando a cabeça como se pudesse afastar essas ideias. — Sou apenas a babá dele. James tem razão, por que Henry se importaria com o que fazem comigo?Respirei fundo, saindo do chão. Lavei o rosto no banheiro, tentando apagar os traços de choro. A noite foi longa, cheia de reviradas na
POV: LAURENUma panqueca queimada, calda de chocolate em excesso e risadas contagiantes. Aquela manhã tinha algo especial, uma atmosfera leve e descontraída que era rara de se ver. Henry, normalmente tão rígido e sério, estava se esforçando de verdade para se conectar com Theo. E funcionava. De tempos em tempos, eu pegava Theodor lançando olhares fascinados ao tio, como se não acreditasse naquela nova dinâmica.— Que tal pintarmos? — Sugeri, sorrindo de forma animada. A reação foi imediata: os dois me encararam com expressões desconfiadas, como se eu tivesse sugerido algo totalmente absurdo.— Pintar? — Henry arqueou uma sobrancelha, passando a mão pelos cabelos de maneira despreocupada. — Não parece algo muito útil. — Ele observou, lançando um olhar rápido para Theo antes de suspirar. — Mas podemos tentar. O que acha, garotão?— Sério? — Os olhos de Theo se iluminaram por um breve momento, mas logo a hesitação tomou conta. — Você não vai se incomodar com a sujeira?— Sujeira faz part