POV: LAURENCorri para o quarto o mais rápido que pude, fechando a porta atrás de mim e tentando recuperar o fôlego. Apoiei-me contra a madeira, sentindo meu coração martelar no peito. Theo estava sentado na cama com o controle na mão, um sorriso animado iluminando seu rosto.— Fada! Eu escolhi um monte de filmes. — Ele disse empolgado, apontando para TV orgulhoso. — A gente vai assistir todos, né?Forcei um sorriso, tentando esconder meu estado.— Claro, meu pequeno valente. Vamos assistir o quanto você aguentar antes de cair no sono. — Eu caminhei até a cama e me sentei ao lado dele, mas antes que eu pudesse me acomodar, os olhos atentos de Theo se estreitaram em preocupação.— Fada, o que aconteceu com o seu braço? — Ele apontou para o local onde as marcas de dedos de James ainda eram visíveis, roxas e nítidas contra a minha pele.Engoli em seco, puxando a manga do pijama para baixo.— Oh, isso? — Eu soltei uma risada nervosa, tentando parecer despreocupada. — Eu sou muito desastra
POV: HENRYHesitei diante da porta, minha mão pairando no ar, pronta para bater. Mas algo me segurou. O som abafado de seu choro atravessava a madeira, carregado de angústia. Cerrei os punhos, fechei os olhos e soltei um suspiro longo. Eu sabia que, mesmo que perguntasse, ela não me contaria o que estava acontecendo.Dei meia-volta, irritado, e caminhei para o meu escritório. O perfume de Lauren ainda impregnava minhas roupas, uma lembrança vívida que me incomodava mais do que eu queria admitir. O tremor de seu corpo em meus braços e o medo que transparecia em cada gesto dela permaneciam frescos em minha mente. Isso me deixava inquieto.Liguei o computador, minha paciência já no limite. Abri as câmeras de segurança da casa, sabendo que tinha uma instalada na cozinha. Enquanto a imagem carregava, passei a mão pelo rosto, tentando manter o controle. Quando finalmente vi o que aconteceu, cerrei os dentes e soquei a mesa com força.— Droga, Becker! — Rosnei, vendo James agarrá-la à força
POV: LAURENEu não sei quanto tempo fiquei no chão chorando. A mente me levou de volta ao que James fez na cozinha.— Aquele desgraçado nojento! — Eu murmurei com raiva, esfregando os braços como se pudesse apagar o toque asqueroso dele. — O que o Sr. Carter faria se soubesse o que seu amigo fez?Fechei os olhos e, em vez de encontrar calma, me lembrei de Henry. O calor do abraço dele, o carinho inesperado em meus cabelos, e aquele aroma amadeirado que parecia me envolver por completo. Ele me olhou como se realmente se importasse. Quando me afastei, por um breve momento desejei que ele me segurasse, que não me deixasse ir, que... Ele me beijasse.— O que eu estou pensando? — Sussurrei para mim mesma, balançando a cabeça como se pudesse afastar essas ideias. — Sou apenas a babá dele. James tem razão, por que Henry se importaria com o que fazem comigo?Respirei fundo, saindo do chão. Lavei o rosto no banheiro, tentando apagar os traços de choro. A noite foi longa, cheia de reviradas na
POV: LAURENUma panqueca queimada, calda de chocolate em excesso e risadas contagiantes. Aquela manhã tinha algo especial, uma atmosfera leve e descontraída que era rara de se ver. Henry, normalmente tão rígido e sério, estava se esforçando de verdade para se conectar com Theo. E funcionava. De tempos em tempos, eu pegava Theodor lançando olhares fascinados ao tio, como se não acreditasse naquela nova dinâmica.— Que tal pintarmos? — Sugeri, sorrindo de forma animada. A reação foi imediata: os dois me encararam com expressões desconfiadas, como se eu tivesse sugerido algo totalmente absurdo.— Pintar? — Henry arqueou uma sobrancelha, passando a mão pelos cabelos de maneira despreocupada. — Não parece algo muito útil. — Ele observou, lançando um olhar rápido para Theo antes de suspirar. — Mas podemos tentar. O que acha, garotão?— Sério? — Os olhos de Theo se iluminaram por um breve momento, mas logo a hesitação tomou conta. — Você não vai se incomodar com a sujeira?— Sujeira faz part
POV: HENRYCaminhei em direção ao quarto de Theodor. Estava pronto para dar uma bronca nele pelo incidente da manhã, mas, ao me aproximar, ouvi sua voz suave falando com Lauren.— Tenho medo de o tio Henry ir embora, como meus pais fizeram. — A voz de Theo estava embargada, e aquilo fez algo no meu peito apertar.Parei no corredor, mordendo o lado interno da boca, minhas mãos cerrando-se em punhos. Maldito seja eu por sempre parecer distante quando ele precisava de mim. Relaxe a postura e, com um suspiro pesado, bati na porta.— Sr. Carter, conseguiu resolver sua ligação? — Lauren perguntou educadamente, sua voz calma, mas firme. Ela então cutucou Theo suavemente, inclinando a cabeça para ele em um gesto de repreensão ao enorme bico que ele fazia enquanto cruzava os braços. — Theodor gostaria de lhe dizer algo.Arqueei uma sobrancelha, cruzando os braços e inclinando levemente a cabeça para encará-lo com expectativa.— É mesmo, garotão? — Minha voz carregava um toque de provocação enq
POV: LAURENFiquei surpresa quando a governanta veio tomar minhas medidas e mais ainda ao abrir a caixa que chegou horas depois. Dentro, havia um vestido deslumbrante, como se tivesse saído diretamente de uma capa de revista. Desde que me casei com Ethan, meu estilo havia se tornado moderado, porque, segundo ele, não havia necessidade de gastar dinheiro com “besteiras”.— Diz isso para a sua amante. — Murmurei com sarcasmo, encarando meu reflexo no espelho enquanto terminava de me arrumar.O vestido moldava-se perfeitamente ao meu corpo, realçando minhas curvas de forma elegante e discreta. Apesar da gravidez, minha barriga ainda era imperceptível, e o tecido caía de forma impecável. Era sofisticado, com o toque ideal entre classe e sensualidade, algo que eu não usava há muito tempo.Quanto tempo fazia desde a última vez que me senti tão bonita? Acariciei minha pele exposta pelo decote sutil e deixei meus pensamentos voarem por um instante, imaginando como seria usar vestidos assim qu
POV: LAUREN— Não respondo a perguntas pessoais — Henry declarou, sua voz calma, mas afiada o suficiente para cortar o ar. Seu tom exigia respeito. Ele olhou para mim de canto, seus olhos azuis intensos avaliando minha reação. — Vamos entrar.Sem mais uma palavra, ele me conduziu para dentro da mansão, mantendo sua postura imponente e segura. Mesmo enquanto os repórteres continuavam gritando, sua mão não saiu da minha cintura, e Theodor, ainda aninhado em meus braços, parecia encontrar conforto na presença firme do tio.Assim que atravessamos as portas fechadas, senti meus joelhos quase falharem. Henry parou, virou-se para mim e inclinou a cabeça levemente, avaliando meu rosto.— Está bem? — Ele perguntou, sua voz mais suave desta vez.Engoli em seco, tentando organizar os pensamentos enquanto meu coração ainda disparava.— Eu... — Minha voz falhou. — Desculpe, Sr. Carter, não sabia que isso aconteceria.— Você não precisa se desculpar por nada, Lauren. — Henry disse, e algo em seu to
POV: LAURENAssenti rapidamente, tentando controlar a onda de emoções que me atingia. Não sabia se era pelo clima tenso entre Henry e Mia ou pela confusão de sentimentos que ele sempre provocava em mim. Quando me afastei, pude ouvir Mia dizer algo em um tom ácido, mas Henry respondeu firme, a voz baixa e controlada como sempre. Aquela troca de palavras ficou ecoando na minha mente enquanto eu procurava por Theodor.Logo senti um puxão na barra do meu vestido e olhei para baixo, encontrando Theo com um sorriso travesso.— Fada, eles têm sorvete! — Ele exclamou animado, apontando para um carrinho próximo. — Podemos pegar sem que o tio Henry veja?— Podemos, mas você precisa prometer que não vai sujar a roupa, certo? — Respondi com um sorriso e um tom brincalhão, tentando distraí-lo.Theo assentiu, animado, enquanto eu desviava o olhar na direção dos fundos do salão. Vi Henry e Mia se afastando juntos, suas silhuetas desaparecendo pelas portas. O que eles estavam resolvendo? Ela era real