Por mais que eu fizesse questão de atrasar alguns minutos, o brinco era o toque final para completar o look, o vestido vermelho de cetim ficou perfeito em meu corpo e eu estava pronta. O problema, é que não havia nenhum sinal de David. Peguei o celular na escrivaninha, nenhuma mensagem. Ele já deveria ter chego do trabalho, ele já deveria estar pronto, combinamos às sete e já eram sete e vinte. Fui para a sala de estar e me sentei no sofá, foi uma quinta-feira exaustiva, nunca tive tantos relatórios para ler, essa noite deveria ser especial, mesmo cansada me arrumei para comemorar nosso aniversário de três anos de casamento. Nosso relacionamento de sete anos tem esfriado nos últimos meses, vivo atolada de trabalho para conseguir manter as contas em dia, enquanto David não consegue parar em nenhum serviço. Estamos tentando, apesar de tudo, terapia de casal, jantares românticos, fantasias sexuais; mas era como remar contra a maré. Honestamente, eu já não tinha certeza se o amava, mas
No dia seguinte, acordei bem cedo apesar do cansaço e comecei as fazer as malas do David. Queria me livrar de tudo que pudesse me lembrar aquele homem, mas ao separar algumas peças, não consegui segurar as lágrimas, haviam muitas memórias boas, destruídas num único segundo. Eu acreditava naquele relacionamento, acreditei na promessa de "até que a morte nos separe". David me fez feliz por muito tempo, vivemos boas aventuras juntos e ao invés de ser honesto, ele preferiu me trair. Sequei as lágrimas, separei as fotos dos porta-retratos e os presentes, os coloquei numa caixa e levei ao banheiro, onde eu teria acesso rápido a água caso o fogo saísse do controle. Assisti a tudo queimar enquanto meu rosto era molhado pelas lágrimas, mas a lembrança da noite passada, que deveria ter sido feliz, me fez mais uma vez secar as lágrimas, erguer a cabeça e afirmar que eu iria superar isso. Apaguei o fogo e juntei tudo que restou numa sacola, olhei as horas e percebi que estava atrasada.Me olhei
Por Filipe ChevalierO trânsito estava caótico e eu estava atrasado, não que fosse um grande problema, afinal tudo que eu menos queria era ter que encontrar Ashley, mas seria muito mais fácil se ela não estivesse irritada. Quando finalmente consegui sair do congestionamento, descobri o motivo do problema, um incêndio num prédio fechou duas ruas e causou o caos. Demorei perceber que aquele era o prédio da Jade, pensei em parar e ver se estava tudo bem com ela, mas não podia esquecer o jantar com Ashley, já estava adiando a tempo demais e faltar poderia me dar muito mais dor de cabeça. Segui meu caminho para o renomado restaurante francês no centro da cidade. O restaurante ficava no último andar de um prédio e era necessário apresentar o nome na entrada, para que verificassem a reserva. No meu caso não era necessário, todos já me conheciam. Gostava daquele restaurante principalmente pela discrição, ninguém sairia falando por aí que levo minha noiva e minhas amantes no mesmo restaurante
Jade Smith Regina me abrigou em seu apartamento no dia do incêndio. Sendo divorciada, ela e o filho dividiam o lugar e tinham um quarto sobrando, eu não pretendia ficar por muito tempo, apenas o suficiente para me restabelecer e eu esperava não demorar muito. Quando meu pai se opôs ao meu casamento com David, eu jurava que ele estava errado e nós brigamos feio. Mesmo assim, ele me presenteou com uma boa quantia em dinheiro e pediu que eu guardasse para uma emergência. Bom, tive muitas emergências e já não tinha mais a mesma quantia, mas junto com o dinheiro do seguro do carro, em breve conseguiria alugar um apartamento novo e comprar o que precisasse.David foi preso em flagrante colocando fogo no apartamento. Por ter colocado a vida de outras pessoas em perigo, ele seguiria preso. Sinceramente, para mim era pouco. Ele merecia sofrer mais que alguns dias na prisão, mas eu acreditava que o carma o faria pagar todo o prejuízo que me causou, tanto monetário quanto emocional. No sábado
Segunda-feira, logo pela manhã fui ao tribunal resolver minhas pendências com a lei, por ter agredido a amante do meu ex marido. Expliquei a situação ao juíz, garanti que não era uma pessoa violenta, só estava chateada, e com razão, por descobrir uma traição. O juíz ouviu uma testemunha, que para minha sorte ficou do meu lado e contou que eu só estava batendo no David e a loira veio para cima de mim. A loira por sua vez, alegou ser tudo mentira, que eu fui bater nela e outras coisas, mas além da testemunha, tinham câmeras no bar e uma delas filmou a briga. Não havia dúvidas, eu só me defendi, não tive a intenção de machucá-la e não continuei com a briga. Caso encerrado. Perdi metade do dia por causa de dois indivíduos idiotas. Cheguei na empresa após o almoço, meu cabelo estava tão bonito que seria um crime prendê-lo, mas por não ser um costume, todos me olharam estranho. Mas também poderia ser minha escolha de roupa, coloquei a camisa branca de cetim, como tinha uma leve transparên
Entrei no apartamento da Regina ainda sem entender o que aconteceu ou o que ele queria dizer. Filipe nunca agiu daquela maneira antes e o pior, eu nunca me senti assim perto dele antes. No fundo não importava, o que quer que fosse não iria se repetir e eu não deveria me iludir com… nada! Não era nada! — Está tudo bem? Eu já estava preocupada, agora te vendo com essa cara fiquei ainda mais. — ela falou da cozinha, enquanto preparava o jantar. — Tudo bem Re, só estou cansada, o dia foi longo. — respondi tirando a bolsa dos ombros para pegar o celular e verificar as mensagens. — Tem certeza? Será que o chefe bonitão não está mexendo com você? — Re sugeriu acertando em cheio, mas eu não deixar ela saber disso. — Não faz uma semana que me separei, Re. Que tipo de mulher acha que eu sou? — Até onde eu sei, seu casamento já tinha acabado, o que você sentia era apenas medo de ficar sozinha ou uma necessidade de manter o casamento por algum motivo, mas amor já não existia. — ela picava ce
Filipe ChevalierQuando pensei que teria um pouco de paz com a viagem da Ashley, me aparece outro problema. Oliver Rutenford, o filho mimado do dono da empresa, que se importava tão pouco com a Prime que seu pai me nomeou o CEO, claro que eu já era dono de parte da empresa para isso, mas enquanto Oliver se mantesse longe, nunca teríamos problemas.Meu humor já não estava nada bom, Jade conseguiu piorar, mas ela estava certa, não seria louco de demiti-la, era uma peça fundamental na empresa, mas eu me preocupava com ela, estava passando por um momento delicado demais para ter que conviver com um babaca no escritório. Ela estava diferente e não digo somente por suas roupas, parecia mais leve, livre e não era difícil constatar que a separação fez bem a ela. Jade sempre foi bonita, agora estava ainda mais linda e o fato de estar solteira complicava as coisas para mim, ela era proibida por ser casada e já não é mais, porém, depois de quatro anos, não parecia ser fácil convencê-la a ter al
Jade SmithCom a cirurgia de correção de grau, eu me sentia livre, era maravilhoso poder enxergar bem a qualquer momento, sem ajuda de nada e nem ninguém. Parecia que nada podia estragar meu dia, até eu encontrar um babaca no elevador. Oliver Rutenford tinha um charme, olhos azuis cintilantes que contrastava com a pele bronzeada e o cabelo escuro, ele dispensou a gravata e usava uma camisa social com dois botões abertos exibindo a pele bronzeada e os músculos. Não parecia alguém que chegou para trabalhar.Ele me encarou todo o tempo que ficamos no elevador, antes de chegar no último andar, me irritei com seu olhar abusado e o encarei de volta.— Qual o seu problema?! — perguntei irritada, ele abriu um sorriso de lado, gostando da minha atenção.— Problema nenhum, não posso te olhar? — a porta do elevador se abriu e eu sai. — Quer saber? Pode! Admire muito o que você não pode tocar! — respondi sem olhar para trás. — Babaca. — Você sabe quem eu sou?! — sei, um idiota júnior, ainda não