Entrei no apartamento da Regina ainda sem entender o que aconteceu ou o que ele queria dizer. Filipe nunca agiu daquela maneira antes e o pior, eu nunca me senti assim perto dele antes. No fundo não importava, o que quer que fosse não iria se repetir e eu não deveria me iludir com… nada! Não era nada!
— Está tudo bem? Eu já estava preocupada, agora te vendo com essa cara fiquei ainda mais. — ela falou da cozinha, enquanto preparava o jantar.— Tudo bem Re, só estou cansada, o dia foi longo. — respondi tirando a bolsa dos ombros para pegar o celular e verificar as mensagens.— Tem certeza? Será que o chefe bonitão não está mexendo com você? — Re sugeriu acertando em cheio, mas eu não deixar ela saber disso.— Não faz uma semana que me separei, Re. Que tipo de mulher acha que eu sou?— Até onde eu sei, seu casamento já tinha acabado, o que você sentia era apenas medo de ficar sozinha ou uma necessidade de manter o casamento por algum motivo, mas amor já não existia. — ela picava cenouras e parou para olhar para mim. — E se Filipe ainda não deu em cima de você, pode ter certeza de que vai. Já notou os olhares dele?— Não… — busquei em minha mente algum olhar diferente, mas eram todos iguais. Sempre me pareceu tudo profissional. — Mas não é de se admirar, Filipe não dispensa nenhuma mulher, só que eu não estou disponível.Re deu um sorriso discreto, mas percebi.— Fala a verdade, Jade! Se um homem como Filipe Chevalier te procurar você vai realmente conseguir dizer "não"?— Vou! Ele é pior que o David quando se trata de traição.— Ninguém está falando de relacionamento sério. Você, solteira, com uma oportunidade única de transar com o homem mais desejado de Redford, vai conseguir dizer não? — ela parou novamente seu trabalho com os legumes para me encarar.— Ele é meu chefe, ele está noivo e ele é um canalha sênior. Eu estaria sendo muito burra de me envolver, principalmente por saber o quanto dói uma traição.— Honestamente, sendo a Ashley, nem deveria ser considerado traição. Ela é insuportável. — e foi aí que tive a chance de mudar de assunto. Contei sobre a visita dela à tarde e nós, feito duas cobras fofoqueiras, começamos a falar sobre os absurdos que já passamos com ela.— Eu não duvido nada que Filipe está sendo obrigado a ficar nesse relacionamento. — ela confessou.— Sério? Por que acha isso? — eu nunca pensei nessa possibilidade, mas com ela falando fazia muito sentido.— Ele claramente não ama ela, quero dizer, ele a trata com uma certa rispidez, parece que assim como nós apenas a tolera. E ele não faz questão de esconder que tem outras mulheres. — explicou e fazia muito sentido, ele ameaçou chamar a segurança para tirar ela do escritório.— Ou ela é muito ingênua ou…— Dependente emocional. — falamos juntas.Continuamos a conversa, até a janta ficar quase pronta e eu ir tomar um banho. Quando voltei, Andrew estava na cozinha também.— Acho que essa casa nunca esteve tão agitada. — ele comentou assim que entrei na cozinha e só então me lembrei que ele estava estudando e nossa conversa poderia tê-lo atrapalhado.— Ah, desculpe, Andrew, me esqueci que você estava em casa estudando. — ele riu.— Não se preocupe, eu acho bom que minha mãe tenha companhia, já que não estou podendo fazer isso no momento.Após o jantar, me sentei no sofá com eles para assistir um filme e só então me lembrei que não conferi as mensagens. Estava tão atarefada que não consegui pegar o celular durante o dia e poderia ter mensagens importantes. E de fato tinha, um email na verdade, da seguradora do meu carro dizendo que, só poderiam pagar a indenização quando o veículo fosse encontrado, ou então eu teria que esperar uma certa data para receber.Meu apartamento teria que esperar.Não quis contar a eles naquele momento, aliás, eu nem sabia como dizer. Prometi ficar poucos dias, mas pelo visto ia durar mais tempo. Eu realmente gostaria de ter outro lugar para ir, mas me dediquei demais aquele relacionamento e não tinha muitas amizades e me afastei do meu pai. Ele certamente não se importaria em me receber, mas para mim seria como procurar o caminho mais fácil e admitir o quanto eu estava errada. Um dia, certamente eu voltaria.No dia seguinte, eu e Regina dividimos um táxi para o trabalho. Quando cheguei, Filipe e o senhor Rutenford estavam em reunião. Olhei a agenda e não tinha nada marcado, achei estranho, pois Rutenford gostava de deixar tudo organizado. Minutos depois, Filipe saiu bufando de raiva, passou por mim sem sequer desejar um bom dia e se trancou em sua sala.Minha curiosidade quase me fez levantar e ir até a sala Regina perguntar se ela sabia o que aconteceu, mas esperei alguns minutos para me certificar que Filipe não ia sair e corri para a sala dela.— Está sabendo de algo? Filipe estava furioso. — perguntei num sussurro.— Ainda não, mas quando souber eu te aviso. — respondeu e corri de volta para a minha sala, mas esbarrei em Filipe na porta.— O que estava fazendo? — perguntou sisudo.— E-eu fui ao banheiro.— Eu vi você saindo, não deu tempo nem de você chegar lá. — Droga!— Está certo, eu fui até a sala da Regina perguntar se ela sabia algo sobre essa reunião. — respondi com uma segurança que nunca tive antes.— Sem fofocas nesse andar, Jade. Não me dê motivos para te demitir. — ele estava realmente irritado e passou por mim.— Demitir? Você não seria louco! — retruquei, perdendo totalmente a noção do perigo, mas não suportaria ameaças. Não esperei uma resposta e voltei para a minha mesa.Filipe voltou, apoiou as mãos na minha mesa e se inclinou para frente, seu rosto ficou a poucos centímetros do meu e sem perceber eu prendi a respiração e senti minhas pernas ficarem moles. Não foi o melhor momento para dizer o que penso.— Eu ainda sou seu chefe e ainda posso te demitir.Ainda?Engoli em seco e molhei os lábios pensando numa resposta.— Então me demita, esse emprego é a única coisa que me segura nessa cidade. — eu não larguei tudo para ouvir desaforo de patrão.— Você ainda é útil. — ele se levantou e seguiu para o corredor novamente.Eu precisava saber o que estava acontecendo, o que houve naquela reunião para ele ficar tão estranho.Na hora do almoço procurei Regina e ela conseguiu descobrir o que aconteceu.— O filho do Rutenford, o Oliver, voltou depois de anos viajando pelo mundo, ele não tinha interesse na empresa, mas agora que retornou quer assumir o posto como herdeiro, ou seja, quer a vaga de CEO. Rutenford não vai tirar o Chevalier, mas decidiu se aposentar de vez e deixar a empresa na mãos dos dois, sendo o Oliver um sub-CEO ou algo assim. — ela suspirou. — Estou prevendo que isso vai dar ruim.— Com certeza, se Oliver quer o lugar do Filipe, vai fazer de tudo para se livrar dele.— Não só isso, Oliver não sabe nada sobre a empresa, talvez sequer saiba gerenciar. Filipe vai ter que ser pulso firme e provavelmente esse escritório vai ferver. Bem que eu gostaria de me aposentar agora. — rimos de sua última frase, eu também preferia me aposentar. — O que podemos fazer agora é torcer para que dê tudo certo.— Tem que dar, Rê. Já estou com problemas demais para ter que lidar com rixa de patrão.— Eu também!Filipe ChevalierQuando pensei que teria um pouco de paz com a viagem da Ashley, me aparece outro problema. Oliver Rutenford, o filho mimado do dono da empresa, que se importava tão pouco com a Prime que seu pai me nomeou o CEO, claro que eu já era dono de parte da empresa para isso, mas enquanto Oliver se mantesse longe, nunca teríamos problemas.Meu humor já não estava nada bom, Jade conseguiu piorar, mas ela estava certa, não seria louco de demiti-la, era uma peça fundamental na empresa, mas eu me preocupava com ela, estava passando por um momento delicado demais para ter que conviver com um babaca no escritório. Ela estava diferente e não digo somente por suas roupas, parecia mais leve, livre e não era difícil constatar que a separação fez bem a ela. Jade sempre foi bonita, agora estava ainda mais linda e o fato de estar solteira complicava as coisas para mim, ela era proibida por ser casada e já não é mais, porém, depois de quatro anos, não parecia ser fácil convencê-la a ter al
Jade SmithCom a cirurgia de correção de grau, eu me sentia livre, era maravilhoso poder enxergar bem a qualquer momento, sem ajuda de nada e nem ninguém. Parecia que nada podia estragar meu dia, até eu encontrar um babaca no elevador. Oliver Rutenford tinha um charme, olhos azuis cintilantes que contrastava com a pele bronzeada e o cabelo escuro, ele dispensou a gravata e usava uma camisa social com dois botões abertos exibindo a pele bronzeada e os músculos. Não parecia alguém que chegou para trabalhar.Ele me encarou todo o tempo que ficamos no elevador, antes de chegar no último andar, me irritei com seu olhar abusado e o encarei de volta.— Qual o seu problema?! — perguntei irritada, ele abriu um sorriso de lado, gostando da minha atenção.— Problema nenhum, não posso te olhar? — a porta do elevador se abriu e eu sai. — Quer saber? Pode! Admire muito o que você não pode tocar! — respondi sem olhar para trás. — Babaca. — Você sabe quem eu sou?! — sei, um idiota júnior, ainda não
Todos os meus neurônios paralisaram, esse homem seria capaz de arrancar tudo de mim se quisesse, com um apenas um toque. Seu polegar deslizou no tecido fino da minha camisa, usava a mesma de cetim de outro dia, meu coração disparou e meus olhos se encontraram com os dele. Minha mente logo fantasiou ele me puxando pela cintura para sentar em seu colo enquanto nos beijamos loucamente e minhas mãos deslizam por seu peitoral sarado e delicioso, mas… — Obrigado… pela ajuda. — sua voz me tirou do transe e chacoalhei a cabeça. — Não é nada, eu que agradeço por… me defender. — ele me lançou um sorriso e tirou a mão da minha cintura. Voltei para a minha sala tentando parecer calma, mas cada célula do meu corpo pedia mais um pouco dele. Aquilo era loucura, talvez fosse a carência da separação, apesar que eu e David já não fazíamos amor há tanto tempo que até a carência passou. O que ficou claro, é que como sempre desconfiei, Filipe não se sentia atraído por mim.Toda a confusão significava
O canalha sênior nem mesmo me beijou! Era só nisso que eu conseguia pensar enquanto andava de um lado para o outro no quarto de hóspedes da Regina. Outra coisa na minha vida que eu precisava resolver. Eu fui completamente imatura, irracional e inconsequente. Como eu iria olhar na cara dele no dia seguinte? Onde eu estava com a cabeça? Com certeza faltou sangue no cérebro após aquele aperto no meu pulso, só isso explicaria minha insanidade em transar com meu chefe no elevador do prédio. Regina bateu à porta, sabia que era ela pois também me chamou. Deixei ela entrar, mas não contaria a verdade, estava com muita vergonha de mim mesma pelo o que aconteceu e guardaria isso à sete chaves. — E então? Ficaram presos no elevador, não me diga que nada aconteceu. — Nada aconteceu. Filipe não me vê dessa maneira, trabalho para ele há quatro anos. — me levantei para não ter que olhar para ela enquanto mentia. — O que aconteceu hoje foi mera consideração. E eu realmente acreditava nisso. —
Filipe já estava me esperando na portaria conforme combinamos, encostado em seu carro usando uma camisa social branca com as mangas dobradas e calça azul marinho, como sempre impecável. Eu sabia que em algum momento me arrependeria amargamente dessa escolha, mas naquele momento, eu estava convencida de que era apenas um jantar para por um fim naquela história. Respirei fundo e caminhei até ele. — Sempre me impressiono com sua beleza. — ele estendeu a mão e coloquei a minha sobre ela, ele me fez dar um giro e sorri por não ter percebido sua intenção. — Sempre? Até quando eu prendia o cabelo, usava óculos e roupas largas? — perguntei realmente curiosa, pois me parece que seu interesse começou apenas quando mudei o visual. Filipe deu um sorriso envergonhado e virou o rosto para algum ponto da calçada. Desse jeito, ele parecia ainda mais sexy.— Tenho uma imaginação muito boa. — respondeu voltando a olhar para mim. Dei alguns passos à frente. — Estava tendo fantasias sexuais com uma m
Há quanto tempo eu não tinha um orgasmo assim? E eu já tive?A noite com ele me fez perceber o quanto eu perdi tempo numa relação fria e sem graça. Conheci David com 19 anos e não só me conformei com o sexo capenga, como achava o máximo e briguei com meu pai por ele. Eu fiquei assustada ao pensar nisso, pois poderia tornar minha relação com Filipe viciante. Precisava ir para casa, rápido. Coloquei minhas roupas enquanto ele estava no banheiro, quando saiu, com uma toalha na cintura muito mal amarrada, mostrando metade do V em seu quadril, eu já estava pronta para voltar para casa, mas podia facilmente mudar de ideia, principalmente por saber exatamente o que tinha embaixo. — Já vai? — questionou franzindo a sobrancelha.— Sim, eu… preciso resolver alguns assuntos amanhã cedo e não quero atrasar para o trabalho. — não era exatamente mentira, mas se eu ficasse mais um pouco, voltaria mais vezes. — Bem, eu te levo então. — Não precisa se preocupar, eu já chamei um carro pelo aplicati
Filipe ChevalierJade era, sem dúvidas, a mulher que eu mais desejava. Talvez por ser casada e por isso proibida, talvez porque sempre soube que ela escondia um corpão debaixo daquelas roupas. Fato é que minhas expectativas foram baixas demais perto do que ela entregou, um beijo intenso, um corpo delicioso e uma sintonia única. Eu sabia que não ia me decepcionar, mas Jade foi incrível, altamente viciante. Agora eu tinha a oportunidade de passar um tempo a sós com ela num paraíso caribenho e estava muito animado com a ideia. Pensando nisso, ao invés de fazer reservas num hotel, decidi alugar uma casa, conversei com um agente de turismo e pedi para organizar tudo. Infelizmente, seriam apenas duas noites, mas poderia ser tempo o suficiente se soubéssemos aproveitar.À noite, recebi a ilustre visita da minha sogra acompanhada da minha mãe. As duas madames e melhores amigas vestidas em roupas de luxo, entraram no meu apartamento analisando com um olhar crítico cada centímetro, mas tudo es
Horas depois, chegamos na casa que aluguei para nós, era afastada de tudo e com uma praia particular, tinha tudo que fosse necessário e com certeza valeu cada centavo. Jade estava surpresa, provavelmente esperava um hotel, mas eu tinha outros planos. — O que achou? — Eu amei esse lugar… olha essa parede de vidro com vista para praia!… olha essa praia! Perfeito. — respondeu.— Não acha que mereço um beijo? — ela me olhou, finalmente entendendo tudo. — Estou em horário de trabalho. — sorri e dei um passo a frente. — Pois estou te dando folga. — ela abriu um largo sorriso e revirou os olhos de um jeito muito sexy. — Obrigada, boss, mas não posso ficar sem receber esses dois dias. — Você não vai, ninguém precisa saber… — puxei ela pela cintura colando nossos corpos. — Estou louquinho para tirar essa blusa rosa, deveria ser um crime você sair na rua com ela. — sussurrei em seu ouvido, sentindo-a estremecer. Jade até tentava negar, mas se sentia tão atraída quanto eu. Ela ergueu o ro