A biblioteca real é tudo aquilo que leitores vorazes sonham. Temperatura confortável, cadeiras confortáveis, bancadas com chá e biscoitos amanteigados, e livros, muitos livros.
Cillín nasceu e cresceu nos corredores da biblioteca. Leu tantos livros quanto se pode para um homem de 22 anos.
Após voltar da última guerra, travada por bobagem de uma carta não respondida, ele decidiu se aposentar dos campos, do cheiro de ferro, da falta de comida a todos, da morte... Cillín agora dedica sua vida a leitura, a aprender a arte de cozinhar, a cuidar de sua mãe e sua irmã que nasceu a pouco mais de 5 meses.
Muitos perguntam sobre seu pai e ele nunca sabe responder. Por qual motivo? Não o conhece.
No reino do vento não existe problema algum de uma mulher não querer se casar, ou não assumir relacionamentos. A prova disso é Umeko Raina, sua mãe, rainha do esplêndido Reino do Vento, cidade de Nebulos. Tal reino deveria ser a mais bela de todos os outros três reinos.
As montanhas cobrem o fundo do castelo. Antigas cachoeiras ainda marcam as montanhas. Os grandes campos que a muito eram verdes e cheios de diversas flores, agora é só arreia rachada e seca. Onde eram córregos fortes de água doce e pura, agora é somente uma leve linha de água que é disputada por muitos.
Cillín tem a aparência mais linda dentre milhas e milhas. Sua pele macia, dourada e bronzeada. Seu cabelo liso e negro como a noite, seus olhos exatamente da cor de noites chuvosas, seu rosto com maxilar forte e uma barba bem aparada, só existe uma linha fina de pelos logo abaixo de seu nariz que lhe trazia um charme que conquistava as moças sempre que ele adicionava um sorriso com os dentes brancos e certos. O porquê de tal charme, ele não sabia.
Hoje, por algum motivo especial que ele não sabia, a biblioteca real, sua biblioteca, seria aberta ao público, tanto de Nebulos quanto de todas as outras cidades perto ou longe do reino.
Ele imediatamente se dispôs a ajudar na organização, acomodação e tudo mais que fosse precisar. Até mesmo na segurança, afinal, sua irmã é a herdeira.
Em seu reino, somente as mulheres tem direito ao trono. Uma família que tem reinos, condados, ducados ou algo parecido e que não tem filhas para herdar o trono é passado imediatamente a próxima mulher da linha de sucessão.
Cillín caminhou entre os corredores pintados de cinza, passou por seu quarto e pegou seu uniforme improvisado de diretor da biblioteca e saiu em direção a seu refúgio.
Refúgio esse que será aberto a todos.
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Logo após o sol está no topo do céu, as pessoas começaram chegar.
Uma diversidade de pessoas começou entrar pela porta principal e irem direto ao corredor que leva a biblioteca. Pessoas com cabelos loiros brilhantes com a luz do sol, outras com cabelos tão vermelhos que pareciam as maçã mais vermelhos que ele viu uma vez durante uma visita ao reino do fogo.
Uma das pessoas a entrarem tinha os olhos tão verdes que parecias as folhas novas do primaveril - primavera. Ele acompanhou a moça até a biblioteca, somente para observar e analisar a cor de seu olhos.
– Pois bem, senhorita, aqui estamos. - disse enquanto estavam na porta da biblioteca.
– Muito obrigada, senhor... - ela parou um segundo, e olhou em seus olhos - qual é o seu nome?
Cillín ficou impressionado por ela não o conhecer, sendo que, sua mãe com toda seu poder, fazia questão de todos conhecerem todos da sua família.
– Me chamo Cillín.
Após ele dizer seu nome a moça ficou mais pálida do que era, abaixou a cabeça em reverência e saiu andando apreçada para dentro da biblioteca.
Ele saiu rindo, e percebendo que nem todos conhecem ele e agradeceu a deusa por isso.
Voltou caminhando tranquilamente olhando o chão do palácio, e quando levantou os olhos para frente obeservou uma linda mulher caminhando em direção a biblioteca.
Ela era a obra de arte feita pelos deuses mais talentosos, dedicados e tudo mais dedicado a criação da beleza em si. Ela caminhava como se não se importasse com os olhares de ninguém, como se fosse seu próprio sol.
O vento balançava os longos cabelos cacheados e castanhos dela como se ela fosse abençoada por essa deusa. Sua pele morena parecia brilhar com o sol da tarde. Seus olhos eram pares de castanhas do outro lado do mundo, teriam que atravessar meses de deserto denso para encontrar tal castanha que se comparasse com tal cor.
Ela estava com um homem alto, forte e também belo. Mas não tinha a mesma beleza que a moça ao seu lado. Era semelhantes em alguns pontos. O queixo, e os lábios carnudos e vermelhos eram idênticos.
Ele se encostou na parede e observou ela caminhar fascinada com a beleza do local.
– Adriel, observe bem a decoração desse lugar. Observe. - dizia ela ao homem ao seu lado.
O tal Adriel, não parecia muito satisfeito por estar aqui.
– Você sabe que não me importo muito com essas coisas, deveria ter trago o Tauriel. Ele iria admirar todas essas coisas douradas e azuis.
Ela deu um sorriso que iluminou seu rosto, mostrou seus dentes brancos e certos. Seus olhos fecharam com o sorriso largo.
Cillín se encostou mais na parede enquanto eles passavam.
O homem acenou para Cillín e ele respondeu da mesma forma. A moça somente o olhou e seguiu admirando cada detalhe do local.
Após eles passarem, Cillín soltou a respiração que nem sabia que estava segurando.
Sua mente e seu sangue começaram a borbulhar, como se ela fosse a chave de alguma porta perdida a anos e anos que agora foi aberta. Como se ela fosse uma benção em anos de sofrimento, guerra e fome. Como se sua beleza fosse a inspiração que os artistas estivessem procurando.
Cillín não resistiu e seguiu os dois para dentro da biblioteca.
Eles entraram e Cillín entrou dois passos atrás.
Ele sentiu no fundo do seu corpo, da sua alma, da sua mente, do seu coração, da sua vida que nunca mais poderia deixar aquela mulher longe. Que deveria segui-la.
Aiyana estava encantada com o palácio. Apesar de sua cor azul desbotada, existia alguns detalhes antigos que davam um ar de local histórico. Um local que já passou tanta, tanta, tanta coisa, tantas histórias vividas que foram contadas e outras que não tiverem o privilégio de serem admiradas e contadas.Ela caminhava olhando para cima, para os lados, para o chão e tudo trazia uma vibração. Ela sentiu no fundo da sua alma que de alguma forma era ali que ela devia ter nascido.Aiyana caminhou firme em direção a biblioteca e ao entrar, parou e somente ficou ali parada de boca aberta.A biblioteca exalava inteligência e mistério. A luz das lamparinas iluminava os meses por ali espalhadas, as poltronas
Cillín passou todo horário de visita procurando a moça de cabelos cacheados. Ele ainda podia sentir levemente o cheiro dela. Cheiro de vento com brasas e chuva e terra molhada. Uma mistura que era perfeita. Como poderia existir tal mix de cheiros em uma só pessoa, ele não fazia ideia.Ele caminhou pelos corredores, subiu as escadas, olhou de cima para vê se à achava, e nada. De alguma forma, sem entender, seu sangue e alma clamavam por ela.Até que chegou perto do horário de fechar as portas e ele desistiu de procurá-la. Seguiu caminhando para seu quarto, e por fim se jogou no colchão macio e único. O seu travesseiro tem o cheiro dele, leve cheiro de grãos negros com lenha queimada.Ele tirou toda
Tinha se passado uma semana desde o ocorrido na biblioteca e do sonho.Os abençoados estão tentando se acostumar com o fato de terem sido abençoados e tentando adivinhar como ministram seus poderes.Cillín queria descobrir como usar o fogo que ele tinha em suas veias. Ele conseguia sentir o calor correndo em seu corpo, conseguia sentir nas noites frias que teve a três dias atrás. Ele de alguma forma conseguiu aquecer a casa inteira ao ponto de não precisar usar as lãs para se aquecer.Já a abençoada Aiyana, ainda não conseguia acreditar em seus possíveis dons. Na mesma noite fria em que Cillín conseguiu se aquecer, ela se molhou inteira. A água desligou do copo que estava ao lado de sua cam
A minutos atrás Aiyana havia saído de casa após confirmar que seus dons estavam quietos em seus baús. Os baús internos eram a forma que ela havia achado em um momento de meditação como guardar cada dom.A minutos atrás ela caminhava pela vila tranquilamente. Conversando com as pessoas, dando alguns sábios conselhos, ajudando em algo em casa.A minutos atrás ela caminhava só, até que sentiu alguém chegando perto dela. Tal pessoa caminhava devagar, como se estivesse com medo ou na intenção que ela não percebesse. Mas depois do evento na biblioteca, todos os sentidos de Aiyana tinham se aguçado.Agora ela se via diante um homem, aparentemente bonito, ajoelhado em sua fren
Em algum lugar do mundo existe um lado totalmente brilhante, lindo, sereno e amoroso.Em outro lugar do mundo existe um lado totalmente escuro, maldoso, feio e aterrorizante.Em ambos lugares existe alguém que toma conta.De um lado, alguém tão bom tomava conta daquelas terras boas, que seu corpo brilhava uma luz branca serena, quando andava parecia flutuar sobre os gramados ou pedras que ladrilhavam a passagem. Seu cabelo parecia um raio de sol. Seus olhos azuis são tão calmos quantos os lagos dessa terra . Uma pessoa calma, firme em sua voz mas, ao mesmo tempo, serena. Uma pessoa cuja bondade controla sua vida.Do outro lado, alguém tão mal tomava conta daquelas terras que seu corpo p
O Reino do Vento é um dos mais conhecidos reinos. A existência dos outros reinos não passava batido.O Reino do Mar é o mais banhado pelas águas.O Reino da Brasa é o mais banhado pelo sol.O Reino do Deserto já diz em seu nome o que tem em abundância. As terras banham as cidades em todos os pontos cardeais. As pessoas deste reino tem uma pele tão macia e que parecem sementes de maçãs. Os habitantes deste reino tem os cabelos brancos, de um branco banhado pela lua.Nesse reino, existe um homem que, há um mês, despertou um incrível dom. O dom da água. Durante seu trabalho rotineiro de buscas, ele sentiu sua palma da mão molhar i
O Reino da Brasa é o mais banhado pelo sol. Suas terras são quentes, calorosas e brilhantes. A areia ao redor do reino é quente e relaxante, por muitos é usada para relaxar.Nessas terras quentes e brilhantes como se fosse pura brasa, existe a grande guerreira Azura. Chefe das linhas de frente da unidade Gavião de Guerra. Azura que carrega em seu olhar o desafio de quem tiver a ousadia de a desafiar.Tal pessoa tem o orgulho e a determinação na mesma bandeja.Há um mês atrás ela também foi abençoada. Uma abençoada direta. A sua deusa regente não deixou seu dom em nenhum sangue, disse a todos os deuses: " vou escolher aquela ou aquele que combine comigo. Se vocês acham ruim, se danem."
Todos os moradores dos reinos sabem de seu difícil acesso à água. Que deve ser conservada e usada com muita cautela.O Reino do Mar é o que menos se preocupa com isso. É o Reino que mais tem correntes de água, onde existem correntes de água doce e salgada. É um mistério para todos a existência de sal na água. Os governantes desse reino já viajaram aos outros reinos para saber se existe a mesma água salina em suas terras, e a resposta foinão, só temos correntes doces.Nesse reino, na cidade de Vecla, existe uma menina mulher fascinada por essa água salgada. Sua inteligência e criatividade são usadas a favor dessa água. Ela passa dias, e mais dias, pesquisando, conhecendo, analisando cada part&i