Enquanto eles dormiam, descansando do longo dia, um ser forte e poderoso chegou ao Reino do Vento.
Os pés do ser mal tocavam o chão, seu poder era tão forte que fazia seu corpo flutuar pela areia das estradas e da cidade. Seu corpo era leve como pluma, somente seu dom, seu poder, que lhe proporcionava o peso que lhe aparentava. Aquele ser tão poderoso estava na cidade de Nebulos no Reino do Vento.
Nenhum dos abençoados sen
Nada era mais desconfortável e frio quanto a mudança que aconteceu no interior dos abençoados após sentirem que algo estava errado.Aiyana observava suas reações, sentindo o peso da voz em seu interior. Seus dons estavam em absoluto silêncio. Ela reconhecia aquele sentimento que exalava de seus amigos, não diria nada até que eles dissessem.O primeiro a abrir a boca para dizer algo foi Cillín, seus olhos eram pura confusão.– Sinto que algo foi cravejado em meu peito e eu não consigo achar uma forma de retirar. - disse ele colocando a mão no peito. – Não era para eu estar me sentindo assim, sinto que tudo vai se quebrar em segundos.
Tudo que estava sob a visão de Aiyana era escuro. Jamais tinha visto uma cor tão forte ligada ao preto. A sensação de estar ali era diferente de tudo que tinha sentido, era aconchegante, como se estivesse em casa enquanto sua mãe fazia cozido de batatas.Aquela vasta escuridão era seu lar e ela não sabia como poderia ser. O cheiro era estranho, o frio que alcançava seus pés era extremamente diferente do comum frio do inferno. Aiyana queria ficar ali, no seio do seu dom da Escuridão. Queria ficar ali por todos os anos de sua vida, mas sua missão era outra, precisava ligar os dons e transformar o mundo.Enquanto se afundava no baú da Escuridão, levou consigo os outros elementos. O ar começou a desvendar todo espaço, a água
Havia se passado dias desde que Aiyana tinha se conectado ao seio de seu poder. Ela mergulhou em toda escuridão, e foi novamente abençoada com o poder forte da Escuridão.Todos abençoados se preparavam para a quebra da maldição que há tantos anos foi jogada no mundo.A voz tinha entregado a Aiyana e seus companheiros um livro cheio de canções que deveriam ser usadas para ajudar no ritual. Uma delas era um Sonata ao Luar. Canção tocada no piano e em um instrumento de cordas, junto a canção deveria ser proclamadas palavras de um idioma criado enquanto ainda existia somente a Luz e a Escuridão vagando pela terra.Durante os dias que os outros quatro abençoados fortaleceram seus dons, A
O universo e todos os outros seres extremamente poderosos que habitam outras dimensões, sabiam exatamente o que estava acontecendo na terra.O poder que a muitos e muitos séculos estava adormecido havia sido despertado por uma menina comum que tinha sido abençoada por quatro deusas e tinha simplesmente ganhado o poder da Luz e da Escuridão. Mas ninguém havia contado para essa menina que um dos seres poderosos iria querer de volta o poder. Ninguém havia lhe contado sobre o que tinha acontecido milênios atrás, ou ninguém sabia de fato o que tinha acontecido.Somente dois seres sabiam. Um deles era Solaria, poderosa ser que mandava e desmandava na luz e na paz de toda terra. O outro era Luaria, poderosa ser que mandava e desmandava no sofrimento e escuridão de toda terra.
Aiyana sabia que estava viva, mas sua mente foi teletransportada para o fundo de um poço frio e escuro. Sentia seus pés tocando o chão gelado, e os fios do seu cabelo estavam molhados por conta da umidade de onde estava.O cheiro do local lhe remetia a casa. Sentia vontade de se deitar e deixar aquela escuridão embalar seu sono, um sono profundo e sem sonhos.A vaga lembrança do que havia e estava acontecendo retornou a sua mente. Se lembrava de ter sido atingida, de ver um brilho forte e quente lhe atingindo bruscamente, se lembrava de sentir a pedra se esquentar em seu pescoço e depois foi inundada pelo poder escurido e forte, se lembrava de olhar suas mãos e ver as marcas. A partir daí, ela estava nesse poço frio.Algo c
Aiyana encarava Solaria, e Solaria a encarava de volta.Apesar de ser menor em estatura, Aiyana olhava para a deusa a sua frente como se ela fosse inferior. Talvez, de fato, fosse. O poder que circulava pelas veias de Aiyana não tinha fim.A herdeira da escuridão caminhou em direção a deusa, olhando-a de cima a baixo, examinando cada ponto e parte do corpo. A deusa sabia que algo havia acontecido, que alguém nos verdes prados havia mexido na essência e nos poderes de Aiyana.Solaria apenas se afastava. Seus séculos de treinamentos e dominação de todo aquele poder não seriam capazes de conter a fúria do poder de Aiyana. Ela podia sentir o cheiro do frio, geada e água que estava ao redor de Aiyana. As somb
Em um lugar bem distante do salão preto e branco onde quatro abençoados elementais observavam Aiyana segurar a mão das duas deusas para, enfim, trazer a ordem ao patamar dos poderes. Estava os demais abençoados.Seres daquela dimensão de poder só se reuniam em casos de extrema emergência, e naquele caso, era uma emergência. Tinha se passado séculos e mais séculos da reunião em que fizeram para discutir a troca de poder entre as irmãs.Os seres de Luz e Escuridão foram um dos únicos a sobreviverem após uma enorme guerra, restando apenas o ser do Céu, o do Mar e o das Galáxias.A deusa do Céu é conhecida como Daila. Sua pele negra e brilhante, seu cabelo de t
As forças universais e cósmicas deveriam ter se unido e ajudado Aiyana para que pudesse resolver o enigma que se habitava em sua mente. " Como poderei trazer a ordem?".Ela sabia que não tinha lido nada sobre isso naqueles imensos livros da biblioteca do palácio. Sabia, entretanto que, tinha lido como fazer muralhas de vento, como transformar todas dunas de areia em prados floridos, como fazer os córregos se tornarem lagos, rios, cachoeiras e até mesmo mares de água salgada. Aiyana sabia que poderia fazer qualquer coisa, mas não sabia como fazer aquilo.Aiyana fechou os olhos e pediu aos deuses que lhe ajudassem. E começou o processo de ordem.Enquanto segurava as mãos das deusas, ela mentalizou o poder de ambas. Um