O universo e todos os outros seres extremamente poderosos que habitam outras dimensões, sabiam exatamente o que estava acontecendo na terra.
O poder que a muitos e muitos séculos estava adormecido havia sido despertado por uma menina comum que tinha sido abençoada por quatro deusas e tinha simplesmente ganhado o poder da Luz e da Escuridão. Mas ninguém havia contado para essa menina que um dos seres poderosos iria querer de volta o poder. Ninguém havia lhe contado sobre o que tinha acontecido milênios atrás, ou ninguém sabia de fato o que tinha acontecido.
Somente dois seres sabiam. Um deles era Solaria, poderosa ser que mandava e desmandava na luz e na paz de toda terra. O outro era Luaria, poderosa ser que mandava e desmandava no sofrimento e escuridão de toda terra.
Aiyana sabia que estava viva, mas sua mente foi teletransportada para o fundo de um poço frio e escuro. Sentia seus pés tocando o chão gelado, e os fios do seu cabelo estavam molhados por conta da umidade de onde estava.O cheiro do local lhe remetia a casa. Sentia vontade de se deitar e deixar aquela escuridão embalar seu sono, um sono profundo e sem sonhos.A vaga lembrança do que havia e estava acontecendo retornou a sua mente. Se lembrava de ter sido atingida, de ver um brilho forte e quente lhe atingindo bruscamente, se lembrava de sentir a pedra se esquentar em seu pescoço e depois foi inundada pelo poder escurido e forte, se lembrava de olhar suas mãos e ver as marcas. A partir daí, ela estava nesse poço frio.Algo c
Aiyana encarava Solaria, e Solaria a encarava de volta.Apesar de ser menor em estatura, Aiyana olhava para a deusa a sua frente como se ela fosse inferior. Talvez, de fato, fosse. O poder que circulava pelas veias de Aiyana não tinha fim.A herdeira da escuridão caminhou em direção a deusa, olhando-a de cima a baixo, examinando cada ponto e parte do corpo. A deusa sabia que algo havia acontecido, que alguém nos verdes prados havia mexido na essência e nos poderes de Aiyana.Solaria apenas se afastava. Seus séculos de treinamentos e dominação de todo aquele poder não seriam capazes de conter a fúria do poder de Aiyana. Ela podia sentir o cheiro do frio, geada e água que estava ao redor de Aiyana. As somb
Em um lugar bem distante do salão preto e branco onde quatro abençoados elementais observavam Aiyana segurar a mão das duas deusas para, enfim, trazer a ordem ao patamar dos poderes. Estava os demais abençoados.Seres daquela dimensão de poder só se reuniam em casos de extrema emergência, e naquele caso, era uma emergência. Tinha se passado séculos e mais séculos da reunião em que fizeram para discutir a troca de poder entre as irmãs.Os seres de Luz e Escuridão foram um dos únicos a sobreviverem após uma enorme guerra, restando apenas o ser do Céu, o do Mar e o das Galáxias.A deusa do Céu é conhecida como Daila. Sua pele negra e brilhante, seu cabelo de t
As forças universais e cósmicas deveriam ter se unido e ajudado Aiyana para que pudesse resolver o enigma que se habitava em sua mente. " Como poderei trazer a ordem?".Ela sabia que não tinha lido nada sobre isso naqueles imensos livros da biblioteca do palácio. Sabia, entretanto que, tinha lido como fazer muralhas de vento, como transformar todas dunas de areia em prados floridos, como fazer os córregos se tornarem lagos, rios, cachoeiras e até mesmo mares de água salgada. Aiyana sabia que poderia fazer qualquer coisa, mas não sabia como fazer aquilo.Aiyana fechou os olhos e pediu aos deuses que lhe ajudassem. E começou o processo de ordem.Enquanto segurava as mãos das deusas, ela mentalizou o poder de ambas. Um
Havia se passado três dias desde que Aiyana havia sido deitada naquela cama.Todos os amigos revezavam para que ela não ficasse sozinha. Uma das primeiras coisas que fizeram quando o dia nasceu após aqueles eventos foi encontrar Adriel e Tauriel e explicar tudo que havia acontecido.Os irmãos dela, de forma bem previsível, tinham surtado e prometido matar quem tivesse feito aquilo com sua irmã, e após o breve surto eles correram para ficarem ao lado da irmã. E Morana, mãe daqueles três, havia exigido saber o que tinha acontecido e porque sua filha não estava em casa. Ela mesma havia saído às pressas para ver sua filha e exigiu saber o que estava acontecendo, desde o começo.Os amigos de Aiya
O burburinho dos abençoados enchia a cozinha. Todos foram acordados com o despertar inesperado de Aiyana, essa que passou os últimos três dias inerte na cama, apenas respirando.Cillín ainda tinha em seu rosto as feições de surpresa, Rowena estava histérica se perguntando como não estava por perto quando ela acordou. Tyr e Azura estavam conversando e rindo sobre como achavam que Aiyana era algum ladrão no palácio. E Aiyana estava debruçada sobre pães, tortas, chás…Ela passou três dias seguidos sem comer, apenas engolindo sopas que seus amigos colocavam aos poucos em sua boca.Quando enfim terminou de comer, Aiyana levou dois dedos aos lábios e assobiou para chamar a aten&ccedi
Antes mesmo de Aiyana por os pés em frente ao palácio, um Cillín animado e enérgico aparece nos portões, sorrindo de orelha a orelha.– Corra, você precisa ver isso.- disse ele a Aiyana, fazendo gestos com as mãos para que ela adiantasse os passos.Mesmo com relutância, ela caminhou mais rápido. Nada poderia ser bom, não com Cillin feliz e sorrindo daquela maneira. Ela esperava que não fosse uma festa, e nem alguma outra deusa querendo dom de volta, Aiyana não sabia se seria capaz de ter tanta paciência novamente.Ao acompanhar os passos apressados de Cillín, eles viraram uma esquina à esquerda em direção a ala real até chegarem à sala particular
O sol brilhava fortemente, o suor escorregava pelas temporada de Aiyana. Ela, mais que ninguém, amava o sol, amava o calor, mas aquele dia estava inexplicavelmente mais quente que o comum. E, além do calor, tinha aquele deus do mar inclinado sobre suas mãos, e aqueles malditos lábios fizeram uma parte de seu corpo latejar.Como se tivesse sua mente recuperada, ela puxou sua mão do calor da mão dele, ergueu a cabeça, e apesar de ser menor que ele, ao se concertar teve a breve sensação de ser superior, maior que Palias.– E quem te chamou aqui? - perguntou ela à ele de modo em que lhe fazia sentir-se a dona do mundo.– Humm... você?!– Nã