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CAPÍTULO 5. APOLLO.

Jheniffer devolvia os halteres aos seus lugares quando Apollo se aproximou.

- Boa tarde. Vou ajudá-la.

Ela sorriu.

- Enfim um cavaleiro. Muito obrigada. Sou Jheniffer.

- Prazer. Sou Apollo Hermann. O instrutor Maurício me mandou para o Full Body.

Jheniffer o mediu da cabeça aos pés. 

- Full Body é para iniciantes. Você tem um corpo perfeito. Com todo respeito.

- Acha mesmo? Deve ser porquê sou novato aqui, que me colocaram na iniciação. Estava afastado dos treinos.

Ela mordiscou o lábio inferior. Apollo tinha dois olhos verdes, incrustados como jóias naquele rosto másculo. A barba por fazer. Ele guardou o último peso, erguendo os braços e evidenciando as veias saltadas deles. O olhar dela passeou, das coxas grossas e torneadas ao peitoral, sua parte preferida na anatomia masculina. 

- Terei que dobrar minha carga de exercícios para que meu coração suporte sua beleza.

- Essa cantada de academia é velha, Apollo. Vou encarar como elogio.

- Me desculpa. Sua beleza é desconcertante. 

Ele ergueu a camiseta suada, mostrando um pouco de sua barriga tanquinho. Jheniffer mexeu no cabelo e se aproximou dele.

- Vi seu cartão no mural. Você é advogada.

- Sim. Advogada e rata de academia.

- Eu diria que está mais pra gata de academia. Advogata.

- Olha. Suas cantadas estão melhorando. Essa foi inteligente. O que você faz?

- Sou um cara multifacetado. Moderno. Sou influencer, empresário, atleta amador e modelo. Filho único. Meus pais moram em Londres.

Jheniffer acenou para  Stefany, treinando na remada sentada.

- Você me dá um, por favor?

Jheniffer o surpreendeu, dando um selinho em Apollo.

- Eu pedi um desses copos de água, perto de você mas gostei do beijo.

Jheniffer corou.

- Perdão. Culpa de seu perfume. Viajei legal. Homem cheiroso é outro nível.

Ele pegou a mão dela. Jheniffer sentiu o suor escorrendo das mãos. O coração disparou. Apollo a olhou nos olhos. Desceu o olhar para a boca de Jheniffer, que abriu os lábios, instintivamente. Alheios ao movimento da academia, eles se beijaram. Os dedos da mão direita dele entraram suavemente pelos cabelos dela, atrás da orelha, fazendo-a suspirar.

- Melhor sairmos daqui, Apollo.

- Concordo. Meu apê é aqui pertinho.

Eles deixaram o local. Apollo abriu a porta do carro pra ela.

- Que gentileza. Obrigada.

Eles chegaram ao prédio dele. Ela se surpreendeu, abraçando Apollo na garagem, aguardando a chegada do elevador.

- Nunca fiz isso. Abraçar alguém suado, na garagem.

- É um gesto normal entre pessoas que se gostam.

Eles se beijaram no elevador. Jheniffer gritou, ao entrar no apartamento dele.

- Não creio. Você tem telas de Romero Britto? Eu amo. Seu apartamento é lindo.

- Fique a vontade. Vou preparar a banheira de hidromassagem. Depois, farei algo rápido para a janta. Logo vai anoitecer. Estou faminto.

- Você tem uma banheira? Meu sonho, sabia? Não acha melhor pedir comida por aplicativo? 

 - E perder a oportunidade de lhe  mostrar meus dotes culinários? Tenho que impressionar a visita. 

Apollo preparava a banheira. Jheniffer foi até a cozinha e  abriu a geladeira.

- Amor. Vou pegar água.

- Fica a vontade, Jheniffer. A casa é sua.

- Meu pai do céu. Já estou chamando o cara de amor. Jheniffer, sua louca. Você não está na sua razão. O que está acontecendo? Será que estou apaixonada?

Apollo veio até ela e a abraçou.

- A banheira está pronta. Fique a vontade. Vou preparar a janta, enquanto isso.

- Você é quem manda. Uau, homem que sabe cozinhar é uma raridade.

- Não sou profissional, masterchefe mas sei fazer o básico.

Ela estava na banheira, relaxada. Uma música tomou conta do apartamento.

- Maroon 5? Não creio. Temos muito em comum, Apollo.

Ele veio até a porta do banheiro.

- Isso é um bom sinal, Jhe. Aceita uma bebida?

- Com certeza. Ei, apenas minha mãe me chama de Jhe. Me surpreenda. 

Apollo entrou, com uma garrafa de vinho tinto e duas taças. 

- Não creio. Amo vinho tinto. Está bem gelado, como eu gosto. Amo Adam Levine, vocalista do Maroon.

- Já estou com ciúmes desse cantor.

Eles brindaram e se beijaram. Jheniffer o puxou para dentro da banheira.

- Pronto. Já está na banheira comigo. Vai ter que massagear minhas costas.

Ela se virou para ele. Apollo começou a massagem pelos ombros dela.

- Que mãos vigorosas. Adoro homens de mãos grandes. Você tem uma tatuagem celta também, um mantra budista e várias tribais. Lindas. Você é perfeito.

Apollo percebeu que ela estava nua. Enquanto se beijavam, Jheniffer tirou a roupa dele. Jheniffer e Apollo se entregaram ao prazer. A noite caiu. Apollo saiu da banheira e vestiu o roupão.

- Com licença, minha rainha. Vou terminar o jantar e montar a mesa. Anunciarei quando estiver pronto. Tem um roupão pra você, nessa gaveta. 

Quando Jheniffer chegou a sala de jantar, minutos depois, viu que a mesa estava linda, com pratos grandes de porcelana chinesa, taças, talheres de prata e guardanapos de tecido bordado.

- Você é mesmo prendado. Meu sonho era ter uma mesa dessas, iguais àquelas de reality show, de vidro e com centro giratório de madeira. 

- Hora de impressionar a visita. 

Ele despejou vinho na panela e a curvou. Acendeu um pequeno maçarico sobre a panela. O fogo subiu, ficou azulado e se apagou.

- Pronto. Isso se chama flambar. Podemos comer o estrogonofe. Não se preocupe, o álcool evaporou.

Jheniffer o aplaudiu. Apollo a serviu.

- Temos estrogonofe de filé mignon, arroz branco, batata palha e salada Caesar.

- Está divino. Amo champignons, querido. Desculpa falar com a boca cheia mas eu comeria isso em quantidades absurdas. Você é perfeito.

Quando ela terminou, Apollo tirou a mesa.

- Sobremesa. Torta de limão com cobertura de geléia de mirtilo e sorvete de pistache. Troquei a tradicional cobertura de chantilly pelo mirtilo.

- Sério? Amo mirtilo e sorvete de pistache. Vou ter que malhar pesado amanhã, pra perder tudo isso.

- Olha só. Temos muito em comum. Tenho um dia no mês pra enfiar o pé na jaca, comer sem culpa e paranóia. Nesse dia eu peço pizza ou vou pegar um pastel de feira. Você deveria fazer o mesmo.

- Ótima idéia. Vou começar hoje, comendo essa torta digna de vitrine das famosas padarias de Paris.

- Obrigado pelo elogio. Se gostar, passo a receita pra você.

- Não quero receita. Quando eu quiser comer, você a faz pra mim. Simples assim.

- Combinado.

Eles foram para o sofá. Jheniffer escolheu um filme na tevê. No meio do filme, ela arrumou as almofadas e colocou as pernas sobre as dele. Apollo começou a massagear seus pés.

- Assim vou dormir, Apollo.

Ele foi até a cozinha pra fazer pipoca no microondas. Jheniffer ligou o celular e mandou áudio para Stefany. 

- Amiga. Estou no apê do Apollo. Já ganhei a aposta. Depois lhe conto os detalhes. Que homem perfeito. Aí vai uma foto minha, na banheira dele, como prova que ganhei a aposta. Vou desligar o celular.

Apollo retornou com a bacia de pipocas. Eles se beijaram. Com a intensidade das carícias, a pipoca e as almofadas foram para o chão. Eles se amaram no sofá, esquecendo do filme. Terminaram o ato no quarto dele, quando ela chegou ao orgasmo pela primeira vez na vida. Ela adormeceu, com Apollo fazendo cafuné em seus cabelos.

- Boa noite, Apollo. Que dia perfeito. Você é perfeito. Parece um sonho.

Jheniffer despertou com o barulho do livro caindo no chão. Estava no quarto do hospital, com Nascimento. O celular marcava cinco horas da manhã.

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