- Intervalo, pessoal. Vamos esticar as pernas, alongar, tomar uma água. Temos mesas com café, bolachas e bolos. Tudo feito com carinho pelas senhoras do grupo de oração. Anunciou o mestre de cerimônias. Jheniffer se levantou e andou pela quadra. O padre Martelotti a interpelou.- Filha. Tem que experimentar o bolo de cenoura com chocolate. Está divino.- Certamente, padre. Amei sua palestra. Seu trabalho com as pessoas em situação vulnerável é maravilhoso. Aceita meu cartão? Sou Jheniffer Stuart, advogada. Quero ser voluntária.- Isso é uma bênção. Vou entrar em contato sim. Fique a vontade.O padre se misturou a multidão. Jheniffer se aproximou da moça ruiva, ainda sentada em seu lugar. Ela era linda.- Boa noite. Será um verdadeiro milagre se cumprimentar o padre Apollo.- Boa noite. De fato. É sempre assim, as pessoas o cercam , pedem autógrafos. Os padres Marcelo e Fábio de Melo têm mais sossego.- Sou Jheniffer Stuart, advogada. Aceita meu cartão de visitas?- Sim. Sou Estela,
Jheniffer entrou no botequim, atraindo os olhares dos homens ali presentes. Ela puxou a barra da saia pra baixo e ergueu a blusa, tentando esconder o decote generoso. - Doutora Jheniffer Stuart, dando um rasante pela periferia? Finalmente se lembrou dos velhos amigos. - Olá, Jaime. Marquei encontro aqui, com a Stefany. A advogada tirou os óculos escuros. - Ela já chegou. Está lá nos fundos, treinando na mesa de sinuca. Jheniffer estendeu a mão e cumprimentou o dono do local. O bar, situado na Moóca, era o principal ponto de encontro das duas amigas, na época de faculdade. - Nunca me esqueci desse lugar, amigo. Era aqui que a gente vinha, na época das vacas magras. Pindura aí, Jaiminho. Era minha frase preferida, lembra? Leve uma tábua de frios e uma gelada pra nós, por favor. Ela caminhou até os fundos do botequim, onde havia um amplo salão com seis mesas de sinuca, bem iluminado e com música ambiente. Os letreiros em neon, fotos de cartazes de filmes famosos nas paredes de t
Apollo e Jheniffer chegaram em Perdizes, bairro da zona oeste da capital.- Chegamos, Jheniffer. Aqui é a nossa casa número um, onde fica nosso escritório.Ele desceu e deu a volta, abrindo a porta do carro para a moça. Ele acionou o interfone. O portão do sobrado se abriu.- Temos vinte refugiados morando aqui. Nossas outras casas ficam situadas na Freguesia, em Pinheiros e em Carapicuíba. No momento, damos assistência a cerca de cento e trinta pessoas. - Esse número apenas na capital? - Isso. Não é um número exato pois a movimentação é intensa. Varia toda semana pois muitos arrumam moradia fixa e emprego, felizmente. Por outro lado, há mais gente chegando, de diversos países. A maioria são haitianos, venezuelanos, bolivianos e sírios.Eles entraram na residência.- Abrimos uma casa em Roraima, devido a crise na Venezuela. A capacidade era pra quarenta pessoas mas está superlotada. Veio a necessidade de abrir outra casa em Chapecó, em Santa Catarina, para onde eles preferem ir. O
Apollo atendeu uma ligação no celular, enquanto Jheniffer olhava o cardápio. - Desculpa, Jheniffer. Era o Tobias, da embaixada. Tudo resolvido. - Tudo bem, era importante pra você. Escolhi uma sobremesa pra nós. Espero que lhe agrade. Eu amo. - Se você ama é porquê é uma delícia. Confio em você. Ele fez um sinal ao garçom, que se aproximou. Jheniffer fez o pedido. - Por favor, dois tiramissus. Apollo arregalou os olhos. Jheniffer riu. - Que foi? Não gosta de tiramissu? - Bem, pra falar a verdade, é igual caviar. Nunca comi, eu só ouço falar. Sei que é um doce italiano. - Sério? Tudo tem sua primeira vez. Seja sincero, se não gostar. O garçom trouxe a sobremesa. - Uau. Isso é uma obra de arte, Jheniffer. Já estou salivando. Após comer a primeira porção, ele fechou os olhos. Jheniffer se divertia com a reação dele, degustando a sobremesa. Apollo estendeu as mãos sobre a mesa. Jheniffer pegou as mãos dele. - Eu amei. Muito obrigado por esse momento feliz, Jheniffer. A part
Jheniffer entrou no seu apartamento. Théo veio até ela, assim que a porta de vidro da sacada se abriu.- Oi, meu amor. Cansado de ficar preso? Vou lhe preparar uma deliciosa refeição.Ela foi até a cozinha. O gato fechou os olhos e parecia sorrir, devido aos carinhos dela em sua cabeça.- Você acredita que eu arrumei outro gato? Não me olha assim, Théo. Não é um bichano mas um gato no sentido figurado. Apollo. Nós vamos jantar, daqui a pouco. O gato miou, pulou de seu colo e foi para o sofá.- Você está com ciúmes? É bom se acostumar.Ela buscou o contato de um restaurante, na agenda do celular. Ligou e fez a reserva de uma mesa. Em seguida , ligou a tevê. Minutos depois, ela saiu do banho, vestida de roupão. O gatinho se assustou, com o celular tocando, entre as almofadas do sofá.- É a Stefany. Quer apostar que ela vai me chamar pra beber, Théo? Boa tarde, cachaceira.- Boa tarde. Sua mãe não lhe deu educação? Não sou cachaceira pois não fabrico cachaça, sou consumidora. Esto
Apollo e Jheniffer entraram no restaurante. O Luxor tinha um ambiente impecável, perfeito para um jantar especial a dois. A hostess veio até eles. - Boa noite. Sejam bem vindos ao Luxor. - Boa noite. Jheniffer e Apollo. Respondeu Jheniffer, gentil. A recepcionista deu uma olhada rápida na agenda. - Perfeito. Mesa oito. Me acompanhem, por favor. Jheniffer já conhecia o local. Apollo puxou um pouco a cadeira, para que ela se sentasse. Ele deu a volta na mesa e tomou seu lugar, após desabotoar o paletó. - Gostou do lugar? - É lindo. Você tem bom gosto. - Não se anime, é você que vai pagar a conta. - Tudo bem. Minha companhia merece. Além disso, o combinado não sai caro. - Repita isso quando ver o valor da conta. Apollo sorriu. Uma chuva fina começou a cair. Um garçom veio até a mesa deles. - Boa noite. O que vão querer pra beber? - Vinho, por favor. Eles, sentados lado a lado, responderam juntos. - Perfeito. Estrangeiro ou nacional? Jheniffer apontou para Apollo,
Uma moça entrou no jardim de inverno do restaurante.- Perdão. Nao quero atrapalhar.Apollo e Jheniffer estavam abraçados.- Estávamos de saída. Poderia tirar uma foto nossa, por favor?Pediu Jheniffer.- Posso, com prazer.Jheniffer tirou seu celular da bolsa e apertou o ícone da câmera. Apollo a abraçou. - São um lindo casal.- Obrigada. Agora uma foto beijando.Pediu Jheniffer, fazendo biquinho. Apollo colou seus lábios nos dela. - Vou tirar duas fotos, pra garantir.- Muito obrigada. Esse momento está eternizado.O casal retornou a mesa, de mãos dadas. Agora coladinhos e dedos entrelaçados, estavam alheios ao movimento do local. Jheniffer acariciava o rosto de Apollo e o beijava a todo instante. - No meu ou no seu apê?- Creio que seja melhor no seu, querido. Assim, o motorista ficará mais tranquilo, deixando-o em sua residência. - Está bem. Concordo com tudo.- Assim que eu gosto. Já vai se acostumando.Apollo pediu a conta. O casal se levantou e se dirigiu ao caixa. Eles cum
Jheniffer livrou-se dos braços de Apollo.- Eu ficaria o dia inteiro, nessa cama contigo, sabia? Preciso de um banho. Estou faminta, Apollo.- Eu também, querida.Ela se levantou. Apollo a segurou pelo braço.- Larga o osso. Meu Deus, quanto vigor! - Não largo. Como dizia aquela canção, eu demorei muito pra te encontrar, agora eu quero só você. Que aliás, está mais pra filé mignon, minha linda.- Vou encarar isso como elogio. Não me siga ou não respondo por mim.Ela foi para o banheiro. Apollo entrou logo em seguida.- Trouxe -lhe uma toalha nova.- Muito obrigada. Estou molhada e só agora notei que não tem sabonete.- Sério? Caraca, que vacilo meu.Ele abriu uma gaveta no armário e pegou uma caixinha de sabonete. Jheniffer abriu o box. Apollo foi lhe entregar o sabonete mas Jheniffer o puxou. O chuveiro aberto. Apollo escorregou e quase caiu.- É pegadinha.- Não acredito. Caí como um pato.- Banho e prudência nunca é demais. Já que está aqui, vou abusar de você. Que tal esfregar mi