Jheniffer e Apollo chegaram ao hotel, onde Humberto estava hospedado. Apollo ligou para o rapaz.- Humberto, é o Apollo. Podemos subir?- Sim. Trouxe a Jheniffer?- Ela quis vir para vê-lo.- Não vai ver grande coisa ou a sétima maravilha do mundo mas podem subir. É o quarto 43.Minutos depois, o casal entrou no quarto. Humberto os recebeu com alegria.- Apollo. Que bom receber visitas. Bem vindos ao hotel.- Não se alegre muito, vai me ver quase sempre.- Isso é bom. Jheniffer, obrigada por vir.- Olá, Humberto. Não poderia deixar o Apollo vir sozinho. Da última vez que se viram, ficaram conversando por horas.- Não se preocupe. Ele será só seu. Você está linda, como sempre.- São seus olhos, Humberto. Me alegra ver que está bem, apesar dos pesares. O braço engessado.- Verdade. Estou vivo e isso é motivo de gratidão, ao mundo e ao nosso criador. Que percebi que gosta muito de mim. Apollo tem sido fantástico. Você tem um noivo de ouro.- Com certeza, amigo. - Como você está? - Mel
A noite chegou e trouxe consigo a chuva. - A noite pede uma sopa, o que acha?- Perfeito, Jheniffer. Tenho que verificar se temos todos os ingredientes.- Vou tomar um banho e escolher um filme pra gente ver.- Está bem. Já vi que a janta sobrou pra mim.- É a desvantagem de cozinhar muito bem.- Vou encarar isso como um elogio. Quando tinha sopa no seminário, não podia faltar pão francês, pra acompanhar e dar sustância. Os italianos são assim, gostam de tomar sopa comendo pão. E com as mãos, nada de cortar o pão com faca.- Interessante.- Certa vez, a cozinheira fez sopa no inverno. Cidade serrana, uma noite de um frio de rachar. Não havia pão. O reitor, um padre italiano de Florença, ficou muito bravo. Deu a ordem para não servirem a sopa, até que ele retornasse com pães. Os quarenta alunos tiveram que esperar. O reitor chamou eu e outro aluno. Numa Kombi, rodamos a cidade atrás de uma padaria aberta. Achamos uma, para alegria geral, principalmente do reitor. Dois sacos de pães, e
Apollo atendeu o Interfone. Era o porteiro, anunciando a chegada de Bianca e os diretores.- Obrigado, senhor Marcos. Estão autorizados a subir.Jheniffer veio do quarto.- Estou ansiosa. Como estou?- Precisa da minha opinião? Linda, como sempre.- Básica. Só não consigo disfarçar a cara de... você sabe o que.Eles ouviram o sinal do elevador chegando e abrindo no andar. Apollo abriu a porta. Bianca estava a frente e sorriu.- Boa noite. Apollo, desculpa a surpresa.- Boa noite. Tudo bem, Bianca. Espero que bons ventos a trouxeram.- Oxalá fossem bons ventos. Esses são Olivares e Rômulo, diretores da fundação.- Sejam bem vindos. Já conheço Olivares de longa data. Entrem.Bianca abriu os braços, ao ver Jheniffer.- Olá, Jheniffer. Primeiramente, está linda. Puxa, que apartamento luxuoso, adorei. Segundo, desculpa a nossa vinda tão abrupta.- Tudo bem, Bianca. Você está linda também. É um prazer receber pessoas do bem.- Esses são Olivares e Rômulo, da fundação.Jheniffer os cumprimen
Jheniffer e Apollo se entreolharam, surpresos. Bianca juntou as mãos, como numa prece para que a resposta dele fosse positiva.- Como assim, CEO?!Apollo gaguejou.- Me reuni com os diretores e advogados da fundação. Chegamos no consenso de que não há pessoa mais capaz que você, Apollo, para reconstruir o projeto. Lógico que sabemos da sua oposição inicial a essa causa. Não apenas sua mãe também da tia Consuelo, que Deus a tenha. Admiro a sua entrega a nossa fundação, você que, por muito tempo, foi o nosso rosto.- Ainda é, de certa forma.Interrompeu Olivares.- Verdade, diretor. É impossível desvincular a sua imagem a fundação. Ainda é amado e respeitado, por nossos funcionários e refugiados, pelos prestadores de serviços e agências internacionais. Com a perda da titia, você é quem mais ama aquela fundação, Apollo. Ninguém mais se doou a nossa causa, aos imigrantes e migrantes, às crianças, a cada detalhe nas casas, ao trato humano e carinhoso com todos. Precisamos de firmeza na ret
Jheniffer e Apollo retornaram ao apartamento.- Não tinha pensado por esse lado.- Quando a Bianca garantiu livre acesso aos arquivos e registros da fundação, me deu o estalo na hora, querido. Poderá investigar livremente e sem suspeitas.- De fato, seria uma oportunidade rara. Saber o passado de Velasco e, principalmente da Estela, seria fundamental para resolver essa trama de vez. Você, brilhante como sempre.- Os advogados são bem pagos pra isso. Assessorar e estudar cada item e detalhes, achar brechas e investigar. É ser um pouco filósofo, analisar por todos os ângulos. Por um momento, achei que você iria responder não.- Assim, na lata?- Sim. Na lata da Bianca. Foi até bom ver a moça ajoelhada, implorando seu perdão e pedindo pra que salve o projeto dela.- A vida dá voltas.- Pois é. O mundo não gira, ele capota. Você, que foi contra o projeto, agora é chamado para salvar esse mesmo projeto. Que aliás, não esqueça que foi por causa desse grande e ambicioso projeto que você e Co
- Onde estou?- Como assim, Apollo?! Na nossa casa.Respondeu Jheniffer, assustada pelo fato de Apollo despertar desnorteado. Ela o abraçou com ternura.- Está tudo bem. Teve um pesadelo apenas.- Um sonho estranho. Eu estava no programa Masterchef.- Sério? Pela sua cara, deve ter feito um prato intragável, ruim mesmo. Levou esporro do Fogaça, da Paola e do Jacquin?- Não. Eu ganhei, fui o campeão.- Era pra ter acordado feliz e não desse jeito.- Eu estava procurando a Consuelo, encontrei a Manoela. Tinha uma ilha, algo assim. Não me recordo direito.- Você já me disse, certa vez, que sonhos sempre querem dizer alguma coisa. É preciso distingui os significados. A pessoa que aparece nos sonhos, nem sempre é aquela que a mensagem quer atingir.- Exato. Eu queria conselhos da Consuelo.- Era a pessoa certa para lhe aconselhar sobre a sua decisão de aceitar ou não ser o CEO. Isso é fato.- Mas a Consuelo faleceu.- Sim. Porquê fui até a Manoela?- Porquê ela está no céu. É o que nós acr
A juíza Marcela e o esposo, Nascimento, chegaram ao apartamento de Jheniffer e Apollo.- Abram as garrafas, o Bob Esponja chegou.Nascimento olhou feio para a juíza.- Marcela. Assim você me deixa com vergonha. Esse era o meu apelido na faculdade. Atualmente não posso exagerar no álcool.- Você pode tomar um copo de vinho apenas, segundo seu médico.- Um? Melhor que nenhum, querida. Obrigado por me lembrar.Eles cumprimentaram Jheniffer, Apollo e Stefany. - Foi uma luta pra nos desvencilhar de nossos filhos. Falamos que essa era uma reunião de advogados e que o assunto era chato. Queriam vir de qualquer maneira.Explicou a juíza.- Aqueles dois são muito espertos. Pressentiram no ar que íamos almoçar aqui.Acrescentou Nascimento. Eles sentaram-se. Apollo iniciou a conversa.- O motivo dessa reunião é uma proposta feita a mim, pela presidente da fundação Hermann. Bianca me convidou pra ser o CEO.Nascimento lhe estendeu a mão.- Parabéns, Apollo.A juíza e Stefany também o cumprimenta
Stefany pediu água. Jheniffer foi a cozinha e trouxe a jarra para a mesa.- Estou vendo a listagem dos refugiados assistidos pela fundação, no Brasil, Apollo. Me lembro da Stefany ter citado o CEO da Dínamo Copy, na Alemanha. Ele reergueu a empresa utilizando a mão de obra dos próprios moradores da cidadezinha, muitos deles aposentados na própria empresa. A cidade, cuja economia sempre girou em torno da empresa, abraçou o projeto e o sucesso foi certeiro. Todos lucraram, a comunidade e a empresa.- E o que pensou, Nascimento?- Que possa usar, caso aceite o cargo de CEO, os profissionais assistidos pela fundação pois muitos são engenheiros, pedreiros, carpinteiros, motoristas, mestres de obras, entre outros. Eles amam a fundação e trabalharão com afinco, empenho e amor. Farão de tudo pelo sucesso do projeto.- É uma ótima idéia, Nascimento.- Poderia fazer um levantamento, nas localidades onde estão sendo construídas as casas e instalações da fundação, o número de pessoal disponível e