Apollo recebeu um telefonema de Nova York.- Bom dia, Apollo.- Bom dia. Geoffrey Mansfield?- Sim. Estou ocupando, provisoriamente, o cargo do saudoso Ronald, a pedido do BIRD. Estava na reunião, em que vocês dois e Johansson participaram.- Sim. Me lembro de você, Geoffrey. Como vai?- Bem, obrigado. Não queria esse cargo mas me puseram aqui. Liguei para confirmar os números da sua conta. Assim que der seu ok, o capital estará liberado para a fundação Hermann.- Perfeito. Vou printar e lhe enviar. Só um minuto.- Está bem. Entrei no site da fundação e algumas casas estão lindas, Apollo.- Sim, Geoffrey. Se Deus quiser, terminaremos e vamos inaugurar todas em breve. O trabalho nos espera.- Sem dúvida. Números confirmados e batem perfeitamente com os que nos passou. Um, dois, três e foi. Em dez minutos estará na conta.- Muito obrigado, Geoffrey.- Ora. O que é isso? Me desculpa ligar, são formalidades e questões de segurança.- Entendo.- Tchau, Apollo.Ele olhou para a tela do note
Jheniffer beijou Apollo.- Amor, a presidente quer nos ver, em Buenos Aires. Questões sobre as últimas etapas do projeto.- Na outra semana, talvez. Temos que verificar a agenda. O que ela quer, no fundo, no fundo, nem lá no fundo é entender direito porquê você mudou a conta onde cairia tanto dinheiro do banco mundial.- Ela já sabe.- Sim mas sabe como são as mulheres, quer ouvir de você, meu caro.- Tem razão. Ela quer dar um passeio em Bariloche, onde há neve nessa época a cidade fica linda.- Meu sonho, sabia?- Gosta tanto assim de neve?- Sempre admirava os cartões postais, as neves nos filmes. Achava lindo. Vi a neve em Nova York, em Mendoza, amei. Bariloche deve ser top. Sabe, tenho o sonho de escalar uma montanha.- O Aconcagua fica na Argentina. É o ponto mais alto das Américas.- Podemos ir até lá?. - Podemos, porém é muito alto e requer tempo e preparo pra subir até o cume. Muitos não conseguem.- Eu não quero ir até em cima, é perigoso e quase impossível. Até uns trezent
Velasco bateu na mesa. Bastian ficou imóvel, a sua frente.- Paco? Foi mesmo o idiota do Paco?- Sim, chefe. Ele vendeu a farda da Carmem ao rapaz.- Endrigo.- Esse aí mesmo. O moço parece ser argentino e aceitou pagar dois milhões no ato, nem pechinchou.- Porquê estava mesmo querendo alguma pista de material genético dela, oras. Pense, almirante. Querem desmascarar e prender a Estela.- Então, essa moça é a Carmem? Ela está viva.Velasco o encarou.- O senhor lutou ao lado dela, sabia das habilidades e bravura da moça. Acha que iria se pegar dormindo por uma onça?- Nós estávamos juntos, naquela época. Também acreditei que estivesse morta.- Que nada, almirante. Foi uma jogada pra que fosse trabalhar tranquila para os americanos. Se fazer de morta, entendeu?- Sim. Endrigo sabe a identidade dela.- Ele, o deputado e o Apollo, que certamente pediu que comprasse a jaqueta militar.- O deputado dez os vídeos. Esse Apollo está quieto?- Está. Caso contrário, ficará evidente que Endrig
Semanas depois, Stefany e Wellington retornaram da lua de mel. Daniela deu um almoço de boas vindas ao casal. - Que acham de irem a nossa casa?- Tudo bem, Jheniffer. Quero mesmo falar contigo.Respondeu Stefany. Daniela fingiu dar uma bronca em Jheniffer.- Nada disso. Eles são meus convidados, nada de ficarem andando pelas casas vizinhas.- Será só um pouquinho. Você também está convidada, Daniela. O almoço já terminou e quase todos já foram embora.- Estou brincando, Jheniffer. Vamos todos a sua casa.Daniela pegou a mão de Bruno. Jheniffer chamou Apollo, que conversava com Wellington, Humberto e Roberto. Helena e Celeste estavam na cozinha, com os pais de Daniela. Os familiares de Bruno tinham ido embora. - Comece quando puder, sem pressa. Desarrume as malas tranquilamente, Wellington.- Obrigado, Apollo. Vamos arrumar as coisas no apartamento. Talvez leve uns três dias.- Perfeito. Depois, traga a documentação para preenchermos sua carteira de trabalho. Sabe que estará sob as o
Bastian desceu do ônibus, em Mendoza. Ele olhou para o céu e respirou o ar puro da cidade.- Que delícia. Esse ar é revigorante.Ele foi até uma pensão. Queria ficar despercebido e evitou os hotéis luxuosos. No quarto, já instalado pouco depois, ele ligou para Angelita, de um celular antigo e privado.- Estou na dona Conchita, rua trinta de outubro.- Perfeito.Ele tomou um banho e se trocou. A barba postiça e o quepe ficaram sobre a cama. Bastian colocou a Bíblia e os livros sobre a escrivaninha. O interfone tocou, meia hora depois.- Senhor Brown, uma moça quer lhe ver. Glória de Las Nieves.- Sim. Pode liberar a minha sobrinha. Obrigado.Ele ouviu batidas na porta.- Glória! Entre.Angelita pulou no pescoço dele.- Papai.- Que saudade, filha. Ele fechou a janela e puxou as cortinas.- Pra que tanto mistério? O que faz aqui?- Muitas perguntas, Glória de Las Nieves.- De onde tirou esse nome? Por quê se instalou com esse nome inglês?- Velasco me mandou para sondar o Endrigo. Me c
São Paulo, inverno brasileiro.- Hora de voltar a realidade, bebê.Jheniffer saiu da cama, dando as costas para Bruno, o rapaz de ombros largos e abdômen trincado, esparramado na cama. Ele admirou o corpo dela. Uma perfeição. Uma grande tatuagem se destacava nas costas da moça. - Linda essa tattoo. O que significa?Ela se virou.- É um nó celta, um amuleto. Significa trindade, unidade e eternidade.- Que profundo.Ele abraçou o travesseiro.- Quero fazer um mantra no braço direito, Bruninho.Jheniffer esvaziou a taça de champanhe. Em seguida, vestiu a lingerie preta.-Seria capaz de ficar a vida inteira aqui, Jheniffer.Ela sorriu.- A vida não é só prazer e glamour.- Seus treinos têm dado resultado. Você está com um corpo incrível.- Sei disso. Você não é o único que repara. Tenho que voltar ao trabalho. Vou passar no fórum pra recolher uns documentos.Ela sentou-se na cama pra calçar as sandálias. Bruno a abraçou.- Foi mara. Teremos um replay?Ela colocou o relógio, a pulseira e
- Sou Alfredo Nascimento, advogado e fiscal do concurso. Que Deus lhe dê em dobro o que fez por mim.Jheniffer estendeu a mão.- Amém. Prazer, sou Jheniffer Stuart, estudante de Direito e, se passar nessa prova, talvez uma funcionária do INSS.Nascimento riu. Ela bateu no ombro dele com a palma da mão, uma de suas manias.- Pode rir. Sei que meu nome remete a personagens de livros de romance americano ou daquelas séries policiais. Acho que foi de onde meus pais tiraram meu nome.- É um nome forte, diferente. Você se expressa muito bem. Já comprovei que é uma pessoa gentil e bondosa. Trabalha onde?-Era garçonete mas fiz um acordo. Forneci o traseiro, a empresa forneceu o pé. Fui despedida por me atrasar. Estou desempregada. Preciso de um emprego pra ajudar meus pais a pagarem minha facul.Nascimento tirou um cartão do bolso.- Nascimento e Gomes Advocacia. Passe lá, na segunda feira. Temos uma vaga de secretária, se quiser. Poderá também me auxiliar nos processos. Ela tremia ao pegar
- Terminei minha rotina, Stefany. Faria uma aula de pilates, se não tivesse que pousar no hospital, como acompanhante do Nascimento.Como de praxe, o movimento da academia aumentou no fim da tarde. Jheniffer e Stefany foram até a área das bicicletas ergométricas.- Vamos pedalar um pouco. Apreciar o movimento e a música.- Você quer dizer paquerar.- Isso, Stefany. Ver se tem carne nova no açougue. Um boy magia ou um novinho.- Esse é o horário dos bombados. Disfarça, Stefany. Tem três deles nos secando, na prancha abdominal. Melhor olhar para a recepção. O próximo que entrar, é seu. Se for um gato, é meu.Stefany lidava bem com o fato dos rapazes terem mais olhos pra Jheniffer, que realmente era linda e chamava muito a atenção.- Jheniffer, você é terrível. Passa o rodo geral. Tirando os instrutores, que são gays por imposição do Michel, todos pagam pau pra você.- Esqueceu das mulheres. Não é minha praia mas respeito. Por enquanto, não.- Olha. Novidade isso. Ficaria com outra mul