Apollo bocejou. Seria o momento de pôr um fim a reunião?- Creio que terminamos. Esmiuçamos o projeto todo, não? Queria a opinião final de cada um.Disse Apollo, se colocando de pé.- Primeiro eu. É inegável que é um abacaxi grande pra descascar. Apollo tem capacidade para a tarefa e fará isso brilhantemente. Primeiro porquê ama a fundação. Às vezes tinha ciúmes da Hermann. Tinha, agora não mais. Acredito que é por isso que aceitará ser o CEO. Não pelo projeto mas por amar a fundação. Stefany foi a próxima a dar sua opinião.- Os números apontam para o caos. Faço minhas as palavras de Jheniffer. Apollo é o cara pra ser a cara da fundação, o CEO. Parodiando o título do livro, Tapa na Cara, de um amigo escritor, o Juliano Schiavo. Será um tapa na cara de muita gente se o Apollo reverter esse quadro e colocar o projeto no eixo. Oxalá consiga. Desde já, me disponho a fazer parte de sua equipe de apoio, caso monte uma. Se for o CEO, terá que ter uma equipe de apoio e estudos. Não será
- Nossa filha desmaiou novamente na escola, Bastian.- Deve ser fome, Joana. Essa menina não come uma fruta sequer, vai pra escola sem tomar leite, não sei como aguenta!- Leite faz mal pra menina. Angelita nunca gostou de leite de vaca, muito menos de queijo. Você, ignorante, sempre disse ser frescura.- E não é. Ela já tem sete anos, mulher.- Já tem mas notou que é muito menorzinha que as crianças da mesma idade? - Amanhã a levarei ao deputado Izquierdo.- Até parece que o seu patrão vai resolver alguma coisa. Os filhos dele sim, são gordos e vivem no luxo. Estudam nas escolas particulares e comem do bem e do melhor, a custa do trabalho escravo dos homens da vila, incluindo você.- Pare de falar asneiras, mulher. O deputado mandará um dos homens a cidade, Angelita passará com um bom médico.- Duvido, Bastian.Angelita mal tocou na sopa do jantar. Joana lhe deu um achocolatado com bolachas de maisena, as preferidas da garota, única filha do casal. Joana passou a noite na cama da fi
O casal sentou-se de frente pra mesa da presidente da fundação.- Não precisam ficar envergonhados, somos todos iguais. Sou toda ouvidos.Bastian e Joana confiaram em Consuelo, receptiva e simpática.- É que a gente ouvia tantos nãos, dona. Nossa filha, Angelita, começou a ir mal na escola, as notas abaixaram demais. A cabeça dela doía, começou a desmaiar e mal se alimentava. Não é de reclamar de dores mas a gente vai que ela estava sofrendo. Vieram as dores no peito e cansaço. Meu marido buscou ajuda com os patrões e outras pessoas, tudo em vão.- Entendo.- No último desmaio, ela parecia morta, sem ânimo algum. O médico disse que ela sofre de uma doença rara. A cirurgia é feita só nos Estados Unidos. Não temos dinheiro pra passagem de avião, muito menos pra cirurgia. Ela poderá morrer a qualquer momento.- Sei, minha amiga. Muita gente não ajuda pois teme ser golpe. Há pessoas de todo o tipo no mundo, que usam as imagens de crianças doentes pra arrecadarem dinheiro.- Foi isso que o
Adele e Herculana, as suas enfermeiras, cumprimentaram a doutora Angelita.- O bom doutor terminou sua missão na ilha. Está visivelmente cansado e será reconduzido ao continente.O médico riu.- De fato, capitão. Aguentei até onde pude mas confesso que os mosquitos da ilha venceram. - Ainda assim, fez um belíssimo trabalho, amigo. Receberá todo o dinheiro que lhe prometi. Sua missão era assegurar que a nossa paciente ficasse fora de risco de morte.- Eu consegui? Não, meu caro. Nós conseguimos. As enfermeiras, os seus homens garantiram as acomodações e benefícios. Também a eles deve agradecimentos.- Concordo. Muito obrigado, doutor. A minha filha assumirá daqui pra frente. Amanhã, a equipe dela chegará a ilha.- Que tenham sucesso, é o que eu desejo, do fundo do coração, capitão Bastian. Embora não saiba a identidade da paciente da ilha, eu a tratei com carinho.- Pra sua segurança e pra minha, é bom que a identidade dela fique anônima, doutor. Seu dinheiro está no barco de Gino. S
- E a necrópsia dela, o velório. Como fez, papai?- No meu barco, vimos que Consuelo estava ainda viva. Em estado grave, muito machucada mas viva, graças a Deus. Expliquei aos meus homens que aquela senhora tinha salvo a minha filha. Eu tinha uma dívida com ela. Eles entenderam e prometeram me ajudar a salvá-la. Receberiam uma boa soma pra me ajudarem. Imediatamente, liguei para o delegado Angione, amigo de Consuelo e também meu. Costumávamos pescar em Lá Union, sempre com uma boa garrafa de vinho euita conversa. Ele veio da capital, com seus homens, para Lá Union. Angione sabia que teriam que reconhecer o corpo e fazer a necrópsia. O delegado tomou as rédeas do caso, junto aos seus amigos da marinha. Ele e seus homens elaboraram o laudo. Seus peritos estavam no Instituto Médico Legal.- Quanto trabalho.- Pois é. Para a surpresa dos peritos, um homem misterioso apareceu e lhes ofereceu muito dinheiro, suborno para colocarem acidente com curto circuito na causa da explosão. O delegado
O grito ecoou na mansão. Os pais de Bianca e Velasco, que conversavam na edícula, correram para dentro da casa. Velasco, mais jovem, subiu as escadas rápido. Arfando, ele abriu a porta do quarto. - O que foi, Bianca?Ela o encarou, surpresa.- Que foi o que? Pra que essa correria desenfreada?Os pais dela entraram.- Caiu, filha?- Não, mamãe. Estou bem. Melhor agora, depois da notícia que recebi.- Você deu um grito. Viemos ver o que havia acontecido, Bianca.Disse Velasco, recuperando o fôlego. - Gritei de alegria, oras! Temos que abrir uma champanhe e comemorar. Vamos dar fim ao luto e dar vazão a felicidade.- Comemorar? Há motivos pra isso? Por acaso, está grávida?Ela bateu três vezes na cômoda de madeira.- Cruzes, querido. Não é nada disso. Apollo respondeu positivamente a minha proposta. Ele será o CEO da fundação Hermann.- E devemos comemorar por isso? Ele foi contra o projeto e agora parece ser o único que poderá salvá-lo. Terá poder e um salário astronômico.- Sim. O pr
Wellington se levantou.- Como assim? Você fará parte da equipe do Apollo e me deixou de fora, Stefany. Não acredito.- Ora, o que eu posso fazer? Foi opção dele.- Puxa. Você deveria ter indicado o meu nome pra ele. Posso ser útil.- Tenho certeza disso. Se o Apollo precisar, ele vai lhe convocar, Wellington. A equipe dele será responsável por alavancar os recursos e fazer o projeto andar. Teremos que viajar muito e fazer reuniões. Como advogados, já estamos familiarizados. É muita burocracia.- Entendi, porém posso dar suporte a equipe. Comprar água, sei lá. Dirigir ou cuidar das roupas.Stefany o beijou.- Isso você faz muito bem. Quando eu precisar viajar, farei o possível pra levá-lo comigo.- Está bem. Todo esse trabalho, esse tempo que se dedicará ao Apollo, não vai atrapalhar os preparativos do nosso casório?- Claro que não. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Além do que, Apollo será nosso padrinho.- Olha, qualquer coisa que a equipe precisar, estarei aqui. Estarei to
Jheniffer propôs um brinde.- Estamos aqui, nessa nova pizzaria, do amigo do Bruno, que nos recebeu tão bem. Quero propor um brinde a aniversariante, a nossa Daniella.O garçom trouxe um pequeno bolo de chocolate e nozes. Daniella sorriu.- Chocolate com nozes? Bruno, você revelou o meu bolo favorito?- Não revelei, amor. Eu juro. Acertaram sem querer.Daniella e Bruno se beijaram. Stefany puxou a música do parabéns. Os demais clientes também cantaram e bateram palmas. Nascimento e Marcela se levantaram e a abraçaram. Stefany e Wellington fizeram o mesmo, após Jheniffer e Apollo. Humberto ficou por último.- A gente mal se conhece, nos vimos na live da fundação e nem nos falamos mas sou seu fã, Daniella.- Me abraça logo, Humberto. Apollo me disse o quanto você é carinhoso e humano. Tenho muitos amigos gays e são todos fantásticos.- Estou bege. Apollo disse isso sobre mim? Eu posso ser seu amigo?- Lógico. Já é o meu amigo. De todos aqui também.Humberto estava emocionado.- Quero fa