(Ponto de vista de Anabela)— Vamos continuar andando. — Sussurrou Aline, puxando meu braço.Mas Sofia já nos havia avistado e estava nos chamando:— Anabela! Aline!— Ignora ela. — Aline sussurrou novamente.Mas já era tarde demais. Sofia estava correndo em nossa direção.— Esperem aí, vocês duas!Para evitar uma cena, já que as pessoas ao redor estavam começando a nos observar, Aline e eu paramos, relutantes. Sofia nos alcançou, com um sorriso que eu sabia ser falso, estampado em seu rosto.— Anabela, Aline? Que surpresa ver vocês duas aqui. O que estão fazendo por aqui? — Ela perguntou, com seus olhos denunciando a surpresa.— Estamos aqui para uma conferência — Respondeu Aline.— Ah, a conferência das mulheres independentes? Eu também estou aqui para isso! — Exclamou Sofia. A essa altura, Joaquim havia se juntado a ela, parando ao seu lado.— Amor, a Anabela e a Aline também estão aqui para a conferência. Não é uma coincidência incrível? — Ela comentou, colocando a mão no ombro de
(Ponto de Vista de Anabela)Quando nos viramos para entender o motivo do grito de Sofia, nossos olhos se arregalaram em surpresa. Sofia estava agachada, com as mãos no ventre, com o rosto contorcido pela dor.— Você está bem? — Perguntei, correndo até ela, com preocupação estampada no rosto.Sofia não respondeu. Ela apenas continuou gemendo. O medo se apossou de mim, e fiz sinal para Aline se aproximar.— Eu acho que ela está machucada, vamos ajudá-la. — Sussurrei.Aline hesitou por um momento antes de correr até o meu lado.— Anabela, você tem certeza? Não sei, mas não confio nela.— Vamos apenas ajudá-la. — Respondi, tentando ajudá-la a se levantar.Nesse instante, duas mulheres se aproximaram de nós. Fiquei aliviada, pois mais mãos para ajudar seriam bem-vindas.— O que aconteceu? — Uma delas perguntou.Sofia olhou para elas, com lágrimas nos olhos.— Ela... ela tentou me machucar. Eu estou grávida, e ela me empurrou. — Ela acusou, apontando para mim.Um suspiro alto escapou de noss
(Ponto de vista de Anabela)— Eu ainda não consigo entender o que aconteceu. — Aline bufou, jogando sua bolsa no sofá assim que entramos na sala de estar. — Aquela mulher é inacreditável!— Aline, vamos deixar isso para trás. — Suspirei, caindo ao seu lado no sofá. — Eu estou bem, e isso é o que importa.Aline se virou para me encarar, com o rosto sério.— Veja bem, esse é o problema. Você é muito boazinha, não cria problemas, e é por isso que ela implica com você o tempo todo. Ela deveria estar escondendo o rosto com tudo o que fez com você, mas, em vez disso, ainda está criando problemas.— Aline, não há necessidade de ficar revivendo isso. — Pedi, esfregando as têmporas.— Mas alguém precisa te lembrar disso. — Ela retrucou. — Quer que eu faça uma lista de tudo o que ela te fez? — Ela perguntou, com os olhos desafiadores.— Não. Não precisa se dar ao trabalho. — Respondi, levantando a mão como um pedido de fim de conversa.Aline fez uma careta.— Você precisa parar de ser boazinha c
(PONTO DE VISTA DE JOAQUIM)Assinei rapidamente o último documento, aliviado por finalmente ter terminado a papelada que estava acumulada na minha mesa há semanas. Assim que estava prestes a guardar os papéis, ouvi uma batida na porta. — Quem é? — perguntei.— Sou eu, Cristina, senhor. — Respondeu minha secretária. — Entre.Cristina entrou, parecendo um pouco aflita. — Desculpe incomodá-lo, senhor, mas estou tendo problemas para acessar o banco de dados da empresa. Assenti, compreendendo. Cristina é nova, está aqui há apenas dois dias. Minha secretária anterior se demitiu porque ia se mudar para o exterior com o noivo. — Sente-se, deixe-me mostrar como funciona. — Indiquei a cadeira vaga.Com paciência, mostrei a ela como navegar no banco de dados. Alguns minutos depois, ela já tinha entendido. — Obrigada, senhor. — Disse ela, levantando-se. — Agradeço muito pela paciência. — De nada.Quando ela se virou para sair, chamei-
(PONTO DE VISTA DE ANABELA)Estava preparando legumes e outros utensílios para cozinhar quando senti um choque no estômago. Fiz uma careta e segurei-me no balcão da cozinha, esperando que a onda passasse. Eu sabia que passaria, porque era uma sensação que eu já conhecia.Essa sensação começou há três dias, e, no início, atribuí ao que comi. Mas aconteceu novamente, e de novo, e já é o terceiro dia.Não dei muita importância porque não era doloroso, apenas um choque agudo que se espalhava pelo meu abdômen como uma maré de ondas. E, segundos depois, desaparecia como se nunca tivesse acontecido.Decidindo que não era nada sério, não me preocupei em contar para minha mãe ou para Aline. Elas entrariam em pânico e me arrastariam para o hospital, e eu odiava hospitais. Eles me lembravam de muitas memórias desagradáveis. Então, empurrei esses pensamentos para o lado, decidindo que isso pararia da mesma forma que começou. Não havia necessidade de preocupar ninguém.— Está tudo bem? — Perguntou
(PONTO DE VISTA DE ANABELA)— Então, o que você vai fazer com os pacotes? — Perguntou Aline enquanto estávamos sentadas no sofá assistindo a um programa de entrevistas na TV horas depois.Virei rapidamente minha cabeça para ela, lembrando que os pacotes ainda estavam lá fora, na varanda. — Não sei. — Dei de ombros. — Provavelmente vou devolvê-los. Educadamente, claro.— Ah, ah. — Disse Aline, balançando a cabeça. — Você não vai fazer isso. É falta de respeito.— Não, não é — Retruquei. — Ela precisa saber que eu estava falando sério quando disse que não quero mais nada da família dela.— Mesmo assim, você deveria aceitar este presente. Talvez depois disso, você possa dizer que não quer mais nada. Falando nisso, deveria ligar para ela e avisar que viu os presentes.— Não faz sentido, eu não vou aceitá-los. — Insisti teimosamente.— Você já aceitou.— Sério? Eles ainda estarão na varanda se você não me deixar devolvê-los.— E quem disse que eles ainda estão na varanda? Eu já os trouxe pa
(Do ponto de vista de Arielle)O aroma do jantar espalhava-se pelo ambiente, enquanto eu mantinha meus olhos fixos em meu marido, Jared. Seu cabelo escuro caía perfeitamente, emoldurando o nariz reto e a mandíbula marcada. Mesmo em roupas casuais, ele tinha uma presença inegável —ombros largos, um peito esculpido. Parecia ter saído de uma revista, mas ali estava ele, comigo.Era nosso aniversário, e, para comemorar, eu havia sugerido um jantar em casa, apenas nós dois.Apesar de seu habitual comportamento reservado, Jared tinha reservado um tempo em sua agenda de trabalho sempre cheia, algo que considerei adorável. Especialmente quando ele me olhava com aqueles olhos intensos, era difícil continuar irritada.Escolhi sentar-me de frente para ele, em vez da posição habitual ao seu lado, porque queria observar todas as suas reações quando finalmente lhe contasse a grande notícia.Veja bem, descobri ontem, no consultório do médico da família, que estou grávida. Guardei a notícia para
Ponto de Vista de ArielleBem, que surpresa!Pisquei várias vezes para ter certeza de que não estava vendo errado. Meus olhos se arregalaram de choque, minha mente tentando processar a cena diante de mim. Meu marido, Jared, estava ao lado de outra mulher, uma mulher grávida que afirmava ser sua esposa, em um restaurante onde eu trabalhava.As palavras da mulher mais cedo reverberavam nos meus ouvidos: “Meu marido vai fazer você ser demitida!” Meu coração disparou, a respiração ficou subitamente difícil.Senti como se tivesse acabado de levar um soco no estômago. Dei um passo à frente, minha voz rouca e quase um sussurro: — Jared?Jared encontrou meu olhar, sua compostura inabalável. — Oi, Arielle. — Disse ele em um tom casual, como se ser visto no restaurante em que sua esposa trabalhava, ao lado de outra mulher que afirmava ser sua esposa, fosse algo normal.Meus olhos se estreitaram, esperando que ele me desse uma explicação.Antes que Jared pudesse responder, Sofia deu um