O funeral estava sendo organizado, mas eu não conseguia nem ao menos digerir aquela morte. Eu parecia anestesiada com tudo aquilo, parecia que eu estava tão descolada da realidade que era impossível que eu realmente conseguisse realizar que ali dentro do caixão estava mesmo o meu pai, esperando por todas as condolências, flores, comidas e bebedeiras após ele ser enterrado em um chão frio. Eu me sentei enquanto milhares de empregados preparavam tudo e fiquei ali, naquela saleta, olhando para o corpo dele frio como pedra, com uma gravata azul marinho, um rosto pálido e uma expressão tranquila. A cena em si havia acabado totalmente comigo, mas eu não tinha mais lágrimas para chorar, elas pareciam ter secado, todas elas de uma vez. - Maria Catarina... as pessoas já vão chegar, você precisa ser forte! - Disse uma pessoa que eu nunca tinha visto na vida. - E quem é você? posso saber? - Ah eu sou esposa do Marco, Daniela, muito prazer... - disse ela me estendendo a mão. Ela era tão lind
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