Lorenzo,Eu a observava de longe, sentando numa cadeira velha de madeira, enquanto tragava lentamente meu cigarro. O cheiro de fumaça preenchia o ar pesado do armazém. Camille estava apagada, caída, a cabeça pendida para o lado, com as correntes ainda segurando seu corpo na cadeira. O tapa que dei havia sido mais forte do que pretendia, e sua fragilidade me atingiu de uma forma que eu não esperava.Ela parecia tão pequena, tão vulnerável. Mas, ao mesmo tempo, tudo nela me lembrava da traição. Eu não podia deixar isso me afetar. Não agora. Havia uma verdade que precisava ser dita, e ela seria arrancada à força, se necessário.Eu olhei para um dos meus homens, que estava parado nas sombras, esperando instruções. Seu olhar estava fixo no chão, sem ousar me encarar.— Joga água nela. Preciso que acorde — falei, a voz rouca.Ele não hesitou, obedeceu. Pegou um balde de água gelada, lotado de gelo, que estava encostado perto da porta e se aproximou dela. Camille ainda estava inconsciente, a
Ler mais