Camille,Eu ainda estava deitada naquela cama fria e estéril, sentindo o peso esmagador da solidão enquanto o som da porta se fechando ecoava pela sala. Lorenzo havia saído, e com ele, toda esperança parecia ter desaparecido. O quarto estava mergulhado em um silêncio opressor, e a escuridão que vinha de dentro de mim parecia se misturar com o ambiente ao meu redor. A dor física ainda estava lá, forte, latejante, mas havia algo muito mais profundo corroendo minha alma. A dor emocional era insuportável, como se estivesse me rasgando de dentro para fora.As palavras dele ainda ecoavam em minha mente, repetindo-se como um mantra perverso. “A dor física pode ter acabado, mas a dor psicológica está só começando.” Aquilo reverberava em mim, cada sílaba me lembrando do inferno que ele ainda pretendia infligir. Lorenzo estava decidido a me destruir, e a pior parte de tudo isso era que ele estava conseguindo. Eu sentia que minha mente estava se fragmentando, lentamente despedaçada por uma dor q
Lorenzo,Haviam se passado algumas semanas desde que a deixei naquela cama de hospital. Durante esse tempo, viajei para cuidar de alguns negócios. Eu precisava de distância dela, não porque estava me afastando do que estava por vir, mas porque sabia que a minha raiva precisava ser controlada. Camille ainda era a chave para tudo, e eu não poderia perder o controle, não agora. Eu precisava dela viva, mas também precisava que ela fosse destruída, quebrada o suficiente para que me desse todas as respostas.Quando cheguei de volta à cidade naquele dia, a primeira coisa que fiz foi ir ao hospital. Camille havia se recuperado o suficiente para ser removida de lá, e eu havia decidido que o próximo passo precisava ser dado em outro lugar. Um lugar mais isolado, mais controlado.Eu a levei para uma das minhas casas fora da cidade, cercada por seguranças. Não havia como ela fugir, mesmo que quisesse. As janelas eram protegidas com vidros à prova de balas, e havia câmeras em cada canto. Ela estav
Camille,Quando Lorenzo saiu do porão, o ar pareceu ficar mais leve, mas o medo e a dor ainda me esmagavam por dentro. Meu corpo estava em frangalhos, cada golpe que ele havia desferido contra minha pele havia deixado marcas profundas, não apenas fisicamente, mas mentalmente. Eu estava quebrada, embora ainda não completamente. Ele queria minha confissão, queria que eu dissesse algo que eu não tinha para dar.A dor física era intensa, como um fogo que queimava cada parte do meu corpo, mas o que mais doía era a sensação de impotência. Eu nunca imaginei que poderia acabar assim, presa, torturada por um homem que um dia cheguei a amar. A ironia de tudo isso me atingia em cheio. Como alguém que parecia tão doce em alguns momentos poderia se transformar nesse monstro? Eu nunca quis machucá-lo, nunca quis fazer parte do mundo sujo em que meu pai, Nico, estava envolvido. Mas Lorenzo não acreditava nisso.Cada respiração que eu dava era um esforço monumental. Minhas costelas doíam, e o ar pare
Lorenzo,As semanas passaram como um borrão, e cada dia parecia se estender mais longo e sombrio que o anterior. Minha vida estava dividida entre os negócios da máfia e a tortura de Camille. O tempo que eu passava longe dela me permitia pensar em novas maneiras de quebrá-la, de fazê-la confessar. Mas ela resistia, e isso apenas alimentava minha raiva. Poderia matá-la ao invés de me permitir tantas dores de cabeça, mas não posso. Não até ela confessar.Eu havia voltado de uma reunião de negócios e, assim que entrei na casa isolada, fui informado de sua condição. Ela estava enfraquecida, à beira do colapso, mas ainda viva. E enquanto houvesse vida nela, eu continuaria o que havia começado.Quando entrei no porão, o cheiro da umidade e da dor preencheu minhas narinas. Camille estava ali, ainda no mesmo lugar, jogada no chão úmido, uma sombra do que um dia foi. Seu corpo estava frágil, quase irreconhecível com os hematomas e cortes que cobriam sua pele. Ela estava fraca, mas não o suficie
Camille,Eu estava no limite da minha resistência. Lorenzo havia se tornado o monstro que eu nunca imaginei que ele seria. Ele me forçou a comer, humilhou-me até o último resquício de dignidade. Cada palavra dele era como uma lâmina perfurando minha alma, e cada vez que ele me chamava de inútil, o peso disso me esmagava mais, e me fazia odiá-lo mais ainda.Ele queria que eu falasse, que confessasse algo que eu disse a ele, que não sabia. Queria que eu entregasse meu pai, como se eu tivesse algum poder sobre o paradeiro dele. Eu não tinha mais lágrimas para derramar, nem forças para lutar. E, naquele momento, percebi que nada que eu dissesse poderia mudar a opinião de Lorenzo. Ele estava decidido a me destruir, e o que quer que eu falasse, seria apenas mais um passo rumo à minha destruição.Ele se afastou de mim, seu olhar de desprezo ainda queimando minha pele. Eu sabia que ele esperava que eu falasse, que eu implorasse por misericórdia, que confessasse alguma coisa. Mas eu não tinha
Viktor Sokolov,No submundo, nada é o que parece. As alianças são feitas e desfeitas em questão de segundos, e a confiança é uma moeda que poucos sabem usar. Eu sempre soube como manipular as peças, como mover meus aliados e inimigos no meu jogo. O poder é uma questão de precisão, e há tempos que estou à frente nesse jogo. E agora, Camille Benedetti é a peça mais importante que já apareceu no centro de tudo isso, e eu não poderia mais ignorá- la.Meu envolvimento com o pai de Camille, Nico Benedetti, começou anos atrás. Negócios obscuros de armas, tráfico de informações, e acordos de fachada nos uniram por conveniência. Eu nunca tive a menor ilusão sobre quem Nico realmente era. Ele era um monstro, mas um monstro útil quando as situações exigiam. No entanto, como todo parasita, ele se tornou um problema.Quando Nico se envolveu na morte da mulher de Lorenzo, sabia que era apenas uma questão de tempo até o caos começar. Lorenzo era imprevisível, e qualquer coisa que envolvesse Isabella
Viktor Sokolov,Não seria fácil. Lorenzo não era qualquer mafioso. Seu território era cercado de homens leais, todos armados exageradamente e treinados para eliminar qualquer ameaça. O simples fato de me infiltrar no coração de sua base já era um risco calculado. Mas eu estava disposto a correr esse risco, pois Camille já tinha sofrido o suficiente nas mãos dele. E claro, eu estava bem informado.Falei para o maldito Nico trazê-la de volta, mais ele só mandava recados, mensagens e ligações que ela não atendia. Eu poderia ter ido atrás dela, e eu mesmo a trazia para casa, mas eu soube por alguém da minha confiança, que Camille estava envolvida com Lorenzo até demais, e isso me irritou profundamente a ponto de eu ameaçar Nico. E o que ele fez?Plantou muitas provas falsas de transações no nome de Camille e tudo isso chegou a esse ponto, e por causa dele, ela está passando por esse sofrimento.Agora estou aqui, planejando como tirá-la das mãos de Lorenzo.Cada passo da operação havia sid
Lorenzo,A música pulsava pela casa noturna, os graves ecoando pelas paredes, enquanto os corpos se moviam em sincronia com o ritmo. Eu estava ali, fechando alguns negócios, mas ao mesmo tempo, me divertindo. O clube era meu refúgio, um lugar onde o caos da vida cotidiana da máfia parecia não me afetar. As luzes piscavam, os copos tilintavam, e as mulheres ao redor dançavam e bebiam como se o mundo estivesse sob controle.Eu me recostei no sofá de couro preto, um charuto aceso na mão e uma bebida forte na outra. Na minha frente, Juli, uma das mulheres do clube, estava sentada ao meu lado, rindo e me provocando com olhares. Ela não significava nada para mim, mas sabia como entreter. Seus dedos finos traçavam linhas suaves no meu peito enquanto conversávamos, embora minha mente estivesse em outro lugar.Estávamos discutindo um carregamento de drogas, uma operação importante que deveria ocorrer em alguns dias. Eu sempre fui meticuloso nos detalhes, e por isso mantinha o controle de todas