30

Camille,

Eu estava no limite da minha resistência. Lorenzo havia se tornado o monstro que eu nunca imaginei que ele seria. Ele me forçou a comer, humilhou-me até o último resquício de dignidade. Cada palavra dele era como uma lâmina perfurando minha alma, e cada vez que ele me chamava de inútil, o peso disso me esmagava mais, e me fazia odiá-lo mais ainda.

Ele queria que eu falasse, que confessasse algo que eu disse a ele, que não sabia. Queria que eu entregasse meu pai, como se eu tivesse algum poder sobre o paradeiro dele. Eu não tinha mais lágrimas para derramar, nem forças para lutar. E, naquele momento, percebi que nada que eu dissesse poderia mudar a opinião de Lorenzo. Ele estava decidido a me destruir, e o que quer que eu falasse, seria apenas mais um passo rumo à minha destruição.

Ele se afastou de mim, seu olhar de desprezo ainda queimando minha pele. Eu sabia que ele esperava que eu falasse, que eu implorasse por misericórdia, que confessasse alguma coisa. Mas eu não tinha
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