Viktor Sokolov,A estrada escura parecia se estender por quilômetros à medida que avançávamos. O carro cortava o silêncio da noite, e o único som, além do motor, era a respiração fraca de Camille no banco de trás. Eu olhava pelo retrovisor de tempos em tempos, vendo seu corpo pálido e frágil, suas mãos tremendo de fraqueza e seu rosto marcado pelo sofrimento. Lorenzo havia destruído quase tudo nela, mas eu sabia que havia algo mais forte dentro dela, algo que eu precisava salvar.Meu refúgio estava fora da cidade, em uma região isolada, onde ninguém pensaria em procurar. Era o lugar perfeito para mantê-la segura e fora do alcance de Lorenzo, pelo menos até que ela estivesse forte o suficiente para lutar contra o que quer que estivesse por chegar.Quando finalmente chegamos, o portão eletrônico se abriu silenciosamente, revelando uma propriedade ampla e discreta, cercada por árvores altas que protegiam o local de qualquer olhar curioso. Meus homens já estavam à espera, assim como uma e
Lorenzo,Dois dias haviam se passado, e a raiva dentro de mim não diminuiu nem um pouco. A morte de Nico Benedetti estava iminente, e eu sentia o gosto da vingança cada vez mais perto.Minha mente estava focada em uma única coisa: acabar com aquele desgraçado e, logo depois, dar um fim em Viktor e Camille. Eles iriam pagar por me desafiar, e quando isso estivesse resolvido, eu teria finalmente encerrado esse capítulo de sofrimento na minha vida.O café onde Nico havia marcado o encontro não era um local escolhido por acaso. Era o mesmo lugar onde eu conheci Camille pela primeira vez, o lugar onde, ingenuamente, achei que poderia recomeçar. Agora, ele seria palco de um massacre, e Nico seria o principal convidado para sua própria execução.Passei a manhã organizando cada detalhe. Meus homens estavam prontos, posicionados nos pontos estratégicos ao redor do café. Eu havia contratado até um atirador de elite, que ficaria em um dos prédios próximos, com visão clara da entrada do café. Nic
Viktor Sokolov,Eu não conseguia parar de rir enquanto as informações chegavam até mim. Meu espião estavam dentro do círculo de Lorenzo, e cada detalhe que ele trazia me confirmava uma coisa: Lorenzo estava prestes a cair na minha armadilha. Tudo estava saindo exatamente como eu havia planejado, e ele nem mesmo desconfiava que estava prestes a ser manipulado como uma marionete.Me levantei da poltrona de couro no escritório da casa onde estava hospedado e caminhei até a janela, de onde eu podia ver o horizonte distante. A noite estava fria e calma, combinando perfeitamente com a tempestade que estava se formando na vida de Lorenzo. Ele estava esperando Nico, sem saber que o próprio encontro era uma farsa. Lorenzo acreditava que aquele seria o momento de sua grande vingança, mas mal sabia ele que estava prestes a ser jogado em um abismo de desespero.Um dos meus homens entrou na sala, entregando-me o relatório final. Ele havia se infiltrado entre os homens de Lorenzo meses atrás, e ago
Lorenzo,Eu observava Nico se aproximar com confiança. Ele caminhava como se tivesse a certeza de que tudo estava sob controle, como se esse fosse apenas mais um encontro rotineiro para ele. Sua arrogância me irritava, mas eu me mantive calmo. O atirador estava posicionado, e meus homens estavam preparados. Tudo o que precisava acontecer era Nico se sentar naquela cadeira, e no fim da conversa, seria o fim dele.Ele entrou no café com um sorriso frio no rosto, olhando diretamente para mim enquanto se aproximava da mesa. O cheiro de café fresco no ar não combinava com a tensão que pairava sobre nós dois. Quando ele finalmente se sentou, cruzou os braços sobre a mesa, como se fosse o dono da situação.— Você realmente acha que pode me pegar assim, Lorenzo? — disse ele, com um tom debochado. — Pensei que você fosse mais esperto.Eu não disse nada por alguns segundos, apenas observei, minha mente trabalhando rapidamente. Esse era o momento que esperei por tanto tempo, e agora, com ele sen
Viktor Sokolov,O silêncio no café era denso. Eu podia sentir a tensão se acumulando entre Lorenzo e Nico, dois homens que, até aquele momento, pensavam que estavam no controle de tudo, mas estavam prestes a descobrir que a verdade sempre encontra seu caminho. A verdade que eu havia guardado por tempo demais e que, finalmente, eu estava pronto para jogar na mesa.Observei Lorenzo, seu olhar fixo em Nico, carregado de ódio, de vingança. Ele estava preparado para matá-lo, mas mal sabia ele que o inferno de sua vida estava prestes a dar uma guinada ainda mais cruel.Eu me levantei de onde estava sentado, e comecei a andar com um sorriso no rosto.— Você realmente acha que Nico é o vilão dessa história, Lorenzo? — perguntei, caminhando ao redor deles, os olhos fixos no mafioso à minha frente. — Acha que ele apenas tirou Isabella de você porque não queria que você fosse feliz?Lorenzo continuava em silêncio, mas seus olhos traíam a dúvida. Eu sabia que ele estava a um passo de explodir, de
Lorenzo,O som dos tiros ecoou no café, e em questão de segundos, o caos tomou conta do lugar. Meus homens seguiram minhas ordens sem hesitar, e os capangas de Nico caíram um a um. Tudo aconteceu rápido demais, mas eu não me importava com a carnificina ao meu redor. Eu só tinha uma coisa em mente: fazer Nico pagar.— Levem-no para o galpão — ordenei, com a voz dura e sem emoção. Minha raiva ainda queimava, mas agora misturada com algo que eu não conseguia entender completamente. Eu estava prestes a acabar com o homem que me destruiu, mas as palavras de Viktor ainda ecoavam na minha cabeça.Dois dos meus homens se aproximaram de Nico, que estava atordoado, mas ainda consciente. Eles o arrastaram para fora do café, enquanto o restante dos meus homens acabava com os sobreviventes. Não havia mais espaço para dúvidas, Nico pagaria por tudo, mas a questão era: isso realmente me traria paz?Assim que saímos do café, entrei no carro, meu corpo tenso como se estivesse carregando o peso de uma
Lorenzo,A luz fraca do amanhecer começava a invadir as janelas do meu quarto quando me levantei. Havia uma sensação amarga no fundo da minha garganta, como se o gosto da vingança estivesse misturado com o arrependimento. Mas isso não importava agora. Hoje, Nico pagaria por tudo.Desci as escadas da mansão em silêncio. Meus homens já estavam preparados. Sabiam o que fazer, sabiam que eu não ficaria em paz até que Nico Benedetti estivesse morto.O carro me esperava na entrada, e o motorista abriu a porta assim que me aproximei. O sol já começava a despontar no horizonte, mas nada daquilo me trazia alívio. Eu estava indo para o galpão, onde Nico estava acorrentado desde a noite anterior. Meus homens haviam capturado ele sem muito esforço. O velho já não era o que costumava ser, estava fragilizado, e ainda assim, causou tanta destruição. Agora, amarrado e indefeso, ele enfrentaria o que merecia.O carro deslizou pelas ruas vazias até o galpão abandonado, um lugar que eu já conhecia bem.
Lorenzo,Meus sapatos afundavam nas poças de sangue e suor que haviam se acumulado ao longo da tortura de Nico. Eu deveria sentir alívio, deveria sentir algo próximo à paz, mas tudo o que me restava era um vazio silencioso que fazia cada respiração parecer um esforço inútil.A vingança, a tão esperada vingança, havia finalmente sido realizada. Nico Benedetti estava morto, e suas últimas palavras ainda ecoavam na minha mente, perturbando qualquer noção de triunfo que eu esperava alcançar. Ele riu até o fim, como se soubesse que, de algum jeito, já havia vencido.Eu entrei no carro, com Vittorio ao meu lado, seu rosto contorcido em uma expressão que misturava preocupação e hesitação. Ele sabia que havia algo errado. Eu sabia que havia algo errado. E, no entanto, não tínhamos mais nenhum alvo para apontar nossos dedos.— Está feito? — perguntou Vittorio, em um tom cauteloso.Eu não respondi imediatamente. Olhei para as minhas mãos, ainda manchadas com o sangue, o mesmo sangue que, por ta