Lorenzo,O escritório estava mergulhado em uma penumbra pesada, a luz fraca da noite entrando pela janela entreaberta. Eu ainda sentia a fúria queimando dentro de mim, minha cabeça latejava com a raiva que não conseguia controlar desde que descobri que Viktor havia tirado Camille de mim. Eu não podia acreditar que ele estava tão perto todo esse tempo, me observando, esperando o momento certo para atacar.Vittorio entrou no escritório em silêncio, como sempre fazia. Sua expressão estava carregada de seriedade, o que indicava que ele também sabia a gravidade da situação. Eu precisava de respostas, e ele era o único que poderia me fornecer alguma coisa.— Eu pensava que Viktor estava na Rússia — murmurei, quebrando o silêncio enquanto me levantava da cadeira e andava em direção à janela. — Mas, pelo visto, ele estava mais perto do que pensávamos.Vittorio parou diante de mim, cruzando os braços enquanto me olhava com seus olhos frios e calculistas.— Viktor sempre foi um fantasma, Lorenz
Viktor Sokolov,A estrada escura parecia se estender por quilômetros à medida que avançávamos. O carro cortava o silêncio da noite, e o único som, além do motor, era a respiração fraca de Camille no banco de trás. Eu olhava pelo retrovisor de tempos em tempos, vendo seu corpo pálido e frágil, suas mãos tremendo de fraqueza e seu rosto marcado pelo sofrimento. Lorenzo havia destruído quase tudo nela, mas eu sabia que havia algo mais forte dentro dela, algo que eu precisava salvar.Meu refúgio estava fora da cidade, em uma região isolada, onde ninguém pensaria em procurar. Era o lugar perfeito para mantê-la segura e fora do alcance de Lorenzo, pelo menos até que ela estivesse forte o suficiente para lutar contra o que quer que estivesse por chegar.Quando finalmente chegamos, o portão eletrônico se abriu silenciosamente, revelando uma propriedade ampla e discreta, cercada por árvores altas que protegiam o local de qualquer olhar curioso. Meus homens já estavam à espera, assim como uma e
Lorenzo,Dois dias haviam se passado, e a raiva dentro de mim não diminuiu nem um pouco. A morte de Nico Benedetti estava iminente, e eu sentia o gosto da vingança cada vez mais perto.Minha mente estava focada em uma única coisa: acabar com aquele desgraçado e, logo depois, dar um fim em Viktor e Camille. Eles iriam pagar por me desafiar, e quando isso estivesse resolvido, eu teria finalmente encerrado esse capítulo de sofrimento na minha vida.O café onde Nico havia marcado o encontro não era um local escolhido por acaso. Era o mesmo lugar onde eu conheci Camille pela primeira vez, o lugar onde, ingenuamente, achei que poderia recomeçar. Agora, ele seria palco de um massacre, e Nico seria o principal convidado para sua própria execução.Passei a manhã organizando cada detalhe. Meus homens estavam prontos, posicionados nos pontos estratégicos ao redor do café. Eu havia contratado até um atirador de elite, que ficaria em um dos prédios próximos, com visão clara da entrada do café. Nic
Viktor Sokolov,Eu não conseguia parar de rir enquanto as informações chegavam até mim. Meu espião estavam dentro do círculo de Lorenzo, e cada detalhe que ele trazia me confirmava uma coisa: Lorenzo estava prestes a cair na minha armadilha. Tudo estava saindo exatamente como eu havia planejado, e ele nem mesmo desconfiava que estava prestes a ser manipulado como uma marionete.Me levantei da poltrona de couro no escritório da casa onde estava hospedado e caminhei até a janela, de onde eu podia ver o horizonte distante. A noite estava fria e calma, combinando perfeitamente com a tempestade que estava se formando na vida de Lorenzo. Ele estava esperando Nico, sem saber que o próprio encontro era uma farsa. Lorenzo acreditava que aquele seria o momento de sua grande vingança, mas mal sabia ele que estava prestes a ser jogado em um abismo de desespero.Um dos meus homens entrou na sala, entregando-me o relatório final. Ele havia se infiltrado entre os homens de Lorenzo meses atrás, e ago
Lorenzo,Eu observava Nico se aproximar com confiança. Ele caminhava como se tivesse a certeza de que tudo estava sob controle, como se esse fosse apenas mais um encontro rotineiro para ele. Sua arrogância me irritava, mas eu me mantive calmo. O atirador estava posicionado, e meus homens estavam preparados. Tudo o que precisava acontecer era Nico se sentar naquela cadeira, e no fim da conversa, seria o fim dele.Ele entrou no café com um sorriso frio no rosto, olhando diretamente para mim enquanto se aproximava da mesa. O cheiro de café fresco no ar não combinava com a tensão que pairava sobre nós dois. Quando ele finalmente se sentou, cruzou os braços sobre a mesa, como se fosse o dono da situação.— Você realmente acha que pode me pegar assim, Lorenzo? — disse ele, com um tom debochado. — Pensei que você fosse mais esperto.Eu não disse nada por alguns segundos, apenas observei, minha mente trabalhando rapidamente. Esse era o momento que esperei por tanto tempo, e agora, com ele sen
Viktor Sokolov,O silêncio no café era denso. Eu podia sentir a tensão se acumulando entre Lorenzo e Nico, dois homens que, até aquele momento, pensavam que estavam no controle de tudo, mas estavam prestes a descobrir que a verdade sempre encontra seu caminho. A verdade que eu havia guardado por tempo demais e que, finalmente, eu estava pronto para jogar na mesa.Observei Lorenzo, seu olhar fixo em Nico, carregado de ódio, de vingança. Ele estava preparado para matá-lo, mas mal sabia ele que o inferno de sua vida estava prestes a dar uma guinada ainda mais cruel.Eu me levantei de onde estava sentado, e comecei a andar com um sorriso no rosto.— Você realmente acha que Nico é o vilão dessa história, Lorenzo? — perguntei, caminhando ao redor deles, os olhos fixos no mafioso à minha frente. — Acha que ele apenas tirou Isabella de você porque não queria que você fosse feliz?Lorenzo continuava em silêncio, mas seus olhos traíam a dúvida. Eu sabia que ele estava a um passo de explodir, de
Lorenzo,O som dos tiros ecoou no café, e em questão de segundos, o caos tomou conta do lugar. Meus homens seguiram minhas ordens sem hesitar, e os capangas de Nico caíram um a um. Tudo aconteceu rápido demais, mas eu não me importava com a carnificina ao meu redor. Eu só tinha uma coisa em mente: fazer Nico pagar.— Levem-no para o galpão — ordenei, com a voz dura e sem emoção. Minha raiva ainda queimava, mas agora misturada com algo que eu não conseguia entender completamente. Eu estava prestes a acabar com o homem que me destruiu, mas as palavras de Viktor ainda ecoavam na minha cabeça.Dois dos meus homens se aproximaram de Nico, que estava atordoado, mas ainda consciente. Eles o arrastaram para fora do café, enquanto o restante dos meus homens acabava com os sobreviventes. Não havia mais espaço para dúvidas, Nico pagaria por tudo, mas a questão era: isso realmente me traria paz?Assim que saímos do café, entrei no carro, meu corpo tenso como se estivesse carregando o peso de uma
Lorenzo Santini,Nunca imaginei que a minha vida pudesse se dividir em um antes e depois de um único momento. Mas aqui estou, preso em uma espera insuportável que parece durar uma eternidade. Tudo foi planejado para que este fosse o dia mais feliz da minha vida, o dia em que finalmente teria ao meu lado a única pessoa que me fazia acreditar que poderia existir algo mais além do sangue e do poder. Isabella. Ela deveria estar aqui, ao meu lado agora, sorrindo com aquele brilho nos olhos que sempre conseguia quebrar as minhas defesas.Mas ela não está. E o relógio, cruel e impiedoso, não para de avançar.O salão está impecável. As flores, o champanhe, os convidados — tudo está do jeito que Isabella sonhou. O som suave de uma orquestra toca ao fundo, enquanto amigos e familiares murmuram entre si, lançando olhares discretos na minha direção, esperando que a cerimônia comece. O casamento dos sonhos. O meu casamento. Mas a noiva, a única pessoa que realmente importa neste cenário todo, aind