Lorenzo,Eu observava Nico se aproximar com confiança. Ele caminhava como se tivesse a certeza de que tudo estava sob controle, como se esse fosse apenas mais um encontro rotineiro para ele. Sua arrogância me irritava, mas eu me mantive calmo. O atirador estava posicionado, e meus homens estavam preparados. Tudo o que precisava acontecer era Nico se sentar naquela cadeira, e no fim da conversa, seria o fim dele.Ele entrou no café com um sorriso frio no rosto, olhando diretamente para mim enquanto se aproximava da mesa. O cheiro de café fresco no ar não combinava com a tensão que pairava sobre nós dois. Quando ele finalmente se sentou, cruzou os braços sobre a mesa, como se fosse o dono da situação.— Você realmente acha que pode me pegar assim, Lorenzo? — disse ele, com um tom debochado. — Pensei que você fosse mais esperto.Eu não disse nada por alguns segundos, apenas observei, minha mente trabalhando rapidamente. Esse era o momento que esperei por tanto tempo, e agora, com ele sen
Viktor Sokolov,O silêncio no café era denso. Eu podia sentir a tensão se acumulando entre Lorenzo e Nico, dois homens que, até aquele momento, pensavam que estavam no controle de tudo, mas estavam prestes a descobrir que a verdade sempre encontra seu caminho. A verdade que eu havia guardado por tempo demais e que, finalmente, eu estava pronto para jogar na mesa.Observei Lorenzo, seu olhar fixo em Nico, carregado de ódio, de vingança. Ele estava preparado para matá-lo, mas mal sabia ele que o inferno de sua vida estava prestes a dar uma guinada ainda mais cruel.Eu me levantei de onde estava sentado, e comecei a andar com um sorriso no rosto.— Você realmente acha que Nico é o vilão dessa história, Lorenzo? — perguntei, caminhando ao redor deles, os olhos fixos no mafioso à minha frente. — Acha que ele apenas tirou Isabella de você porque não queria que você fosse feliz?Lorenzo continuava em silêncio, mas seus olhos traíam a dúvida. Eu sabia que ele estava a um passo de explodir, de
Lorenzo,O som dos tiros ecoou no café, e em questão de segundos, o caos tomou conta do lugar. Meus homens seguiram minhas ordens sem hesitar, e os capangas de Nico caíram um a um. Tudo aconteceu rápido demais, mas eu não me importava com a carnificina ao meu redor. Eu só tinha uma coisa em mente: fazer Nico pagar.— Levem-no para o galpão — ordenei, com a voz dura e sem emoção. Minha raiva ainda queimava, mas agora misturada com algo que eu não conseguia entender completamente. Eu estava prestes a acabar com o homem que me destruiu, mas as palavras de Viktor ainda ecoavam na minha cabeça.Dois dos meus homens se aproximaram de Nico, que estava atordoado, mas ainda consciente. Eles o arrastaram para fora do café, enquanto o restante dos meus homens acabava com os sobreviventes. Não havia mais espaço para dúvidas, Nico pagaria por tudo, mas a questão era: isso realmente me traria paz?Assim que saímos do café, entrei no carro, meu corpo tenso como se estivesse carregando o peso de uma
Lorenzo,A luz fraca do amanhecer começava a invadir as janelas do meu quarto quando me levantei. Havia uma sensação amarga no fundo da minha garganta, como se o gosto da vingança estivesse misturado com o arrependimento. Mas isso não importava agora. Hoje, Nico pagaria por tudo.Desci as escadas da mansão em silêncio. Meus homens já estavam preparados. Sabiam o que fazer, sabiam que eu não ficaria em paz até que Nico Benedetti estivesse morto.O carro me esperava na entrada, e o motorista abriu a porta assim que me aproximei. O sol já começava a despontar no horizonte, mas nada daquilo me trazia alívio. Eu estava indo para o galpão, onde Nico estava acorrentado desde a noite anterior. Meus homens haviam capturado ele sem muito esforço. O velho já não era o que costumava ser, estava fragilizado, e ainda assim, causou tanta destruição. Agora, amarrado e indefeso, ele enfrentaria o que merecia.O carro deslizou pelas ruas vazias até o galpão abandonado, um lugar que eu já conhecia bem.
Lorenzo,Meus sapatos afundavam nas poças de sangue e suor que haviam se acumulado ao longo da tortura de Nico. Eu deveria sentir alívio, deveria sentir algo próximo à paz, mas tudo o que me restava era um vazio silencioso que fazia cada respiração parecer um esforço inútil.A vingança, a tão esperada vingança, havia finalmente sido realizada. Nico Benedetti estava morto, e suas últimas palavras ainda ecoavam na minha mente, perturbando qualquer noção de triunfo que eu esperava alcançar. Ele riu até o fim, como se soubesse que, de algum jeito, já havia vencido.Eu entrei no carro, com Vittorio ao meu lado, seu rosto contorcido em uma expressão que misturava preocupação e hesitação. Ele sabia que havia algo errado. Eu sabia que havia algo errado. E, no entanto, não tínhamos mais nenhum alvo para apontar nossos dedos.— Está feito? — perguntou Vittorio, em um tom cauteloso.Eu não respondi imediatamente. Olhei para as minhas mãos, ainda manchadas com o sangue, o mesmo sangue que, por ta
Camille,Os dias que se seguiram foram uma neblina pesada e interminável de dor e cansaço. Eu nunca pensei que poderia me sentir tão fraca, tão vazia, mas a verdade é que depois de tudo o que vivi, eu não era mais a mesma pessoa. Não sabia se algum dia voltaria a ser.O tempo parecia escorrer lentamente, como areia entre meus dedos, enquanto eu ficava deitada na cama, cercada por lençóis macios e pela tranquilidade que Viktor havia me proporcionado. Ainda assim, mesmo com todo o cuidado, toda a proteção que ele me oferecia, havia algo que não conseguia ignorar: a sensação de que uma parte de mim havia sido destruída para sempre.Os médicos e enfermeiras vinham me ver regularmente, verificando minhas feridas e garantindo que eu estivesse me recuperando fisicamente. O problema era que o que eu mais precisava curar não estava visível, e nenhum deles poderia fazer isso. A cada vez que eu fechava os olhos, revivia aqueles momentos no porão de Lorenzo. As correntes, os gritos, a tortura… as
Camille,A noite caiu pesada, carregada com o som distante dos trovões. O vento batia com força nas janelas, e a chuva caía incessante lá fora, criando uma melodia sombria que preenchia o quarto silencioso. Eu me sentia exausta. Cada músculo do meu corpo parecia implorar por descanso, mas minha mente estava em constante movimento, presa nos horrores do passado. Lorenzo... seu rosto ainda surgia em meus sonhos, como uma sombra que não conseguia dissipar.Me deitei, puxando os lençóis até o pescoço, tentando encontrar algum conforto no calor do quarto, mas era como se a escuridão ao meu redor estivesse se infiltrando dentro de mim. Fechei os olhos, esperando que o sono viesse me buscar rapidamente, mas em vez disso, fui arrastada para um pesadelo que parecia mais real do que qualquer coisa.Eu estava de volta ao porão. As correntes, o frio, o som dos gritos ecoando nas paredes. Lorenzo estava lá, como sempre, me encarando com aquele olhar cruel, enquanto suas palavras cortavam como faca
Camille,O silêncio da noite nos envolvia como um manto espesso, apenas interrompido pelo som da chuva insistente batendo contra as janelas. O calor da banheira já tinha se dissipado, mas a intensidade entre mim e Viktor permanecia, pulsante. Sentada em seu colo, sentia seu peito subir e descer lentamente enquanto ele me segurava com firmeza, como se nunca quisesse me soltar.Naquela noite, algo estava diferente. A energia que vibrava entre nós era nova, uma faísca que transcendia o desejo habitual. Mesmo após todas as noites juntos, ele cuidando de mim, nada se comparava ao que sentíamos naquele momento. Era como se finalmente tivéssemos nos libertado das amarras invisíveis, nos entregando um ao outro sem reservas.Viktor sempre esteve ao meu lado, me protegendo, respeitando meus limites. Ele nunca forçou nada, mas seu desejo por mim era claro. E agora, algo dentro de mim se soltou. Não era apenas desejo; era uma necessidade ardente de me conectar a ele de uma forma inexplicável.Meu