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Camille,

O que mais me atormentava não era o fato de estar amarrada àquela cadeira, com correntes apertadas em volta dos meus pulsos e tornozelos, ou o frio gelado que parecia vir das paredes úmidas e escuras do lugar onde me haviam jogado. O que realmente me atormentava era a sensação de traição, o choque de ver o homem que eu amava se transformar em um completo estranho, alguém que me olhava com puro ódio e desprezo.

Eu não fazia ideia de onde estava. O lugar tinha um cheiro de mofo, de abandono. As paredes estavam cobertas de ferrugem, e o som gotejante de água pingando ecoava por todo o ambiente. Era uma espécie de galpão ou depósito, um lugar completamente isolado, onde ninguém me encontraria. Eu estava completamente à mercê de Lorenzo.

Meus pulsos doíam. As correntes que me prendiam à cadeira eram apertadas e cruéis, machucando a pele a cada movimento que eu fazia. Eu tentei me mexer, mas era inútil. Meu corpo estava exausto, o medo me dominava, fazendo meu coração disparar no p
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