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Todos os capítulos do A inesperada família do Advogado: Capítulo 71 - Capítulo 80
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O negócio é da família
Tendo deixado a filha dormindo no quarto, Tábata se juntou a Guilherme para tomarem o café da manhã. No entanto, segurando a xícara de café entre as mãos, os olhos fixos no líquido escuro, acompanhava distraída o vapor subir em espirais, estava alheia ao cheiro e calor que emanava, sem beber ou tocar no que tinha a sua disposição.— Você tá quieta hoje — Guilherme comentou, sentando do outro lado da mesa sem tirar os olhos da faca que deslizava pela manteiga. Tábata suspirou, apertando a xícara entre as mãos. — Conversei com meu irmão ontem à noite. Tom disse que o clima lá em casa está péssimo. Mas, sinceramente, não sei o motivo. — A amargura tingiu seu tom ao comentar: — Desde que sai de casa não recebi nenhuma mensagem, telefonema, nada vindo dos meus pais e dos meus irmãos mais velhos. Então não entendo o motivo deles, em especial minha mãe, reclamarem de não visitá-los.— Se estão tendo problemas em administrar o antiquário faz sentido ela te procurar — ele disse passando a m
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Escolha
Tábata se remexeu incomodada, tendo a velha sensação de ser uma peça que só tinha valor quando servia a um propósito definido por sua mãe. — E por que agora? — perguntou, tentando esconder o tremor na voz. — Tábata, não fiz um pedido complicado. — A voz de Agnes era cortante, mas ainda mantinha uma aparência de civilidade. — Sua família precisa de você. Seu pai está doente, e o antiquário... Não posso confiar nos seus irmãos para gerenciar aquilo. Só sabem gastar e se aproveitar do que têm. A atmosfera na sala pareceu esfriar a cada palavra que Agnes proferia. Não queriam sua presença por amor, mas por conveniência, por, como Guilherme tinha apontado, não precisarem lhe dar nada em troca, nem mesmo carinho e consideração.— Mãe, entendo sua preocupação com o bem estar da família — iniciou apertando as mãos sobre o colo. —, mas minha prioridade agora é a Lean. Ela é minha responsabilidade, e aqui tenho o suporte que preciso para cuidar dela — finalizou o mais delicada que conseguia.
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Algo a perder
A sala da pediatra era aconchegante, com paredes decoradas por adesivos de bichinhos coloridos e uma leve música ambiente para acalmar as crianças. Tábata embalava Lean em seus braços, sussurrando palavras doces enquanto a bebê soluçava baixinho após a vacina. — Você foi tão corajosa, minha abelhinha... — Tábata dizia, acariciando as costas da filha e sorrindo de leve, embora ainda estivesse um pouco tensa pela reação da pequena. — Ela é forte, como a mãe. — Guilherme comentou, passando a mão nos fios ralos da cabeça de Lean, querendo tranquilizá-la. Saíram do consultório pouco depois, e Guilherme sugeriu uma pausa na praça de alimentação do shopping próximo. O clima estava leve, diferente dos dias anteriores, marcados pelo efeito do embate entre Tábata e sua mãe. Sentados à mesa, enquanto Lean descansava no carrinho, Tábata olhava ao redor com um brilho nos olhos que Guilherme não via há tempos. Ela gesticulava enquanto falava, contando sobre como Lean havia segurado seu dedo com
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Acordo de negócios
A casa dos Braga, em uma rua tranquila de uma cidadezinha do interior, era simples, mas bem cuidada. As paredes externas exibiam uma pintura amarela desbotada, e vasos de flores enfeitavam a varanda. Simone parou o carro luxuoso em frente ao portão baixo e metálico, observando a simplicidade ao seu redor com desdém.— Vai ser rápido, espero. — Ajustou os óculos escuros no rosto e saiu do veículo, equilibrando-se sobre seus saltos altos, deslocados naquele cenário modesto. Apertou a campainha e esperou, os dedos tamborilando impacientes contra a alça da bolsa de couro. Após alguns segundos, a porta se abriu, revelando uma mulher simples. — Boa tarde. Em que posso ajudá-la? — perguntou inclinando-se levemente para frente, como se tentasse decifrar a presença daquela mulher tão elegante em sua porta. — Boa tarde. — Simone forçou um sorriso, estendendo a mão de forma educada, mas contida. — Sou Simone Muller. Preciso falar com Mateus Braga. Ele está? A mulher apertou a mão de Simone c
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Não vai atender?
O cheiro do café fresco preenchia a cozinha, Tábata estava sentada à mesa, uma caneca entre as mãos, observando Guilherme brincar com Lean. A bebê soltava pequenos sons de contentamento, esticando as mãozinhas como se quisesse alcançar o mundo. — Parece que alguém acordou com energia hoje, não é? — Guilherme sorriu, balançando-a suavemente nos braços. Tábata riu baixo, mordendo um pedaço de pão com manteiga. — Talvez ela esteja tentando imitar você. Sempre tão ativo logo cedo.— Minha abelhinha lindinha está cada dia mais animada — comentou Guilherme, sorrindo enquanto fingia morder os dedinhos da bebê, que soltava risadinhas curtas. O momento foi interrompido pelo som insistente do celular de Tábata, que vibrava sobre a mesa. Ela franziu o cenho ao olhar para a tela, o sorriso desaparecendo aos poucos.Guilherme percebeu a mudança no rosto dela e ergueu uma sobrancelha.— Não vai atender? — Não! — Tábata respondeu rápido, sem encará-lo.O celular vibrou mais uma vez. — É a sua
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Vontade não falta
A penumbra do quarto era aconchegante, Guilherme e Tábata estavam deitados, abraçados, o calor dos corpos misturava-se ao som das respirações compassadas. Tábata suspirou, ainda pensando no telefonema recebido de manhã. Guilherme percebeu a inquietação e afagou seus cabelos com a ponta dos dedos.— O que foi, amor? — perguntou ele, a voz baixa e suave.Ela hesitou por um instante antes de responder, sua mão acariciando distraidamente o braço dele.— Estive pensando no que você disse sobre algo que você disse quando nos reencontramos... Sobre os deveres que o pai de Lean tem de cumprir — murmurou. — Não pensava em procura-lo, ter ele por perto. Não depois de tudo que fez. Mas, ao mesmo tempo, penso que talvez, quando a Lean for maiorzinha, ela vai querer esse contato.Guilherme estreitou o abraço, como se quisesse protegê-la dos próprios pensamentos.— É uma decisão difícil, Taby — começou, cuidadosamente. — Mas, se ele quiser mesmo fazer parte da vida dela, a lei dá esse direito. A me
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Jogada
O aroma de café fresco preenchia a copa do escritório Ramos Advogados Associados. De volta ao trabalho no escritório, Guilherme segurava sua caneca preta enquanto observava a cidade pela janela, à mente nas duas pessoas que mais amava no mundo.— Quem diria, hein, Perez? — Julian começou, com o tom de sempre, entre o provocador e o divertido ao elaborar: — Virou um verdadeiro pai bobão. Acreditam que ele encheu a sala de fotos da nova família. Honestamente, é meio engraçado ver você assim tão babão pela esposa e filha.Pelo reflexo do vidro, Guilherme observou os três colegas que estavam na copa antes de se virar, tomando um gole do café. — Babão mesmo — Mila, recepcionista, concordou, rindo ao comentar com uma ponta de inveja: — E nem é casado. Julian não perdeu a oportunidade, inclinando-se na mesa com um sorriso travesso.— Ainda. Aposto que é só questão de tempo. — Piscou, exagerando no tom de brincadeira. — Daqui a pouco chega os convites, não é, Perez?Guilherme apenas deu um
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Simplista
Dias depois, Tábata continuava a não conseguir responder o enigma do interesse súbito de sua mãe e de Mateus em querer ela e Lean por perto, depois de ambos terem as expulsado de suas vidas. Mas uma conversa com a prima de Guilherme respondeu outra dúvida que perturbava seu coração.Logo após deixar a prima dele entrar, prendeu o cabelo em um coque frouxo observando Paulina esconder-se atrás de um olhar distante e visivelmente inchados. Algo estava errado. Lina sempre era discreta, mas nunca deixava de oferecer um sorriso educado. Hoje, no entanto, parecia carregada por uma nuvem de tristeza.— Lina? Você está bem? — perguntou interrompendo o varrer do chão da sala. Lean, acomodada no moisés, soltou um som de puro contentamento, contrastando com o sofrimento na face da Perez.Paulina forçou um sorriso enquanto colocava a bolsa sobre a mesa.— Estou bem, só um pouco cansada. Vou te ajudar a limpar a casa, assim não te atrapalho muito.Tábata sabia que era mentira, mas não insistiu. Pe
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Nunca vão me aceitar
O silêncio reinava na casa quando Guilherme chegou do trabalho. Estranhando, franziu o cenho ao girar a chave na fechadura e perceber que nenhuma luz estava acesa. Deixou a pasta de trabalho na entrada e atravessou o corredor com passos cuidadosos, o ar denso de uma inquietação que não conseguia explicar.— Taby? — chamou, sem resposta.Seguiu diretamente para o quarto principal, empurrando a porta. A cama estava feita, o ambiente vazio, apenas o aroma leve do perfume dela pairava no ar. Seu coração acelerou e um frio intenso subiu por sua espinha. Ele respirou fundo, tentando ignorar o nó que começava a se formar no estômago.Desviou para o quarto de Lean. Ao abrir a porta, foi recebido pela penumbra, apenas o abajur dourado ao lado da poltrona iluminava fracamente o espaço. No canto do cômodo, ao lado do berço, Tábata estava sentada, os braços cruzados sobre o corpo, o olhar perdido.— Amor... — sussurrou, fechando a porta atrás de si. A tensão deu lugar a alívio ao vê-la, mas foi b
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Ligação
No dia seguinte, em seu escritório, Guilherme apoiou o copo de café na mesa, observando a fumaça subir e se dissipar no ar, o pensamento longe, em Tábata. Naquela manhã, ela esteve calada e, por mais que tenha insistido, não contou o que levou Paulina a discutir com ela. No entanto, obteve a resposta naquele mesmo dia, através de uma ligação de sua prima menor.— Gui! Você está sozinho? — perguntou Paola com um tom urgente, fazendo-o ajustar a postura na cadeira e olhar para a porta fechada. — Sim, no escritório. O que houve? — É sobre a Paulina. Você soube? — Sobre?! Do outro lado da linha, Paola suspirou pesadamente. — O noivado dela foi rompido ontem. Aquele bosta a traiu e engravidou outra mulher. Guilherme fixou os olhos em um ponto indefinido, tentando processar a informação, fazendo conexões com a conversa que teve com Tábata na noite anterior. — Isso explica muita coisa... — murmurou. Paulina foi rude com a Tábata por ter descontado nela a frustração pelo fim do noivad
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