O apartamento estava limpo, muito limpo, mas isso era tudo o que se podia dizer a seu favor. Quando Andrea abriu a porta, a mulher alta e magra, com cerca de cinquenta anos, que estava ao seu lado, com um rosto severo e um olhar firme, fez um gesto momentâneo de surpresa. Ela carregava uma prancheta, e Andrea sentiu um arrepio ao vê-la anotar algo.— Eu pensei que você vinha para avaliar um apartamento... mas vejo que não há muito o que avaliar —disse com preocupação.Não havia tapetes, nem móveis, nem quadros, nada que suavizasse a crudeza do ambiente. As paredes estavam nuas, as janelas sem cortinas, o chão rachado e a luz fraca. Andrea sentiu uma onda de pânico. Sabia que era o tipo de lugar onde ninguém gostaria de ficar por muito tempo, e muito menos com uma criança.A mulher inspecionou o apartamento com um olhar crítico, anotando enquanto avançava. Andrea a seguiu, com o coração acelerado.— Há quanto tempo você vive assim? —perguntou, circulando pela sala e olhando os quartos,
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