Penélope encontrava-se em um momento de tranquilidade ímpar, dedicando-se a pentear com serenidade os fios sedosos e extensos do seu cabelo diante do espelho ornamentado que adornava o canto do quarto. Enquanto a fina escova deslizava harmoniosamente através das mechas escuras, entre cada onda desfeita dos cachos, a melodia de uma canção, previamente sintonizada no rádio, escapava dos seus lábios em um sussurro suave, como uma prece melódica ao cosmos.O ambiente que a envolvia era a majestosa mansão que havia se tornado o seu refúgio há quatorze dias. No entanto, apesar do tempo transcorrido, mistérios pairavam no ar, como névoa matinal que teima em dissipar-se sob a luz do sol.Perguntas, inúmeras e inquietantes, permeavam a sua mente relativamente à natureza exata da sua tutoria naquela mansão e ao elo indecifrável que Coniffer, seu pai, compartilhava com o enigmático Sr. D'Artagnan, seu tutor.No entanto, reconhecia que uma transformação gradual havia se operado na sua relação com
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