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Prólogo Preço do Amor
Prólogo Cinco anos antes… - Virgínia… - a mulher pálida, deitada na cama de hospital, disse com muita dificuldade – Eu confio meu bebê a você. - as lágrimas saíam incessantes dos olhos castanhos – Não o abandone, não o entregue à família do pai, por favor. Me prometa. Angelina, sua querida irmã mais velha, tinha acabado de dar à luz a Diego. O menino nascera saudável, mas a mãe perdia sangue desde o momento em que a criança viera ao mundo, os médicos não conseguiam parar a hemorragia e era perceptível que sua irmã já estava sem forças, exausta. Virgínia tentava conter as lágrimas e só desejava que a outra ficasse bem para cuidar do pequenino que acabara de nascer e dormia em seus braços. - Irmã, calma. Você vai ficar bem. Olhe, Diego está bem. - ela mostrou o pacotinho azul para a irmã. O menino dormia calmamente, depois que as enfermeiras o higienizaram e empacotaram. – Nós três vamos ficar bem e viveremos felizes juntos, como uma família. - Eu vou morrer, eu sinto. Eu não tenho
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01
- Que você seja muito feliz lá, minha querida. – Márcia disse, os olhos cheios de lágrimas em virtude da despedida.- Dona Márcia, nunca esquecerei o que fez por mim e minha família. – abraçou a mulher e chorou – Eu queria que pudesse ir comigo, me sentiria mais segura.-Não posso, querida. Quem vai cuidar da minha casa, se eu for embora?Virgínia assentiu.A mulher beijou o rostinho de Diego e ajudou os dois a entrarem no quarto do advogado, que esperava pacientemente. Depois que as despedidas foram feitas e que todos estavam no carro, eles partiram, rumo a um futuro incerto que Virgínia temia que fosse um engano.Ainda não conseguia acreditar que ela e Diego tiveram tanta sorte de se tornar herdeiros de uma grande fortuna que os deixaria seguros pelo resto da vida.Durante a viagem, o advogado falou um pouco sobre a empresa, a diretoria era formada apenas por homens, por isso Virgínia não poderia se mostrar com medo ou insegura, senão seria massacrada. Ele garantiu que estaria
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02
O tempo foi passando.A reforma na Mansão estava sendo feita, Virgínia reformou cada canto da casa que agora chamaria de lar. Trocou todos os móveis por alguns mais funcionais e simples, uma vez que os antigos eram muito ostensivos para o gosto dela.O advogado a ajudava com os assuntos administrativos da empresa, enquanto Laura lhe fornecia assuntos mais coloquiais (as fofocas).O advogado se tornou um bom amigo. Ele era um homem honesto que auxiliava Virgínia em todos os assuntos da empresa e das propriedades. Ele a aconselhou a vender algumas propriedades e investir o dinheiro, com os juros ela faria uma poupança para o sobrinho e garantiria conforto para Diego.O menino crescia saudável e feliz, ele era paparicado por Virgínia, Naty, Celso e até mesmo pelo advogado, todos adoravam o garoto que era protegido e muito amado.Às vezes, Virgínia olhava para Diego e tinha medo que os Romano os descobrisse, que Fred o tomasse dela. Precisava construir um forte em torno da criança,
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03
FREDDesde o momento em que chegou em casa, Fred se trancou em seu escritório. Não entendia as intenções daquela mulher, mas com certeza o objetivo principal dela não era o que dizia. Assim que saiu da empresa dela, pediu a Tim para investigá-la. Virgínia Bruni. Ele sabia que nunca ouvira aquele nome, mas aquele rosto não era totalmente desconhecido.- Fred? - ouviu a voz da irmã, Alexia, na porta.- Entre, irmã.- Fred, irmão, como foi a reunião?- Tudo certo. A empresa nos ajudará a recuperar a empresa Romano. - ele disse.- Que bom! Então tudo ficará bem?- Sim, irmã, tudo ficará bem. - a mulher saiu feliz, enquanto Fred pensava que todos ficariam felizes, enquanto ele entrava num negócio onde não sabia o quê esperar.#VIRGÍNIAConferiu seu vestido no espelho. O traje vermelho de alças finas e trançadas nas costas, justo e longo estava perfeito. Ela escovara os cabelos e os cachos desapareceram, dando espaço a uma cortina lisa de fios caramelo.- Tia, você está linda! - D
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04
FREDNo dia seguinte, o homem foi para a empresa bem cedo. Tim já o esperava na sala de reuniões, os dois precisavam fazer um plano para apresentar a Virgínia.- Você tem certeza que conseguirá reerguer a empresa em seis meses? - o advogado perguntou, preocupado.- Eu vou conseguir, Tim. - respondeu, convicto.Por volta de oito horas, Virgínia e o advogado dela entraram na sala de reuniões. A mulher trajava um vestido colado ao corpo de cor preta e parecia muito animada naquela manhã.Ele a fitou lentamente, observando cada curva que aquele vestido revelava.A mulher era uma megera, mas era muito bonita e voluptuosa. - Bom dia! – ela falou, alegremente.Deus, ele odiava gente feliz demais. Ainda mais de manhã. Fred respondeu com um aceno de cabeça.- Bom dia, Sra. Virgínia. Nós temos um plano de recuperação da empresa. Está aqui. - Tim empurrou a pasta para ela.- Examine, Al. Veja se é possível. - ela disse ao advogado – Enquanto isso, precisamos conversar sobre a nossa f
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05
VIRGÍNIAA mulher estava revoltada. Como ele ousara fazer aquilo? Ele não tinha o direito de beijá-la daquela forma. Esperou que a noite terminasse, que Fred estacionasse em frente a sua casa para desabafar.Tirou o cinto de segurança e olhou para o homem que parecia bem tranquilo, como se nada tivesse acontecido.- Como você ousou fazer aquilo? – perguntou, ultrajada.- O quê? – Fred Romano era um perfeito cafajeste, o homem se fazia de desentendido.- O beijo. Não era para você fazer aquilo!O desgraçado sorriu.Um sorriso aberto e sincero, como se ele estivesse se divertindo com a revolta dela.Ela nunca vira o homem sorrir, apenas aqueles levantar de lábio como um sorriso sarcástico, e por isso seu coração acelerou de repente. Ele parecia bem mais novo quando sorria, os olhos brilhavam, o rosto se iluminava e Fred ficava muito bonito.Bonito demais.- E você queria que eu fizesse o quê? Nós somos noivos.- De mentira.- Mas as pessoas não sabem disso. - ele pontuou – Você não pens
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06
VIRGÍNIAO casamento aconteceria em três dias. Ela se sentia extremamente nervosa. Naquela noite, a mulher jantaria com a família de Fred e isso a enervava. Não sabia o que esperar deles, mas não tinha esperanças de que fosse algo positivo.Olhou mais uma vez para o reflexo no espelho, vestia uma calça social preta, com uma blusa de alças cor de pêssego. Calçou saltos altos e pretos e finalizou com uma carteira preta com pequenos brilhantes.De repente a porta do quarto se abriu e Diego entrou, trajando seu pijama e com seu carrinho de sempre.- Tia, você está linda. - a criança disse, abraçando as pernas da moça.Virgínia pegou o menino nos braços e juntos foram para o quarto dele. Deitado na cama, a moça contou uma história que sua mãe lhe contava quando era criança e, em poucos minutos, o menino adormeceu. Ela deu-lhe um beijo na testa e saiu do quarto devagar, para não acordá-lo. Foi até o quarto buscar sua carteira no mesmo instante em que a campainha tocava, Fred chegara.Desce
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07
VIRGÍNIAOs dias passaram rápido. Entre preparativos para o casamento e planos para a recuperação da empresa de Fred, ela nem percebeu que já era o dia do jantar de ensaio. Preferiu que o jantar acontecesse no jardim de sua casa. Assim, ali estava ela, observando o trabalho que Naty fizera, tudo estava muito bem decorado.Alguns convidados já haviam chegado e estavam sentados nas mesas, ouvindo a banda tocar uma música instrumental. O jardineiro aproximou-se dela e disse:- O noivo e a família chegaram.Virgínia agradeceu ao homem e foi encontrá-los. Fred vestia um terno sem gravata, todo de preto, a mãe trajava um vestido de lantejoulas negro e Alexia vestia um tubinho azul.- Boa noite. - ela disse com um sorriso, saudando todos.- Boa noite. - Fred respondeu, ele segurava um buquê de rosas vermelhas enorme e o entregou a ela. O homem aproximou-se e deu-lhe um rápido beijo na bochecha que fez com que ela se arrepiasse, inteira.De braços com o noivo, seguidos por Alexia e sua mãe, f
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08
FRED Ele olhava para a esposa dançando com o sobrinho. Os dois balançavam para lá e para cá sorrindo um para o outro, era muito nítido o quanto eles tinham uma relação de cumplicidade e amor. Era engraçado vê-la com o garoto, parecia que a mulher mudava, se tornava mais leve. Infelizmente a sua esposa nunca lhe dirigira um sorriso daqueles, aliás, nenhum tipo de sorriso. - Fred, os noivos não vão ter a primeira dança? - Alexia perguntou, parecendo mais feliz que ele que era o noivo. - Não acho necessário. – respondeu dando de ombros. - Fred… - a irmã repreendeu e então ele se levantou e foi até a esposa, pediu licença ao garoto e então, uma música lenta começou a tocar. Os outros casais se afastaram e os dois ficaram sozinhos na pista de dança. Fred sabia que aqueles olhos esverdeados escondiam o verdadeiro motivo por trás daquele casamento, mas não conseguia deixar de admirá-los. O homem sentia-se fraco quando ela lhe olhava. Ele desceu o olhar para a boca da mulher que parecia
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09
VIRGÍNIADemorou alguns minutos para que Virgínia recobrasse os sentidos e visse que Fred a abandonara.Percebeu que estava seminua e, rapidamente correu para o banheiro. Tirou a camisola rasgada e vestiu o roupão. Olhou-se no espelho e estava com os lábios e pescoço marcados pelos beijos famintos.Deus, ela quase se entregara para aquele homem, o mesmo homem que fez sua irmã adoecer e morrer.Virgínia sentiu um embrulho no estômago e correu para o vaso sanitário, colocando para fora tudo que comera e sentira naquele dia.Sentiu-se suja e traidora. Estava traindo a irmã quando se oferecia daquela forma para aquele homem. Será que não tinha vergonha na cara?Depois que se sentiu mais calma, percebeu que chorava, chorava pela irmã, chorava pelo sobrinho e, também, chorava por ela, porque tinha cometido um grande erro com aquele casamento.E não tinha muita certeza se poderia consertar aquela situação.Não dormiu naquela noite que seria a sua noite de lua de mel. Sentou-se na poltrona qu
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