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FRED

No dia seguinte, o homem foi para a empresa bem cedo. Tim já o esperava na sala de reuniões, os dois precisavam fazer um plano para apresentar a Virgínia.

- Você tem certeza que conseguirá reerguer a empresa em seis meses? - o advogado perguntou, preocupado.

- Eu vou conseguir, Tim. - respondeu, convicto.

Por volta de oito horas, Virgínia e o advogado dela entraram na sala de reuniões. A mulher trajava um vestido colado ao corpo de cor preta e parecia muito animada naquela manhã.

Ele a fitou lentamente, observando cada curva que aquele vestido revelava.

A mulher era uma megera, mas era muito bonita e voluptuosa.

- Bom dia! – ela falou, alegremente.

Deus, ele odiava gente feliz demais. Ainda mais de manhã.

Fred respondeu com um aceno de cabeça.

- Bom dia, Sra. Virgínia. Nós temos um plano de recuperação da empresa. Está aqui. - Tim empurrou a pasta para ela.

- Examine, Al. Veja se é possível. - ela disse ao advogado – Enquanto isso, precisamos conversar sobre a nossa festa de noivado. Como temos pouco tempo, pensei em fazer a festa na sexta-feira.

- Sexta-feira é daqui a dois dias. - Fred disse, calmo.

- Sim, mas você tem que concordar que temos pressa.

O homem não concordou, mas também não discordou. Ele não tinha pressa nenhuma.Virgínia continuou falando sobre a festa e como deveriam agir, Fred já não aguentava mais falar sobre casamento, ele não queria casar! Mas continuou olhando para a mulher que era totalmente misteriosa para ele.

Ouvia as palavras saindo de sua boca e sabia que eram mentiras, as intenções da moça ainda eram desconhecidas para ele, mas descobriria. Uma hora ou outra, a verdade apareceria.

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NA SEXTA-FEIRA...

VIRGÍNIA

A moça olhou para seu reflexo no espelho. O cabelo estava preso em um coque no alto da cabeça, apenas algumas mechas soltas adornavam seu rosto. O vestido verde-escuro não tinha alças e era justo até a cintura, com uma saia solta até embaixo. Nos pés, calçava sapatos de salto agulha pretos.

- Você está linda. - disse Márcia, sua querida amiga, que estava ali no quarto, ajudando-a.

A festa de noivado seria realizada na empresa de Virgínia, em um dos balcões que usavam para eventos grandes. Preferiu que Diego não estivesse na ocasião, o encontro entre o sobrinho e Fred aconteceria em outro momento.

- Obrigada, minha amiga. - as duas se abraçaram.

- Você tem certeza que consegue fazer isso sem se envolver com esse rapaz? O amor é um terreno perigoso.

- Tenho. Não haverá amor. Apenas ódio. Eu o odeio. - a mulher observou a moça atentamente e suspirou.

As duas foram até o quarto do garoto que esperava a tia para lhe contar uma história. Aquele era o momento entre os dois e ela sempre fazia o possível para estar com ele. Depois que o garoto adormeceu, Virgínia desceu no mesmo instante em que Fred chegava. Ela observou o homem entrando em sua casa, parecendo perfeito em seu smoking. Ele tinha o semblante fechado como sempre, mas a moça sentiu algo estranho ao observá-lo, uma estranha vontade de estar perto dele.

Mas ignorou.

- Boa noite. - disse, tentando espantar aqueles pensamentos estranhos que queriam tomar conta da sua mente.

- Boa noite. - ele aquiesceu e ofereceu o braço a ela.

Virgínia sorriu ao pensar que o homem já estava domado e juntos partiram para a festa.

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FRED

O homem se sentia frustrado. Odiava festas, sempre tinha que se vestir igual a um pinguim para ir a eventos da alta sociedade. Olhou para o lado e observou, discretamente, sua noiva. Ela estava… linda. O vestido se moldava perfeitamente às curvas da mulher. O corpo dela era perfeito, Virgínia era pequena e suas curvas suaves o hipnotizavam.

Os dois estavam na famigerada festa de noivado, recebendo os convidados. Fred apenas balançava a cabeça para cada um, sem emitir nenhum som. Deixava a parte de falar para a noiva, que parecia amar o som da própria voz, uma vez que não calava a boca por um instante.

No meio da comemoração, chegou a hora em que colocariam as alianças. Antes de chegarem ao local, Virgínia lhe entregou as caixas dos anéis e explicou o que ele deveria fazer no momento.

Era incrível como ela estava preparada para TUDO. E queria controlar tudo, inclusive ele.

O local ficou em silêncio quando os dois subiram ao palco e Virgínia anunciou que aquela era a hora de oficializar o pedido. Fred quase revirou os olhos com as palmas que vieram em seguida.

Ele pediu a mão da moça, que a deu, com prazer. A multidão aplaudiu efusivamente e então começou um coro de:

“Beijo! Beijo! Beijo!”

Os dois se olharam sem jeito, Virgínia já estava pronta para falar algo quando Fred decidiu.

Ela estava preparada para tudo, mas aquilo seria uma surpresa.

Segurou o rosto da noiva, a fitou por alguns milésimos de segundos e juntou os lábios aos dela. Não entendia porquê sentia aquela euforia, o coração acelerado, a vontade de sair gritando para todos que estava beijando aquela mulher.

O toque começou com um leve beijo, um leve encostar de lábios, eles estavam com os olhos abertos e Fred viu o momento em que Virgínia os fechou, entregando-se. Antes que ela pudesse recobrar a consciência e se afastar, ele fechou os olhos e aprofundou o contato, juntando mais o corpo ao dela e introduzindo a língua em sua boca, queria sentir o seu sabor.

Os dois se separaram apenas quando já estavam sem ar e era preciso respirar.

Fred olhou Virgínia, sem compreender o que acontecera, mas com a certeza que gostara.

E que faria de novo, até estar satisfeito.

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