VIRGÍNIAQuando abriu os olhos no dia seguinte e viu que estava em um quarto diferente do seu, fechou os olhos novamente. Talvez fosse um sonho e Virgínia ainda estivesse dormindo. Sentiu um braço firme em volta de sua cintura e, com cuidado, tateou. Sim, era realmente um braço. Abriu um olho e olhou para o braço forte que a abraçava. Virou o rosto para trás, Fred dormia placidamente, enquanto a segurava firme, contra seu corpo.Deus, o que fizera?Bem, ela lembrava de tudo, não tinha como esquecer, uma vez que seu corpo estava dolorido em certos locais, mas onde estava com a cabeça ao fazer?E por que um minúsculo pedaço da sua mente queria que tudo se repetisse?Devagar, retirou o braço do homem e, mais devagar, tentou se sentar na cama, mas logo foi puxada para onde estava anteriormente.- Vai fugir? - a voz grave e profunda do marido perguntou em seu ouvido, enviando arrepios pelo seu corpo.Virgínia olhou para o homem que continuava com os olhos fechados, mas tinha um sorrisinho
FREDQuando o homem viu aquela cena, seu primeiro impulso foi ir para cima do indivíduo que tinha os braços em torno de sua esposa. Aquele mesmo idiota que pareceu muito íntimo dela na festa que eles tinham ido.Assim que Virgínia viu o marido parado na porta, afastou-se do outro. A mulher parecia sem jeito. Fred aproximou-se lentamente e se colocou ao lado da esposa, sem pensar muito no que fazia, colocou a mão em volta de sua cintura e a puxou para perto.- César, acho que apresentei meu esposo. Fred Romano.O outro apenas o olhou e acenou com a cabeça.- Já estou indo, Virgínia. Até mais. - e saiu.Quando se viu sozinho com a esposa, a soltou.- O quê ele estava fazendo aqui?- Veio me visitar. - Virgínia sentou-se – O que VOCÊ está fazendo aqui?- Eu sou seu marido. - respondeu – Posso vir quando quiser.A verdade era que Fred foi até ela porque estava com saudade, não conseguia se concentrar no que era importante, então decidiu ir ver a mulher e teve aquela “bela” surpresa.- Mas
VIRGÍNIAAquela era uma das raras manhãs em que Virgínia acordava antes de Fred. Sempre quando despertava na cama do quarto em que ele dormia, o homem já havia se levantado. Aproveitou o momento raro para observar o marido dormindo, a expressão sisuda ficava mais suave, o semblante leve e ele parecia até mais novo.Não sabia em qual momento tinha se apaixonado pelo esposo, mas aconteceu. Nem tentava mais lutar contra aquele sentimento, era sem sentido, não adiantava. Contornou a barba dele com um dedo, sem conseguir se conter, queria tocá-lo o tempo todo.Os olhos castanhos se abriram e a observaram, serenos. Ele tinha um meio-sorriso estampado no rosto e nem era mais tão raro.- Eu estava pensando… você não acha melhor se mudar para o meu quarto? - perguntou, tímida, enquanto acariciava o rosto dele.- Por quê? – ele repousou o braço em sua cintura, trazendo-a para mais perto.- Eu me sinto estranha tendo que me esquivar para me encontrar com meu marido na minha própria casa. – ela
FREDO homem observava a esposa dormindo, tranquila. Os cabelos espalhados pelo travesseiro, o rosto sereno… nunca imaginou que veria Virgínia em sua cama ali na sua casa, aquele era o lugar certo para ela.Não cansava de admirá-la e de desejá-la, nunca imaginou que poderia se sentir assim em relação a outra pessoa. É verdade que tivera muitas namoradas, casos rápidos, nenhuma igual à Virgínia.Ergueu a mão e pegou uma mecha dos cabelos dela, sentindo a textura e o cheiro que tanto gostava. Ainda ficava impressionado como ela disse que ficaria ali com ele e com Diego, o tempo que fosse necessário. Será que aquilo era amor? Ele não sabia dizer, uma vez que aquele sentimento era totalmente estranho para ele.Virgínia acordou e fitou Fred, os olhos verdes sonolentos sorriam para ele.- Bom dia.Fred não respondeu, apenas aproximou-se e deu um beijo em sua boca, não conseguia se conter.- Aconteceu algo? - ela quis saber – Você está sério.Ele não respondeu novamente, mas deslizou a mão p
VIRGÍNIAQuando acordou no dia seguinte, Fred já não estava mais na cama. Ela acariciou o lado em que o marido deitava e suspirou. Como não tinha imaginado que se envolver com ele acabaria apaixonada?Seu erro foi achar que era imune a ele, que a raiva que sentia pelo que a irmã passou era maior.“Eu deveria te odiar, mas não consigo.” - ela relembrou o que o marido havia falado na noite anterior. Deus, era o mesmo que ela sentia. Ela queria tanto odiá-lo, se vingar, deixá-lo sem nada e ir embora sem olhar para trás.Mas agora sabia que não conseguiria, inclusive estava pensando em chamar Alberto para devolver tudo o que era de Fred… não queria os bens dele… apenas… bem, ele.Suspirou, resignada. Não adiantava ficar ali lamentando, tinha que encontrar meios para salvar Alexia das garras da mãe e da melhor amiga falsa, convencer Fred que elas eram duas cobras e, claro, convencê-lo do seu amor.#FREDDesde que a irmã tinha entrado em crise, ele se responsabilizara pelos cuidados de Ale
VIRGÍNIANa noite anterior decidiu agir para provar que Alexia e Fernanda não eram pessoas boas, como Fred pensava. Enquanto o marido dormia, Virgínia observou seu rosto.Ainda não entendia em que momento errou, como tinha deixado se envolver por ele, mas estava tão feliz, Fred era um homem maravilhoso e a mulher não se arrependia de ter se apaixonado, apenas queria que tudo tivesse ocorrido de outra forma, sem mágoas, sem vingança.Levou a mão ao seu rosto e o acariciou levemente, para não acordá-lo. Amava Fred e faria qualquer coisa para protegê-lo de pessoas ruins.- Você não dormiu por quê? - ele abriu os olhos de repente, assustando a esposa.- Deus! – ela colocou uma mão no peito, ofegante – Quase que meu espírito se separou do corpo nesse minuto. Que susto, seu idiota! – ela deu um tapinha no peito dele.Fred sorriu e deu-lhe um beijo no topo da cabeça, fazendo a mulher se aconchegar mais nele.- Não quis assustá-la, amor.Ouvi-lo sendo tão carinhoso amoleceu seu coração.- Es
VIRGÍNIAO casal não foi para a sala de jantar, Fred subiu as escadas levando Virgínia a reboque.- Fred, calma. Eu não me importo com o que ela disse.A verdade era que doía ouvir tudo aquilo. Nunca tinha feito nada com Fernanda, mas a criatura a odiou desde o primeiro momento em que se encontraram.Fred a defendeu como um leão e aquilo lhe confortava.Eles entraram no escritório e Fred trancou a porta. Ele parecia abalado e andava de um lado para outro.- Fred, por favor, acalme-se. - ela tocou o braço do marido e ele parou. Os dois se olharam e Virgínia viu nos olhos dele a raiva, o ódio que ele estava sentindo.- Ela passou dos limites.- Eu sei, mas olha, estou bem. Não ligo para o que ela disse.- E nem deve. Ela não tem razão no que falou. - ele segurou o rosto dela, com toda delicadeza – Eu peço perdão por ela.Virgínia riu e beijou uma das mãos que segurava seu rosto.- Você não fez nada. Vamos esquecer esse assunto.Ela estava indo para a porta, quando a voz do homem fez com
VIRGÍNIAVirgínia esperou Fred dormir para voltar a ler os diários da irmã. A falecida descrevia sua vida desde que chegara na Mansão Romano. Inicialmente, falava que Alexia e Fernanda eram ótimas amigas que lhe apoiavam, mas após a morte de Marcelo, sua irmã escrevia que a sogra e Fernanda não a deixavam em paz. Alexia se afastara graças ã influência das duas. Fred vivia na empresa e não dava abertura para que Angelina pudesse lhe dizer quem realmente era a mãe e a namorada.Ela olhou para o marido dormindo. Então ele tinha sido ausente, não tinha ajudado a difamar sua irmã?Virgínia continuou a leitura por horas até chegar ao momento em que Angelina descobria a gravidez e decidiu fugir.“Minha sogra me difama cada vez mais. Pagou ao motorista para ele dizer que é meu amante. Tentei falar com Fred, mas ele não para em casa, só vive na empresa. Não ficarei mais nesta casa. Irei em busca de Virgínia."Sentiu o coração apertado ao pensar no desespero de Angelina.- Por que você está ac