VIRGÍNIAAquela era uma das raras manhãs em que Virgínia acordava antes de Fred. Sempre quando despertava na cama do quarto em que ele dormia, o homem já havia se levantado. Aproveitou o momento raro para observar o marido dormindo, a expressão sisuda ficava mais suave, o semblante leve e ele parecia até mais novo.Não sabia em qual momento tinha se apaixonado pelo esposo, mas aconteceu. Nem tentava mais lutar contra aquele sentimento, era sem sentido, não adiantava. Contornou a barba dele com um dedo, sem conseguir se conter, queria tocá-lo o tempo todo.Os olhos castanhos se abriram e a observaram, serenos. Ele tinha um meio-sorriso estampado no rosto e nem era mais tão raro.- Eu estava pensando… você não acha melhor se mudar para o meu quarto? - perguntou, tímida, enquanto acariciava o rosto dele.- Por quê? – ele repousou o braço em sua cintura, trazendo-a para mais perto.- Eu me sinto estranha tendo que me esquivar para me encontrar com meu marido na minha própria casa. – ela
FREDO homem observava a esposa dormindo, tranquila. Os cabelos espalhados pelo travesseiro, o rosto sereno… nunca imaginou que veria Virgínia em sua cama ali na sua casa, aquele era o lugar certo para ela.Não cansava de admirá-la e de desejá-la, nunca imaginou que poderia se sentir assim em relação a outra pessoa. É verdade que tivera muitas namoradas, casos rápidos, nenhuma igual à Virgínia.Ergueu a mão e pegou uma mecha dos cabelos dela, sentindo a textura e o cheiro que tanto gostava. Ainda ficava impressionado como ela disse que ficaria ali com ele e com Diego, o tempo que fosse necessário. Será que aquilo era amor? Ele não sabia dizer, uma vez que aquele sentimento era totalmente estranho para ele.Virgínia acordou e fitou Fred, os olhos verdes sonolentos sorriam para ele.- Bom dia.Fred não respondeu, apenas aproximou-se e deu um beijo em sua boca, não conseguia se conter.- Aconteceu algo? - ela quis saber – Você está sério.Ele não respondeu novamente, mas deslizou a mão p
VIRGÍNIAQuando acordou no dia seguinte, Fred já não estava mais na cama. Ela acariciou o lado em que o marido deitava e suspirou. Como não tinha imaginado que se envolver com ele acabaria apaixonada?Seu erro foi achar que era imune a ele, que a raiva que sentia pelo que a irmã passou era maior.“Eu deveria te odiar, mas não consigo.” - ela relembrou o que o marido havia falado na noite anterior. Deus, era o mesmo que ela sentia. Ela queria tanto odiá-lo, se vingar, deixá-lo sem nada e ir embora sem olhar para trás.Mas agora sabia que não conseguiria, inclusive estava pensando em chamar Alberto para devolver tudo o que era de Fred… não queria os bens dele… apenas… bem, ele.Suspirou, resignada. Não adiantava ficar ali lamentando, tinha que encontrar meios para salvar Alexia das garras da mãe e da melhor amiga falsa, convencer Fred que elas eram duas cobras e, claro, convencê-lo do seu amor.#FREDDesde que a irmã tinha entrado em crise, ele se responsabilizara pelos cuidados de Ale
VIRGÍNIANa noite anterior decidiu agir para provar que Alexia e Fernanda não eram pessoas boas, como Fred pensava. Enquanto o marido dormia, Virgínia observou seu rosto.Ainda não entendia em que momento errou, como tinha deixado se envolver por ele, mas estava tão feliz, Fred era um homem maravilhoso e a mulher não se arrependia de ter se apaixonado, apenas queria que tudo tivesse ocorrido de outra forma, sem mágoas, sem vingança.Levou a mão ao seu rosto e o acariciou levemente, para não acordá-lo. Amava Fred e faria qualquer coisa para protegê-lo de pessoas ruins.- Você não dormiu por quê? - ele abriu os olhos de repente, assustando a esposa.- Deus! – ela colocou uma mão no peito, ofegante – Quase que meu espírito se separou do corpo nesse minuto. Que susto, seu idiota! – ela deu um tapinha no peito dele.Fred sorriu e deu-lhe um beijo no topo da cabeça, fazendo a mulher se aconchegar mais nele.- Não quis assustá-la, amor.Ouvi-lo sendo tão carinhoso amoleceu seu coração.- Es
VIRGÍNIAO casal não foi para a sala de jantar, Fred subiu as escadas levando Virgínia a reboque.- Fred, calma. Eu não me importo com o que ela disse.A verdade era que doía ouvir tudo aquilo. Nunca tinha feito nada com Fernanda, mas a criatura a odiou desde o primeiro momento em que se encontraram.Fred a defendeu como um leão e aquilo lhe confortava.Eles entraram no escritório e Fred trancou a porta. Ele parecia abalado e andava de um lado para outro.- Fred, por favor, acalme-se. - ela tocou o braço do marido e ele parou. Os dois se olharam e Virgínia viu nos olhos dele a raiva, o ódio que ele estava sentindo.- Ela passou dos limites.- Eu sei, mas olha, estou bem. Não ligo para o que ela disse.- E nem deve. Ela não tem razão no que falou. - ele segurou o rosto dela, com toda delicadeza – Eu peço perdão por ela.Virgínia riu e beijou uma das mãos que segurava seu rosto.- Você não fez nada. Vamos esquecer esse assunto.Ela estava indo para a porta, quando a voz do homem fez com
VIRGÍNIAVirgínia esperou Fred dormir para voltar a ler os diários da irmã. A falecida descrevia sua vida desde que chegara na Mansão Romano. Inicialmente, falava que Alexia e Fernanda eram ótimas amigas que lhe apoiavam, mas após a morte de Marcelo, sua irmã escrevia que a sogra e Fernanda não a deixavam em paz. Alexia se afastara graças ã influência das duas. Fred vivia na empresa e não dava abertura para que Angelina pudesse lhe dizer quem realmente era a mãe e a namorada.Ela olhou para o marido dormindo. Então ele tinha sido ausente, não tinha ajudado a difamar sua irmã?Virgínia continuou a leitura por horas até chegar ao momento em que Angelina descobria a gravidez e decidiu fugir.“Minha sogra me difama cada vez mais. Pagou ao motorista para ele dizer que é meu amante. Tentei falar com Fred, mas ele não para em casa, só vive na empresa. Não ficarei mais nesta casa. Irei em busca de Virgínia."Sentiu o coração apertado ao pensar no desespero de Angelina.- Por que você está ac
VIRGÍNIAVirgínia não sabia o que pensar nem o que sentir. Tudo o que pensou que aconteceria, se voltou contra ela. Talvez pior.Passou a noite acordada, esperando o retorno do marido, mas as horas passaram e ela compreendeu que ele não voltaria.Aquilo era o fim da história dos dois.Ela fez o que pôde, mas no final, piorou toda a situação.Chorando, fez suas malas, colocou todas as coisas, menos os diários. Deixaria aqueles cadernos ali, apesar de ser de Angelina não queria levá-los, não queria remoer aquilo.Esperou o dia amanhecer para pegar Diego. O garotinho não queria deixar a Mansão, mas Virgínia lhe garantiu que Alexia e Fred logo iriam visitá-lo em casa e assim, conseguiu arrancar o pequeno da casa.Ela saiu sem se despedir de ninguém. Deixou uma carta para Alexia e outra para Fred. Não sabia se ele entregaria ao irmão o que tinha escrito, mas fez sua parte. Quando chegasse em casa entraria em contato com Alberto para que agilizasse a devolução dos bens de Fred e, agora, o
FREDA sorte era que ele já estava com as mãos em volta da cintura dela, assim quando Virgínia desfaleceu, sua queda foi aparada pelo marido. Ele colocou a mulher nos braços e a sacudiu levemente, mas nada adiantava.Desesperado, pegou o corpo da esposa e desceu com ela nos braços, encontrando Celso embaixo.- O que houve com a menina?- Ela desmaiou. Por favor, me ajude a colocá-la no carro.Os dois homens acomodaram Virgínia na parte de trás do veículo de Fred e logo os dois seguiram para o hospital. Ele observava a mulher, mas Virgínia não esboçava nenhuma reação, parecia pálida demais.Parou o carro no hospital e correu para que alguém o ajudasse, logo Virgínia foi levada para dentro, enquanto ele fazia a ficha da esposa na recepção. Longos minutos passaram até que o médico viesse falar com ele.- Sr. Fred Romano?Ele assentiu.- Nós fizemos alguns exames na sua esposa, o resultado sai em algumas horas. Pelo exame visual não identifiquei nada que possa justificar o desmaio dela.-